Prof.
Ricardo André
Inúmeras pessoas
acreditam no destino, ou seja, que eventos importantes, tais como a hora da
morte, estão predeterminados. Quando uma pessoa morre em um acidente, muitos
acreditam que a pessoa estava destinada a morrer naquele dia. Esta crença deu
origem a expressões como: “Sua hora chegou”, ou “O que tiver de ser, será”. Há
alguma verdade em ditados populares como esses? Somos meros fantoches do
destino? Quando nasce uma criança, Deus já lhe traçou o destino? O que diz a
Bíblia Sagrada sobre os infortúnios e acidentes? Ensina ela realmente que tais
coisas são obra do destino? Além disso, o que diz sobre nossas perspectivas de
salvação? Dispomos de opções de escolha no que diz respeito a este assunto?
Antes mesmo do
nascimento de qualquer pessoa, Deus já sabe como será essa pessoa e quais ações
e atitudes lhe marcarão a vida, mas o que acontecerá com tal pessoa não ocorre por estar previsto por Deus, mas
é previsto porque irá ocorrer pelo uso que a pessoa fizer do livre arbítrio. É
preciso que se entenda que Deus prevê, mas não predetermina.
Jesus Cristo tem um
propósito geral para o Universo e para cada pessoa, mas Ele não estabelece o
destino de ser humano algum, nem força a vontade humana, tanto no que tange aos
interesses eternos como os temporais. (Jos. 24:14; Is 55:1; Jo 1:12; 3:16;
7:37; Ap 22:17). Esse propósito geral é que todos cheguem ao conhecimento da
verdade a respeito das boas novas de salvação e recebam a vida eterna na Sua
segunda vinda (2 Pedro 4:9; Jo 10:10; 3Jo 2; I Tes. 4:13-18; 1Co 15:20-22).
Contudo, Ele não interfere na vontade individual, e cada pessoa colherá as
consequências da maneira em que empregar o livre arbítrio. Embora cada um de
nós seja influenciado em certa medida pela hereditariedade e pela formação,
nosso querido Deus nos dotou de livre arbítrio – a capacidade humana de
determinar como iremos usar a nossa vida. (Mt 7:13, 14). Podemos aceitar a
Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossa vida e ganhar a vida eterna, ou
podemos voltar-nos contra Ele e morrer (Ez 18:26, 27; Mc 16:15, 16; Ef 2:8-10).
Evidentemente, as ocorrências
da vida estão sob o domínio de Deus, e Ele faz com que todas as coisas
contribuam “para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o Seu propósito” (Rm 8:28). Também acontece que quando alguém se
endurece no mal, o Senhor retira Sua proteção dessa pessoa, e ela fica entregue
ao domínio do inimigo de Deus, Satanás.
Não podemos olvidar, porém, que em tudo isso a livre escolha da pessoa
desempenha parte preponderante.
Todo o capítulo 28 de
Deuteronômio constitui também cabal demonstração de que é a atitude e a vontade
da pessoa que influem grandemente em seu bem-estar futuro, tanto nas questões
materiais como espirituais.
A escritora cristã
Ellen G. White, declara: “Oh! Se cada pessoa pudesse compreender que ela é o
árbitro de seu destino! Sua felicidade para esta vida e para a futura vida
imortal compete a vocês mesmos” (Mensagens aos Jovens, CPB, p. 31).
“O destino não teceu
tão firmemente suas redes ao redor de qualquer homem, que precisasse permanecer
desamparado e na incerteza. Circunstâncias adversas devem criar a firme
determinação de vencê-las” (Idem, p. 100).
Diz mais Ellen G. White:
“A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu
grande plano. Homens e nações estão sendo hoje medidos pelo prumo que se acha
na mão dAquele que não comete erro. Todos estão pela sua própria escolha
decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu
propósito”. (Educação, p. 178).
Há um outro aspecto
importante a ser considerado a esse respeito, constante nas Escrituras
Sagradas. Diz o sábio Salomão:
“Percebi ainda outra
coisa debaixo do sol: Os velozes nem sempre vencem a corrida; os fortes nem
sempre triunfam na guerra; os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem
sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio; pois o
tempo e o acaso afetam a todos.” (Ecles. 9:11) Com quanta frequência
acontece o acaso, o imprevisto! O atleta favorito se contunde, o que estava
perdendo vence. Uma circunstância fortuita resulta na ruína financeira dum
empresário honesto, permitindo que seu concorrente desonesto enriqueça. Mas
será que o sábio Salomão atribuiu tais anormalidades ao destino? Não!
Absolutamente!! São simplesmente efeitos do ‘tempo e o acaso’.
Jesus Cristo fez um
comentário similar. Referindo-se a um acontecimento que pelo visto era do
conhecimento geral entre seus ouvintes, Ele perguntou: “Ou cuidais que aqueles
dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culapados
que todos os outros habitantes de Jerusalém?” (Lc 13:4) Note, caro leitor, que
Jesus não atribuiu estas mortes a um misterioso destino ou à vontade divina,
tampouco cria Ele que as vítimas fossem de algum modo mais culpáveis do que
outros. Esse trágico acidente foi simplesmente outro exemplo do tempo e do
acaso em operação. Jesus usou aquele triste acontecimento para ensinar uma
importante lição espiritual. As vítimas do desabamento daquela torre não
conseguiram escapar do que lhe sobreveio. Em contraste com isto, os ouvintes de
Jesus podiam evitar a destruição no dia final. Jesus os advertiu: “Não eram, eu
vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc
13:5). Caro leitor, estende-se a nós hoje a mesma oportunidade – desenvolver a
nossa própria salvação oferecida por Cristo (Filp. 2:12).
Em parte alguma as
Sagradas Escrituras advoga a ideia de que Deus predeterminou a hora da morte
dos seres humanos. É verdade que Eclesiastes 3:1, 2 diz: “Tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer
e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou”. Todavia, Salomão simplesmente considerava o
contínuo ciclo de vida e morte que atinge a humanidade imperfeita. Nós nascemos
e, quando chega a hora, isto é, quando se atinge a expectativa normal de vida –
geralmente depois de mais ou menos 70 ou 80 anos – morremos. Ainda assim, o
momento exato da morte não está predeterminado por Deus, como não está o
momento em que um lavrador decide “plantar” ou “arrancar o que se plantou”.
É uma tolice, pois, atribuir
acidentes e infortúnios ao destino ou, pior ainda, ao próprio Deus! Diz a Bíblia:
“Deus é amor” (1Jo 4:8). Logo, acusá-Lo de ser a fonte da miséria humana
contradiz diametralmente esta verdade fundamental.
No Mundo do Amanhã,
Deus “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá
luto, nem pranto, nem dor”, promete as Sagradas Escrituras. (Ap 21:4).
Incontáveis vítimas de acidentes serão ressuscitadas para viverem para sempre
(Jo 5:28,29; I Tes. 4:13-18).
Herdará você este
glorioso futuro? Quando os israelitas estavam prestes a entrar na Terra
Prometida, Moisés lhes disse: “... Te propus a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele; pois
disto depende a tua vida e a tua longevidade...” (Dt 30:19, 20).
Não, não somos
fantoches indefesos nas mãos de um destino impiedoso. Sua felicidade futura, de
fato, seu futuro eterno, estão em suas mãos. Incentivamo-lo a escolher a vida,
aceitando a Jesus como seu salvador pessoal.
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