Teologia

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O CONFLITO NA UCRÂNIA: DESENCADEARÁ ELE A GUERRA DO FIM DO MUNDO?


 Ricardo André

Na madrugada da quinta-feira passada (24/02), o presidente russo Vladimir Putin autorizou a invasão da Ucrânia, atacando com bombardeios em Kiev, Kharkiv (Carcóvia, em português) e outras cidades, iniciando uma guerra reacionária em todos os aspectos, qualquer que sejam as partes envolvidas, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Reino Unido e diversos outros governos europeus. Segundo Putin, trata-se de uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”. Putin afirmou, depois, que quer trazer à justiça quem cometeu o que chamou de “genocídio” e “crimes” contra russos nas áreas, além de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia. Já, em 25/02, declarou não reconhecer o governo de Zelensky como democrático e que quer estabelecer um governo democrático na Ucrânia. Outra razões dada por ele para realizar esses ataques era proteger a Rússia contra a ameaça da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) liderada pelos Estados Unidos, que pretendia incorporar a Ucrânia na Organização, país fronteiriço da Rússia e que no passado já foi incorporada pelos russos e pelos soviéticos, mas desde o fim da URSS, em 1991, tornou-se uma República independente.

Essa invasão russa no seu país vizinho deixou o mundo atônito e apreensivo, gerando o repúdio do mundo Ocidental. A guerra preocupa o mundo em razão da possibilidade dos EUA e seus aliados realizarem operações militares na região em defesa da Ucrânia, o que seria catastrófico, pois poderia desencadear uma terceira guerra mundial. Tanto os EUA como a Rússia, potências que disputam a hegemonia no Leste Europeu, possuem os maiores arsenais de armas nucleares do mundo. Muitos analistas acreditam que se essa guerra ocorresse ambos os países empregariam suas armas nucleares, o que poderia destruir o planeta.

Este cenário preocupante tem levado alguns cristãos, especialmente os Adventistas do Sétimo Dia que possuem um grande interesse em eventos de proporções globais e de significado escatológico, a procurar entender essa guerra e o papel que isso poderia desempenhar no cumprimento das profecias sobre o fim. Muitos têm perguntado: A guerra na Ucrânia levará a uma guerra mundial? Ela é um dos sinais dos tempos? Há algum significado profético da guerra na Ucrânia? O que dizem as Sagradas Escrituras?

Anjos detém uma terceira guerra mundial

Numa de suas visões João, o vidente de Patmos, ver “quatro anjos” ao redor do planeta Terra “retendo os quatro ventos, para impedir que qualquer vento soprasse na terra, no mar ou em qualquer árvore” (Ap 7:1, NVI). Em seguida, o profeta nota que aparece um “outro anjo”, um 5º anjo, vindo do Ocidente, “tendo o selo do Deus vivo”. Ele dá um importante aviso ao grupo de anjos que estavam retendo os quatro ventos da Terra: "Não danifiquem nem a terra, nem o mar nem as árvores, até que selemos as testas dos servos do nosso Deus" (Ap 7:2, 3, NVI).

Que significam esses ventos? A própria Bíblia Sagrada nos dá o significado. No Antigo Testamento, os ventos representam forças destrutivas pelas quais Deus executa juízos sobre os ímpios, os maus. (Jr 23:19,20; 49:36, 37). “É provável que o paralelo mais próximo seja encontrado em Daniel 7:2, texto em que eles parecem ser forças de conflitos, do qual surgem grandes nações” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 865). Assim sendo, João vê anjos de Deus contendo as forças da destruição. Ao mesmo tempo, anjos maus estão instigando conflitos entre as nações de todo o mundo, conduzindo-as para a “batalha do grande dia do Deus Todo poderoso” (Ap. 16:13, 14). Porém, não se permitirá que esses poderes demoníacos levem adiante sua obra antes que Deus haja concluído o Se trabalho.

