Teologia

sábado, 27 de abril de 2019

O SENHOR RESSUSCITOU


Ellen G. White*

Sua ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos.

Lentamente passara a noite do primeiro dia da semana. Havia soado a hora mais escura, exatamente antes do raiar da aurora. Cristo continuava prisioneiro em Seu estreito sepulcro. A grande pedra estava em seu lugar; intato, o selo romano; a guarda, de sentinela. Vigias invisíveis ali estavam também. Hostes de anjos maus se achavam reunidas em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, e o príncipe das trevas, com seu exército de apóstatas, teria mantido para sempre fechado o túmulo que guardava o Filho de Deus. Uma hoste celeste, porém, circundava o sepulcro. Anjos magníficos em poder o guardavam, esperando o momento de saudar o Príncipe da Vida.

"E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do Céu, chegou." Mat. 28:2. Vestido com a armadura de Deus, deixou este anjo as cortes celestiais. Os brilhantes raios da glória divina o precediam, iluminando-lhe o caminho. "E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como a neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos." Mat. 28:3 e 4.

Onde está, sacerdotes e príncipes, o poder de vossa guarda? - Bravos soldados que nunca se atemorizaram diante do poder humano, são agora como cativos aprisionados sem espada nem lança. O rosto que contemplam não é o de um guerreiro mortal; é a face do mais poderoso das hostes do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém, proclamara o nascimento de Cristo. A terra treme à sua aproximação, fogem as hostes das trevas, e enquanto ele rola a pedra, dir-se-ia que o Céu baixara à Terra. Os soldados o vêem removendo a pedra como se fora um seixo, e ouvem-no exclamar: Filho de Deus, ressurge! Teu Pai Te chama. Vêem Jesus sair do sepulcro, e ouvem-nO proclamar sobre o túmulo aberto: "Eu sou a ressurreição e a vida." Ao ressurgir Ele em majestade e glória, a hoste angélica se prostra perante o Redentor, em adoração, saudando-O com hinos de louvor.

Um terremoto assinalara a hora em que Jesus depusera a vida; outro terremoto indicou o momento em que a retomou em triunfo. Aquele que vencera a morte, e a sepultura, saiu do túmulo com o passo do vencedor, por entre o cambalear da terra, o fuzilar dos relâmpagos e o ribombar dos trovões. Quando vier novamente à Terra, comoverá "não só a Terra, senão também o céu". Heb. 12:26. "De todo vacilará a Terra como o bêbado, e será movida e removida como a choça." Isa. 24:20. "E os céus se enrolarão como um livro" (Isa. 34:4); "os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há se queimarão". II Ped. 3:10. "Mas o Senhor será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel." Joel 3:16.

Ao morrer Jesus, tinham os soldados visto a Terra envolta em trevas ao meio-dia; ao ressurgir, porém, viram o resplendor dos anjos iluminar a noite, e ouviram os habitantes do Céu cantarem com grande alegria e triunfo: "Tu venceste Satanás e os poderes das trevas; Tu tragaste a morte na vitória"

Cristo saiu do sepulcro glorificado, e a guarda romana O contemplou. Seus olhos fixaram-se no rosto dAquele a quem, havia tão pouco, tinham escarnecido e ridicularizado. Neste Ser glorificado, viram o Prisioneiro que tinham contemplado no tribunal, Aquele para quem haviam tecido uma coroa de espinhos. Era Aquele que, sem resistência, estivera em presença de Pilatos e de Herodes, o corpo lacerado pelos cruéis açoites. Era Aquele que fora pregado na cruz, para quem os sacerdotes e os príncipes, cheios de satisfação própria, haviam sacudido a cabeça, dizendo: "Salvou os outros, e a Si mesmo não pode salvar-Se." Mat. 27:42. Era Aquele que fora deposto no sepulcro novo de José. O decreto do Céu libertara o Cativo. Montanhas amontoadas sobre montanhas em cima de Seu túmulo, não O poderiam haver impedido de sair.

À vista dos anjos e do Salvador glorificado, os guardas romanos desmaiaram e ficaram como mortos. Quando a comitiva celeste foi oculta a seus olhos, eles se ergueram e, tão rápido como lhes permitiram os trêmulos membros, encaminharam-se para a porta do horto. Cambaleando como bêbados, precipitaram-se para a cidade, dando as maravilhosas novas àqueles com quem se encontravam. Iam em busca de Pilatos, mas sua narração foi levada às autoridades judaicas, e os principais dos sacerdotes e os príncipes mandaram-nos buscar primeiro à sua presença. Estranho era o aspecto daqueles soldados. Tremendo de temor, faces desmaiadas, testificaram da ressurreição de Cristo. Disseram tudo, exatamente como tinham visto; não haviam tido tempo de pensar ou falar qualquer coisa que não fosse a verdade. Com doloroso acento, disseram: Foi o Filho de Deus que foi crucificado; ouvimos um anjo proclamá-Lo a Majestade do Céu, o Rei da glória.

O rosto dos sacerdotes estava como o de um morto. Caifás tentou falar. Moveram-se-lhe os lábios, mas não conseguiram emitir nenhum som. Os soldados estavam para deixar a sala do conselho, quando os deteve uma voz.

Caifás conseguira falar, por fim: "Esperai, esperai", disse. "Não digais a ninguém o que vistes." Uma mentirosa história foi então posta na boca dos soldados. "Dizei: Vieram de noite os Seus discípulos e, dormindo nós, O furtaram." Mat. 28:13. Aí se enganaram os sacerdotes. Como poderiam os soldados dizer que os discípulos tinham furtado o corpo enquanto eles dormiam? Se dormiam, como podiam saber? E, houvessem os discípulos provadamente roubado o corpo de Cristo, não teriam os sacerdotes sido os primeiros a condená-los? Ou, caso houvessem as sentinelas dormido junto ao sepulcro, não teriam os sacerdotes se apressado a acusá-los a Pilatos?

Os soldados horrorizaram-se ao pensamento de trazerem sobre si mesmos a acusação de dormirem em seu posto. Era este um delito castigado com a morte. Deveriam dar um falso testemunho enganando o povo, e pondo em perigo a própria vida? Não tinham feito com toda vigilância sua fatigante guarda? Como suportariam a prova, mesmo por amor do dinheiro, se juravam falso contra si próprios?

A fim de impor silêncio ao testemunho que temiam, os sacerdotes prometeram salvaguardar os soldados, dizendo que Pilatos quereria tampouco como eles próprios que aquela notícia circulasse. Os soldados romanos venderam sua integridade aos judeus por dinheiro. Chegaram à presença dos sacerdotes carregados com a mais assustadora mensagem de verdade; saíram com uma carga de dinheiro, e tendo na língua uma falsa história para eles forjada pelos sacerdotes.

Entretanto, a notícia da ressurreição de Cristo fora levada a Pilatos. Se bem que este houvesse sido responsável por entregar a Jesus à morte, estava relativamente descuidoso. Embora tivesse condenado o Salvador contra a vontade, e com sentimento de compaixão, não experimentara ainda verdadeiro pesar. Aterrado, fechara-se agora em casa, decidido a não ver ninguém. Os sacerdotes, porém, abrindo caminho até sua presença, contaram a história que haviam inventado, e pediram-lhe que passasse por alto a negligência do dever por parte das sentinelas. Antes de assim fazer, ele próprio interrogou particularmente os guardas. Estes, temendo pela própria segurança, não ousaram ocultar nada, e Pilatos tirou deles a narração de tudo quanto ocorrera. Não levou adiante a questão, mas desde aquele dia não houve mais paz para ele.

Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Ousou esperar que o Salvador não retomaria novamente a vida. Reclamava o corpo do Senhor, e pôs sua guarda em torno do túmulo, procurando manter Cristo prisioneiro. Ficou furioso quando seus anjos fugiram diante do celeste mensageiro. Ao ver Cristo sair em triunfo compreendeu que seu reino chegaria a termo, e que ele devia morrer afinal.

Matando Cristo, os sacerdotes se tinham tornado instrumentos de Satanás. Achavam-se agora inteiramente em seu poder. Estavam emaranhados numa teia da qual não viam escape, senão continuando sua guerra contra Cristo. Ao ouvirem a notícia de Sua ressurreição, temeram a ira do povo. Recearam que a própria vida corresse perigo. A única esperança para eles, era provar ser Cristo um impostor, negando haver ressuscitado. Subornaram os soldados e conseguiram o silêncio de Pilatos. Espalharam por perto e por longe sua mentirosa história. Testemunhas havia, porém, a quem não podiam reduzir ao silêncio. Muitos tinham ouvido falar do testemunho dos soldados quanto à ressurreição de Cristo. E alguns dos mortos ressuscitados com Jesus apareceram a muitos, declarando que Ele ressurgira. Foi levada aos sacerdotes a notícia de pessoas que tinham visto esses ressuscitados, ouvindo o testemunho deles. Os sacerdotes e os principais estavam em contínuo terror, não acontecesse que, ao andar pelas ruas, ou no interior das próprias casas, se viessem a encontrar face a face com Jesus. Sentiam que não havia segurança para eles. Ferrolhos e traves não passavam de frágil proteção contra o Filho de Deus. De dia e de noite achava-se diante deles aquela horrível cena do tribunal, quando clamaram: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." Mat. 27:25. Nunca mais se lhes havia de apagar da memória aquela cena. Jamais desceria sobre eles um sono tranquilo.

Quando foi ouvida no túmulo de Cristo a voz do poderoso anjo, dizendo: "Teu Pai Te chama", o Salvador saiu do sepulcro pela vida que havia em Si mesmo. Provou-se então a verdade de Suas palavras: "Dou a Minha vida para tornar a tomá-la. ... Tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la." João 10:17 e 18. Então se cumpriu a profecia que fizera aos sacerdotes e príncipes: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei." João 2:19.

Sobre o fendido sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: "Eu sou a ressurreição e a vida." Estas palavras só podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São subordinados recipientes da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres animados, todos são providos da Fonte da vida. Unicamente Aquele que era um com Deus, podia dizer: Tenho poder para dar Minha vida, e poder para tornar a tomá-la. Em Sua divindade possuía Cristo o poder de quebrar as algemas da morte.

Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem. Era representado pelo molho movido, e Sua ressurreição teve lugar no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor. Por mais de mil anos esta simbólica cerimônia fora realizada. Das searas colhiam-se as primeiras espigas de grãos maduros, e quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da páscoa, o molho das primícias era movido como uma oferta de ações de graças perante o Senhor. Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não podia ser metida aos cereais, nem estes ser reunidos em molhos. O molho dedicado a Deus representava a colheita. Assim Cristo, as primícias, representava a grande colheita espiritual para o reino de Deus. Sua ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos. "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele." I Tess. 4:14.

Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos.

Durante Seu ministério, Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do principal, e Lázaro. Estes não foram revestidos de imortalidade. Ressurgidos, estavam ainda sujeitos à morte. Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna. Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro. Estes, disse Cristo, não mais são cativos de Satanás. Eu os redimi. Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem comigo onde Eu estiver, para nunca mais verem a morte nem experimentarem a dor.

Esses entraram na cidade e apareceram a muitos, declarando: Cristo ressurgiu dos mortos, e nós ressurgimos com Ele. Assim foi imortalizada a sagrada verdade da ressurreição. Os ressurgidos santos deram testemunho da veracidade das palavras: "Os Teus falecidos viverão; juntamente com o Meu cadáver eles se levantarão." Sua ressurreição era um símile do cumprimento da profecia: "Acordai, e gritai jubilando, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é um orvalho de ervas; e a Terra dará de si os defuntos." Isa. 26:19, Trad. Trinitariana.

Para o crente, Cristo é a ressurreição e a vida. Em nosso Salvador é restaurada a vida que se perdera mediante o pecado; pois Ele possui vida em Si mesmo, para vivificar a quem quer. Acha-Se investido do poder de dar imortalidade. A vida que Ele depôs na humanidade, retoma, e dá à humanidade. "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (João 10:10), disse Ele. "Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna." João 4:14. "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia." João 6:54.

Para o crente a morte não é senão de somenos importância. Cristo fala dela como se fora de pouca monta. "Se alguém guardar a Minha palavra, nunca verá a morte", "nunca provará a morte". João 8:51 e 52. Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com Cristo em Deus, e "quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória". Col. 3:4.

A voz que bradou da cruz: "Está consumado" (João 19:30), foi ouvida entre os mortos. Penetrou as paredes dos sepulcros, ordenando aos que dormiam que despertassem. Assim será quando a voz de Cristo for ouvida do céu. Ela penetrará as sepulturas e abrirá os túmulos, e os mortos em Cristo ressurgirão. Na ressurreição do Salvador, algumas tumbas foram abertas, mas em Sua segunda vinda todos os queridos mortos Lhe ouvirão a voz, saindo para uma vida gloriosa, imortal. O mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos, erguerá Sua igreja, glorificando-a com Ele, acima de todos os principados, de todas as potestades, acima de todo nome que se nomeia, não somente neste mundo mas também no mundo por vir.

Texto extraído do livro O Desejado de Todas as Nações, p. 779-787.

*Ellen G. White (1827-1915), escritora cristã norte-americana, exerceu o ministério profético por mais de 70 anos.


sexta-feira, 26 de abril de 2019

EVOLUCIONISMO, A GRANDE FARSA DE DARWIN


Mauro Corrêa

Nossas escolas insistem em ensinar o Evolucionismo como um fato indiscutível.

Desde as primeiras séries de nossos estudos vimos sendo familiarizados com uma explicação – no mínimo estranha – sobre a origem da vida: a teoria da evolução de Charles Darwin, soberana nos manuais de colégio.

No entanto, um grande número de escolas norte-americanas está excluindo de seus currículos o ensino do darwinismo. O motivo? Um fato certamente de pouca importância – e talvez por isso nunca seja mencionado no Brasil – : a evolução das espécies jamais foi provada cientificamente.

Paleontologia: faltam evidências

São extraordinárias as falhas e incongruências da teoria darwiniana. Há muito, ela deixou de ser unânime entre os pesquisadores, pois carece de métodos científicos e vem sendo desmentida por vários ramos da ciência.

A paleontologia é atualmente o principal argumento contra tal teoria.

