Teologia

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

DEZ RAZÕES POR QUE A “PAROUSIA” NÃO SE DEU EM 1914 Analisando um falso ensino das "testemunhas de Jeová"

Professor Azenilto G. Brito


I – Razões Bíblicas e Históricas 
1ª – Por causa do vocabulário empregado pelos autores bíblicos com referência à parousia, o segundo advento de Cristo:
A) Manifestar-se: I João 3:2.
B) Aparecimento: Heb. 9:28; I Pedro 5:4; I Tim. 6:14.
C) Vinda, chegada: Mat. 24:3; Tiago 5:8.
D) Outras palavras e expressões significativas: “presença” (II Tess. 1:9); “retorno” (Luc. 12:36); “vir . . . repentinamente” (Luc. 21:34); “o que há de vir virá” (Heb. 10:37). 
Obs.: a) Se todas essas palavras se referem a uma vinda secreta, invisível, certamente os autores bíblicos não foram nada felizes na escolha de palavras adequadas com que descrever o que tinham em mente. 
b) A palavra grega parousia (Mat. 24:3, “vinda”, vrsão Almeida) pode ser traduzida por “presença”, cf. Filip. 1:26; 2:12 e II Cor. 7:6. Todavia, nesses versos a vinda, ou presença, de Paulo e Tito representa a chegada pessoal e visível deles, não uma “presença invisível”, somente discernível com “olhos do entendimento”. 
E) CONCLUSÃO: Nem em 1874, nem em 1914 Cristo Se manifestou, apareceu ou Se fez presente visivelmente, como se deu na parousia de Paulo e Tito. 
2ª – Porque Jesus descreveu a Sua vinda em termos muito objetivos e claros, não dando margem à ideia de uma vinda secreta:
A) As promessas do Senhor: João 13:33, 36; 14:1-3. 
Obs.: Quando Cristo fez essas promessas, todos os Seus discípulos faziam-Lhe companhia, como também ao confiar-lhes a ordem de pregar o evangelho por todo o mundo (Mat. 28:16-20). Logo, tanto a promessa de Seu retorno para levar os Seus, como a ordem de pregar o evangelho são aplicáveis a todos os crentes. 
B) A promessa de Cristo quanto a vir buscar os Seus não se cumpriu em 1874, nem em 1914.
3ª – Porque a Bíblia diz claramente que “todo o olho O verá, até os que O transpassaram” (Apoc. 1:7).
A) Os efeitos do Advento sobre os perdidos: Mat. 24:27, 31; Apoc. 1:7 (cf. Marcos 14:61-64); Mat. 23:38, 39 (cf. Filip. 2:9-11); Apoc. 6:14-17.
B) Cumprir-se-á a esperança de Jó: Jó 19:25-27. 
C) A ascensão e a promessa dos anjos: Atos 1:9-11 (cf. Mat. 24:30). 
Obs.: Em Mat. 24:30 temos o processo inverso ao de Atos 1:9-11–primeiro é vista a nuvem, e depois o Filho do Homem sobre ela.
D) CONCLUSÃO: Em 1914 não houve “olho do entendimento” percebendo a chegada invisível de Jesus “em poder e grande glória”. Até a “Sociedade” cria e ensinava na época que a parousia ocorrera em 1874, pois vendeu, entre 1917 e 1920, 850 mil exemplares do Finished Mystery ensinando que o segundo advento de Cristo ocorrera em 1874 e a ressurreição em 1878.
4ª – Porque após a Ressurreição, Cristo foi visto pessoalmente: 
A) Cristo aparece corporalmente: Luc. 24:13-48; João 20:20-29. 
B) Havia profetizado que ressuscitaria em corpo: João 2:17-22.
C) Paulo e João falam a respeito do Seu corpo: Filip. 3:20, 21; I João 3:2.
D) Caso contrário, que fim levou o corpo do Senhor à luz do Sal. 16:10?
E) Foi contemplado por Seus fiéis visivelmente: Apoc. 1:12-17; Atos 7:56; 22:6 e 7; I Cor. 15:3-8.
Obs.: a) Em João 14:19 Cristo não declara em termos absolutos “o mundo NUNCA MAIS Me verá”. Ele não contradiz o que dissera em outras oportunidades. Chegaria, afinal, o tempo em que todas as tribos da Terra veriam o Filho do homem vindo nas nuvens, com poder e grande glória.
