Teologia

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

RESPOSTA A UM PASTOR SOBRE SÁBADOS E DOMINGOS, SEGUNDO AS ESCRITURAS



Waldecy Antonio Simões 

Outro dia, perguntei por e-mail a um pastor, chamado Daniel, se a congregação dele ensinava a santificar o sábado ou o domingo. Eis a resposta dele:


“A guarda do sábado foi substituída pela guarda do domingo, pois foi no domingo que Cristo ressuscitou, e os seus discípulos a partir dali passaram a guardar o domingo como dia de adoração”.


Escrevi, retrucando a ele que se houvesse um só preceito no Evangelho que nos ensinasse que o sábado foi abolido dos Dez Mandamentos, em Êxodo, 20, que me mostrasse, pois eu não encontrei nada igual.  Além disso, o dia da ressurreição de Jesus foi bem menos importante que a Morte. Pela morte e pelo sangue de Jesus fomos redimidos, e não por sua ressurreição. Isso está bastante repetido tanto no Evangelho e até em Isaías, 53.5. Eis a resposta do pastor Daniel:


“Prezado irmão, a história da igreja revela o fato de os cristãos terem adotado o domingo, que era chamado de "primeiro dia da semana" para se congregarem para cultuar a Deus. Veja o preceito abaixo:


“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite”. Atos, 20.7.


Respondi a ele que o partir do pão ali, não significava um tipo de missa que temos hoje, por vários motivos:


Primeiro temos de considerar que se fosse uma reunião de relembrar o sacrifício de Jesus, Paulo teria citado o vinho, pois não pode haver pão sem o vinho. O próprio Paulo, em I Coríntios, 11.28, quando descreve uma reunião, esta sim, para relembrar o sacrifício de Jesus, se refere, também ao vinho.


Segundo, temos de considerar que não era somente aos domingos que os cristãos partiam o pão. Eles partiam o pão todos os dias e de casa em casa, segundo o preceito colocado mais abaixo. Partir o pão naquela época significava a distribuição entre de bens dos que tinham mais aos que tinham menos. Tratava-se de reuniões da caridade.

Perseveraram na doutrina dos apóstolos, nas reuniões comuns, na fração do pão e nas orações. Toda gente estava com temor. Atos dos Apóstolos, 2. 42.


Vejamos Paulo se comunicando com a Igreja:


“No primeiro dia da semana, cada um de vos ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando para que não se faça coleta quando eu tiver chegado. Enviarei, por carta, para que sejam levadas as vossas dádivas à Jerusalém, aos que necessitam”.  I Carta aos Coríntios, 16.1 a 3.

Principalmente os padres veem aqui, em conjunto com Atos, 20.7, um tipo de missa, mas não se tratava do recolhimento de ofertas num tipo de missa, pois Paulo avisa: “Ponham de parte, em casa”. Cada um teria de separar, em casa, as coletas, e não numa reunião de culto.

O exemplo acima é usado pelos que defendem o domingo, mas esse exemplo lhe sai pela culatra, pois partir o pão na Igreja Primitiva NÃO significava a distribuição do pão como a atual missa ou a Eucaristia, pois o apóstolo pede para ajuntarem bens para repartir, no primeiro dia da semana, pois no sétimo dia não é um dia indicado para ações que requerem trabalhos que podem ser adiados para o dia seguinte:  Além do mais, revela que os cristãos da Igreja Primitiva partiam o pão de casa em casa, todos os dias.
Os cristãos da Igreja Primitiva partiam o pão de casa em casa e não só aos domingos ou aos sábados, mas em todos os dias.

“Perseveravam unânimes em oração no templo, PARTIAM O PÃO DE CASA EM CASA e tomavam as suas refeições com alegria”. Atos, 2.46.

Não era só no primeiro dia da semana que Paulo recolhia as dádivas:

 “Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem, de antemão, as vossas dádivas já anunciadas (...)” II aos Coríntios, 9.5.

“(...) como também aceitastes, com alegria, dividir o espólio de vossos bens (...)”. Hebreus, 10.34. Partir o pão dos cristãos da Igreja Primitiva, também era dividir tudo.

Aqui está bem claro que partir o pão na Igreja primitiva não significava realizar missas com a atual Eucaristia, mas, sim, obedecer fielmente os preceitos de Jesus quanto à caridades real, no qual os menos favorecidos eram beneficiados. Por isso, a alegação de que os apóstolos guardavam o domingo, pois “nesse dia partiam o pão” é pura enganação para tentar justificar esse erro grave do catecismo. 

Atos, 5, inteiro, há notáveis exemplos, contundentes e esclarecedores, sobre a divisão do pão entre os primeiros cristãos.

Na verdade, Paulo pregava todos os dias e, por isso, as reuniões não tinham de ser necessariamente realizadas aos sábados ou aos domingos. Mas as inserções em Atos dos Apóstolos 13.14 e 41, sim, nos revelam claramente que os cristãos praticavam o culto de adoração aos sábados, e não apenas reuniões de divisões de bens ou de partilhas de pão. Todo o exposto, aliado, principalmente, ao preceito em Mateus, 5.17, invalida qualquer argumento contrário. Disse ao meu pastor que quem tentar argumentar tal Verdade invocando qualquer tradição não estará praticando a honestidade.

O pastor Daniel, então, escreveu-me dizendo que não há um só preceito direto no Evangelho que repita o Mandamento do sábado. Respondi a ele:

Não só o mandamento do sábado não está explicito colocado de modo direto no Evangelho, mas também, mandamentos como “Não farás estátuas e ídolos e nem lhes prestará culto”, mas esses dois mandamentos eram tão obrigatórios, que tanto os cristãos quanto os judeus os observavam com tanto apego e ênfase que não foi necessário “martelar” sobre os dois, tal como foram repetidos os preceitos não adulterar, amar o irmão e assim por diante. No mais, o Mandamento do santo sábado está intrínseco no Evangelho, pois revela claramente que Jesus guardou o sábado e também toda a Igreja Primitiva, cujos preceitos afins estão colocados mais abaixo. Pra completar, para o cristão não há só o Evangelho, de outra forma a nossa Bíblia seria impressa sem o Antigo Testamento, e Jesus não teria, por tantas vezes citado os antigos profetas e não teria aparecido no monte junto com dois dos maiores profetas do Antigo Testamento: Elias e Moisés, o mesmo profeta dos Dez Mandamentos (Lucas, 9.30).