Observando o documento fóssil, fica claro a existência de uma sucessão hierárquica das formas de vida ao longo do tempo. Quanto mais antigos os estratos fósseis, mais inferiores são as espécies da escala biológica.

Esse aumento da complexidade das formas de vida no decorrer da história é bastante utilizado pelos evolucionistas como uma argumento a favor de suas hipóteses. Coloca-se esses animais em sequência e tem-se a impressão de que uns descendem dos outros, como se constituíssem um filão genealógico, desde as formas de vida mais simples, até as atuais.

Mas há um problema que não pode ser ignorado: se a evolução de uma ameba, ao longo da história, deu-se de modo a resultar em seres mais complexos até chegarmos à vastidão infindável de organismos que temos hoje, então seria imprescindível que tenham existido milhares de formas de transição dos seres, passando de uma espécie até se tornarem outra, sucessivamente.

No que dependesse de Darwin seria assim. Entretanto, nunca foram encontrados esses animais de transição ¾ os elos perdidos ¾ entre as espécies.

Essa descontinuidade no registro fóssil é tão contundente para o evolucionismo, que o próprio Darwin afirmou que “talvez fosse a objeção mais óbvia e mais séria” à sua teoria. A confirmação da hipótese evolucionista ficou condicionada ao encontro dos elos perdidos. Mas passaram-se dois séculos e ainda continuam perdidos.

Quando vemos o aparecimento de novidades evolutivas, ou seja, o aparecimento de novos grupos de plantas e animais, isso ocorre como um estrondo, isto é abruptamente. Não há evidências de que haja ligações entre esses novos grupos e seus antecessores. Até porque, em alguns casos, esses animais estão separados por grandes intervalos de até mais de 100 milhões de anos.

O Dr. G. Sermont, especialista em genética dos microorganismos, diretor da Escola Internacional de Genética Geral e professor da Universidade de Peruggia e R. Fondi, professor de paleontologia da Universidade de Siena, no livro Dopo Darwin. Critica all’ evoluzionismo, afirmam nesse sentido que: “é se constrangido a reconhecer que os fósseis não dão mostras de fenômeno evolutivo nenhum... Cada vez que se estuda uma categoria qualquer de organismos e se acompanha sua história paleontológica... acaba-se sempre, mais cedo ou mais tarde, por encontrar uma Repentina interrupção exatamente no ponto onde ¾ segundo a hipótese evolucionista ¾ deveríamos ter a conexão genealógica com uma cepa progenitora mais primitiva. A partir do momento em que isso acontece, sempre e sistematicamente, este fato não pode ser interpretado como algo secundário, antes deve ser considerado como um fenômeno primordial da natureza.”

O exemplo mais gritante de descontinuidade no registro fóssil é o que encontramos na passagem do Pré-Cambriano (primeira era geológica), para o Cambriano. No primeiro encontramos uma certa variedade de microorganismos: bactérias, algas azuis etc. Já no Cambriano, repentinamente, o que surge é uma infinidade de invertebrados, muito complexos: ouriços-do-mar, crustáceos, medusas, moluscos... Esse fenômeno é tão extraordinário que ficou conhecido como “explosão cambriana”.

Ora, se a evolução fosse uma realidade, o surgimento dessa vasta gama de espécies do Cambriano deveria imprescindivelmente estar precedida de uma série de formas de transição entre os seres unicelulares do Pré-Cambriano e os invertebrados do Cambriano. Nunca foi encontrado nada no registro fóssil. Esse é, aliás, um ponto que nenhum evolucionista ignora.
Outro fato é que os organismos sempre permanecem os mesmos, desde quando surgem, até a sua extinção e quando muito, apresentam variações dentro da própria espécie.

Ainda mesmo que um animal apresentasse características de dois grupos diferentes, não poderia ser tratado como um elo real enquanto os demais estágios intermediários não fossem descobertos.

A riqueza das informações fósseis vem servindo contra os postulados evolucionístas. Várias hipóteses de seqüências evolutivas foram descartadas ou modificadas, por se tratarem de alterações no registro fóssil (tal como a evolução do cavalo na América do Norte).

O próprio pai da paleontologia, o Barão de Couvier, vislumbrou, nessa sucessão hierárquica do dos seres vivos, ao invés de uma evolução, uma confirmação da idéia bíblica da criação sucessiva. As grandes durações da história geológica, que à primeira vista parecem favorecer as especulações dos evolucionístas, fornecem, muito pelo contrário, objeções.

Cabe lembrar que Santo Agostinho, analisando a criação em seis dias no Gênesis, tem o cuidado de não interpretar dia como intervalo de 24 horas. O Santo Doutor interpreta dia como sendo luz, e luz dos anjos testemunhando a criação de Deus. Os seis dias falam de uma ordem na criação, e não propriamente de uma medida de tempo.

O mistério dos fósseis vivos.

Outra objeção à filogênese (evolução genealógica) é apresentada pelos fósseis vivos. Qual a razão que levou várias espécies, gêneros e famílias a atravessarem muitos “milhões de anos” (nas contas dos evolucionistas, é claro), sem sofrer o processo evolutivo que os evolucionístas gostariam de encontrar?

O celacanto é um peixe que aparece em estratos de 300 milhões de anos atrás. Conhecem-se fósseis desse peixe até em estratos do começo da era cenozóica, isto é, até 60 milhões de anos atrás. Pensava-se que o celacanto tivesse existido durante esse intervalo de tempo de 240 milhões de anos. Acontece que de 1938 para cá, vários espécimes, vivos e saudáveis, foram pescados no Oceano Índico.

Quer dizer: esse peixe atravessou 300 milhões de anos até nossos dias, enquanto que, de acordo com os evolucionístas, ao longo dessa duração houve evoluções de peixes em anfíbios, anfíbios em répteis, e répteis em mamíferos. (Obs: para o presente estudo, utilizamos a contagem de tempo hipotética dos evolucionistas. Sem que isso signifique uma adesão a esses números que buscam justificar a evolução).

Os foraminíferos e radiolários são seres unicelulares, cujas carapaças são responsáveis por grandes espessuras nas rochas sedimentárias. Os foraminíferos constituem uma das ordens biológicas que aparecem no Pré-Cambriano e que existe até hoje. Vários organismos se extinguiram ao longo do tempo que vai da era paleozóica superior a nossos dias.

Também fato científico estranho à Teoria. Porque esta faz remontar a origem dos animais pluricelulares aos animais unicelulares. Como explicar, então, que os foraminíferos e radiolários não se transformaram em animais pluricelulares, ao longo de tão dilatada história biológica? Grande mistério...

Seleção Natural: mecanismo anti-evolução

Alguém poderia perguntar: e a seleção natural, ocorre? Sim, ocorre. Mas não como Darwin a concebeu.

Vejamos o famoso exemplo das mariposas da Inglaterra. Inicialmente elas tinham coloração clara. Acontece que a Revolução Industrial trouxe grande emissão de poluentes e os troncos das árvores ficaram mais escuros.

Decorrido algum tempo, as mariposas teriam “evoluído”, tornando-se escuras.

Durante muito tempo, insistia-se que esse fosse um nítido caso de evolução. Mas o advento da genética mendeliana encarregou-se de negá-lo. Sabe-se hoje que, qualquer mudança nas características de uma espécie só ocorre por estar “contida” no seu material genético e a variação dar-se-á nos limites da carga genética dessa espécie, não passando disso. É o que aconteceu com as mariposas inglesas.

