"Havendo Deus, outrora,
falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas, pelo qual também fez o Universo" (Hebreus 1:1-2).
Quero retomar a análise deste
tema tão importante, sob a batuta deste gigante espiritual chamado Charles
Swindoll, partindo deste seu pensamento exposto na reflexão de ontem:
"Diga-me que você depreendeu a vontade de Deus a partir das Escrituras,
depois de tê-la estudado cuidadosamente dentro do contexto em que foi dada, e
você terá minha atenção e meu respeito".
Desvio
de Rota
A importância deste tema, por
mais que se fale a respeito e seja destacado, jamais receberá o realce e ênfase
merecidas - haja vista o número de apostasias, deserções das fileiras do
exército cristão, motivadas exatamente pelo afastamento do verdadeiro e
criterioso estudo da Palavra de Deus, secundado por um espírito de humildade,
orações sinceras, guia do Espírito Santo e - importante - equilíbrio mental e
emocional.
Nestes mais de 30 anos de
cristianismo consciente - não estou aqui falando de infalibilidade pessoal,
perfeição, etc. - eu acompanhei inúmeros casos e situações em que pessoas (a
maioria delas, cristãs, sinceras e zelosas na causa de Deus) surgiram com
algumas idéias diferentes e destoantes daquelas que compõem o conjunto das
Verdades Bíblicas cridas e aceitas pelos fiéis.
Até aí... tudo bem; até porque eu
não sou obrigado (graças a Deus por isso!!!!) a crer exatamente em tudo da
mesma maneira como crêem os pastores Alejandro Bullón, Erton Köller, Alberto R.
Timm, José Carlos Ramos, etc. Nem eu e nem você somos forçados - biblicamente
falando - a ver, crer e aceitar as coisas exatamente da forma como estes e
outros líderes cristãos as vêem, crêem e aceitam. De outra forma, não seríamos
parte ou componentes do Corpo de Cristo - que é a Igreja - mas, sim, meros
elementos ou peças de uma fabricação em série.
No entanto, para a coesão -
harmonia interna, manutenção do equilíbrio e da identidade - e paz entre os
membros do corpo, como acontece com qualquer grupo social, aceitamos através de
convenções a fixação de valores ou parâmetros determinados a partir das
Sagradas Escrituras: o Livro Texto e principal Manual Cristão.
Abrindo um parêntesis, é
interessante esclarecer aqui, neste ponto, para o leitor - adventista, ou não -
a importância e seriedade desta questão. Quando alguém me pergunta: Quais são
as doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia? Eu respondo taxativamente:
"Nenhuma!" "Mas, como?" "O que você quer dizer com
isso?"
Enquanto os olhares incrédulos
ainda estão postos em mim, calmamente explico: A minha Igreja, a nível mundial,
jamais criou ou estabeleceu qualquer doutrina. No decurso dos anos, desde os
primórdios do Movimento Millerita, esta Igreja tem-se dedicado ao estudo da
Palavra de Deus e, através deste estudo criterioso e da discussão e debates
democráticos nas assembléias, sob a guia do Espírito Santo, a IASD
"reconhece" (ou não) que determinada questão é (ou não) uma Verdade
Bíblica. Dessa forma, não temos "doutrinas adventistas", mas, sim,
"doutrinas bíblicas".
Ao mesmo tempo que trabalha as
questões formativas do Corpo Doutrinário - estabelecido com base, em primeiro
lugar, na própria Bíblia e nos ganhos e conhecimentos progressivos desta
através dos séculos - a Igreja Adventista, como corpo denominacional, entende
que ninguém tem o direito de impor as suas idéias ou pontos de vista
doutrinários a quem quer que seja.
O "pomo da discórdia"
encontra-se exatamente aí: Surge uma pessoa ou grupo aqui ou acolá com uma
"idéia diferente" e passa a querer impor a todos os demais esta
"visão" diferente e a criticar e/ou atacar as demais pessoas.
Geralmente, alegam que possuem uma "nova luz"; quando, na maioria das
vezes, como diz o amigo e escritor Azenilto Britto, "não passa de um
curto-circuito".
Estas pessoas me fazem lembrar
uma historinha que ouvi contar a muito tempo sobre um personagem chamado
Juquinha. A sua mãe era daquele tipo extremamente protetor e que exagera as
qualidades do filho e subestima os seus evidentes defeitos. Dessa forma, só o
Juquinha prestava e só o Juquinha sabia das "coisas" e só ele estava
certo.
Acontece que o Juquinha cresceu -
ficou mais velho - e chegou a época do serviço militar. A partir daí, ele
passou a ser - ao menos para a mãe - o melhor soldado do mundo. E, no dia 7 de
setembro, a sua mãe, acompanhado de um séqüito de familiares, veio ver o
desfile militar: ou melhor, "foi ver o Juquinha marchar".
Chega o momento esperado: Quando
passa o batalhão em que Juquinha estava servindo, composto por mais de 800
homens. Quando eles, precedidos pela banda e pelo toque do bumbo, batem o pé
direito no chão, o Juquinha bate o esquerdo. Neste momento a mãe exclama quase
em delírio: "Olha lá Manoel, olha lá Tonho e Joana: Só Juquinha está no
passo certo! Só Juquinha sabe marchar direito!!!"
Surtos
Doutrinários
Estou em Vitória, passando os
meus últimos dias de férias; esta semana, eu soube com tristeza, mas não com
surpresa, que algumas pessoas queridas com as quais convivi na minha infância
estão disseminando várias idéias heréticas e formando uma dissidência: Uma
"nova igreja".
Voltarei a tratar esse assunto
amanhã e, quem sabe, numa série de novos artigos; no entanto, quero concluir
lembrando a estas pessoas e a todas as demais aquilo que Paulo diz em Efésios:
"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos, do qual Cristo é a Pedra
principal*".
Como o próprio Paulo nos mostra,
no seu evangelismo em Atenas (Atos 17), as pessoas, de modo quase geral, sempre
se deixam excitar e fascinar (seduzir) por coisas "novas" ou
"estranhas". Até aí, nenhuma novidade!!! Nosso Senhor Jesus alertou
para o fato de que os últimos dias, os dias que precedem a Sua Vinda, seriam
marcados pela profusão de ensinos falsos, enganos e heresias.
Atentemos para o fato: "Se
possível, enganariam os próprios eleitos". Sejamos humildes! Sejamos
criteriosos! Nada de buscar a "verdade" em pessoas, líderes
religiosos ou dissidências! Busquemo-la no único lugar onde ela pode ser
encontrada: Na Bíblia, a Palavra de Deus! Sigamo-la da única maneira correta
como ela pode e deve ser seguida: "em Jesus", como afirma Paulo.
Elizeu C. Lira.
Nota: Como estou numa daquelas
lojas em que se paga para usar a Internet, aonde preparei este artigo, não
dispunha nem de Bíblia ou Concordância; por isso, não coloquei a
"localização" exata dos textos, mas eles são muito conhecidos...
- Extraído, revisado e adaptado
de "O Mistério da Vontade de Deus", de Charles Swindoll.
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