I – Razões Bíblicas
e Históricas
1ª
– Por causa do vocabulário empregado pelos autores bíblicos com referência à
parousia, o segundo advento de Cristo:
A)
Manifestar-se: I João 3:2.
B)
Aparecimento: Heb. 9:28; I Pedro 5:4; I Tim. 6:14.
C)
Vinda, chegada: Mat. 24:3; Tiago 5:8.
D)
Outras palavras e expressões significativas: “presença” (II Tess. 1:9);
“retorno” (Luc. 12:36); “vir . . . repentinamente” (Luc. 21:34); “o que há de
vir virá” (Heb. 10:37).
Obs.:
a) Se todas essas palavras se referem a uma vinda secreta, invisível,
certamente os autores bíblicos não foram nada felizes na escolha de palavras
adequadas com que descrever o que tinham em mente.
b)
A palavra grega parousia (Mat. 24:3, “vinda”, vrsão Almeida) pode ser traduzida
por “presença”, cf. Filip. 1:26; 2:12 e II Cor. 7:6. Todavia, nesses versos a
vinda, ou presença, de Paulo e Tito representa a chegada pessoal e visível
deles, não uma “presença invisível”, somente discernível com “olhos do
entendimento”.
E)
CONCLUSÃO: Nem em 1874, nem em 1914
Cristo Se manifestou, apareceu ou Se fez presente visivelmente, como se deu na
parousia de Paulo e Tito.
2ª
– Porque Jesus descreveu a Sua vinda em termos muito objetivos e claros, não
dando margem à ideia de uma vinda secreta:
A)
As promessas do Senhor: João 13:33, 36; 14:1-3.
Obs.:
Quando Cristo fez essas promessas, todos os Seus discípulos faziam-Lhe
companhia, como também ao confiar-lhes a ordem de pregar o evangelho por todo o
mundo (Mat. 28:16-20). Logo, tanto a promessa de Seu retorno para levar os
Seus, como a ordem de pregar o evangelho são aplicáveis a todos os crentes.
B)
A promessa de Cristo quanto a vir buscar os Seus não se cumpriu em 1874, nem em
1914.
3ª
– Porque a Bíblia diz claramente que “todo o olho O verá, até os que O
transpassaram” (Apoc. 1:7).
A)
Os efeitos do Advento sobre os perdidos: Mat. 24:27, 31; Apoc. 1:7 (cf. Marcos
14:61-64); Mat. 23:38, 39 (cf. Filip. 2:9-11); Apoc. 6:14-17.
B)
Cumprir-se-á a esperança de Jó: Jó 19:25-27.
C)
A ascensão e a promessa dos anjos: Atos 1:9-11 (cf. Mat. 24:30).
Obs.:
Em Mat. 24:30 temos o processo inverso ao de Atos 1:9-11–primeiro é vista a
nuvem, e depois o Filho do Homem sobre ela.
D)
CONCLUSÃO: Em 1914 não houve “olho
do entendimento” percebendo a chegada invisível de Jesus “em poder e grande
glória”. Até a “Sociedade” cria e ensinava na época que a parousia ocorrera em
1874, pois vendeu, entre 1917 e 1920, 850 mil exemplares do Finished Mystery ensinando
que o segundo advento de Cristo ocorrera em 1874 e a ressurreição em 1878.
4ª
– Porque após a Ressurreição, Cristo foi visto pessoalmente:
A)
Cristo aparece corporalmente: Luc. 24:13-48; João 20:20-29.
B)
Havia profetizado que ressuscitaria em corpo: João 2:17-22.
C)
Paulo e João falam a respeito do Seu corpo: Filip. 3:20, 21; I João 3:2.
D)
Caso contrário, que fim levou o corpo do Senhor à luz do Sal. 16:10?
E)
Foi contemplado por Seus fiéis visivelmente: Apoc. 1:12-17; Atos 7:56; 22:6 e
7; I Cor. 15:3-8.