Depois disso, o pastor Daniel enviou-me vários preceitos constantes de Gálatas, insinuando que Jesus nos libertou das leis, as leis que nos escravizavam, como estão colocados mais abaixo. Respondi a ele:

Meu amado pastor Daniel. Muito obrigado sempre por me atender. Tenho, por todos esses dias desse novembro, buscado e rebuscado as Escrituras, tanto a Nova quanto a Antiga, para tentar entender o que aconteceu com o sábado do Senhor e se existe alguma possibilidade de eu encontrar pelo menos um preceito direto e esclarecedor que possa indicar, com segurança, que Jesus trocou o sábado pelo domingo. Mas está muito difícil. Jamais isso será possível, percebi.


Como tenho passado todos esses dias inteiros lendo e meditado bastante sobre tudo o que o senhor tem escrito, principalmente dessa vez, peço, encarecidamente, para que leia com atenção os textos que coloquei abaixo, que escrevi depois de estudar bastante, acompanhado de jejum e de orações para que o Senhor Deus me concedesse sabedoria e discernimento sobre a sua Palavra.  Faço isso porque estou levando tudo muito a sério.  Por tudo isso, cada vez mais consciente de que as tradições religiosas cristãs podem ser contestadas quando notamos que fogem da Palavra de Deus, nem que seja em alguns pontos, cheguei ao seguinte resultado, abaixo colocado. É um tanto longo, mas completamente esclarecedor e não precisa ler de uma vez. Mantive as suas colocações em vermelho, para melhor entendimento. Espero, de coração, que o senhor me responda. Mas, por favor, em o Santo Nome do Senhor, eu lhe peço: não importa que se passem os dias, mas leia tudo devagar e depois, por favor, me responda.


Bem, o amado pastor Daniel deve concordar Senhor Deus, segundo Gênesis, estabeleceu o Sétimo Dia como dia universal de descanso e como um dia santo e abençoado. Não é isso?


“E, havendo Deus terminado a sua obra no sétimo dia, que fizera, descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito.  E abençoou Deus o sétimo dia, porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”. Gênesis, 2.1.


O Criador, dando o exemplo ao descansar, instituiu um dia de descanso aos homens entre os sete dias da semana. O Criador construiu esse dia para que o homem pudesse descansar, mas ao mesmo tempo santificou esse dia como sendo um Sinal entre ele e o homem.


“Dei-lhes meus estatutos e lhes fiz conhecer os meus juízos, os quais, cumprindo-os, o homem viverá por eles. Também lhes dei os meus sábados, para servir de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu, o Senhor, os santifica”. (santifica os sábados)   Ezequiel, 20. 11 e 12.


Ora, no Evangelho do Espírito Santo de Deus está legitimado, repetidamente, o preceito de que o Senhor não faz distinção de pessoas, então, se não faz, esse preceito não foi instituído somente para os judeus, pois se fosse “coisa de judeus”, nós teríamos de passar a abominar os Salmos, Isaías, Gênesis, Malaquias, pois seriam, também, “coisas de judeus” e Jesus não poderia ter citado tantas vezes os profetas antigos. Então, esse preceito é Universal: o santo e abençoado sábado AINDA é um Sinal entre o Senhor e a Humanidade, queiram ou não!


Não encontrei registros bíblicos que mostrassem que as primeiras gerações, em Gênesis, santificavam os sábados, mas entende-se que os que amavam ao Senhor, se espelhassem nele, pois pelo menos no deserto, antes de Moisés receber as tábuas da Lei, vê-se, claramente, que os israelitas já santificavam os sábados (não se sabe havia quanto tempo), preceito que deve ter si observado quando ainda se chamavam hebreus:


“Seis dias colhereis (maná), mas no sétimo dia é sábado, nele não haverá”. Êxodo, 15.26. Isso foi antes do evento Monte Sinai.


Veja um detalhe importante a que cheguei meditando, amado pastor Daniel: Como o Senhor Deus santificou o sábado e o legou aos homens como um Sinal entre ele e o homem, logo, não havia escravismo algum em o homem santificar os sábados, antes e depois do Monte Sinai. Por que hoje, os domingueiros atentam contra o santo e solene sábado afirmando que esse dia escraviza? Não tem lógica alguma. Não tem fundamento bíblico algum, pois quando Paulo citava as leis que escravizavam, que matavam se referia às leis das ordenanças judias, sendo uma delas a dolorosa circuncisão que os Gálatas tentavam impor aos pagãos recém-convertidos, como veremos abaixo, no assunto Gálatas. Vejamos um exemplo claríssimo disto:


As leis que escravizavam, conforme Paulo, nesse caso aqui, a lei que escravizava era a lei da circuncisão, dolorosa, se praticada em adultos:


“Para a liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de Cristo nada se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.


Meu amado pastor Daniel, o senhor não poder negar que aqui está mais que provado que, quando Paulo se referia às leis que escravizavam, que submetia o homem à escravidão eram, mesmo as leis judias das ordenanças das tradições antigas. Está bem claro que JESUS LIVROU os cristãos emergentes desse tipo de escravidão, que nada tem a ver com os Dez Mandamentos! Ora, como poderia qualquer um dos Dez Mandamentos escravizar o homem?  Não poder matar a outro escraviza o homem? Ou a partir de Jesus o Cristão o homem “livre do jugo da escravidão” pode matar? Ou será que essa escravidão da qual Jesus nos libertou se dá apenas com o sábado? Ora, por que o sábado escravizaria, se foi criado para ser um Sinal entre o homem e o seu Criador? Como poderia o sábado escravizar, se Paulo se referia ÁS LEIS, e não há uma só lei?


Concluí que se Jesus pregou na cruz os Dez Mandamentos a favor da liberdade, eu pergunto? Ora, agora eu posso roubar, posso adulterar, posso tomar o santo Nome do Senhor em falso testemunho; posso construir imagens e venerá-las? Como poderia Jesus ter excluído o santo e solene sábado a favor da “liberdade” se ele mesmo o guardou e até toda a Igreja Primitiva, cujos preceitos claríssimos a respeito dessa verdade estão abaixo colocados?


A respeito disso, li em pesquisas pela Internet, a colocação do pastor evangélico Orlando Spencer Boyer, da Assembleia de Deus, comentarista, escritor, pastor, professor e autor de alguns livros, quando registrou as palavras abaixo sobre os Dez Mandamentos:


"Não se deve pensar que não existia nada destes mandamentos antes de Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens, desde o princípio”. Pequena Enciclopédia Bíblica, pág. 198
.