Elas eram claras e tornaram-se escuras porque em seu conjunto genético havia uma variação genética para a cor escura. As mariposas continuavam e continuam sendo mariposas. Assim como continuam a nascer mariposas claras.

Não houve, portanto, evolução. Na verdade, a seleção natural ocorre para que os seres permaneçam vivos em um meio ambiente cambiante. E à medida que possibilita a predominância das características mais vantajosas ou superiores em um determinado meio, torna os indivíduos mais parecidos e não mais diferentes. Portanto, não opera, uma diversificação. Ela trabalha como uma força conservadora.

Ademais, se a evolução existisse realmente, a seleção natural se encarregaria de barrar o seu processo, pois os seus mecanismos de atuação são antagônicos. Um ser vivo que desenvolvesse uma característica nova (patas, asas, olhos...) não se beneficiaria enquanto ela não estivesse absolutamente desenvolvida. Ao contrário, seria prejudicial. Por que a seleção natural iria favorecer um animal com um órgão em formação? Essa característica nova, além de não cumprir as funções da estrutura que a deu origem, ainda não desempenha a sua própria função porque ainda está em desenvolvimento.

Assim, pela teoria da evolução houve evoluções de peixes em anfíbios, anfíbios em répteis, e répteis em mamíferos e aves. Ora, um peixe que estivesse desenvolvendo características de anfíbios, patas por exemplo, nem nadaria e nem se locomoveria com destreza porque suas nadadeiras estariam se convertendo em patas. Pois bem, a seleção natural se encarregaria de eliminá-lo, por sua debilidade.

Golpe derradeiro: a genética

Quando ficou patente que a seleção natural por si só era incapaz de explicar o processo evolutivo as mutações foram escolhidas como uma tentativa de salvar a teoria evolucionista.
As mutações constituem a única hipótese potencialmente capaz de gerar uma característica nova.

Entretanto, elas não ocorrem para adaptar o organismo ao ambiente e nem há condições de se saber o gene a sofrer mutações. É um processo absolutamente fortuito.

Erros de leitura do DNA – o que é realmente raríssimo – causam as mutações. A mutação só acontece se a alteração no DNA modificar o organismo. Em geral, esses erros não provocam nenhum resultado porque o código genético está engendrado de modo tão formidável, que torna neutras as mutações nocivas. Mas quando geram efeitos, eles são sempre negativos.

Com efeito, não há registro de mutações benéficas e a possibilidade delas existirem é tão reduzida que pode ser descartada. Em seres humanos, existem mais de 6 mil doenças genéticas catalogadas, por exemplo, melanoma maligno, hemofilia, alzheimer, anemia falciforme. Essas doenças – e grande parte das catalogadas – foram localizadas nos genes correspondentes. Assim se todas as mutações que as causaram fossem corrigidas, teríamos uma espécie de homem perfeito. Esse é, aliás, um indício de que esse homem perfeito tenha existido, como é ensinado no Gênesis.

A genética, ao invés de corroborar a hipótese evolucionista, desacreditou-a ainda mais. Atestou a impossibilidade de que um organismo deixe de ser ele mesmo. As famosas experiências do biólogo T. Morgam com a mosca da fruta (geralmente citadas em manuais escolares) elucidam muito bem essa questão: As mutações, em geral, mostram deterioração, desgaste ou desaparecimento geral de certos órgãos; nunca desenvolvem um
órgão ou função nova; a maioria provoca alterações em caracteres secundários tais como cor dos olhos e pelos, sendo que, quando provocavam maiores modificações, eram sempre letais; os mutantes que se equiparam à mosca normal, no que diz respeito ao vigor, são uma minoria e, mutantes que tenham sofrido um desenvolvimento realmente valioso na organização normal, em ambientes normais, são desconhecidos.

Darwin fraudou

E se a realidade não colabora, pior para ela, diria Darwin. Os escândalos sobre falsificações foram uma constante na história do evolucionismo. O próprio pai da teoria fraudou. No seu livro “As expressões das emoções no homem e nos animais” foi utilizada uma série de fotografias forjadas a fim de comprovar suas hipóteses.

E ainda recentemente foi descoberto mais um embuste: o archeoraptor. Com uma imaginação bem apurada, muitos aclamavam esse achado como sendo a ligação entre as atuais aves e os dinossauros. Não passava de uma mistura mal-ajambrada de peças de diversos fósseis.

O evolucionismo não é científico!

Estamos diante de um fato insólito na história da ciência. A teoria da evolução, de Darwin a nossos dias, não só não se confirmou, mas se tornou cada vez mais insustentável. Entretanto, ela continua sendo defendida e propalada como verdadeiro dogma. É uma vaca sagrada contra a qual ninguém tem o direito de discordar, apesar de seu inteiro despropósito.

Porque tanta insistência? Haverá por detrás disso uma segunda intenção de seus propugnadores (ou pelo menos de uma parte deles)? Engels dá-nos uma pista numa de suas cartas a Marx: “o Darwin que estou lendo agora é magnífico. A teologia não estava destruída em algumas de suas partes, e agora isso acaba de acontecer”.

Reside nisso toda a questão. Aceita-se o evolucionismo para não se aceitar a Deus. Desde a sua origem, essa teoria esteve impulsionada mais pelo desejo de prover o ateísmo de fundamento científico, do que em encontrar a origem das espécies.

Atribuir ao acaso toda a ordem perfeita e harmônica do universo é um inteiro disparate. O cientista que toma essa atitude joga para trás todos os parâmetros científicos (em nome dos quais ele fala e lança mão de argumentos filosóficos que a própria ciência já desmentiu.

É impossível admitir o acaso como resposta para um fenômeno tão manifestamente racional como é o finalismo presente na organização do mundo. Mesmo Darwin sabia o quanto eram absurdas as suas formulações, e admitiu a que fins elas serviam: “estou consciente de que me encontro num atoleiro sem a menor esperança de saída. Não posso crer que o mundo, tal como vemos, seja resultado do acaso, e, no entanto, não posso considerar cada coisa separada como desígnio divino.”

Por tudo isso é que a teoria da evolução não pode reclamar para si a denominação de científica. A obstinação e a atitude de seus adeptos demonstram que o evolucionismo consiste em um movimento filosófico e religioso.

É uma concepção do universo para a qual nada mais é estável, tudo está sujeito a um eterno fluir. E mais ainda, tudo quanto há na vida social, desde o direito até a religião, foi fruto da evolução, inclusive a ideia de Deus.

Essa teoria se espalhou para todos os campos do conhecimento, sobretudo nas ciências humanas. E seus resultados foram funestos, não só para a pesquisa, mas também no campo prático, basta lembrar que ela serviu de fundamento para as mais mortais concepções de Estado que já existiram: o comunismo e o nazismo.

O evolucionismo funciona como fundamento do relativismo contemporâneo. Fato esse, aliás, o único capaz de explicar o porque de se defendê-lo com tanta contumácia, pois, uma vez derrubado este bastião, não há nada que justifique a ideologia relativista, nem na ciência e nem no senso comum das pessoas.

