Teologia

segunda-feira, 29 de junho de 2015

PUDESSE SER AFASTADO O VÉU ENTRE O VISÍVEL E O INVISÍVEL



Ricardo André

Sempre que vou ao Recife paro um pouco na Ponte da Boa Vista, centro da Cidade e, vejo pessoas indo e vindo pelas ruas, numa corrida frenética. Tráfego intenso de carros, motos, caminhões e ônibus. Prosseguindo minha caminhada observo muitas lojas e comércios, casas, empresas. A cada dia milhões de pessoas acessam diversos meio de comunicação, a exemplo da televisão, rádio, internet. Outros milhões trabalham, escutam músicas, assistem filmes, jogos e outros programas, discutem ideologias, estudam, debatem teorias. Diariamente cada pessoa neste mundo está fazendo sua própria história, tomando decisões, mudando rumos, influenciando outras vidas, tudo de forma livre.

Alguns acreditam no destino, dizendo que o rumo de suas vidas já está pré-determinado. Há fatos que estão destinados a ocorrer em nossas vidas e cada qual com sua função. Pode ser por Carma, Aprendizado, Evolução, Lição, Missão, entre outros. Outros dizem ser completamente livres para fazer o que quiserem, pois cada um controla seu destino pela sua força de vontade e sacrifício. Há aqueles que pensam que o cosmo e tudo que existe nele, inclusive a própria vida, é produto de combinações aleatórias de elementos após o originário big bang (grande explosão), não havendo possibilidade um objetivo real para a vida. O falecido biólogo Jacques Monod, ganhador de um Prêmio Nobel, declarou: “O homem finalmente sabe que está sozinho na insensível imensidão do Universo, do qual ele surgiu apenas por acaso. Seu destino não é explicado em nenhum lugar, tampouco seu objetivo.” Influenciados por essa teoria, muitas pessoas raciocinam: se a vida é mera obra do acaso, então tem de ser vivida intensamente, pois depois dela nada mais haverá. E há aqueles que simplesmente não sabem o que estão fazendo aqui. A realidade, porém, é distante do que se acredita.

Muitos pensam que vivemos num mundo onde há apenas seres humanos.  Ledo engano! As Sagradas Escrituras revelam a realidade do mundo invisível, ao afirmar: "Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais." Efésios. 6:12. Mas pudesse ser retirado o véu que cobre nossos olhos, e veríamos milhares de seres espirituais poderosos a rondar a terra e influenciar cada detalhe da vida das pessoas. Se o véu entre o visível  e o invisível fosse afastado o homem perceberia que, na verdade, está no meio de um conflito entre as forças do bem e do mal, e que sua vida tem sido completamente influenciada por isso. De um lado, espíritos malignos buscando dominar mente e coração das pessoas para levá-las a destruição. Como fez com Eva, Satanás frequentemente finge ser nosso aliado. "Ele frequentemente parece um anjo de luz, assumindo ares amistosos, apresentando tentações peculiares, que é difícil para o inexperiente suportar." (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, pág. 207). 

A própria experiência de Pedro com Satanás certamente o capacitou a descrever nosso inimigo como um leão que ruge buscando sua presa (I Pedro 5:8). Na última Páscoa juntos, Jesus disse a Pedro que Satanás iria perseguir seus passos (Lucas 22:31). Realmente, antes que a noite terminasse, Pedro negou seu Senhor e Salvador não uma vez, mas três vezes. Jesus, porém, não o deixou sem esperança. Logo depois de lhe dizer que Satanás desejava vencê-lo, Jesus disse: "Mas Eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos". Do outro lado, anjos de luz correndo ao socorro e salvação destas pessoas (Hebreus 1:14). Estes nos guardam do mal, e repelem os poderes das trevas que nos estão procurando destruir (Salmos 34:7).  A grande verdade é que todos estamos, realmente, no meio do conflito cósmico. A pergunta de capital importância é: a que lado vamos nos unir? No fim é nossa própria escolha, e de ninguém mais. O grande conflito, em parte, é travado por agentes humanos. A quem você servirá é o grito de batalha que devemos responder, e a maneira como respondemos determina se vencemos ou somos derrotados.

