Pregar Menos a
Volta de Jesus?
Devemos
gastar mais tempo ajudando as pessoas a fazer do mundo um lugar melhor, em vez
de agitá-las sobre outro mundo, como ocorre quando a doutrina do segundo
advento é pregada.
TODOS
CONCORDARÃO QUE O MUNDO SERIA UM LUGAR MUITO MELHOR SE A ENFERMIDADE PUDESSE
SER ELIMINADA; E QUE NOSSO MUNDO seria quase ideal se pudéssemos banir do
coração humano o egoísmo, o ciúme, o ódio e a luxúria.
Mas a pregação para que as pessoas se preparem
para outro mundo nos impede de lidar com o primeiro desses problemas básicos,
que é a enfermidade? Não, certamente não. Cristo passava a maior parte do Seu
tempo ministrando aos enfermos e, todavia, pregava ao povo: “Não acumuleis para
vós outros tesouros sobre a terra, ... mas ajuntai para vós outros tesouros no
Céu, ... porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mar.
6:19-2 1.
Cristo comissionou Seus discípulos a sair e
curar os enfermos. Eles fizeram isso, mas também fízeram da doutrina do segundo
advento, o preparo das pessoas para o Céu, o aspecto central de sua pregação.
Vale a pena mencionar que os adventistas do sétimo dia, que fizeram do segundo
advento uma característica tão distintiva de sua pregação, estão ao mesmo tempo
ministrando aos enfermos por meio de uma rede de hospitais e clínicas em todos
os continentes.
Em
vista da objeção que está diante de nós, isso é realmente um fato notável.
Contudo, não é notável, mas apenas o resultado natural da crença na doutrina do
advento. O amor de Cristo que entra no coração daqueles que crêem que Ele logo
voltará leva-os a gastar seu tempo e meios para ajudar os enfermos.
Pregando
que Cristo voltaria, os discípulos fizeram do mundo um lugar melhor em que
viver, não apenas pela cura dos enfermos, mas também ajudando aos pobres.
Aqueles que aceitavam a pregação e que tinham dinheiro o doavam voluntariamente
para um fundo geral, a fim de que os pobres não sofressem (veja Atos 4:32-37).
Que quantidade incalculável de fome e necessidade poderia ser aliviada se esse
mesmo espírito controlasse hoje a igreja cristã como um todo!
E
o que dizer da relação dos vícios do coração humano com a doutrina do segundo
advento? Certamente todos os esquemas que os sábios deste mundo projetaram têm
falhado em prover solução crescente problema do crime e da corrupção moral.
Deseja o objetor que gastemos nosso tempo em alguma comissão do crime ou
comissão de pesquisa social em vez da pregação do advento? Se é assim, que
comissão ele sugeriria e que prova ofereceria de que nosso tempo seria bem
empregado?
Os
homens podem projetar maneiras de acorrentar o corpo, mas não de transformar o
coração. O prisioneiro sai da cadeia para repetir sua ofensa, ou cometer uma
pior. O temor da lei pode refrear um indivíduo de cometer um ato exterior de
violência, mas no coração ele ainda é criminoso e aguarda apenas a oportunidade
favorável para concretizar seus maus desejos.
Porém,
quando a poderosa doutrina do retomo pessoal de Cristo é pregada às pessoas,
seus sentidos embotados pelo pecado são convencidos do tremendo fato de que um
dia devem encontrar a Deus face a face e prestar conta de seus atos. Isso
ocorre o vividez que de outra maneira seria impossível.
Essa
poderosa verdade pode ser o meio de Deus despertá-las, levando-as a da auxílio
espiritual e se prepararem para aquele dia, Se o obj disposto a admitir que a
religião tem alguma mensagem pai humano, então deve admitir que a mensagem de
responsabilidade diante de Deus,
conforme apresentada na doutrina do advento, é uma das mais poderosas que podem
ser levadas ao coração humano.
Toda
pessoa que aceita a doutrina do advento e vive na esperança do encontro com
Cristo face a face tem dentro do coração poderoso incentivo para a vida
santificada. “E a si mesmo se santifica todo o que nEle tem esta esperança,
assim como Ele é”. João 3:3. E o homem cujo coração está purificado é um bom
cidadão. Quanto mais gente assim houver no mundo, melhor ele será para se
viver.
Nada
Explícito Quanto à Volta de Jesus
O
próprio Cristo disse que viria como um ladrão de noite. O apóstolo Pedro fez
uma afirmação semelhante. Os adventistas estão, portanto, desautorizados em
afirmar que podem conhecer algo explícito quanto ao tempo da vinda de Cristo.
CONCORDAMOS
QUE NÃO É POSSÍVEL SABERMOS EXATAMENTE QUANDO CRI5T0 VIRÁ. Ao LONGO DE TODA A
NOSSA HISTÓRIA COMO
Uma
organização religiosa, temos aceitado literalmente as palavras de Cristo
concernentes ao tempo da Sua vinda: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém
sabe.” “Portanto, vigai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” Mat.
