Teologia

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

EXPECTATIVAS SOBRE A VOLTA DE JESUS




Pregar Menos a Volta de Jesus?
Devemos gastar mais tempo ajudando as pessoas a fazer do mundo um lugar melhor, em vez de agitá-las sobre outro mundo, como ocorre quando a doutrina do segundo advento é pregada.
TODOS CONCORDARÃO QUE O MUNDO SERIA UM LUGAR MUITO MELHOR SE A ENFERMIDADE PUDESSE SER ELIMINADA; E QUE NOSSO MUNDO seria quase ideal se pudéssemos banir do coração humano o egoísmo, o ciúme, o ódio e a luxúria.
 Mas a pregação para que as pessoas se preparem para outro mundo nos impede de lidar com o primeiro desses problemas básicos, que é a enfermidade? Não, certamente não. Cristo passava a maior parte do Seu tempo ministrando aos enfermos e, todavia, pregava ao povo: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, ... mas ajuntai para vós outros tesouros no Céu, ... porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mar. 6:19-2 1.
 Cristo comissionou Seus discípulos a sair e curar os enfermos. Eles fizeram isso, mas também fízeram da doutrina do segundo advento, o preparo das pessoas para o Céu, o aspecto central de sua pregação. Vale a pena mencionar que os adventistas do sétimo dia, que fizeram do segundo advento uma característica tão distintiva de sua pregação, estão ao mesmo tempo ministrando aos enfermos por meio de uma rede de hospitais e clínicas em todos os continentes.
Em vista da objeção que está diante de nós, isso é realmente um fato notável. Contudo, não é notável, mas apenas o resultado natural da crença na doutrina do advento. O amor de Cristo que entra no coração daqueles que crêem que Ele logo voltará leva-os a gastar seu tempo e meios para ajudar os enfermos.
Pregando que Cristo voltaria, os discípulos fizeram do mundo um lugar melhor em que viver, não apenas pela cura dos enfermos, mas também ajudando aos pobres. Aqueles que aceitavam a pregação e que tinham dinheiro o doavam voluntariamente para um fundo geral, a fim de que os pobres não sofressem (veja Atos 4:32-37). Que quantidade incalculável de fome e necessidade poderia ser aliviada se esse mesmo espírito controlasse hoje a igreja cristã como um todo!
E o que dizer da relação dos vícios do coração humano com a doutrina do segundo advento? Certamente todos os esquemas que os sábios deste mundo projetaram têm falhado em prover solução crescente problema do crime e da corrupção moral. Deseja o objetor que gastemos nosso tempo em alguma comissão do crime ou comissão de pesquisa social em vez da pregação do advento? Se é assim, que comissão ele sugeriria e que prova ofereceria de que nosso tempo seria bem empregado?
Os homens podem projetar maneiras de acorrentar o corpo, mas não de transformar o coração. O prisioneiro sai da cadeia para repetir sua ofensa, ou cometer uma pior. O temor da lei pode refrear um indivíduo de cometer um ato exterior de violência, mas no coração ele ainda é criminoso e aguarda apenas a oportunidade favorável para concretizar seus maus desejos.
Porém, quando a poderosa doutrina do retomo pessoal de Cristo é pregada às pessoas, seus sentidos embotados pelo pecado são convencidos do tremendo fato de que um dia devem encontrar a Deus face a face e prestar conta de seus atos. Isso ocorre o vividez que de outra maneira seria impossível.
Essa poderosa verdade pode ser o meio de Deus despertá-las, levando-as a da auxílio espiritual e se prepararem para aquele dia, Se o obj disposto a admitir que a religião tem alguma mensagem pai humano, então deve admitir que a mensagem de responsabilidade  diante de Deus, conforme apresentada na doutrina do advento, é uma das mais poderosas que podem ser levadas ao coração humano.
Toda pessoa que aceita a doutrina do advento e vive na esperança do encontro com Cristo face a face tem dentro do coração poderoso incentivo para a vida santificada. “E a si mesmo se santifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é”. João 3:3. E o homem cujo coração está purificado é um bom cidadão. Quanto mais gente assim houver no mundo, melhor ele será para se viver.
 Nada Explícito Quanto à Volta de Jesus
O próprio Cristo disse que viria como um ladrão de noite. O apóstolo Pedro fez uma afirmação semelhante. Os adventistas estão, portanto, desautorizados em afirmar que podem conhecer algo explícito quanto ao tempo da vinda de Cristo.