A escritora cristã Ellen G. White, observa:

“Pudesse ser erguido o véu que separa o mundo visível do invisível, e pudesse o povo de Deus contemplar o grande conflito que se trava entre Cristo e os santos anjos, e Satanás e suas forças malignas, acerca da redenção do homem; pudesse compreender a maravilhosa obra de Deus em prol da salvação de almas da escravidão do pecado e a constante operação de Seu poder para sua proteção da maldade do maligno, e estariam melhor preparados para resistir aos tramas de Satanás. Sentiriam no espírito uma impressão solene em vista da vasta extensão e importância do plano da redenção e da grandeza da obra que se lhes depara, como colaboradores de Cristo. Sentir-se-iam humilhados, todavia animados, sabendo que todo o Céu se acha interessado em sua salvação.” Ellen G. White - Testemunhos Seletos, Vol. 2, pag. 170.

O mundo cristão se diz ciente desta realidade. Mas será que, de fato, temos agido conforme esta verdade? Será que realmente fazemos ideia do que é que estamos enfrentando? Sabemos exatamente onde eles estão e o que tem feito em nossa vida?

A Bíblia diz que Satanás é o príncipe deste mundo. Isto não é novidade para nenhum cristão. Mas será que fazemos ideia do quanto ele é príncipe do mundo? Ou, em outras palavras, sabemos como ele governa mentes e influencia a vida na terra?

Esse é um assunto que deveria ser claro para todo servo de Deus. Os dias mais difíceis que esta terra já viu estão às portas. Nunca o inimigo trabalhou tanto para desviar a mente humana. E é nesse tempo que o Deus poderoso e Onipotente mostrará aos homens e ao universo a glória do seu poder. Agora é o momento em que homens e mulheres devem despertar para o serviço ao Senhor, e como os grandes heróis do passado, devem fazer brilhar a luz da verdade, em prol da salvação de seus irmãos.

"Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora – os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os esforços de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: "Quem é do Senhor"? (Êxodo. 32:26)" (Ellen G. White, Profetas e Reis, pág. 148).

Nós não podemos mais dormir. O inimigo é seis mil anos mais experiente. Por si só, o mais sábio dos homens nada é senão um iletrado e ignorante frente a Satanás e seus anjos. Mas, pelo poder infinito de Deus, até o menor dos homens é capaz de enfrentar toda a potestade das trevas. "Ele espera lealdade de cada um, e a cada um concede poder de acordo com a necessidade. Em sua própria força o homem é fraco; mas no poder de Deus ele pode ser forte para derrotar o mal e ajudar outros a derrotá-lo. Satanás jamais obtém vantagem sobre quem faz de Deus sua defesa” (Ellen G. White, Profetas e Reis, pág. 175).

Um vendedor um dia confessou ao seu pastor que tinha-se envolvido em um caso amoroso ilícito. "Não pude evitar!", ele racionalizou. "Você não pode entender as pressões que estavam me afetando".

O pastor respondeu: "Você não pôde evitar? Pressões? O que aconteceu aos seus controles internos?"

José também teve suas pressões! A insistência diária de uma mulher atraente. A promessa de romance. Paixão sexual. A probabilidade de não ser apanhado. A tolerância da sociedade com a imoralidade sexual. As possíveis vantagens de crescer na escada profissional. E, sobretudo, as incessantes sugestões de que isso não significava nada. Mas os controles internos de José o impediram de trair a Deus.
Mas a história de José, até aquele ponto, revelava algo que mostrava por que agiu assim. O que era? “José havia sido levado para o Egito, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá. O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio” (Gênesis 39:1,2).

Todo o Céu está interessado em nosso bem-estar e em que vençamos os poderes do mal (Lucas 10:19; Hb 2:14, 15). A luta é sobre-humana. Quando, porém, escolhemos a Cristo, não importa quão débil seja nossa natureza humana, é-nos assegurado: "Maior é Aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. (...) E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? (I Jo 4:4; 5:4, 5). O Senhor suscitará, neste tempo, homens como José, que enfrentarão as mais terríveis adversidades sem vacilar, levando avante a verdade, sendo fiéis até as últimas consequências, e possuindo uma fé inabalável. Caro amigo leitor, será você um destes? Só depende da sua escolha.