Obs.:
a) Em João 14:19 Cristo não declara em termos absolutos “o mundo NUNCA MAIS Me
verá”. Ele não contradiz o que dissera em outras oportunidades. Chegaria,
afinal, o tempo em que todas as tribos da Terra veriam o Filho do homem vindo
nas nuvens, com poder e grande glória.
b)
A razão por que o mundo não mais veria a Jesus após Sua morte, sepultamento e
Ressurreição é que o juízo dele já fora emitido. Aquele era um mundo condenado
por ter rejeitado o Messias que tinha completado Sua missão entre os homens.
Mas os que O traspassaram teriam ainda que enfrentá-Lo por ocasião do Seu
Advento: comparar João 12:31 com Mat. 26:63, 64 e Dan. 12:2.
F)
CONCLUSÃO: Cristo não veio “com poder e grande glória” em 1874 ou 1914. Em tais
ocasiões as nações não O viram e nem aqueles que O traspassaram estavam
presentes. Como já assinalado, nem mesmo os adeptos da Torre de Vigia
perceberam, em 1914, que Ele se fizera presente a partir de então (ver Novos
Céus, págs. 220, 221 (§ 2) e 222 (§ 3), 232 (§ 16) e 223.
5ª
– Porque a ressurreição dos salvos dar-se-á quando Cristo aparecer:
A)
Os comentários de Paulo: I Tess. 4:16, 17; I Cor. 15:20, 23 e 51-54; II Tim.
4:8.
B)
A ressurreição no último dia: João 11:24, 25.
C)
A convocação dos salvos: João 5:28, 29; Sal. 50:1-5; Mat. 24:31 e Apoc. 22:12.
Obs.:
a) Atos 3:19-21 fala que os Céus reteriam a Jesus “até os tempos de
restabelecimento de todas as coisas”–T.N.M. Tal restabelecimento não se iniciou
em 1874 ou 1914, pois as coisas sobre a Terra desde essas datas estão piores em
muitos aspectos, e não dão mostras de quaisquer restabelecimentos. Paulo, no
seu tempo, condenou aqueles que ensinavam já ter ocorrido a ressurreição: II
Tim. 2:18.
b)
Apoc. 22:12 fala que Cristo ao vir atribuiria a cada um o seu merecido galardão
(ver também Mat. 24:45-47). Isso não se cumpriu em 1874, nem em 1914. A própria
Torre de Vigia ignorava, em 1914, que Cristo era vindo em tal data. Como
poderia, então, cumprir o papel do “servo fiel e prudente” (Mat. 24:45-47),
como reivindica para sua liderança?
D)
CONCLUSÃO: Não ocorreu restauração de todas as coisas e ressurreição de todos
os salvos em 1874 ou 1914. Logo, Cristo não se fez presente em qualquer dessas
datas, na interpretação da parousia que a Torre de Vigia defende.
6ª
– Porque a ceifa se dará quando da volta de Jesus:
A)
Discípulos ligam volta de Cristo ao fim do mundo: Mat. 24:3.
Obs.:
a) É um absurdo imaginar que os discípulos tivessem a concepção da “vinda
invisível” em 1914, bem antes da consumação dos séculos. Mesmo após a
ressurreição de Cristo, tinham dúvidas quanto à natureza do Reino: Atos 1:6 e
7. Criam que o Reino seria estabelecido por ocasião do Advento (ver Lucas
19:11). Por meio de uma parábola Jesus tornou-lhes claro que primeiramente Ele
deveria partir e depois retornar como Rei (vs. 12).
b)
Eles associavam as três coisas–destruição de Jerusalém, a vinda de Cristo e o
fim do mundo. Logicamente não perguntavam sobre os “sinais” de que Jerusalém já
estava destruída e de que Cristo já era vindo, mas de quando essas coisas
estariam para acontecer!
B)
A parábola da ceifa e sua explicação: Mat. 13:24-30 e 36 a 43.
C)
O cumprimento: Mat. 16:27; Luc. 17:24-30, 34-37.
D)
Declarações de Paulo: II Tess. 1:7, 8; 2:1-4 e 8.
E)
Profecia de Enoque: Judas 14 e 15.
F)
João no Apocalipse: 6:14-17; 11:15-18; 14:14-20; 19:11-21.