No fim desse escrito há várias colocações de personagens da História sobre o sábado.


Bem, meu amado irmão Daniel, note que o sábado foi o único dia em que o Senhor abençoou. Não abençoou o primeiro dia, mas o sétimo dia, e o que o Senhor abençoa essa bênção tem de permanecer para sempre, pois ele não muda. Esse preceito está bem claro no Evangelho:


“Toda dádiva e todo dom perfeito vem lá do alto, do Pai das Luzes, em quem não pode haver variação, ou sombra de mudanças”.  Epístola de Paulo a Tiago, 1.17.


“Porque eu, o SENHOR, não mudo”. O Senhor Deus imutável, em Malaquias, 3.6.


Portanto, o que o Senhor realiza está realizado, pois como dizem: Palavra de rei não volta atrás. Com exemplos disso, quando o Senhor determinou que as dores do parto das mulheres seriam aumentadas, hoje, depois de todos os séculos passados, isso não mudou, mesmo tendo Jesus demonstrado muito amor às mulheres. Da mesma fora, hoje, as pessoas honestas ainda têm de ganhar a vida no suor, mesmo Jesus tendo demonstrado imensa compaixão por homens e mulheres.


Somente por isso, meu amado pastor Daniel, se fosse possível concretizar a teoria do afastamento do sétimo dia abençoado pelo Senhor, teria de estar absolutamente Escrito de modo claro e repetitivo por vários livros do Evangelho e Jesus não poderia ter dado exemplo à sua Igreja ao guardar o sábado, pois ao guardá-lo a Igreja Primitiva continuou a guardá-lo antes e depois da ressurreição de Jesus, como está absolutamente claro e sem dupla interpretação, em Lucas, 4.16 – Lucas, 23.55 – Atos 16.13 e Atos, 13.41.


Outro dia, um bispo católico, se não me engano dom Jayme, quando eu disse a ele que todas as perseguições que sofreram os apóstolos de Jesus foram todas relatadas no Evangelho, com detalhes, e se os fariseus fizeram escândalo apenas pelo fato de os apóstolos comerem sem lavar as mãos, imagine o escândalo que não seria e a revolta com mortes que poderia acontecer se um só dos apóstolos desrespeitasse os sábados e ensinasse assim ao povo cristão.  Disse então eu ao bispo, também, que algumas colocações de Paulo foram reprimidas com alto rigor, desde as cinco vezes em que foi chicoteado até o apedrejamento quase com óbito, mas que em nenhuma dessas vezes a ira farisaica deu-se pelo fato de Paulo desrespeitar ou pregar uma só frase contra o sábado. Mas esse bispo, o mesmo das Apologéticas Católicas (um montão de erros que dá dó, por sinal) numa cara de pau sem par, respondeu-me que os apóstolos guardavam o domingo em surdina, exatamente por causa dos fariseus judeus. 


Respondi ao bispo até um tanto irado com tal farisaísmo: “Quando foi que um só dos apóstolos teve medo dos homens depois de receber as línguas de fogo da iluminação? Ao contrário, os Atos dos Apóstolos nos mostram, absolutamente claro, que em defesa da Verdade enfrentavam os reis como realmente enfrentaram. No mais, se a sua teoria pudesse ter um cunho de verdade, a religião de Jesus teria sido propagada na mentira e vivida na mentira. Pode?”


Lendo, estudando e meditando, concluí que se nós pudéssemos honrar aos ídolos e prestar-lhe culto depois de Jesus Cristo, essa modificação das Dez Leis teria de estar repetidamente colocada nas escrituras, REVOGANDO as explícitas proibições quanto a isso, da mesma forma temos de ver o sábado.


Veja, meu amado pastor Daniel, não existe uma Antiga Lei, primeiro por que Jesus as legitimou no Evangelho, a começar de Mateus, 5.17 e seguintes (não há como interpretar diferente), segundo por que a cerimônia da entrega aos homens dos Dez Mandamentos foi antecedida de diversos aspectos que fizeram dessa entrega divina um evento de grandiosidade sem par, pois foi o próprio Criador o Personagem Maior desse evento e o resultado desse ato santo por certo é válido para sempre, pelo menos até a Consumação dos Séculos. O Senhor nos outorgou, pessoalmente, a Dez Leis. O Senhor Grandioso se apresentou ao homem, sua Criação, e COMO O FOGO DE SEU OLHAR, ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS na rocha e entregou-os aos homens POR DUAS VEZES.


Veja, meu amado pastor, isso não parece e nem pode ser, de modo algum, coisa provisória, pois o resultado do Monte Sinai foi depositado na Arca da Aliança, que de tão importante para o Senhor Deus foi enfeitada com dois grandes querubins de ouro como se fossem os guardiões divinos dela, e ela e vai surgir no Céu no dia da Volta de Jesus, como está abaixo colocado.  Para recebê-las, Moisés teve de jejuar por 40 dias, em oração. Depois de quebrar as tábuas, teve novamente de jejuar por 40 dias antes de recebê-las, novamente, das mãos de Deus. Por isso tudo, não há como as Dez Leis “ficarem velhas”, “obsoletas” ou “caducas”, ou mesmo “pregadas na cruz com Jesus”, a maior das asneiras que já ouvi neste nosso mundo, senão os Salmos estariam velhos e caducos; Isaías estaria velho, assim como Daniel, Gênesis e Malaquias estariam velhos e ultrapassados.


Prezado irmão Waldecy, Mt.5:17 diz que JESUS é quem veio cumprir a lei, e na seqüência do texto Jesus não menciona o sábado. Jesus realmente cumpriu toda a lei, estabelecendo o fim da Velha Aliança...


Depois de muito meditar sobre esse preceito acima, creio que posso dizer: Cuidado meu amado pastor. Creio que não deve escrever ou ensinar coisas que não têm certeza e coisas que afetem a legitimidade do que o Senhor Deus nos repassou por Jesus. Se o senhor ler Mateus, 5.17 e seguintes, que constituiu um dos primeiros recados que Jesus, vai ver que está errado.  Ali, no recado de Cristo a todos, Jesus NÃO estava estabelecendo o fim da Velha Aliança, mas estava CONFIRMANDO esse Legado de Deus, com todas as palavras, com todas as letras e com todas as vírgulas, ainda o Único Mandamento abençoado e nomeado de Santo e Solene e ainda o Mandamento mais extenso em Palavras.