sábado, 27 de junho de 2015

A IGREJA ADVENTISTA LANÇA NOTA SOBRE A DECISÃO DA SUPREMA CORTE DOS EUA DE LEGALIZAR CASAMENTO HOMOSSEXUAL



por Ricardo André

Na última sexta-feira (26), a Suprema Corte dos Estados Unidos, numa votação apertada, aprovou, por cinco votos contra quatro, a legalização do casamento homossexual em todo o país. O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde os tempos antigos, afirmou o tribunal, “mas ele não está isolado das evoluções no direito e na sociedade”. Ao excluir casais do mesmo sexo do casamento, explicou, nega-se a eles “a constelação de benefícios que os estados relacionaram ao casamento”.

O tribunal acrescentou: “O casamento encarna um amor que pode perdurar até mesmo após a morte”. “Estaria equivocado dizer que estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento… Eles pedem direitos iguais aos olhos da lei. A Constituição lhes concede este direito”, ressaltou.



Milhões de pessoas em Washington e no mundo inteiro comemoram a decisão histórica da Suprema Corte americana, inclusive pelo Presidente Barack Obama, que mesmo antes dessa decisão, em 2012, já tinha manifestado ostensivamente apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aqui no Brasil, muitas pessoas adotaram as cores do arco-íris em seus perfis nas redes sociais demonstrando apoio a decisão dos EUA.

Após a decisão da Suprema Corte, a Igreja Adventista do Sétimo Dia nos EUA, emitiu nota oficial, esclarecendo a posição da mesma em relação à decisão. A nota da Divisão Norte Americana deixa claro que a decisão não muda a posição da instituição em relação ao casamento. A despeito da decisão da Suprema Corte, a igreja mantém sua crença fundamental de que o casamento foi divinamente estabelecido no Éden. As Sagradas Escrituras declaram: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2:24, NVI). Por todas as Escrituras, este padrão heterossexual é afirmado. A Bíblia não faz acomodação para a atividade ou relacionamentos homossexuais. Atos sexuais fora do círculo do casamento heterossexual são proibidos (Lv 18:5-23, 26; Lv 20:7-21; Rm 1:24-27; 1Co 6:9-11). Jesus Cristo reafirmou a intenção da criação divina: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne?’ Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne” (Mt 19:4-6, NVI). Por essas razões, os Adventistas do Sétimo Dia são opostos às práticas e relacionamentos homossexuais. É importante salientar que essa posição é a defendida pela Igreja em nível mundial. A nota diz o seguinte:

“A Suprema Corte dos EUA, na sexta-feira, 26 de junho, lançou sua decisão pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.

“Mesmo com a decisão do Supremo Tribunal, a Igreja Adventista mantém a sua crença fundamental de que o casamento foi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus como união vitalícia entre um homem e uma mulher.

“Embora a Igreja respeite as opiniões de quem possa ser diferente, ela vai continuar a ensinar e promover a sua convicção baseada na Bíblia do casamento entre um homem e uma mulher.

“A Igreja Adventista do Sétimo Dia acredita que todas as pessoas, independentemente de raça, gênero e orientação sexual são filhos de Deus e devem ser tratadas com civilidade, compaixão e amor semelhante ao de Cristo”.

Com informações de http://www.adventistreview.org/



segunda-feira, 22 de junho de 2015

LIBERDADE RELIGIOSA FRAGILIZADA



por: Célio Barcellos 

Episódios recentes nos lembram que a falta de liberdade religiosa também é um problema no Brasil, afetando inclusive crianças e adolescentes.

De acordo com a declaração universal dos direitos humanos, “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

Se a citação acima fosse levada ao pé da letra, não veríamos tantas manifestações de intolerância religiosa que vêm se tornando cada vez mais frequentes no mundo. E o Brasil não está livre desse problema. No dia 14 de junho de 2015, por exemplo, Kailane Campos, de 11 anos, foi atingida na cabeça por uma pedra na saída de um culto afro. Inconformadas com esse ato de violência registrado na Vila da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, pessoas de diferentes religiões foram às ruas no último domingo, 21, para protestar.