G)
CONCLUSÃO: Não houve ceifa e destruição dos ímpios em 1874 ou 1914. Por
conseguinte, Cristo não veio em nenhuma dessas datas.
7ª
– Porque o milênio se seguirá imediatamente ao Advento:
A)
A bem-aventurada ressurreição (a primeira): Apoc. 20:1-6 (observar contraste da
ressurreição bem-aventurada com a dos “restantes dos mortos” ao final dos mil
anos). Comparar com I Tess. 4:16.
Obs.:
a) Os versos finais do tópico nº 6 mostram que Cristo volta com poder e glória
e os ímpios não suportam a manifestação do Seu poder. Os salvos terão corpos
transformados “num abrir e fechar de olhos”, tornando-se incorruptíveis. Só
assim poderão contemplar o Rei dos
reis e todos os Seus anjos (ver o efeito da glória de um anjo somente sobre a
guarda romana: Mat. 28:2-4)**.
b)
O fato de “a cidade amada” que desce do Céu (Apoc. 20:9, cf. 21:2 e 16) ser de
igual largura, comprimento e altura não indica que não seja uma cidade literal.
A palavra grega isos, que tem o sentido de “igual”, pode também significar
“proporcional” (ex.: isonomia–igualdade ou equivalência da lei ou sua aplicação
[de isos + nomous, lei]). A cidade, pois, tem altura, comprimento e largura
proporcionais, em perfeita estética (em Mar. 14:56, 59 isos significa
“coerente”).
c)
Com a instauração do milênio, todos os reinos do mundo passam a ser de Cristo
(Apoc. 11:15) e os salvos reinarão com Ele, de posse da prometida herança (Mat.
13:43; 25:34). Com Cristo, aplicarão a cada um a pena justa (I Cor. 6:2 e 3).
Apoc. 20:4 diz, “reinaram com”, e não “reinaram sobre”.
B)
CONCLUSÃO: A partir de 1874 ou 1914 não se deu a prisão de Satanás, nem a
primeira ressurreição. Logo, Cristo não veio em nenhuma dessas datas, embora o
livro Milhões Agora traga gráfico na página 10* indicando o início do milênio
como tendo sido em 1914 (data agora rejeitada pela Torre de Vigia).
8ª
– Porque muitas passagens bíblicas ficariam sem sentido desde 1914.
A)
A obra intercessória de Cristo: Heb. 7:25.
Obs.:
Se Cristo houvesse vindo em 1874 ou 1914, não haveria mais intercessor e,
consequentemente, não restaria esperança de salvação para ninguém (I Tim. 2:5).
B)
A oração pela vinda do Reino: Mat. 6:10.
Obs.:
Não faria sentido orar o “Pai Nosso” e pedir “venha o Teu Reino”, após o ano de
1914.
C)
A expressão “maranata” (“vem, Senhor”) teria passado de moda, depois de 1914.
D)
A ceia memorial: I Cor. 11:26 (T.N.M.).
Obs.:
Se Cristo já está presente, já chegou, então por que as “testemunhas” ainda
realizam a ceia que deveria ser celebrada “até que Ele chegue”?
E)
Promessa de companhia constante: Mat. 28:20; João 14:16.
Obs.:
Cristo não declarou que estaria com os discípulos a partir de 1874 ou 1914, mas
todos os dias a partir do envio do Consolador.
F)
CONCLUSÃO: Caso já houvesse vindo em 1874 ou 1914, todas as passagens
destacadas acima ficariam sem sentido para o presente. Cristo, na verdade, está
de certo modo presente agora, mediante Seu legítimo representante, o Espírito
Santo: João 14:16-18, cf. 15:26 e 16:7-15.
9ª
– Porque um estudo dos sinais da vinda, ou presença, indica a falsidade de tal
teoria:
A)
Advertências de Cristo: Mat. 24:23-27.
B)
Os sinais seriam da proximidade, e não da presença invisível: Mat. 24:32, 33.
C)
Ninguém poderia saber o tempo: Mat. 24:36 (cf. versos 33 a 35 e Atos 1: 6, 7).