Simão Pedro, que falava pelo Espírito Santo de Deus, após receber as línguas de fogo da sabedoria, discursava ao povo em geral, revelando que TODOS nós somos herdeiros das obrigações e das promessas do Senhor:


“E todos os profetas, a começar por Samuel, assim como todos os que depois falaram, também anunciaram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas  e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da Terra”.  Atos dos Apóstolos, 3.24 e 25.

“(...) Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus (...)”.  Efésios, 2.19.

Então, amado pastor, por esse verso acima podemos entender, facilmente, que nesse momento Simão Pedro pregava ao povo, e faziam parte desse povo os filhos de várias nações da Terra, tal como os partos, os medos, os judeus, os egípcios, os homens da Mesopotâmia, da Capadócia, da Frigia, da Líbia, de Cirene, de Creta, da Arábia e de Roma, aos quais os discípulos de Jesus tentavam converter à Nova Religião de Jesus.  Ver Atos dos Apóstolos, 2.9, no qual nos revela que quando Pedro falava, se dirigia a todos, a todo o mundo, e não só aos israelitas, por isso mesmo, sendo nós os herdeiros dos israelitas, herdamos as bênçãos com também as obrigações, no caso mais específico os Dez Mandamentos, no qual se insere, solenemente, o sábado tão insistido por Deus na santificação desse dia. Mesmo porque, para Deus, somos todos iguais:

Pedro, então, tomou a palavra e disse: “Em verdade Deus não faz distinção das pessoas (...)”.  Promessas do Senhor Deus,  em  Atos dos Apóstolos,  10.34.

Veja, meu amado pastor Daniel, o último dos livros do Antigo Testamento, o profeta Malaquias, falando por Deus, MISTURA ou LIGA os Dez Mandamentos com o dia da Volta de Jesus, inviabilizando qualquer tentativa de inventar que Jesus acabou com as Dez Leis:

Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual prescrevi a Israel, a saber, os estatutos e juízos. Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o terrível Dia do Senhor”.  Malaquias, 4.4 e 5.  Portanto, se Gálatas, 3.29 está revelado que somos os legítimos herdeiros dos israelitas, por conseqüência somos também os herdeiros dos Dez Mandamentos, onde está intrínseco o santo sábado. Afinal, quem pode julgar que o antes que venha o terrível Dia do Senhor será executado apenas aos judeus?
Também Paulo se referia aos Dez Mandamentos com o maior carinho:

 “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na Lei de Deus”.  Romanos, 7.22.
Não foram as 613 leis de Levítico que Moisés recebeu, nem poderia, como também Jesus, no Sermão do Monte NÃO legitimou as 613 leis de Levítico, mas apenas 10 delas, as do Monte Sinai. As demais leis de Levítico, essas sim, foram alvos da recriminação de Paulo, principalmente por todos os cinco livros de Gálatas.  Não podemos confundir ou misturar as leis das ordenanças judias, tais como a da circuncisão, do sacrifício de animais no templo, do apedrejamento, da segregação racial, do amor aos amigos e ódio aos inimigos, todas elas anteriormente praticadas pelo apóstolo Paulo antes da sua conversão, e depois abominadas pelo mesmo Paulo por todos os livros de Gálatas.  Paulo também legitimou as Dez Leis, por várias vezes, como veremos abaixo.


Quanto ao fato de Jesus não mencionar o sábado quando legitimou os Dez Mandamentos, no Sermão da Montanha, não mencionou, também, outras sete das Dez Leis, e nem por isso elas perderam a Validade. Jesus citou somente as leis que queria que fossem agravadas, mais ainda, em seu conteúdo, em sua observação, a partir da Nova Mensagem. Jesus legitimou os Dez Mandamentos no Sermão do Monte e ainda dificultou, mas ainda, a observância de três deles. Exemplo: Não adulterarás: Não bastaria, a partir dali, não só manter as proibições quanto às relações sexuais fora do casamento, pois na defesa do pudor, hoje não se pode manipular revistas de mulheres nuas ou nas páginas da Internet; não se pode mais manter desejos de conquistas ilegítimas e nem dar uma de lobo fora do casamento ou mesmo manter ávidos desejos por qualquer mulher e por aí afora, pois vai longe.  Da mesma forma, assim Jesus se referiu ao “Não Matarás”.


Quanto ao sábado, não havia necessidade de aumentar a carga da observância do Mandamento santo e solene, pois o sábado sempre foi altamente sagrado aos judeus, também aos da Igreja Primitiva. Ao contrário dos três Mandamentos sobre os quais Jesus aumentou a carga da observância, como o Mandamento do sábado aconteceu o contrário: Jesus retirou do sábado várias das dificuldades da sua observância, pois Levítico havia cercado o sábado do Senhor com várias dificuldades de observância, até com a condenação à morte se um homem fosse flagrado trabalhando aos sábados (como de fato aconteceu na época de Moisés) que não poderiam ter lugar no cristianismo emergente, pois isso acarretaria, mesmo, a escravidão, pois nem a um doente se poderia assistir aos sábados.  Quando Jesus quebrou a tradição do sábado, antes duro de roer, ao mostrar ao mundo que quem tem fome pode colher espigas; pode acender o fogo na cozinha; pode andar muitos passos e pode fazer a caridade que antes não se podia fazer: pode levar um doente a um hospital; pode ajudar a empurrar um carro enguiçado; pode-se trabalhar num hospital; pode-se guiar um ônibus; pode-se cuidar de auto-fornos; pode-se guardar a portaria de um patrimônio sujeito a saques e por aí afora.


Jesus, nas entrelinhas, deixou a seguinte colocação: Nada pode ser realizado no sábado que possa ser transferido no dia seguinte, por isso, aos sábados não posso lavar o meu carro; não posso reformar a minha casa; não posso fazer compras; não posso ir à barbearia; não posso ajudar meu vizinho a encher uma laje, porque essas coisas podem ser deixadas para fazer no dia seguinte. Por outro lado, se o barraco de meu vizinho despencar, mesmo sendo dia de sábado, eu terei de socorrê-lo de pronto, trabalhando no pesado, porque isso não pode ficar para o dia seguinte.


O senhor sabe, meu pastor Daniel, que os fariseus acusavam Jesus de desrespeitar os santos sábados, apenas porque ele praticava a caridade aos sábados, mas ele respondeu-lhes que apenas aparentava isso, pois a caridade do amor teria de sobrepor-se a qualquer lei:


“Se um homem pode ser circundado num sábado, para que a Lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra mim, pelo fato de eu ter curado num sábado, ao todo, um homem? Não julgueis pela aparência, mas, sim, pela reta Justiça”.  Jesus em João, 7.23 e 24.