b) A razão por que o mundo não mais veria a Jesus após Sua morte, sepultamento e Ressurreição é que o juízo dele já fora emitido. Aquele era um mundo condenado por ter rejeitado o Messias que tinha completado Sua missão entre os homens. Mas os que O traspassaram teriam ainda que enfrentá-Lo por ocasião do Seu Advento: comparar João 12:31 com Mat. 26:63, 64 e Dan. 12:2. 
F) CONCLUSÃO: Cristo não veio “com poder e grande glória” em 1874 ou 1914. Em tais ocasiões as nações não O viram e nem aqueles que O traspassaram estavam presentes. Como já assinalado, nem mesmo os adeptos da Torre de Vigia perceberam, em 1914, que Ele se fizera presente a partir de então (ver Novos Céus, págs. 220, 221 (§ 2) e 222 (§ 3), 232 (§ 16) e 223.
5ª – Porque a ressurreição dos salvos dar-se-á quando Cristo aparecer: 
A) Os comentários de Paulo: I Tess. 4:16, 17; I Cor. 15:20, 23 e 51-54; II Tim. 4:8.
B) A ressurreição no último dia: João 11:24, 25. 
C) A convocação dos salvos: João 5:28, 29; Sal. 50:1-5; Mat. 24:31 e Apoc. 22:12. 
Obs.: a) Atos 3:19-21 fala que os Céus reteriam a Jesus “até os tempos de restabelecimento de todas as coisas”–T.N.M. Tal restabelecimento não se iniciou em 1874 ou 1914, pois as coisas sobre a Terra desde essas datas estão piores em muitos aspectos, e não dão mostras de quaisquer restabelecimentos. Paulo, no seu tempo, condenou aqueles que ensinavam já ter ocorrido a ressurreição: II Tim. 2:18. 
b) Apoc. 22:12 fala que Cristo ao vir atribuiria a cada um o seu merecido galardão (ver também Mat. 24:45-47). Isso não se cumpriu em 1874, nem em 1914. A própria Torre de Vigia ignorava, em 1914, que Cristo era vindo em tal data. Como poderia, então, cumprir o papel do “servo fiel e prudente” (Mat. 24:45-47), como reivindica para sua liderança? 
D) CONCLUSÃO: Não ocorreu restauração de todas as coisas e ressurreição de todos os salvos em 1874 ou 1914. Logo, Cristo não se fez presente em qualquer dessas datas, na interpretação da parousia que a Torre de Vigia defende. 
6ª – Porque a ceifa se dará quando da volta de Jesus: 
A) Discípulos ligam volta de Cristo ao fim do mundo: Mat. 24:3.
Obs.: a) É um absurdo imaginar que os discípulos tivessem a concepção da “vinda invisível” em 1914, bem antes da consumação dos séculos. Mesmo após a ressurreição de Cristo, tinham dúvidas quanto à natureza do Reino: Atos 1:6 e 7. Criam que o Reino seria estabelecido por ocasião do Advento (ver Lucas 19:11). Por meio de uma parábola Jesus tornou-lhes claro que primeiramente Ele deveria partir e depois retornar como Rei (vs. 12). 
b) Eles associavam as três coisas–destruição de Jerusalém, a vinda de Cristo e o fim do mundo. Logicamente não perguntavam sobre os “sinais” de que Jerusalém já estava destruída e de que Cristo já era vindo, mas de quando essas coisas estariam para acontecer! 
B) A parábola da ceifa e sua explicação: Mat. 13:24-30 e 36 a 43.
C) O cumprimento: Mat. 16:27; Luc. 17:24-30, 34-37. 
D) Declarações de Paulo: II Tess. 1:7, 8; 2:1-4 e 8. 
E) Profecia de Enoque: Judas 14 e 15. 
F) João no Apocalipse: 6:14-17; 11:15-18; 14:14-20; 19:11-21.
G) CONCLUSÃO: Não houve ceifa e destruição dos ímpios em 1874 ou 1914. Por conseguinte, Cristo não veio em nenhuma dessas datas. 
7ª – Porque o milênio se seguirá imediatamente ao Advento:
A) A bem-aventurada ressurreição (a primeira): Apoc. 20:1-6 (observar contraste da ressurreição bem-aventurada com a dos “restantes dos mortos” ao final dos mil anos). Comparar com I Tess. 4:16. 
Obs.: a) Os versos finais do tópico nº 6 mostram que Cristo volta com poder e glória e os ímpios não suportam a manifestação do Seu poder. Os salvos terão corpos transformados “num abrir e fechar de olhos”, tornando-se incorruptíveis. Só assim poderão contemplar o Rei dos reis e todos os Seus anjos (ver o efeito da glória de um anjo somente sobre a guarda romana: Mat. 28:2-4)**. 
b) O fato de “a cidade amada” que desce do Céu (Apoc. 20:9, cf. 21:2 e 16) ser de igual largura, comprimento e altura não indica que não seja uma cidade literal. A palavra grega isos, que tem o sentido de “igual”, pode também significar “proporcional” (ex.: isonomia–igualdade ou equivalência da lei ou sua aplicação [de isos + nomous, lei]). A cidade, pois, tem altura, comprimento e largura proporcionais, em perfeita estética (em Mar. 14:56, 59 isos significa “coerente”). 
c) Com a instauração do milênio, todos os reinos do mundo passam a ser de Cristo (Apoc. 11:15) e os salvos reinarão com Ele, de posse da prometida herança (Mat. 13:43; 25:34). Com Cristo, aplicarão a cada um a pena justa (I Cor. 6:2 e 3). Apoc. 20:4 diz, “reinaram com”, e não “reinaram sobre”. 
B) CONCLUSÃO: A partir de 1874 ou 1914 não se deu a prisão de Satanás, nem a primeira ressurreição. Logo, Cristo não veio em nenhuma dessas datas, embora o livro Milhões Agora traga gráfico na página 10* indicando o início do milênio como tendo sido em 1914 (data agora rejeitada pela Torre de Vigia). 
8ª – Porque muitas passagens bíblicas ficariam sem sentido desde 1914. 
A) A obra intercessória de Cristo: Heb. 7:25. 
Obs.: Se Cristo houvesse vindo em 1874 ou 1914, não haveria mais intercessor e, consequentemente, não restaria esperança de salvação para ninguém (I Tim. 2:5). 
B) A oração pela vinda do Reino: Mat. 6:10. 
Obs.: Não faria sentido orar o “Pai Nosso” e pedir “venha o Teu Reino”, após o ano de 1914.
C) A expressão “maranata” (“vem, Senhor”) teria passado de moda, depois de 1914. 
D) A ceia memorial: I Cor. 11:26 (T.N.M.). 
Obs.: Se Cristo já está presente, já chegou, então por que as “testemunhas” ainda realizam a ceia que deveria ser celebrada “até que Ele chegue”? 
E) Promessa de companhia constante: Mat. 28:20; João 14:16. 
Obs.: Cristo não declarou que estaria com os discípulos a partir de 1874 ou 1914, mas todos os dias a partir do envio do Consolador. 
F) CONCLUSÃO: Caso já houvesse vindo em 1874 ou 1914, todas as passagens destacadas acima ficariam sem sentido para o presente. Cristo, na verdade, está de certo modo presente agora, mediante Seu legítimo representante, o Espírito Santo: João 14:16-18, cf. 15:26 e 16:7-15. 
9ª – Porque um estudo dos sinais da vinda, ou presença, indica a falsidade de tal teoria: 
A) Advertências de Cristo: Mat. 24:23-27. 
B) Os sinais seriam da proximidade, e não da presença invisível: Mat. 24:32, 33.
C) Ninguém poderia saber o tempo: Mat. 24:36 (cf. versos 33 a 35 e Atos 1: 6, 7).
Obs.: Jesus advertiu contra os falsos profetas que pregariam sobre a presença de Cristo como fato passado: Mat. 24:24-28. 
D) CONCLUSÃO: Somos proibidos de crer que Jesus haja chegado, seja em 1874 ou em 1914, ou qualquer outra época de forma invisível (observar a ilustração do relâmpago). Portanto, Cristo ainda não veio tal como prometido em Sua palavra. E não se pode estabelecer uma data para tal acontecimento. 