Obs.:
Jesus advertiu contra os falsos profetas que pregariam sobre a presença de
Cristo como fato passado: Mat. 24:24-28.
D)
CONCLUSÃO: Somos proibidos de crer que Jesus haja chegado, seja em 1874 ou em
1914, ou qualquer outra época de forma invisível (observar a ilustração do
relâmpago). Portanto, Cristo ainda não veio tal como prometido em Sua palavra.
E não se pode estabelecer uma data para tal acontecimento.
10ª
– Porque a data de 1914 não tem qualquer apoio bíblico ou histórico. Apóia-se
numa cronologia infundada.
A)
1º erro: As profecias relativas a tempo passam a ter cumprimento a partir de quando
são proferidas, ou no futuro. Não ocorre nenhum exemplo bíblico de profecia
envolvendo período cujo ponto de partida deva ser fixado em época anterior a
sua formulação. Os 7 tempos de Daniel 4 iniciam-se com o começo da loucura do
rei, e de modo algum se pode recuar a 607 A.C. para encontrar o seu início.
B)
2º erro: A interpretação do sonho de Nabucodonosor em Dan. 4 não tem caráter
profético aplicável a longos períodos posteriores ao tempo do rei, cf. 4:24 a
28 e 33. O sonho destinava-se a combater o orgulho do rei e revelar-lhe quem
era o Soberano, infinitamente superior a ele: vs. 29-31 e 36, 37. Nada há na
passagem indicando tratar-se de uma profecia que se estenderia até além do
tempo do rei.
Obs.:
Também não há provas bíblicas para estabelecer a “árvore” de Dan. 4 como
representação simbólica do “reinado de Deus”, como ensina a “Sociedade”: ver
vs. 20 a 22, “a árvore . . . és tu, ó rei”. O vs. 37 oferece uma síntese do
objetivo da visão–Deus “pode humilhar aos que andam na soberba”. Isso apenas,
nada mais.
C)
3º erro: Fica insinuado, pela interpretação das “testemunhas”, que assim como o
rei esperou sete tempos para voltar ao trono, também Cristo assumiu Seu trono
após sete tempos, em 1914. Mas isso chega a ser blasfemo porque os reis ímpios
na Bíblia são tipos de Satanás, e nunca de Cristo (cf. Ezeq. 28–o rei de Tiro;
Isa. 14–o rei de Babilônia).
D)
4º erro: Os “olhos do entendimento” não perceberam que Cristo fora entronizado
e viera nas nuvens “com poder e grande glória” para assumir o Seu reino no ano
de 1914, pois por aquele tempo os adeptos da Torre de Vigia ainda pregavam a
data de 1874 como cumprimento disso. Criação, pág. 125*, Cumprir-se-á Então, O
Mistério de Deus, pág. 45; Novos Céus e Uma Nova Terra, págs. 222, 232, 233;
Aproximou-se o Reino de Deus de 1.000 Anos, págs. 187-189.
E)
5º erro: A conclusão sobre 1914 apoia-se em falsas premissas. Tanto a data 607
A.C. para a destruição de Jerusalém pelos babilônios é falsa, como a contagem
dos 70 anos de cativeiro, terminando em 537, não condiz com a realidade dos
fatos. Os próprios historiadores citados pela
Torre de Vigia em suas publicações atestam que a data correta para a desolação
de Jerusalém, correspondente ao 19º ano do reinado de Nabucodonosor, foi 586
A.C.
Olá, amigos. Este material foi extraido do meu livro "O Dedsafio da Torre de Vigia". Estou vendo a possibilidade de lançar nova edição num futuro próximo, ampliada e atualizada.
ResponderExcluirAbraços a todos.
Caro irmão Azenilto G. Brito,
ExcluirPeço-lhe desculpas por não ter colocado a fonte do texto postado.Tinha o texto no meu arquivo de computador, mas não tinha salvado o endereço do site que baixei, por isso que quando postei não coloquei os créditos. Mas prometo colocar a autoria.
Fique com Deus. Abraço afetuoso!!!
AG Brito, vc pode arrumar um livro seu pra mim?
Excluir