Outra reprimenda aos fariseus a favor da caridade, também aos sábados:

“Perguntaram a Jesus: É lícito curar num sábado? Ao que Jesus respondeu: Quem de vós que, tendo uma ovelha, e, num sábado, se ela cair numa cova, não fará todo o esforço tirando-a dali?  Ora, não vale mais um homem que uma ovelha? Logo é lícito fazer o bem aos sábados”.   Mateus, 12. 10 a 12.


“Logo é lícito, aos sábados, fazer o bem”. Nessa colocação, Jesus ressalta, novamente, o valor do sábado, de outra forma diria: “Logo é lícito fazer o bem todos os dias”.


Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. Romanos, 10.4.
Paulo ensina que a lei tinha um propósito e um tempo determinado de validade. Isto está claro em II Co. 3:1-18 onde Paulo mostra que a lei era transitória e que a nova aliança em Cristo veio para ser permanente, v.11.


Perdeu a validade? Transitória? Como, meu amado pastor Daniel? O Criador criou preceitos com prazo de validade? Onde Está Escrito isso? E como fica o Evento Glorioso do Monte Sinai? Nem a Terra foi criada com prazo de validade, pois foi feita para ser um paraíso para o homem, mas pelos erros do homem, a Terra, agora, tem prazo de validade. Se os Mandamentos caducaram, então agora podemos matar, adulterar, fazer ídolos e imagens...? A Nova Aliança foi fundamentada exatamente nas Dez Leis. Jesus resumiu as Dez Leis na religião do Amor, mas não as dissolveu, e nem poderia, pois Jesus sabia que NADA funciona sem leis, tanto que ao subir, os apóstolos afiram que ele deixou Mandamentos aos homens (Atos, 1.2). Pense bem, meu pastor, se o homem erra até com as explícitas proibições, imagina se não houvesse proibições! Se a Antiga Aliança tivesse perdido a validade, lá na frente, no dia da Volta de Jesus, a Arca da Aliança, o símbolo eterno da Aliança do Senhor aos homens, não irá ser retirada do Santuário do Senhor e mostrada gloriosamente a todos os viventes da Terra:


“Abriu-se, então, o Santuário de Deus, que se acha no Céu, e apareceu a Arca da Aliança, e sobrevieram relâmpagos, vozes, terremotos, trovões e grande saraivada”. Apocalipse, 11.19.  De tão importantes que são as Dez Leis, estão especialmente guardadas dentro do próprio Santuário de Deus e vai aparecer a todos os viventes na Vinda de Jesus, conforme o Apocalipse.

Ora, o que haverá na Arca da Aliança de Deus senão as Dez Leis? O que tem mais valor que está na Arca: As duas Tábuas Sagradas ou o bastão de Arão?

O Evangelho do Apocalipse nos revela que, no Dia da Volta de Jesus, a Arca da Aliança vai ser exibida ao mundo, e será então cantado um hino de Moisés. Ora, pergunto-lhe meu amado pastor Daniel, se Jesus havia pregado os Dez mandamentos na cruz, porque haveria de honrar a Moisés no dia da Justiça? Porque o povo de Deus, os remidos, no Dia da Volta de Jesus vão entoar, solenemente, o Cântico de Moisés, chamado de o Servo de Deus? Ou será que Moisés e a Arca da Aliança do Santuário de Deus nada tem a ver com os Dez Mandamentos? Ver: Apocalipse, 15.3.

Se o amado pastor parar para meditar, chegará à conclusão de que se a Arca da Aliança — a que foi feita cheia de detalhes e com dois querubins de ouro, exatamente para a solene guarda das Dez Leis — deverá surgir com esplendor no céu, no fim dos tempos, é perfeitamente compreensível que dentro dela estarão incólumes as Dez Leis de Deus aos homens, pelas quais Jesus fundamentou o cristianismo e por elas seremos cobrados e julgados.  Assim, também, o Apocalipse vem a legitimar o sábado como o dia santificado por Deus. É fácil concluir que a Arca da Aliança não poderá aparecer em triunfo no final dos tempos se faltar nela um dos principais mandamentos que foram gravados pessoalmente pelo dedo de Deus.  Não há como alguém contestar isso se usar de honestidade.


Sobre At. 13:14,41 ...Como Paulo estava evangelizando os judeus, é claro que a melhor estratégia era ir no local onde eles se reunião para adorar e aprender das escrituras. Então Paulo ia na sinagoga aos sábados, não porque esse mandamento permanecia válido, mas porque ele precisava transmitir aos judeus a Nova Aliança em Cristo, pois eles estavam praticando a Antiga Aliança, a qual em Cristo foi abolida.


Antiga Aliança foi Abolida? Então foram abolidos os Dez Mandamentos? Podemos agora matar, roubar, adulterar, cobiçar e tentar a mulher do vizinho. Cultuar ídolos e imagens?   A Arca da Aliança não é o símbolo da Antiga Aliança? Então por que se encontra no Tarbernáculo de Deus e vai surgir em triunfo no dia do Retorno de Jesus?


A reunião de adoração num sábado, abaixo colocado, não se deu num templo, mas nas margens de um rio:

No dia de sábado, saímos fora da porta, junto ao rio, onde julgávamos haver um lugar de oração; e, assentado-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Atos dos Apóstolos, 16.13.  Revela um culto de adoração aos sábados.


Como Paulo estava evangelizando os judeus, é claro que a melhor estratégia era ir no local onde eles se reunião para adorar e aprender das escrituras.


Não parece isso, pois se as pregações de Paulo acontecessem nos templos da tradição judaica, o senhor sabe que não seria permitido, em hipótese alguma, ingressar nesses templos do rigor da tradição qualquer homem que não fosse nascido israelita. Mas nesses templos, estavam presentes pagãos e gregos.


“Ao saírem, lhes rogava que no sábado seguinte lhes pregasse as mesmas palavras. Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos pagãos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, lhes falando, os persuadiram a perseverar na graça de Deus”.  Atos, 13. 42 e 43.  Lembrando que aqui não eram pregações dirigidas aos judeus, mas também aos pagãos e gregos.

No mais, se Paulo frequentava as sinagogas porque é certo que guardava os sábados, como o evangelho nos revelaria isso? Ora, do mesmo modo como está colocado: aos sábados, Paulo frequentava as sinagogas:

“E todos os sábados, pregava nas sinagogas, persuadindo tanto judeus como os gentios”.  Atos, 18.4. Paulo ensinava não só aos judeus, nos sábados, mas a toda a comunidade, conforme está definida em Atos, 2.9.

Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos seguiram a Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiram a perseverar na Graça de Deus: “No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a Palavra de Deus (...)”.  “No sábado seguinte, concorreu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus, mas os judeus, vendo aquela concorrência, se encheram de inveja (...)”.  Atos, 13. 41 a 44.


Ora, meu amado pastor, se os judeus da tradição se encheram de inveja pela reunião de toda a cidade cristã, num sábado, para ouvir Paulo pregar, essa reunião não se deu nos templos da tradição deles, senão não teriam como ficar com inveja.


Repetindo: a reunião de adoração num sábado, abaixo colocado, não se deu num templo, mas nas margens de um rio:

No dia de sábado, saímos fora da porta, junto ao rio, onde julgávamos haver um lugar de oração; e, assentado-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Atos dos Apóstolos, 16.13.  Revela um culto de adoração aos sábados.


Paulo, confirmando a Lei dos Profetas:


“Destruímos nós a lei com a fé? Longe disso, antes confirmamos a lei”. Romanos, 3.31.


Novamente Paulo se referindo aos Mandamentos como reais preceitos de Deus:


“Honra teu pai e tua mãe, que é o Primeiro Mandamento com promessa”.  Efésios, 6.2, onde Paulo, que falava por Deus, legitima, novamente, os Mandamentos, dos quais o sábado é um dos mais importantes, porque foi criado como um Sinal entre o Criador e a Criação.


Paulo teve muita dificuldade com os judeus que queriam que os gentios convertidos praticassem as leis do judaísmo, e Paulo condena isso em muitas de suas epístolas:


Mas isso é verdade absoluta! Basta ler os cinco livros de Gálatas para notar, visivelmente, que Paulo abominava atitudes tais que não tinham lugar no cristianismo do amor, do perdão, da humildade, etc.  Estudando-se vagarosamente, sem pressa, meditando sobre cada preceito de Gálatas, e PRINCIPALMENTE, sem se apegar a preceitos pinçados, ou seja, que podem mudar o sentido quando colocadas isoladamente, é fácil perceber que a luta de Paulo com os Gálatas foi penosa, pois teimavam em tentar introduzir no cristianismo emergente as leis de ordenanças judias, principalmente a dolorosa circuncisão e a segregação racial que não permitia nem que os judeus comessem no mesmo local que os pagãos ou estrangeiros. Veremos tudo sobre Gálatas mais abaixo.


Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis. 2Co 11:4.


Por certo, no caso aqui o Evangelho de Jesus legitimou os sábados como santos e solenes, e não o domingo, segundo Lucas, 4.16 (Jesus santificando o sábado) e Lucas, 23.55 (A Igreja santificando o sábado).


Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; Gal 1:6


Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Gal 1:8


Absolutamente certo! O que vale é o que Está Escrito, e o domingo NÃO Está Escrito em lugar algum, meu amado pastor Daniel.


Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema Gal 1:9


Absolutamente certo! Mas ora, qual o Evangelho que Paulo pregou? Paulo, tal como Jesus, resumiu os Dez Mandamentos na Lei do Amor, e, é claro, sem extinguir as Leis, pois nada funciona sem leis. Abaixo, Paulo, imitando Jesus, destaca as Leis resumindo-as, mas sem apagar nenhuma delas:


“Pois quem ama o semelhante tem cumprido a Lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás e, se há outro Mandamento, tudo se resume nestas palavras: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo, de sorte que o cumprimento da Lei é o amor”.   Romanos, 13. 8 a 10.


Abaixo, Paulo legitima, também no Evangelho, a Antiga Aliança. Não percebe, meu amado pastor Daniel?


“Digo-lhe- isto: Uma aliança anteriormente fundamentada por Deus, a lei que veio 430 anos depois, não a podereis anular, de forma que venha a desfazer a promessa”. Paulo, o apóstolo maior, em Gálatas, 3.17.


Todos os que praticam os Dez Mandamentos serão justificados, segundo a Bíblia, por Paulo:


“Para Deus não há diferença de pessoas. Assim, pois, todos os que sem a lei pecaram, também sem lei perecerão; e todos os que com a lei pecaram, mediante a lei serão julgados, porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas todos os que praticam a lei hão de ser justificados”.  Romanos, 2.12


Meu pastor Daniel, vamos agora aos livros de Gálatas. O senhor recomendou ler todos os versos do capítulo 4, mas eu li, por várias e várias vezes todos os capítulos de todos os cinco livros de Gálatas. Antes quero lhe dizer que, lendo e meditando profundamente, percebi que há uma coisa importantíssima para se levar em conta quando lemos Paulo. O próprio Simão Pedro, na sua Segunda Epístola afirmou que Paulo escreveu muitas coisas difíceis de entender. Mas Gálatas não vem ao caso, pois é facílimo de entender.


Pelo que li deu para perceber que os Gálatas formava um povo teimoso. Teimoso porque teimavam em querer continuar, também no cristianismo emergente, coisas nocivas, regulamentos e ordenanças advindas de Levítico e da tradição judia que não poderiam, de forma alguma, fazerem parte da Religião do Amor de Jesus.


A prova de que os Dez Mandamentos nada tinham a ver com preceitos que escravizavam, abaixo Paulo revela quais eram as leis que realmente escravizavam.


“Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circundar-se. E isto, por causa dos falsos irmãos que se colocaram entre nós com o fim de nos espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão”.  Paulo, em Gálatas, 2, 3 e 4.


Aqui Paulo critica as leis que conduziam à escravidão, que constituíam o ministério da morte, e deixa aqui bem claro que uma das principais leis que escravizavam era a circuncisão.  Mas os do domingo, tanto católicos como evangélicos, atribuem as leis que escravizavam com sendo as dos Dez Mandamentos, apenas para justificar a abominação do sábado solene e santo de Deus a favor do domingo inventado pelo homem.


1. DIGO, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;

2. Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.

3. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.