24:36 e 42. Cristo faz em seguida uma alusão à vinda inesperada de um ladrão.
Mas
não limitamos nossa crença em relação ao advento a essas duas declarações de
Cristo. Cremos em tudo o que Ele disse. Aceitamos toda a Bíblia. Cristo não
restringiu Suas declarações acerca do advento aos dois textos citados. Esses
textos são parte de um longo discurso sobre o assunto. Esse discurso foi
suscitado por uma pergunta feita pelos discípulos. Eles sabiam que Jesus logo
os deixaria e naturalmente gostariam de saber quando voltaria. Então,
perguntaram: “Que sinal haverá da Tua vinda e do fim do mundo?” Mat. 24:3
(Almeida antiga).
O
primeiro e talvez mais significativo fato na resposta de Cristo é este: Ele nem
mesmo sugeriu que a pergunta deles fosse fora de lugar.
E
evidente que Cristo refletiu sobre a pergunta a fim de que pudesse respondê-la
em profundidade. Ele descreveu vários sinais que deveriam ocorrer nos céus e na
Terra, e então acrescentou: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já
os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às
portas.” Versos 32 e 33.
As
tenras folhas das árvores no início da primavera nos apresentam uma clara prova
de que o verão está próximo, mas não nos capacitam a dizer precisamente quando
chegará o verão. Com esta simples ilustração, Cristo harmonizou Suas duas
declarações: a que afirma que podemos saber quando o advento está próximo e a
de que “daquele dia e hora ninguém sabe”.
É
verdade que Paulo diz que a vinda de Cristo será totalmente inesperada — como a
vinda de um ladrão. Porém, ele se refere a uma classe que estará equivocadamente
prevendo “paz e segurança (I Tess. 5:3). Embaladas para adormecer com um falso
senso de segurança, essas pessoas serão surpreendidas por “repentina destruição
o que dizer daqueles a quem Paulo está escrevendo que conhecem os tempos e as
épocas”? Escute suas palavras: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que
esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa, porquanto vós todos sois filhos da
luz e filhos do dia; nós da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos
como os pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.” Versos 4-6.
E
como podemos conhecer “os tempos e as épocas”? Estudando as profecias do Livro
de Deus. Quando o profeta Daniel esteve diante de Nabucodonosor, rei de
Babilônia, que estava perturbado a respeito “do que há de ser depois disto”,
disse ele ao monarca:
“Há um Deus no Céu, o qual revela mistérios,
pois fez saber ao rei Nabudonosor o que há de ser nos últimos dias.” Dan. 2:28
e 29. Todo livro de Daniel está repleto de profecias concernentes à vinda
Cristo em glória.
Quando
Cristo respondeu à pergunta dos discípulos em te ao tempo do fim do mundo, Ele
Se referiu a uma predição feita “profeta Daniel”, e acrescentou: “Quem lê
entenda.” Mat. 2 Por outro lado, o capítulo inicial do livro de Apocalipse
contém bênção: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ou as palavras
da profecia e guardam as coisas nelas escritas, pois o tempo está próximo.”
Apoc. 1:3.
Dizer
que nada pode ser conhecido acerca do tempo da vinda de Cristo é ignorar esses
e outros textos semelhantes e afirmar que Deus dos profetas escondeu deles
qualquer informação sobre o evento que constitui o clímax da história
terrestre.
Os Adventistas
Estão Enganados
Uma
das melhores provas de que ninguém pode afirmar se Cristo virá amanhã ou daqui
a mil anos é o fato de que os apóstolos pensavam que Ele viria em seus dias.
Mas todos eles estavam equivocados. O mesmo ocorrerá com os adventistas do
sétimo dia.
É verdade que os apóstolos apresentavam o
segundo advento de Cristo aos crentes como o único evento importante do futuro.
Ele era o centro e a circunferência de sua pregação. Olhando para trás, eles
viam Cristo crucificado e então ressurgido dos mortos. Olhando para cima, viam
Cristo ministrando como o grande Sumo Sacerdote em favor do ser humano. Olhando
para a frente, viam Cristo vindo nas nuvens do céu. Os eventos terrestres não
entravam em sua contagem.
Tudo
girava em torno da relação de Cristo com eles — o que Ele tinha feito por eles,
o que estava fazendo por eles e como finalmente viria a fim de recebê-los para
Si mesmo. O próprio fato de que fixavam seus pensamentos tão completamente
nesse evento futuro poderia facilmente levar o leitor superficial da Bíblia a
concluir que todos os apóstolos criam e ensinavam que Cristo viria em seus
dias. Mas isso não seria correto.