Uma vez que, ventos na profecia bíblica representam conflitos ou guerras, e que anjos de Deus estão retendo esses ventos, podemos afirmar seguramente que só não houve até agora uma terceira guerra mundial por causa da intervenção divina. A partir da revelação do Apocalipse podemos ainda afirmar com convicção que o conflito na Ucrânia não levará a uma destrutiva guerra mundial porque anjos de Deus estão impedindo as nações do mundo e as forças demoníacas por trás delas, mas não indefinidamente. Segundo a revelação do Apocalipse, essa guerra final será detida “até que selemos as testas dos servos do nosso Deus" (Ap 7:3, NVI).

Note que a visão do capítulo 7 de Apocalipse aponta para o selamento do fiel povo de Deus, que guarda Seus mandamentos (Ap 14:12), e é esse selamento que os preparará, nos últimos dias, para resistir aos terríveis períodos de aflição que precederão o segundo advento de Cristo e os preserva para Seu reino. Se vivermos até que Jesus volte, precisamos receber o selo de Deus no fim do tempo para ser salvos. Não ser selado é estar perdido para sempre. Portanto, a terrível guerra mundial e final, bem como as sete últimas pragas descritas no capítulo 16 de Apocalipse – ambas representam “os ventos” que estão sendo refreados pelos anjos - só ocorrerão após o selamento do povo de Deus no tempo do fim, que é simbolizado pelos 144.000 (Ap 7; 14). Estes são os resgatados de todas as nações. Foram redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Nas palavras da mensageira do Senhor Ellen G. White, “ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade” (O Grande Conflito, p. 614).

Diz mais Ellen G. White: “A atualidade é uma época de absorvente interesse para todos os que vivem. Governadores e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, homens e mulheres pensantes de todas as classes, têm fixa a sua atenção nos fatos que se desenrolam em redor de nós. Acham-se a observar as relações tensas e inquietas que existem entre as nações. Observam a intensidade que está tomando posse de todo o elemento terrestre, e reconhecem que algo de grande e decisivo está para ocorrer, ou seja, que o mundo se encontra à beira de uma crise estupenda.

“Anjos acham-se hoje a refrear os ventos das contendas, para que não soprem antes que o mundo haja sido avisado de sua condenação vindoura; mas está-se formando uma tempestade, prestes a irromper sobre a Terra; e, quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de lutas que nenhuma pena poderá descrever” (Educação, p. 179, 180).

É o período da “grande tribulação” mencionada em Apocalipse 7:14. Nesse tempo o mundo todo estará mergulhado em profundas crises econômica, moral e social. As nações estarão enfurecidas (Ap 11:18). Haverá guerras e desastres (Mt 24:6, 7).

O selo de Deus

O que é o selo de Deus que será aplicado nas frontes dos servos de Deus? Certamente, não é uma marca visível colocada na testa dos filhos e filhas de Deus, mas como afirma Ellen G. White, significa “a consolidação na verdade, tanto intelectual como espiritualmente, de modo que [o povo de Deus] não possa ser abalado” (Eventos Finais, p. 220). “Comprova a ‘semelhança a Cristo em caráter’” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 866). Com base nessas citações podemos dizer que o selo de Deus é semelhança com Cristo no que concerne às qualidades de caráter que levam os possuidores a permanecer inabaláveis ao lado da verdade.

“Assim como nos tempos antigos, o selo sobre um objeto revela a quem ele pertence. Logo, o selo de Deus sobre Seu povo proclama que Ele os reconhece como Seus” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 866). O apóstolo Paulo afirma: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: "O Senhor conhece quem lhe pertence [...]” (2Tm 2:19, NVI). De acordo com Apocalipse 12:17 e 14:12, na crise final a prova de fidelidade será a guarda dos mandamentos de Deus. De modo especial, o quarto mandamento, que ordena a observância do sábado, o sétimo dia da semana, como dia de repouso, se tornará a prova de obediência a Deus Yahweh (Ap 14:7). Nos tempos bíblicos o sábado era o sinal do povo de Deus (Ez 20:12, 20). Similarmente, a guarda do sábado será o sinal exterior de lealdade a Deus na crise final. Nesse tempo a humanidade acabará se polarizando entre os que observam o sábado bíblico instituído por Deus e os que veneram o domingo de origem pagã. Nesse contexto, o sábado assumirá a função de sinal escatológico de lealdade incondicional a Deus. Esta preciosa verdade é extremamente relevante, porquanto nós, individualmente, ou receberemos o selo do Deus vivo ou a marca da besta (Ap 14:9-11; 13;15-18). Queiramos ou não, creiamos ou não, e até se não entendermos o assunto plenamente, nosso destino será com uma dessas duas classes.