CONCORDAMOS QUE NÃO É POSSÍVEL SABERMOS EXATAMENTE QUANDO CRI5T0 VIRÁ. Ao LONGO DE TODA A NOSSA HISTÓRIA COMO
Uma organização religiosa, temos aceitado literalmente as palavras de Cristo concernentes ao tempo da Sua vinda: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe.” “Portanto, vigai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” Mat. 24:36 e 42. Cristo faz em seguida uma alusão à vinda inesperada de um ladrão.
Mas não limitamos nossa crença em relação ao advento a essas duas declarações de Cristo. Cremos em tudo o que Ele disse. Aceitamos toda a Bíblia. Cristo não restringiu Suas declarações acerca do advento aos dois textos citados. Esses textos são parte de um longo discurso sobre o assunto. Esse discurso foi suscitado por uma pergunta feita pelos discípulos. Eles sabiam que Jesus logo os deixaria e naturalmente gostariam de saber quando voltaria. Então, perguntaram: “Que sinal haverá da Tua vinda e do fim do mundo?” Mat. 24:3 (Almeida antiga).
O primeiro e talvez mais significativo fato na resposta de Cristo é este: Ele nem mesmo sugeriu que a pergunta deles fosse fora de lugar.
E evidente que Cristo refletiu sobre a pergunta a fim de que pudesse respondê-la em profundidade. Ele descreveu vários sinais que deveriam ocorrer nos céus e na Terra, e então acrescentou: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.” Versos 32 e 33.
As tenras folhas das árvores no início da primavera nos apresentam uma clara prova de que o verão está próximo, mas não nos capacitam a dizer precisamente quando chegará o verão. Com esta simples ilustração, Cristo harmonizou Suas duas declarações: a que afirma que podemos saber quando o advento está próximo e a de que “daquele dia e hora ninguém sabe”.
É verdade que Paulo diz que a vinda de Cristo será totalmente inesperada — como a vinda de um ladrão. Porém, ele se refere a uma classe que estará equivocadamente prevendo “paz e segurança (I Tess. 5:3). Embaladas para adormecer com um falso senso de segurança, essas pessoas serão surpreendidas por “repentina destruição o que dizer daqueles a quem Paulo está escrevendo que conhecem os tempos e as épocas”? Escute suas palavras: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa, porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.” Versos 4-6.
E como podemos conhecer “os tempos e as épocas”? Estudando as profecias do Livro de Deus. Quando o profeta Daniel esteve diante de Nabucodonosor, rei de Babilônia, que estava perturbado a respeito “do que há de ser depois disto”, disse ele ao monarca:
 “Há um Deus no Céu, o qual revela mistérios, pois fez saber ao rei Nabudonosor o que há de ser nos últimos dias.” Dan. 2:28 e 29. Todo livro de Daniel está repleto de profecias concernentes à vinda Cristo em glória.
Quando Cristo respondeu à pergunta dos discípulos em te ao tempo do fim do mundo, Ele Se referiu a uma predição feita “profeta Daniel”, e acrescentou: “Quem lê entenda.” Mat. 2 Por outro lado, o capítulo inicial do livro de Apocalipse contém bênção: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ou as palavras da profecia e guardam as coisas nelas escritas, pois o tempo está próximo.” Apoc. 1:3.
Dizer que nada pode ser conhecido acerca do tempo da vinda de Cristo é ignorar esses e outros textos semelhantes e afirmar que Deus dos profetas escondeu deles qualquer informação sobre o evento que constitui o clímax da história terrestre.
Os Adventistas Estão Enganados
Uma das melhores provas de que ninguém pode afirmar se Cristo virá amanhã ou daqui a mil anos é o fato de que os apóstolos pensavam que Ele viria em seus dias. Mas todos eles estavam equivocados. O mesmo ocorrerá com os adventistas do sétimo dia.
 É verdade que os apóstolos apresentavam o segundo advento de Cristo aos crentes como o único evento importante do futuro. Ele era o centro e a circunferência de sua pregação. Olhando para trás, eles viam Cristo crucificado e então ressurgido dos mortos. Olhando para cima, viam Cristo ministrando como o grande Sumo Sacerdote em favor do ser humano. Olhando para a frente, viam Cristo vindo nas nuvens do céu. Os eventos terrestres não entravam em sua contagem.
Tudo girava em torno da relação de Cristo com eles — o que Ele tinha feito por eles, o que estava fazendo por eles e como finalmente viria a fim de recebê-los para Si mesmo. O próprio fato de que fixavam seus pensamentos tão completamente nesse evento futuro poderia facilmente levar o leitor superficial da Bíblia a concluir que todos os apóstolos criam e ensinavam que Cristo viria em seus dias. Mas isso não seria correto.