10ª – Porque a data de 1914 não tem qualquer apoio bíblico ou histórico. Apóia-se numa cronologia infundada.
A) 1º erro: As profecias relativas a tempo passam a ter cumprimento a partir de quando são proferidas, ou no futuro. Não ocorre nenhum exemplo bíblico de profecia envolvendo período cujo ponto de partida deva ser fixado em época anterior a sua formulação. Os 7 tempos de Daniel 4 iniciam-se com o começo da loucura do rei, e de modo algum se pode recuar a 607 A.C. para encontrar o seu início. 
B) 2º erro: A interpretação do sonho de Nabucodonosor em Dan. 4 não tem caráter profético aplicável a longos períodos posteriores ao tempo do rei, cf. 4:24 a 28 e 33. O sonho destinava-se a combater o orgulho do rei e revelar-lhe quem era o Soberano, infinitamente superior a ele: vs. 29-31 e 36, 37. Nada há na passagem indicando tratar-se de uma profecia que se estenderia até além do tempo do rei. 
Obs.: Também não há provas bíblicas para estabelecer a “árvore” de Dan. 4 como representação simbólica do “reinado de Deus”, como ensina a “Sociedade”: ver vs. 20 a 22, “a árvore . . . és tu, ó rei”. O vs. 37 oferece uma síntese do objetivo da visão–Deus “pode humilhar aos que andam na soberba”. Isso apenas, nada mais. 
C) 3º erro: Fica insinuado, pela interpretação das “testemunhas”, que assim como o rei esperou sete tempos para voltar ao trono, também Cristo assumiu Seu trono após sete tempos, em 1914. Mas isso chega a ser blasfemo porque os reis ímpios na Bíblia são tipos de Satanás, e nunca de Cristo (cf. Ezeq. 28–o rei de Tiro; Isa. 14–o rei de Babilônia). 
D) 4º erro: Os “olhos do entendimento” não perceberam que Cristo fora entronizado e viera nas nuvens “com poder e grande glória” para assumir o Seu reino no ano de 1914, pois por aquele tempo os adeptos da Torre de Vigia ainda pregavam a data de 1874 como cumprimento disso. Criação, pág. 125*, Cumprir-se-á Então, O Mistério de Deus, pág. 45; Novos Céus e Uma Nova Terra, págs. 222, 232, 233; Aproximou-se o Reino de Deus de 1.000 Anos, págs. 187-189. 
E) 5º erro: A conclusão sobre 1914 apoia-se em falsas premissas. Tanto a data 607 A.C. para a destruição de Jerusalém pelos babilônios é falsa, como a contagem dos 70 anos de cativeiro, terminando em 537, não condiz com a realidade dos fatos. Os próprios historiadores citados pela Torre de Vigia em suas publicações atestam que a data correta para a desolação de Jerusalém, correspondente ao 19º ano do reinado de Nabucodonosor, foi 586 A.C.

3 comentários:

  1. Olá, amigos. Este material foi extraido do meu livro "O Dedsafio da Torre de Vigia". Estou vendo a possibilidade de lançar nova edição num futuro próximo, ampliada e atualizada.

    Abraços a todos.

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    1. Caro irmão Azenilto G. Brito,

      Peço-lhe desculpas por não ter colocado a fonte do texto postado.Tinha o texto no meu arquivo de computador, mas não tinha salvado o endereço do site que baixei, por isso que quando postei não coloquei os créditos. Mas prometo colocar a autoria.

      Fique com Deus. Abraço afetuoso!!!

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    2. AG Brito, vc pode arrumar um livro seu pra mim?

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