Há
declarações específicas que, consideradas isoladamente, poderiam levar a essa
conclusão. Tomemos a mais típica como exemplo. Paulo, em sua primeira epístola
aos tessalonicenses, fala dos mortos que ressuscitarão e daqueles que estarão
vivos por ocasião da “vinda do Senhor”. 1 Tess. 4:15. Aparentemente, alguns
tessalonicenses pensavam que Paulo pretendia que eles compreendessem que o dia
de Cristo estava diante deles, e os objetores de hoje concluem disso que os
apóstolos esperavam a vinda do Senhor em seus dias.
Mas
tal interpretação das palavras de Paulo é desautorizada. Na segunda epístola
que Paulo dirigiu aos tessalonicenses, ele valeu-se do ensejo para corrigir tal
impressão, declarando: “Que não vos demovais da vossa mente, com facilidade,
nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola,
como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.” II Tess.
2:2. Ele então prossegue assegurando-lhes que esse dia só viria depois que
determinada profecia estivesse cumprida, e tal profecia não poderia ser
cumprida “sem que primeiro venha a apostasia”. Verso 3.
Paulo
disse aos presbíteros da igreja de Éfeso que essa apostasia viria depois da sua
“partida”, isto é, depois da sua morte (veja Atos 20:28-30; II Tim. 4:7 e 8).
De
sua cela da morte em Roma, ele escreveu a Timóteo, seu filho espiritual: “E o
que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite
a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” II Tim. 2:2. E
evidente, então, que Paulo aguardava os eventos muito além do alcance de sua
vida.
Se
lembrarmos que os escritos inspirados da Bíblia não eram apenas para aqueles
que primeiro os leram, mas também para nós, a declaração de Paulo em 1
Tessalonicenses 4:15 e declarações semelhantes de outros apóstolos não se
demonstrarão desconcertantes.
Deus
pode não ter achado conveniente dar a alguns apóstolos uma compreensão tão
explícita dos eventos que deviam preceder o segundo advento como fez a Paulo,
por exemplo. Nesse caso, eles poderiam mais adequadamente insistir com os
crentes para que estivessem sempre em um estado de prontidão para a volta de
Cristo.
Nos
tempos do Antigo Testamento, os profetas freqüentemente não compreendiam as
profecias que pronunciavam. A verdadeira compreensão delas era deixada para
aqueles que vivessem perto do tempo do seu cumprimento. Pedro explicou isso à
igreja do Novo Testamento (veja 1 Ped. 1:9-12) e lembrou: “Temos, assim, tanto
mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma
candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie.” II Pedro 1:19.
O
próprio apóstolo João talvez tenha compreendido pouco das profecias contidas no
Apocalipse. Contudo, ele disse por inspiração: “Bem-aventurados aqueles que
lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia.” Apoc. 1:3.
Como
foi dito, concordamos francamente que Deus pode não ter dado a todos os
apóstolos um conhecimento do futuro. Mas isso não requer a conclusão de que
nada pode ser conhecido acerca do segundo advento. Relembrando o primeiro
século da era cristã, indagamos por que os judeus não estavam todos preparados
para receber a Cristo, se as profecias sobre a maneira e o tempo do Seu advento
eram tão claras.
Havia
então alguns que estudavam as profecias, e quando o tempo se aproximava, Deus
graciosamente revelou mais
plenamente
seu significado àqueles que buscavam a verdade. Se hoje estamos em uma atitude
de esquadrinhar as profecias em vez de zombar delas, não é possível que Deus
possa nos revelar mais plenamente o seu significado? E assim podemos aprender
algo muito definido sobre o segundo advento.
Concordamos
que nenhuma pessoa “pode afirmar se Cristo virá amanhã ou daqui a mil anos”.
Mas a profecia pode e o faz. Gostaríamos de perguntar ao objetor: você já
estudou esses escritos inspirados? Você já obedeceu à ordem do próprio Cristo
de ler e compreender as profecias de Daniel? (veja Mat. 24:15). Já estudou a
profecia do próprio Cristo sobre Seu regresso? (veja Mat. 24 e Luc. 21). E você
um daqueles que podem reclamar a bênção porque tem lido, com oração e
diligência, o livro de Apocalipse? (veja Apoc. 1:3). Até então, por que
declarar que nada pode ser conhecido acerca do segundo advento?
A
Bíblia revela claramente que em todas as eras passadas Deus sempre contou aos
seres humanos quando um evento estava próximo. “Certamente o Senhor Deus não
fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os
profetas.” Amós 3:7. Está você pronto a afirmar que Deus mudou o Seu plano em
relação à humanidade, e que não nos dará nenhum conhecimento sobre um evento
que supera em grandiosidade todos os eventos que já ocorreram?
A
Bíblia contém livros inteiros dedicados a uma discussão profética do segundo
advento de Cristo em relação com os grandes períodos proféticos e incidentes
históricos. Ignoraremos essas partes da Escritura Sagrada? Diremos que elas são
sem significado? Se não, por que não devemos então estudá-las? Elas não nos
darão luz sobre o grande assunto da proximidade do segundo advento.
Fonte: Francis D. Nichol, Respostas a
Objeções, pág. 255-261.
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