Teologia

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

OS ENGANOS DOS ÚLTIMOS DIAS - I



"Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o Universo" (Hebreus 1:1-2).
Quero retomar a análise deste tema tão importante, sob a batuta deste gigante espiritual chamado Charles Swindoll, partindo deste seu pensamento exposto na reflexão de ontem: "Diga-me que você depreendeu a vontade de Deus a partir das Escrituras, depois de tê-la estudado cuidadosamente dentro do contexto em que foi dada, e você terá minha atenção e meu respeito".
Desvio de Rota
A importância deste tema, por mais que se fale a respeito e seja destacado, jamais receberá o realce e ênfase merecidas - haja vista o número de apostasias, deserções das fileiras do exército cristão, motivadas exatamente pelo afastamento do verdadeiro e criterioso estudo da Palavra de Deus, secundado por um espírito de humildade, orações sinceras, guia do Espírito Santo e - importante - equilíbrio mental e emocional.
Nestes mais de 30 anos de cristianismo consciente - não estou aqui falando de infalibilidade pessoal, perfeição, etc. - eu acompanhei inúmeros casos e situações em que pessoas (a maioria delas, cristãs, sinceras e zelosas na causa de Deus) surgiram com algumas idéias diferentes e destoantes daquelas que compõem o conjunto das Verdades Bíblicas cridas e aceitas pelos fiéis.
Até aí... tudo bem; até porque eu não sou obrigado (graças a Deus por isso!!!!) a crer exatamente em tudo da mesma maneira como crêem os pastores Alejandro Bullón, Erton Köller, Alberto R. Timm, José Carlos Ramos, etc. Nem eu e nem você somos forçados - biblicamente falando - a ver, crer e aceitar as coisas exatamente da forma como estes e outros líderes cristãos as vêem, crêem e aceitam. De outra forma, não seríamos parte ou componentes do Corpo de Cristo - que é a Igreja - mas, sim, meros elementos ou peças de uma fabricação em série.
No entanto, para a coesão - harmonia interna, manutenção do equilíbrio e da identidade - e paz entre os membros do corpo, como acontece com qualquer grupo social, aceitamos através de convenções a fixação de valores ou parâmetros determinados a partir das Sagradas Escrituras: o Livro Texto e principal Manual Cristão.
Abrindo um parêntesis, é interessante esclarecer aqui, neste ponto, para o leitor - adventista, ou não - a importância e seriedade desta questão. Quando alguém me pergunta: Quais são as doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia? Eu respondo taxativamente: "Nenhuma!" "Mas, como?" "O que você quer dizer com isso?"
Enquanto os olhares incrédulos ainda estão postos em mim, calmamente explico: A minha Igreja, a nível mundial, jamais criou ou estabeleceu qualquer doutrina. No decurso dos anos, desde os primórdios do Movimento Millerita, esta Igreja tem-se dedicado ao estudo da Palavra de Deus e, através deste estudo criterioso e da discussão e debates democráticos nas assembléias, sob a guia do Espírito Santo, a IASD "reconhece" (ou não) que determinada questão é (ou não) uma Verdade Bíblica. Dessa forma, não temos "doutrinas adventistas", mas, sim, "doutrinas bíblicas".
Ao mesmo tempo que trabalha as questões formativas do Corpo Doutrinário - estabelecido com base, em primeiro lugar, na própria Bíblia e nos ganhos e conhecimentos progressivos desta através dos séculos - a Igreja Adventista, como corpo denominacional, entende que ninguém tem o direito de impor as suas idéias ou pontos de vista doutrinários a quem quer que seja.
O "pomo da discórdia" encontra-se exatamente aí: Surge uma pessoa ou grupo aqui ou acolá com uma "idéia diferente" e passa a querer impor a todos os demais esta "visão" diferente e a criticar e/ou atacar as demais pessoas. Geralmente, alegam que possuem uma "nova luz"; quando, na maioria das vezes, como diz o amigo e escritor Azenilto Britto, "não passa de um curto-circuito".
Estas pessoas me fazem lembrar uma historinha que ouvi contar a muito tempo sobre um personagem chamado Juquinha. A sua mãe era daquele tipo extremamente protetor e que exagera as qualidades do filho e subestima os seus evidentes defeitos. Dessa forma, só o Juquinha prestava e só o Juquinha sabia das "coisas" e só ele estava certo.
Acontece que o Juquinha cresceu - ficou mais velho - e chegou a época do serviço militar. A partir daí, ele passou a ser - ao menos para a mãe - o melhor soldado do mundo. E, no dia 7 de setembro, a sua mãe, acompanhado de um séqüito de familiares, veio ver o desfile militar: ou melhor, "foi ver o Juquinha marchar".
Chega o momento esperado: Quando passa o batalhão em que Juquinha estava servindo, composto por mais de 800 homens. Quando eles, precedidos pela banda e pelo toque do bumbo, batem o pé direito no chão, o Juquinha bate o esquerdo. Neste momento a mãe exclama quase em delírio: "Olha lá Manoel, olha lá Tonho e Joana: Só Juquinha está no passo certo! Só Juquinha sabe marchar direito!!!"
Surtos Doutrinários
Estou em Vitória, passando os meus últimos dias de férias; esta semana, eu soube com tristeza, mas não com surpresa, que algumas pessoas queridas com as quais convivi na minha infância estão disseminando várias idéias heréticas e formando uma dissidência: Uma "nova igreja".
Voltarei a tratar esse assunto amanhã e, quem sabe, numa série de novos artigos; no entanto, quero concluir lembrando a estas pessoas e a todas as demais aquilo que Paulo diz em Efésios: "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos, do qual Cristo é a Pedra principal*".
Como o próprio Paulo nos mostra, no seu evangelismo em Atenas (Atos 17), as pessoas, de modo quase geral, sempre se deixam excitar e fascinar (seduzir) por coisas "novas" ou "estranhas". Até aí, nenhuma novidade!!! Nosso Senhor Jesus alertou para o fato de que os últimos dias, os dias que precedem a Sua Vinda, seriam marcados pela profusão de ensinos falsos, enganos e heresias.
Atentemos para o fato: "Se possível, enganariam os próprios eleitos". Sejamos humildes! Sejamos criteriosos! Nada de buscar a "verdade" em pessoas, líderes religiosos ou dissidências! Busquemo-la no único lugar onde ela pode ser encontrada: Na Bíblia, a Palavra de Deus! Sigamo-la da única maneira correta como ela pode e deve ser seguida: "em Jesus", como afirma Paulo.
Elizeu C. Lira.
Nota: Como estou numa daquelas lojas em que se paga para usar a Internet, aonde preparei este artigo, não dispunha nem de Bíblia ou Concordância; por isso, não coloquei a "localização" exata dos textos, mas eles são muito conhecidos...

- Extraído, revisado e adaptado de "O Mistério da Vontade de Deus", de Charles Swindoll.

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