Enfim, encerramos mencionando a Quinta Via de Santo Tomás de Aquino, em que o Doutor Angélico lembra que a teleologia (fim inteligente) presente em todo o universo reclama a necessidade de Deus. “Vemos que algumas coisas, como os corpos naturais, carentes de conhecimento, operam em vista de um fim; o que se conclui de operarem sempre ou frequentemente do mesmo modo, para conseguirem o que é ótimo; donde resulta que chegam ao fim, não pelo acaso, mas pela intenção. Mas, assim como a seta é dirigida pelo arqueiro, os seres sem conhecimento não tendem ao fim sem serem dirigidos por um ente conhecedor e inteligente. Logo, há um ser inteligente, pelo qual todas a coisas naturais se ordenam ao fim, e a que chamamos Deus.”



quarta-feira, 24 de abril de 2019

CRISTO REALMENTE RESSUSCITOU?


Nilton Aguiar*
        
Quatro fatos reconhecidos por historiadores que confirmam a veracidade do relato bíblico sobre a ressurreição de Jesus

Um dos textos bíblicos que considero mais significativos é o de 1 Coríntios 15:14, que diz o seguinte: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé”. Essas palavras não poderiam ser mais verdadeiras. Como bem afirmou William Craig, filósofo e teólogo cristão, “o judaísmo pode sobreviver sem Moisés; o budismo, sem Buda; o islamismo, sem Maomé; o cristianismo, porém, não pode sobreviver sem Cristo” (Apologética Contemporânea, p. 276). A crença na ressurreição de Jesus se encontra no próprio cerne da religião cristã. De acordo com Paulo, ela é o próprio centro de nossa fé. Se o que as Escrituras afirmam a respeito da ressurreição não é verdade, então todas as crenças cristãs entram em colapso. Pensei em questões como essas nos últimos dias, enquanto o mundo cristão celebrava a Semana Santa. O domingo de Páscoa, que deveria ser chamado apenas de domingo da ressurreição, relembra o fato de que Cristo venceu a morte, saindo da sepultura para retornar ao Céu e continuar Seu ministério de redenção.

Infelizmente, cada vez mais o relato dos evangelhos acerca da ressurreição de Jesus vem sendo interpretado de maneira simbólica, visto que um número crescente de pessoas rejeita a ideia de uma ressurreição literal e histórica. Por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Instituto ComRes para a BBC em 2017 revelou que 23% dos cristãos britânicos não acreditavam na ressurreição de Jesus. Mais preocupante ainda foi o fato de 57% dos cristãos que frequentavam a igreja pelo menos uma vez por semana terem dito que não criam que Jesus tenha realmente ressurgido dos mortos. Quando observamos esses dados, nos perguntamos o que aconteceu com a Inglaterra de homens como John Wesley, William Carey, William Wilberforce, George Whitefield, Charles Spurgeon e John Stott? A fervorosa Inglaterra de Wesley tornou-se ateia nos tempos de Richard Dawkins.

Desde que pensadores cristãos, a exemplo de Rudolf Bultmann, reinterpretaram as narrativas dos evangelhos apenas como metáforas existenciais a fim de torná-las atraentes ao leitor moderno, um mar de relativismo inundou a igreja cristã, e provocou um esfriamento da fé como se vê em nossos dias. A grande questão é que os evangelhos também reivindicam a historicidade e autenticidade dos eventos ali narrados. Uma leitura fiel dos relatos da ressurreição de Cristo deve levar em consideração que os autores não estavam criando um conto de fadas, mas descrevendo acontecimentos que eles presenciaram (1Co 15:3-7; ver também 1Jo 1:1-4). Assim, nos perguntamos que evidências existem de que a ressurreição de Jesus é um evento histórico. William Lane Craig, que se tornou muito conhecido por seus debates com ateus, resume quatro fatos reconhecidos por historiadores, os quais apresentam fortes indícios de que nossa fé está fundamentada sobre firme alicerce (The Apologetics Study Bible: Real Questions, Straight Answers, Stronger Faith [A Bíblia de estudo apologética: questões reais, respostas diretas, mais firme fé, p. 1728-1734]).

1) Jesus foi sepultado por José de Arimateia em uma tumba. Se levarmos em consideração que havia muita hostilidade contra líderes judeus no período do cristianismo primitivo, é muito improvável que a história de que José de Arimateia, um membro da corte judaica, sepultou o corpo de Cristo, tenha sido inventada. Além disso, a história do sepultamento de Jesus não apresenta características de lenda. “Por essas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi, de fato, sepultado por José de Arimateia em uma tumba”, afirma Craig (p. 1728).

2) A sepultura de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de mulheres que O seguiam. Existem várias razões que atestam que são fidedignos os relatos dos evangelhos quanto ao fato de a tumba de Jesus ter sido encontrada vazia por um grupo de mulheres. Uma delas, e talvez a principal, é que, numa cultura patriarcal como a judaica, não se dava muito crédito ao testemunho de mulheres. Por essa razão, o fato de os evangelhos não omitirem que as coisas ocorreram dessa forma é uma forte evidência de que as narrativas são verdadeiras. Além disso, elas visivelmente não passaram por nenhuma espécie de embelezamento a ponto de parecer lendas. “Por essas e outras razões, a maioria dos estudiosos se apega firmemente à confiabilidade do testemunho bíblico a respeito da tumba vazia de Jesus”, acrescenta Craig (p. 1728).

3) Diferentes indivíduos e grupos viram Jesus vivo após Sua morte. Ainda que alguns críticos aleguem que os evangelhos são narrativas míticas, o que dizer da afirmação de Paulo em 1 Coríntios 15:5-8? Ele estava escrevendo uma carta, um gênero literário que tem a característica de ser tão factual quanto os evangelhos, que também se encaixam no gênero “biografia”. Além disso, não dependemos somente de um relato da ressurreição. As narrativas das aparições do Cristo ressurreto são múltiplas nos evangelhos, sem mencionar as cartas (1 Coríntios 15:5-8; Filipenses 3:9-10), os Atos dos Apóstolos (1:6-11) e mesmo o Apocalipse (1:12-16), para citar apenas alguns exemplos. “Mesmo os críticos mais céticos admitem que os discípulos viram Jesus vivo após Sua morte”, Craig completa (p. 1729).

4) Os discípulos creram “tão fortemente que Deus ressuscitou Jesus dos mortos que eles estavam dispostos a morrer por essa crença” (p. 1729). Diante desse fato, devemos nos perguntar: “Quem estaria disposto a morrer por uma lenda?” Se Jesus tivesse aparecido isoladamente apenas para uma pessoa após a ressurreição, alguém poderia considerar o relato dessa única testemunha como loucura ou devaneio. Mas o que dizer de um grupo que estava disposto a enfrentar mesmo as piores hostilidades de autoridades judaicas e romanas?

A melhor explicação para a pergunta acima, bem como para os fatos anteriores, é que Jesus realmente ressuscitou. Porém, a maior evidência da ressurreição de Jesus é a experiência pessoal de cada crente com o Cristo ressurreto, por meio do testemunho do Espírito Santo no coração (Rm 8:11, 16-17). Como ouvi alguém dizer: “Eu sei que Cristo está vivo porque eu falei com Ele nesta manhã”. Essa deve ser nossa experiência diária!