Bem, começaremos por aqui: Paulo se refere aqui às leis que escravizavam os judeus, leis essas rudimentares, Quando diz: quando éramos meninos, se refere também a ele, pois ele foi um exemplar perfeito da defesa das leis da tradição judaica, antes de sua conversão (Gálatas, 1.13). Leis essas que realmente escravizavam, amaldiçoavam e até matavam, bem como Paulo as chamou de O Ministério da Morte, em II Coríntios, pois essas leis de ordenanças, provenientes de Levítico, tinham como regulamentos a morte, o chicote, o apedrejamento, e as cargas pesadas que o povo não conseguia segurar. Jesus já revelou isso:

 “...Atam cargas pesadas e impossíveis de levar, e as põem sobre os ombros dos homens, mas nem com um dedo as querem mover”. Jesus, irado com as leis do farisaísmo, em Mateus, 23.6.


4. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.

5. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.


Os que estavam debaixo da lei, da lei que escravizava, temos aqui um exemplo prático da lei que escravizava da qual Jesus nos libertou: sendo um dos itens dessa lei a lei da circuncisão, dolorosa, se praticada em adultos:


“Para a liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de Cristo nada se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.


6. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

7. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.


A partir de Jesus os homens não necessitariam mais submeter-se às leis nocivas tal como a descrita em Gálatas, 5.1, pois é a tolice maior do mundo julgar que Jesus veio nos libertar dos DEZ MANDAMENTOS!


Ora, Jesus não veio para remir os que estavam sob os Dez Mandamentos, meu amado pastor Daniel, e nem poderia, pois está claro que resumiu as Dez Leis na formação da Religião do Amor, e não se pode RESUMIR uma verdade que foi excluída. Sei que nem o senhor acredita numa leviandade dessas. Primeiro por que as Dez Leis NÃO escravizavam, NÃO matavam e NÃO amaldiçoavam. Se o senhor ler todos os livros de Gálatas, lendo os contextos por inteiro, verá que as leis que Paulo tanto combatia, principalmente aos teimosos Gálatas, verá que as leis nocivas a que ele se referia, como essas colocações do capítulo 4, são as leis que realmente escravizavam o homem e que matavam, chamada por ele de ordenanças. Quais eram as ordenanças, ou regulamentos nocivos e que Paulo não consentiu que os Gálatas os introduzissem no emergente cristianismo?


1)   A dolorosa circuncisão que os Gálatas brigavam para que qualquer pagão convertido ao cristianismo teria de realizar uma operação de fimose, sem anestesia, é claro. Imagine qual seria a dificuldade de convencer um pagão.

2)   A ordenança da segregação racial, pela qual até Simão Pedro levou uma boa bronca de Paulo, pois entrou numa dessa (Gálatas, 2.11).


3)   A lei do apedrejamento, a lei da morte, como a lei das 40 chibatadas, menos uma.

4)   A lei de sacrifício de animais, com a aspersão do sangue deles nos presentes ao templo, para o “perdão dos pecados”. O maior exemplo bíblico disso está no capítulo 9, de hebreus, começando antes, ao final do capítulo 8 e terminando no início do capítulo 10.


5)   As ordenanças que, juntas, fazia do dia do sábado uma carga difícil de se levar, o que fez Jesus retirar essas cargas todas, tornando o santo sábado de observância mais suave, pois antes nem as ações de caridade não se podiam realizar.


Estevão foi uma das vítimas cristãs da lei do apedrejamento, a lei que escravizava, onde Paulo também esteve presente como comandante do assassinato de Estêvão, e se naquela época era feroz defensor dessas leis antigas que amaldiçoavam e que as via como a Verdade de Deus, depois de revelado lutou contra elas, como vemos principalmente por todos os livros de Gálatas. (Atos, 6.11).

A Lei antiga está, também, refletida nos Salmos:

“Senhor... feris o rosto dos que me perseguem e quebrai os dentes dos pecadores”.  Salmo 3.8.

Mas, na reforma da Lei, na liberação das ordenanças, Jesus veio reger diferente:


“Amai, também, os vossos inimigos, fazei bem e orai aos que vos perseguem”.


8. Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.
Nada aqui contra os sábados.

9. Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Nada aqui contra os sábados.

10. Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.

Nada aqui contra os sábados, pois guardar dias é genérico.

11. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco. (leia todo o capítulo)
Nada aqui contra os sábados.


Li todo o capítulo e nada vi contra os sábados. Aliás, nesse capítulo 4, no verso 16, Está Escrito: “Acaso tornei-me vosso inimigo por dizer-vos a verdade?”.  Paulo se dirigia aos teimosos Gálatas, que queriam que as ordenanças judias continuassem a tirar a liberdade dos judeus TAMBÉM NO CRISTIANISMO, por isso Paulo se chocou  CONTRA eles ao nomear essas leis como nocivas ao cristianismo.


“Acaso tornei-me vosso inimigo por dizer-vos a verdade?”.  “Acaso tornei-me vosso inimigo por barrar as vossas leis antigas que escravizavam, leis essas, sim, pregadas na cruz com Jesus?


Sabidamente, Paulo advertia os Gálatas sempre que podia, senão vejamos como Paulo começa suas Cartas aos Gálatas:


“Admira-me (vos, gálatas) que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na Graça de Cristo para outro Evangelho, o qual não é outro senão pelo que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo. Mas ainda que nós, ou mesmo os anjos do Céu vos pregue um evangelho que vá além daquele que recebestes, seja amaldiçoado”.   Gálatas, 1.6 a 8.


No capítulo 2, verso 4, Paulo bem explica o que é este evangelho amaldiçoado, que leva o homem à escravidão das obras das leis que os Gálatas queriam que fossem implantados, também, no cristianismo:


“Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circundar-se. E isto por causa dos irmãos que se entremearam com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo e reduzir-nos à escravidão”.  Gálatas, 2.5 e 5.



Só não percebe quem não quer, amado pastor Daniel: Como já citei, sempre que Paulo citava as leis que escravizam, as leis que Jesus pregou na cruz, etc, etc, Paulo se referia às leis judias que tiravam a liberdade da Nova Religião: o cristianismo, no qual não tinha lugar para as leis que escravizavam, sendo a principal delas a lei do apedrejamento e a lei da dolorosa circuncisão, que os Gálatas pretendiam que fosse aplicada também aos pagãos convertidos.


Por todos os cinco capítulos do Livro Gálatas, Paulo os admoesta gravemente, pois uma parte desses pretendia continuar a praticar as leis de Moisés, as das tradições dos judeus, que compunham da dolorosa circuncisão, da aspersão de sangue de bodes para apagar os pecados (especificados com detalhes em Hebreus, capítulos 9 e 10) a que os pagãos convertidos tinham de passar e de outras obras da lei, abominadas por Jesus e por Paulo, que denominava a essas obras da lei como malditas.  Evidentemente, é claro, que tal maldição nada tem a ver com os Dez Mandamentos.  Mesmo porque, nesse mesmo capítulo de Gálatas, 3.21:


“É, porventura, a Lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum!”.