Mas, quando ocorrerá o selamento? Ele se dará nos últimos dias da história da Igreja de Deus, aqui neste mundo, logo após a decretação das leis dominicais, que tornará obrigatório a guarda do domingo (Ap 13:15 e 16), e culminando com o encerramento do tempo da graça. Esse aspecto da questão era muito claro para Ellen G. White, e ela assim se expressou:  “Que estais fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se estão unindo com o mundo, estão se amoldando ao modelo mundano, e preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade” (Testemunhos Seletos, v. 2. p. 70 e 71).

Não nos foi revelado quanto tempo durará o período de selamento que se seguirá ao decreto dominical. O que sabemos é que ele será curto: “O tempo do selamento é muito curto, e logo passará. Agora, enquanto os quatro anjos estão contendo os ventos, é o tempo de fazer firme a nossa vocação e eleição” (Primeiros Escritos, p. 58).

A guerra na Ucrânia indicam “os passos de um Deus que se aproxima”

Não obstante o conflito na Ucrânia não desencadear a guerra mundial e final, e não ter um papel central no cenário profético, ela aponta para o fato de que a história está avançando para o seu ponto final, e nos lembra que Jesus está prestes a voltar. Ele predisse que um dos sinais da Sua vinda era justamente as guerras entre as nações. Esse sinal não deveria nos assustar nem alarmar: “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino [...]” (Mt 24:6,7, NVI).

A guerra na Ucrânia e as grandes guerras já ocorridas nos séculos XX e XXI fazem parte de uma sequência de sinais que se estendem até a segunda vinda de Cristo, a exemplo de fome, pestes, terremotos, aparições de falsos profetas (Mt 24:1-7, 24). Esses sinais estão alertando o mundo de que Jesus irá voltar em glória e majestade.

Num de seus trechos inspiradores, Ellen White afirmou categoricamente que as guerras eram sinais da vinda de Jesus. “A vinda do Senhor está mais próxima do que quando aceitamos a fé. O grande conflito aproxima-se de seu fim. Toda notícia de calamidade em mar ou terra é um testemunho de que o fim de todas as coisas está próximo. Guerras e rumores de guerras declaram-no. Haverá um só cristão cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que se iniciam perante nós?

 O Senhor vem. Ouvimos os passos de um Deus que Se aproxima, ao vir Ele punir o mundo por sua iniquidade. Temos que preparar-Lhe o caminho mediante o desempenho de nossa parte em preparar um povo para esse grande dia” (Evangelismo, p. 219).

Os últimos minutos da História

Para os agnósticos a história não tem finalidade ou sentido. Mas, para os cristãos, sobre a Terra ameaçada pelos fantasmas apocalípticos, brilha fulgurante a certeza de que Deus intervirá nos destinos do mundo. O Criador não permitirá que a espécie humana sucumba em um suicídio coletivo, a exemplo de uma guerra mundial termonuclear.

A intervenção de Deus se dará com a segunda vinda de Jesus. Ele nos fez a seguinte promessa: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.

O ponto crucial é este: a segunda vinda de Cristo põe um fim no mundo como o conhecemos. Esse acontecimento vai provocar a morte de muitos e vai ser o momento de muitos receberem a vida eterna. No seu famoso sermão profético, Jesus afirma que “aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mateus 24:30, NVI). Que sinal é este? A escritora cristã Ellen G. White comentando esse texto, afirma: “Surgirá logo no Oriente uma pequena nuvem escura, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. Será a nuvem que rodeará o Salvador, e que, à distância, parecerá estar envolta em trevas. O povo de Deus saberá ser esse o sinal do Filho do Homem. Em silêncio solene, irão contemplá-la enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar uma grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e, acima dela, o arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avançará como poderoso vencedor” (O Grande Conflito, p. 640, 641).