*NILTON AGUIAR, mestre em Ciências da Religião, é professor de grego e Novo Testamento na Faculdade Adventista da Bahia e está cursando o doutorado em Novo Testamento na Universidade Andrews (EUA)



segunda-feira, 15 de abril de 2019

CRISTO SE SACRIFICOU POR NÓS


Ellen G. White

Vemos, todavia, Aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem. Hebreus 2:9.

Deus criou o homem puro e santo. Mas Satanás o desencaminhou, pervertendo seus princípios e corrompendo sua mente, voltando seus pensamentos para uma direção errada. Seu objetivo era tornar o mundo inteiramente corrompido.

Cristo percebeu o temível perigo em que o homem se achava, e decidiu salvá-lo, sacrificando-Se a Si mesmo. Para que Ele pudesse realizar o Seu amoroso propósito para com a humanidade, Ele Se tomou osso dos nossos ossos e carne da nossa carne. “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. … Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tomasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” Hebreus 2:14, 15, 17-18.

Por intermédio do Espírito Santo um novo princípio de poder espiritual e mental seria trazido ao homem, o qual, associado à divindade, se tornaria um com Deus. Cristo, o Redentor e Restaurador, santificaria e purificaria a mente do homem, tornando-a uma força capaz de atrair outras mentes para Si. É Seu propósito, através do poder santificador e enobrecedor da verdade, dar aos homens nobreza e dignidade. Ele deseja que os Seus filhos revelem o Seu caráter, exerçam Sua influência, para que outras mentes sejam atraídas em harmonia com a Sua mente.

Por causa de nossa culpa, Cristo poderia ter-Se afastado de nós. Em vez de distanciar-Se, porém, ele veio habitar conosco, cheio de toda a plenitude da divindade, para ser um conosco, para que por meio de Sua graça pudéssemos alcançar a perfeição. Através de uma morte vergonhosa e sofrimento Ele pagou o preço de nossa redenção.

Assombro-me ao ver que cristãos professos não compreendem os recursos divinos, que não veem a cruz mais claramente como sendo o meio de perdão e absolvição, como o meio de colocar o orgulhoso e egoísta coração do homem em contato direto com o Espírito Santo, a fim de que as riquezas de Cristo possam ser incutidas na mente, e que o instrumento humano possa ser adornado com as graças do Espírito, para que Cristo seja louvado àqueles que não O conhecem.

Refletindo a Cristo [MM, 1986], p. 9.



sábado, 6 de abril de 2019

A QUALQUER MOMENTO


Fernando Dias*

Inesperada para alguns e aguardada por outros, a vida de Cristo surpreenderá a todos

Marcar datas para a segunda vinda de Jesus tem sido uma tentação para os cristãos ao longo da história. Adventistas e evangélicos em geral não estão livres dessa armadilha. Se a Igreja Adventista foi vacinada contra essa tendência no início do movimento, infelizmente ainda é possível encontrar especulações entre um ou outro movimento.

Por incrível que pareça, os primeiros discípulos já eram inclinados a especular sobre a data da segunda vinda de Cristo. “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da Tua vinda e da consumação do século”, eles pediram (Mt 24:3). Em Seu sermão profético (Mt 24-25), o Salvador os advertiu contra duas posturas errôneas: o sensacionalismo (capítulo 24) e a indiferença (capítulo 25). Ele sabia que somos susceptíveis a oscilar entre essas duas atitudes em relação a Seu retorno.

Mesmo hoje, muitos tentam marcar a data da vinda de Jesus ou dos eventos finais. Outros estabelecem uma data-limite e dizem que Cristo pode vir a qualquer dia antes do prazo que eles descobriram. Esses cálculos não autorizados por Deus (Mt 24:36) levam a negligenciar o preparo para o encontro com Cristo, pois ainda haverá algum tempo até o cumprimento da profecia, ou a desprezar a os demais aspectos da vida, já que o tempo seria tão breve que não valeria a pena cuidar mais.

Alguns somam um período de tempo mencionado na Bíblia à data de um fato com o fim de descobrir a data do cumprimento de uma profecia. Em 2018, quando o Estado de Israel completou 70 anos, alguns calcularam a data do “arrebatamento” a partir desse evento. O ano terminou e nada aconteceu, mas há ainda quem tente descobrir novas datas para o fim.

TEMPOS PROFÉTICOS

A Bíblia aponta períodos proféticos prévios à volta de Cristo. O profeta Daniel relatou: “Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas? Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão” (Dn 12:6-7). O homem vestia o mesmo traje que o sumo sacerdote usava no Dia da Expiação (Lv 16:4, 32) e representava Cristo, nosso sumo sacerdote celestial (Hb 8:1; 9:11), oficiando no Dia da Expiação antitípico (Dn 8:14; Hb 9:7), quando há um juízo prévio de cada pecador (Lv 16:29-33; 23:27-29).

Em vista da dúvida do profeta a respeito do “fim destas coisas” (Dn 12:8), Deus lhe revelou outros períodos de tempo: 1.290 dias (v. 11) e 1.335 dias (v. 12). Anteriormente, Deus já lhe havia revelado outros prazos proféticos: 2.300 “tardes e manhãs” (Dn 8:14, 26); 70 semanas proféticas (Dn 9:24-27), divididas em períodos de “sete semanas” e 62 “semanas” (v. 25) e uma última “semana”, com a unção do Messias no início da semana e Sua morte na metade desta (v. 26, 27).

Período de “um tempo, dosi tempos e metade de um tempo” (Dn 7:25; 12:7; Ap 12:14) equivale a três anos e meio, 42 meses (Ap 11:2; 13:5)) ou 1.260 dias (Ap 11:3; 12:6)). Aplicando o princípio de que, na profecia, um dia equivale a um ano (Nm 13:34; Ez 4:6), descobrimos um período de 1.260 anos de apostasia e opressão (Dn 7:25: Mt 24:22, 29: 2Ts 2:1-12; Ap 11:2, 3; 12:6, 14). Esse tempo se cumpriu entre os anos de 538 e 1798, respectivamente datas de ascensão e queda o papado como potência política.

O demais períodos de tempo previstos por Daniel também levam em conta o princípio profético dia/ano e se encaixam uns nos outros, conforme se pode ver no diagrama. Entender que esses períodos de tempo se relacionam entre si e seguem o princípio de que um dia equivale a um ano previne o sensacionalismo. O ano 457 a.C., data do decreto de partida para as profecias de tempo (Dn 9:25; Ed 7). As demais datas articulam entre si.

NÃO HAVERÁ MAIS TEMPO

Daniel selou o livro que escrevia (Dn 12:4). No Apocalipse, o apóstolo João viu um livro selado ser aberto (Ap 5:1-6:17; 8:1). À medida que o livro era aberto, ocorriam sinais da vinda de Cristo (Ap 5). Depois, João presenciou os seis primeiros anjos tocarem suas trombetas (Ap 8, 9), o que tipifica o anúncio do Dia do juízo (Lv 25:9; Js 6:5, 20; Is 27:13; 58:1; Jl 2:1). Então, antes de o último anjo tocar sua trombeta (Mt 24:31; 1Co 15:52; 1Ts 4:16; Ap 10:7; 11:15), João viu um “anjo forte” segurando um livro aberto (Ap 10:1).