Evidentemente, agora, Paulo se refere aos Dez Mandamentos, que concordam em tudo com as promessas de Deus, pois afinal Ele criou as Leis e nos concedeu as promessas por Jesus.


 “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como eu sobremaneira perseguia a Igreja de Jesus e a devastava e, na minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais”.   Gálatas, 1.15.


Aqui Paulo descreve que, antes da conversão pela sua tradição religiosa vivia intensamente as leis dos judeus, pelas quais se podia perseguir, prender e matar, julgava, sinceramente, que por essas leis de ordenanças, agia por Deus. Quando vivia a lei da maldição, que foi pregada na cruz por Jesus, era um perseguidor assassino, mas depois da revelação, passou a viver a Graça de Jesus, mas não deixou de propagar as Dez Leis, pois são a base do cristianismo.


Repetindo: As leis que escravizavam, conforme Paulo:


“Para a liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de Cristo nada se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.

Jesus Cristo, separando as leis da tradição judaica das leis de Deus:

“Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro”.  João, 8.17.

“Não anula a graça de Deus, pois a justiça se faz mediante à lei, segue-se que Cristo morreu em vão”.  Gálatas, 2.21.

A que lei Paulo se referia? Acaso se referia às Dez Leis? Isso só acontece na cabeça dos fariseus modernos, pois lendo-se o contexto por inteiro, percebe-se que Paulo se referia às obras das leis desnecessárias, inúteis e nocivas que não podiam fazer parte na implantação do cristianismo, tais como a lei da segregação racial, objeto desse mesmo capítulo, pelo qual Paulo advertiu gravemente a Simão Pedro que estava se envolvendo nas obras da carne. Lendo-se todos os livros de Gálatas, notaremos, muito claramente, que as obras da carne consistiam na circuncisão, na segregação racial, no apedrejamento, na lei do chicote, nos ritos do templo e por aí afora.  Portanto, quanto a Gálatas, 2.21, é certo que Jesus teria morrido em vão se as ordenanças da lei, que congrega, também, o sacrifício de animais e a lei do apedrejamento, tivessem de continuar a fazer parte da vida dos judeus convertidos.

A primeira vez que o Evangelho se refere à palavra lei, é em Lucas, 2.39:

“Movido pelo Espírito Santo, foi ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem o que a Lei ordenava”.

Ora, como não há tal mandamento nas Dez Leis, então, pelo Evangelho inteiro, ora há a citação das leis, como leis de ordenanças, como essa em Lucas, 10.39, e leis e mandamentos que se referem às Dez Leis.

O Evangelho, no mesmo Lucas, 2.39, fornece elementos que informam dessa lei que contava da tradição judaica:

“Cumpridas todas as ordenanças, segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia”.

Então aqui vemos que existiam duas leis de Moisés: As Dez Leis e as da tradição judaica, bem como as que representavam o ministério da morte, que escravizavam o homem e a mulher, escritas na frieza de uma pedra da impiedade humana, e não nos corações, segundo nos aponta Paulo na Segunda aos Coríntios, capítulo 3. 

Eis Jesus se indispondo gravemente contra essas leis que escravizavam, cujas leis Jesus pregou na cruz:

“Ai de vós, interpretes da Lei! Porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós, nem com um dedo os tocais”.  Jesus, em Lucas, 11.46

Por certo, Jesus não se referia, aqui, aos Dez Mandamentos, mas, sim, às leis nocivas, tal como a lei do chicote, do apedrejamento, dos sacrifícios de bodes e de touros (Hebreus, capítulo 9), do extremo rigor da observância dos sábados, rigor esses quebrados por Jesus, em diversas partes do Evangelho, pois nesse dia nem se podia acender o fogo na cozinha, poucos passos se podia dar, e nem a doentes se podia socorrer. Estas tradições nocivas, essas leis de ordenanças foram consideradas malditas por Jesus e pelo apóstolo Paulo, que afirmou que foram pregadas na cruz, e a partir de Jesus, valeria, não essas maldições nocivas, mas a Graça de Jesus, pela qual o santo sábado continuaria a ser santificado, mas não mais da forma nociva como vinha sendo praticado.

           
“Orai para que vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado”. 

Jesus Cristo, em Mateus, 24.20, no qual ressalta, novamente, a grande importância do sábado (nem no inverno que é muito frio e difícil a fuga dos inimigos romanos, nem nos sábados do descanso de Deus).


Vasculhando, encontrei textos de personagens da História se referindo aos sábados:

Morer, erudito clérigo da Igreja da Inglaterra, escreveu: “Os primitivos cristãos tinham grande respeito para com o sábado e passavam o dia em devoção e admoestações. E não devemos duvidar, pois eles copiaram esse procedimento dos próprios apóstolos”. Dialogues on the Lord’s Day, pág. 189.


Diz o Prof. Edward Brerewood, do Gresham College, Londres:

“O antigo sábado continuou e foi observado…pelos cristãos da igreja do oriente, por mais de trezentos anos após a morte de nosso Salvador”. A learned Treatise of the Sabath, pág.77.


O historiador e teólogo, Lyman Coleman, escreveu:


“Até o quinto século a observância do sábado judaico teve continuidade na igreja cristã, mas com um rigor e solenidade cada vez menores, até que cessou completamente”. Ancient Christianity Exemplified 26, Seção 2, pág. 527.


Sócrates, historiador da igreja grega do 5º século, escreveu:

“Quase todas as igrejas, em todas as partes do mundo, celebravam os sagrados mistérios no sábado de cada semana; todavia os cristãos de Alexandria e de Roma, por causa de uma antiga tradição, tinham deixado de fazer isso”. Ecclesiastical History, livro 5 Cap. 22.


Euzébio, bispo da Igreja Católica e pai da história afirma:

“Todas as coisas, sejam quais forem, que houvessem sido obrigatórias fazer no sábado, esta nós as transferimos para o dia do Senhor, Domingo”. Robert Cox, Literature of the Sabbath Question, vol I, pág. 361.


“A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado”. Catecismo católico, Segunda Edição, Editora Vozes, Petrópolis, RJ. 1962, nem qual publicação o clero se distraiu ao revelar a verdade!


Graça, paz, saúde e muita sabedoria ao pastor Daniel e a todos os seus!