Segundo um levantamento feito pelo site G1 com base em dados do Disque 100, que recebe telefonemas anônimos sobre vários tipos de violência, o Rio de Janeiro foi a unidade da federação com o maior número de discriminação religiosa contra crianças e adolescentes entre 2011 e 2014. Nesse período, foram registrados 16 casos.

Infelizmente, muitas dessas manifestações de intolerância partem de pessoas que se dizem cristãs. No caso do episódio envolvendo a menina carioca, testemunhas afirmaram que o objeto foi lançado por um grupo de evangélicos. Tais atitudes contrariam, porém, os ensinamentos do cristianismo que, desde a sua origem, tem procurado preservar esse valor fundamental. No livro Fé & Liberdade, John Graz lembra que “a liberdade religiosa tem uma tradição no cristianismo”. Tertuliano, que viveu entre 160 e 220 d.C., foi o primeiro autor a usar as palavras libertas religionis (liberdade religiosa) no início do 3º século.

Assim, qualquer ato de imposição, violência ou discriminação está longe dos princípios cristãos, que prezam pela tolerância, respeito e amor. Ninguém tem o direito de forçar outra pessoa a aceitar suas crenças a qualquer custo, pois isso fere o livre-arbítrio concedido por Deus aos seres humanos.

Intolerância velada

Outro ponto que merece ser discutido no Brasil no que diz respeito à liberdade religiosa foi levantado recentemente pelo jornal A Tribuna, do Espírito Santo, que publicou reportagem sobre casos de candidatos a emprego eliminados em entrevistas por causa de religião. Segundo o consultor de carreiras Elias Gomes, mencionado na matéria, aproximadamente 0,5% dos candidatos são eliminados por esse motivo. “Mas o número”, de acordo com ele, “é ainda maior, já que a religião é levada em conta na hora da contratação de uma forma velada”.

“Há religiões que restringem o horário de trabalho. Por isso, às vezes, a empresa pergunta qual é a religião do candidato. Outras fazem de forma mais sútil perguntando se ele tem disponibilidade de horários”, acrescenta a gerente da Center RH, Eliana Machado, que também foi consultada pelo jornal.

Os adventistas do sétimo dia se identificam com situações dessa natureza em função dos desafios enfrentados em relação à guarda do sábado. Mas, ao mesmo tempo que a igreja tem incentivado seus membros a ser fiéis a esse princípio bíblico, testemunhando  mesmo em circunstâncias difíceis, ela também tem procurado orientá-los sobre como agir.

Defender a liberdade religiosa é algo que também está ligado às origens do adventismo. Uma prova disso é que, em 1893, líderes da organização criaram a Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), que continua cumprindo um papel fundamental organizando debates e fóruns para discutir o assunto e contribuir para que esse direito continue sendo exercido livremente.

CÉLIO BARCELLOS é pastor em Serra (ES)


UMA DECLARAÇÃO DE OTIMISMO E FOCO NAS LUTAS DE HOJE - CENTENÁRIO DE ELLEN G. WHITE


segunda-feira, 8 de junho de 2015

PRIMEIRA IGREJA ADVENTISTA É INAUGURADA EM PAÍS EUROPEU APÓS MAIS DE 40 ANOS DE TENTATIVAS




A primeira igreja adventista do Principado de Andorra, localizado entre Espanha e França, foi inaugurada após mais de 40 anos de tentativas. Considerado um dos menores países do mundo, com território de 468 quilômetros quadrados (o equivalente a menos de um terço do território do município de São Paulo) e apenas 85 mil habitantes, o principado conta com 25 adventistas.


Primeira-igreja-adventista-e-inaugurada-no-principado-de-Andorra-credito-1Embora a presença do adventismo no país já exista há vários anos, os fiéis ainda não tinham um lugar próprio para as reuniões públicas. Isso porque, apesar de a Constituição do país garantir a liberdade de culto, ainda existem dispositivos constitucionais que protegem o catolicismo, religião predominante no país – embora não oficial, já que Andorra se declara um Estado laico.

Por essa razão, a primeira igreja adventista precisou ser registrada como Associação Cristã Adventista de Andorra para ser reconhecida oficialmente pelas autoridades locais. [Com informações e fotos de Pedro Torres (Divisão Inter-Europeia) e Adventist Review]