Este anjo de Apocalipse 10 é semelhante a Cristo (ver Ap 1:12-16). Ellen G. White comentou: “O poderoso Anjo que instruiu João não era ninguém menos que Jesus Cristo” (Cristo Triunfante, p. 344). O Anjo aparece entre as nuvens (Ap 10:1), assim como o Filho do Homem veio entre nuvens até o Ancião de Dias para receber autoridade para julgar (Dn 7:13, 14). Como na visão de Daniel 12, o Anjo também faz um juramento: “Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora” (Ap 10:5, 6).

A palavra grega traduzida por “demora” é chronos, que significa “tempo”. A maioria dos tradutores da Bíblia parece não ter percebido muito bem o sentido na frase “já não haverá tempo” e preferiu traduzir chronos por “demora”. O verbo grego chronizo, derivado do substantivo chronos, significar “demorar” ou “atrasar-se” (Mt 25:5). O substantivo chronos, no entanto, nunca significa “demora”. Como se pode observar, há muitas semelhanças entre Daniel 12 e Apocalipse 10.

A diferença é que, enquanto na profecia de Daniel Cristo jurou que haveria períodos de tempo, em Apocalipse Cristo jurou que não haverá mais um chronos, isto é, um tempo. Por isso Ellen G. White escreveu: “Esta mensagem anuncia o fim dos períodos proféticos” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 108). Os períodos preditos por Daniel terminaram em 1844, quando se completaram os 2.300 anos e iniciou no santuário celestial o Dia da Expiação profético (Dn 8:14). Depois, não há mais profecia de tempo para se cumprir.

Ellen G. White enfatizou: “Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 188). “O tempo não tem sido um teste desde 18444, e nunca mais o será” (Primeiros Escritos, p. 75).

Deus, em Sua sabedoria, quis nos proteger dos perigos do sensacionalismo e da indiferença ao não nos revelar a data da vinda de Cristo e dos eventos que a antecedem. “E por que não nos deu Deus esse conhecimento? - Porque não faríamos dele o devido uso [...]. Não devemos viver em agitação acerca de tempo. Não nos devemos absorver com especulações relativamente aos tempos e às estações que Deus não revelou” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 189). Mais importante que saber quando Cristo virá, é preparar-se para encontrá-Lo.

*Fernando Dias, pastor e mestrando em Teologia, é editor na CPB

FONTE: Revista Adventista /Adventist World, março 2019, p. 44, 45.



ELLEN WHITE TINHA RAZÃO


Jo Ann Davidson*

Vários conselhos da pioneira adventista foram confirmados por uma professora ateia

Como adventista do sétimo dia de quarta geração, muitas vezes reflito na preciosa herança que herdei de meus pais. Certa vez, minha mãe mencionou: “A esta altura, as bênçãos de ser adventista certamente já estão infiltradas nos seus genes e cromossomos.” A guarda do sábado sempre fez parte da minha vida, assim como a confiança no dom profético de Ellen G. White.

Porém, enquanto crescia, eu ficava perplexa quando ouvia alguns adventistas questionando vários pontos dos escritos da mensageira do Senhor. Pensava comigo mesma que não tinha sentido o Deus da verdade não garantir a veracidade do registro das mensagens que confiou a Seus profetas. Por não me sentir à vontade para lidar com essas perguntas naquela época, coloquei-as de lado na “prateleira” da minha mente. Só as pegaria de volta mais tarde, quando meu esposo veio a ser pastor no Arizona e me matriculei no curso de Nutrição da universidade estadual. Essa experiência mudou minha vida.

BICARBONATO DE SÓDIO E VINAGRE

No primeiro dia de aula da disciplina de Nutrição Avançada, agucei meus ouvidos quando a professora começou a explicar a razão de ela não acreditar em Deus. Pensei: “Essa deve ser uma boa oportunidade para aprender os princípios nutricionais de uma pessoa ateia, que não tem uma ‘agenda’ para aprovar ou desaprovar os escritos de Ellen G. White.”

A professora Phillips lecionava na área de nutrição havia mais de 30 anos, e acabava de chegar ao Arizona, depois de ter trabalhado na Universidade Purdue, instituição conhecida por seu prestigiado curso de Nutrição. Depois da primeira aula com Phillips, matriculei-me em todas as matérias que ela lecionava.

Quando estudamos os aspectos nutricionais dos carboidratos e grãos, Phillips mencionou que o bicarbonato de sódio não deveria ser usado. Ela ecoou um conselho de Ellen G. White escrito há mais de 100 anos: “o emprego do bicarbonato ou fermento em pó no pão é nocivo e desnecessário. O bicarbonato produz inflamação do estômago, envenenando muitas vezes todo o organismo” (A Ciência do Bom Viver, p. 300).

Além disso, Phillips descreveu como o fermento em pó (químico) foi desenvolvido para ajudar os padeiros a fazer biscoitos sem os efeitos nocivos do bicarbonato de sódio. Ela afirmou que isso ajuda a balancear a acidez (pH) das massas assadas. Porém, alguns dos outros ingredientes podem desequilibrar o benefício pretendido. Ademais, quando adicionados à massa, tanto o fermento em pó como o bicarbonato de sódio podem reduzir a disponibilidade de vitamina C, riboflavina e tiamina, mas não de outras substâncias como a niacina e o ácido fólico. Por essa razão, quando possível, o fermento biológico é a levedura mais saudável a ser usada.

Sem mencionar por que eu estava curiosa, também perguntei à professora sobre o uso do vinagre. Ela havia mencionado em classe que o vinagre era feito de ácido acético diluído em muita água destilada. Questionei se ele realmente era perigoso. Ela respondeu: “Só depende de quão diluído você queira consumir seu veneno.”

Lembrei-me novamente do que Ellen G. White tinha escrito, várias décadas antes, sobre o efeito nocivo do vinagre: “As saladas são preparadas com óleo e vinagre, há fermentação no estômago, e a comida não é digerida, mas decompõe-se ou apodrece; em consequência, o sangue não é nutrido, mas fica cheio de impurezas, e surgem perturbações hepáticas e renais” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 345).

PROTEÍNA ANIMAL

Quando as aulas chegaram ao assunto da proteína, Phillips fez outra declaração que chamou minha atenção: “Sou ateia, mas o Deus dos hebreus estava certo.” Ela se referia à proibição ao consumo de gordura (Lv 7) e sangue de animais (Gn 9:4; Lv 17:14), ambos reconhecidamente nocivos ao corpo humano. Vale lembrar que, mesmo quando a gordura visível é removida, a musculatura do animal ainda fica com a gordura saturada e colesterol (“invisíveis”). Logo, se a gordura e o sangue pudessem ser completamente retirados da carne, ela perderia sua textura, aparência e sabor atraentes.

A professora Phillips explicou também que os seres humanos deveriam adquirir proteínas dos vegetais, e não “proteínas de segunda mão” na carne dos animais. Mas uma vez me lembrei de Ellen G. White: “Os que se alimentam de carne não estão senão comendo cereais e verduras em segunda mão; pois o animal recebe destas coisas a nutrição que dá o crescimento. A vida que se achava no cereal e na verdura passa aos que os ingerem. Nós a recebemos comendo a carne do animal. Muito melhor é obtê-la diretamente, comendo o que Deus proveu para nosso uso” (Orientação da Criança, p. 382). Phillips insistiu que os seres humanos foram ensinados a pensar que precisam de grande quantidade de proteína, quando, na verdade, precisam mesmo é de muitos carboidratos (energia), preferencialmente não refinados.