Há declarações específicas que, consideradas isoladamente, poderiam levar a essa conclusão. Tomemos a mais típica como exemplo. Paulo, em sua primeira epístola aos tessalonicenses, fala dos mortos que ressuscitarão e daqueles que estarão vivos por ocasião da “vinda do Senhor”. 1 Tess. 4:15. Aparentemente, alguns tessalonicenses pensavam que Paulo pretendia que eles compreendessem que o dia de Cristo estava diante deles, e os objetores de hoje concluem disso que os apóstolos esperavam a vinda do Senhor em seus dias.
Mas tal interpretação das palavras de Paulo é desautorizada. Na segunda epístola que Paulo dirigiu aos tessalonicenses, ele valeu-se do ensejo para corrigir tal impressão, declarando: “Que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.” II Tess. 2:2. Ele então prossegue assegurando-lhes que esse dia só viria depois que determinada profecia estivesse cumprida, e tal profecia não poderia ser cumprida “sem que primeiro venha a apostasia”. Verso 3.
Paulo disse aos presbíteros da igreja de Éfeso que essa apostasia viria depois da sua “partida”, isto é, depois da sua morte (veja Atos 20:28-30; II Tim. 4:7 e 8).
De sua cela da morte em Roma, ele escreveu a Timóteo, seu filho espiritual: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” II Tim. 2:2. E evidente, então, que Paulo aguardava os eventos muito além do alcance de sua vida.
Se lembrarmos que os escritos inspirados da Bíblia não eram apenas para aqueles que primeiro os leram, mas também para nós, a declaração de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:15 e declarações semelhantes de outros apóstolos não se demonstrarão desconcertantes.
Deus pode não ter achado conveniente dar a alguns apóstolos uma compreensão tão explícita dos eventos que deviam preceder o segundo advento como fez a Paulo, por exemplo. Nesse caso, eles poderiam mais adequadamente insistir com os crentes para que estivessem sempre em um estado de prontidão para a volta de Cristo.
Nos tempos do Antigo Testamento, os profetas freqüentemente não compreendiam as profecias que pronunciavam. A verdadeira compreensão delas era deixada para aqueles que vivessem perto do tempo do seu cumprimento. Pedro explicou isso à igreja do Novo Testamento (veja 1 Ped. 1:9-12) e lembrou: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie.” II Pedro 1:19.
O próprio apóstolo João talvez tenha compreendido pouco das profecias contidas no Apocalipse. Contudo, ele disse por inspiração: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia.” Apoc. 1:3.
Como foi dito, concordamos francamente que Deus pode não ter dado a todos os apóstolos um conhecimento do futuro. Mas isso não requer a conclusão de que nada pode ser conhecido acerca do segundo advento. Relembrando o primeiro século da era cristã, indagamos por que os judeus não estavam todos preparados para receber a Cristo, se as profecias sobre a maneira e o tempo do Seu advento eram tão claras.
Havia então alguns que estudavam as profecias, e quando o tempo se aproximava, Deus graciosamente revelou mais
plenamente seu significado àqueles que buscavam a verdade. Se hoje estamos em uma atitude de esquadrinhar as profecias em vez de zombar delas, não é possível que Deus possa nos revelar mais plenamente o seu significado? E assim podemos aprender algo muito definido sobre o segundo advento.
Concordamos que nenhuma pessoa “pode afirmar se Cristo virá amanhã ou daqui a mil anos”. Mas a profecia pode e o faz. Gostaríamos de perguntar ao objetor: você já estudou esses escritos inspirados? Você já obedeceu à ordem do próprio Cristo de ler e compreender as profecias de Daniel? (veja Mat. 24:15). Já estudou a profecia do próprio Cristo sobre Seu regresso? (veja Mat. 24 e Luc. 21). E você um daqueles que podem reclamar a bênção porque tem lido, com oração e diligência, o livro de Apocalipse? (veja Apoc. 1:3). Até então, por que declarar que nada pode ser conhecido acerca do segundo advento?
A Bíblia revela claramente que em todas as eras passadas Deus sempre contou aos seres humanos quando um evento estava próximo. “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas.” Amós 3:7. Está você pronto a afirmar que Deus mudou o Seu plano em relação à humanidade, e que não nos dará nenhum conhecimento sobre um evento que supera em grandiosidade todos os eventos que já ocorreram?
A Bíblia contém livros inteiros dedicados a uma discussão profética do segundo advento de Cristo em relação com os grandes períodos proféticos e incidentes históricos. Ignoraremos essas partes da Escritura Sagrada? Diremos que elas são sem significado? Se não, por que não devemos então estudá-las? Elas não nos darão luz sobre o grande assunto da proximidade do segundo advento.
 Fonte: Francis D. Nichol, Respostas a Objeções, pág. 255-261.

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