A professora passou então para um assunto que me deixou horrorizada: o sistema de alimentação de animais confinados. Aprendemos sobre o tratamento recebido por animais como galinhas, gansos, perus, vacas, bezerros, porcos, peixes e cordeiros criados para o abate. Somente nos Estados Unidos, todos os anos, bilhões desses animais são confinados a condições terríveis, a fim apenas de satisfazer o paladar pervertido dos seres humanos.

Na época, eu não fazia ideia de que essas coisas aconteciam. Mais uma vez, lembrei-me de um texto de Ellen G. White em que ela falou que a carne nunca foi o melhor alimento para o ser humano: “Seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as doenças nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. Os que comem alimentos cárneos mal sabem o que estão ingerindo. Frequentemente, se pudessem ver os animais ainda vivos, e saber que espécie de carne estão comendo, iriam repelir enojados” (A Ciência do Bom Viver, p. 313).

A professora Phillips nunca soube por que eu era tão interessada em nutrição. Ela confirmou, com mais firmeza do que eu podia imaginar, muitos dos princípios dados por Ellen G. White. Fui convencida de que Deus deu aos adventistas a chance de ser “luz do mundo”. Pena que temos sido tão lentos em ser a bênção que poderíamos ser.

*Jo Ann Davidson, PhD, é professora de teologia sistemática na Universidade Andrews (EUA)

FONTE: Revista Adventista/Adventist World, março 2019, p. 24, 25.

terça-feira, 2 de abril de 2019

DE PUBLICADOR DO REINO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ A ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA


Nascido em um lar testemunha de Jeová, meus pais sempre me ensinaram a importância de educar segundo os caminhos de Deus (Provérbio 22:6). Desse modo, fui treinado para expandir meu ministério desde criança, colocando no coração e na mente a importância de ser um missionário zeloso. Os métodos que meus avós e pais utilizaram para eu crescer segundo a vontade de Deus consistiram em me instruir ensinando princípios bíblicos e histórias vívidas e interessantes, como as que se encontram na Bíblia. Com 14 anos de idade, após ter estudado vários livros e passado por vários treinamentos ministeriais, aceitei a doutrina da organização Sociedade Torre de Vigia e fui batizado. Após doze anos como “publicador das boas-novas” das Testemunhas de Jeová (mais conhecido como missionário), deparei-me com erros graves ao comparar alguns textos da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM) com outras traduções da Bíblia, principalmente textos que se referem à divindade de Jesus Cristo e ao Espírito Santo, muitos dos quais foram alterados propositalmente para rebaixar a pessoa de Cristo e colocar o Espirito Santo como uma “força ativa”, não como um agente divino para nossa salvação.

É importante destacar que não é a sinceridade nem a fé de cada testemunha de Jeová que está em questão, mas, sim, que a TNM é uma paráfrase e não uma tradução literal dos idiomas originais. É uma obra deturpada, tendenciosa e cheia de interpolações. Creio que a Comissão da Tradução do Novo Mundo mudou o texto bíblico para se adequar à sua própria doutrina.

Quando percebi que não estava pregando a verdade sobre a pessoa de Cristo e o Espirito Santo, tomando como base a TNM, escrevi uma carta para a comissão judicativa de superintendente e ancião qualificados das testemunhas de Jeová para debater sobre o assunto. Uma semana depois de terem recebido a carta, marcaram uma reunião comigo. O encontro durou oito horas, e ao perceberem que estavam se deparando com verdades bíblicas descritas em Apocalipse 22:18 e 19, não tiveram argumentos convincentes. Logo depois mostrei o texto de Colossenses 2:9 que sofreu alteração na TNM: a palavra original “divindade” foi trocada por “qualidade divina”, para rebaixar a pessoa de Jesus Cristo. A comissão da TNM perverteu e adulterou essa passagem na “Bíblia” deles, retirando a real força de Cristo como divino.

Ora, “qualidade divina” não é a mesma coisa que “divindade”, visto que qualidade divina todo homem mortal tem, ao passo que divindade se refere diretamente a Deus.

Depois de muito debate, não só em torno de um texto, mas de vários, a comissão judicativa das testemunhas de Jeová me desassociou, e logo em seguida assinei um documento segundo o qual a partir daquele eu não mais seria testemunha de Jeová. Naquele mesmo dia, comecei a orar a Deus fervorosamente, pedindo que Ele me revelasse a Verdade. Passei então a frequentar e estudar algumas igrejas da cristandade, porque sempre tive em mente que a Bíblia é regra de fé e prática, e que eu devia estudá-la diariamente, mantendo um estudo regular da Palavra de Deus e muita oração.

Em junho de 2014, resolvi visitar uma igreja batista para frequentá-la, sendo que estava com o desejo de pertencer àquela denominação. Mas não sabia o que Deus estava guardando para a minha vida. Quando estava indo visitar a igreja batista da Olaria, na cidade de Porto Velho, RO, em um culto de domingo, ao caminhar, estava em frente a uma igreja adventista do sétimo dia (central de Porto Velho), que se encontra na mesma rua da igreja batista. Quando eu estava passando na frente do templo adventista, senti que o Espírito Santo estava me guiando e me chamou para entrar naquele templo adventista. Daquele momento em diante, comecei a perceber que Deus estava agindo na minha vida (Romanos 8:14).

Assisti ao culto e permaneci observando tudo, sendo que eu nunca tinha visitado um templo adventista. O que mais me chamou a atenção naquela reunião de Classe Bíblica Novo Tempo foi a segurança do orador em suas palavras, tomando como referência textos bíblico em tudo o que dizia.

A cada minuto que passava eu ficava mais convencido de que o Espírito Santo estava naquela igreja, porque não vi o orador dialogando com pseudodemônios e, muito menos, esses demônios incorporando em pessoas. Quando terminou o culto, sai da igreja adventista do sétimo dia convencido de que naquela igreja estava a verdade. Logo em seguida, resolvi aceitar um estudo bíblico. Depois de alguns meses de estudo, aceitei o dom de salvação, e no dia 19/10/14 fui Batizado por imersão nas águas, tornando-me membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Hoje sou ancião da Igreja Adventista Areal Central de Porto Velho, trabalho também como diretor do Ministério Pessoal da minha igreja, faço parte da equipe distrital de Mordomia e pretendo seguir a “carreira” de pastor. Sabe qual é a minha missão hoje? Evangelizar as testemunha de Jeová, porque sei que existem lá pessoas sinceras que precisam conhecer a verdade que eu conheci.

Um ano depois da minha conversão, recebi outra benção do Criador: conheci e casei na igreja adventista com uma mulher virtuosa chamada Noêmia Carvalho, diretora do Departamento de Saúde da nossa igreja.

Agradeço a Deus por ter ouvido minhas orações e guiado minha vida por meio da Igreja Adventista e de Seu santo Espírito.

(Elison Ferreira é ancião da Igreja Adventista Areal Central de Porto Velho)