Por ocasião do aparecimento dessa “pequena nuvem negra do tamanho da mão de um homem”, haverá muita agitação no mundo. As nações estarão sofrendo as pragas do Apocalipse e conflitos devastadores, balançando precariamente à beira da autodestruição. Estarão em meio à desobediência e imoralidade. Diante da pequena nuvem no céu, o sentimento dos seres humanos será de curiosidade. As pessoas perguntarão: O que é aquela nuvem de aparência estranha? Elas ficarão assustadas, pois a nuvem em movimento, aproximando-se da Terra vai ficando cada vez maior e mais brilhante. Muitos perguntam: O que está acontecendo? O que estão presenciando é diferente de tudo o que já viram. As pessoas correm de um lado para o outro. E a nuvem vai ficando cada vez maior, mais brilhante, e as pessoas não conseguem tirar os olhos dela. Elas estão vendo o cumprimento da promessa de Deus em Mateus 24:30: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem (...)”.

A nuvem no céu será o retorno de Jesus a esta Terra com poder e muita glória. Desta vez, Ele não virá como um carpinteiro de Nazaré, não como um Mestre, mas virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Cada ser humano deste planeta vai testemunhar. A Bíblia afirma: “Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém” (Apocalipse 1:7, NVI). Durante os poucos momentos, enquanto Jesus se aproximar da Terra, as pessoas irão para o que estão fazendo; mais e mais as pessoas ficarão paralisadas pela visão, até que toda humanidade esteja olhando para o céu. Jesus disse que Sua vinda seria como um “relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:27, NVI), rodeando assim, todo o globo terrestre.

 Momento decisivo

Chegará o momento decisivo para todo os habitantes da Terra, quando ficará claro que o próprio Deus está vindo ao nosso encontro. Por alguns momentos todos estarão curioso; a humanidade estará dividida em dois grupos, alguns com muita alegria e outro com grande pavor. Eles ficam horrorizados, quando percebem que gastaram sua vida, fugindo da presença de Jesus, rejeitando Seus apelos. Agora é tarde demais para aceitarem o Seu amor. Alguns tentarão esconder-se e fugir da Sua presença. O apóstolo João viu a reação desse grupo diante da presença de Jesus, na visão relatada em Apocalipse 6:14-17, descrevendo-a da forma mais marcante e comovente que há na Bíblia.

“O céu foi se recolhendo como se enrola um pergaminho, e todas as montanhas e ilhas foram removidas de seus lugares. Então os reis da terra, os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos — todos os homens, quer escravos, quer livres, esconderam-se em cavernas e entre as rochas das montanhas. Eles gritavam às montanhas e às rochas: "Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá suportar? (Apocalipse 6:14-17, NVI).

Seu medo insuportável termina em morte. Isto é o que um grupo de pessoas experimentará durante os minutos finais da história deste mundo. “Na desvairada contenda de suas próprias e violentas paixões, e pelo derramamento terrível da ira de Deus sem mistura, sucumbem os ímpios habitantes da Terra — sacerdotes, governadores e povo, ricos e pobres, elevados e baixos. “E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da Terra até à outra extremidade da Terra; não serão pranteados nem recolhidos, nem sepultados.” Jeremias 25:33. Por ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a Terra: consumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 657). Mas o outro grupo experimentará algo totalmente diferente.

O momento mais feliz da vida dos fiéis

As pessoas continuam olhando para o céu. Aqueles que se ampararam na graça salvadora de Deus, percebem que finalmente o dia de glória chegou. Será realmente o maior acontecimento da história. Os crentes de todas as eras receberão a salvação, cheios de regozijo: “Naquele dia dirão: "Esse é o nosso Deus; nós confiamos nele, e ele nos salvou. Esse é o Senhor, nós confiamos nele; exultemos e alegremo-nos, pois ele nos salvou" (Isaías 25:9, NVI).

Depois de esperar por tanto tempo, finalmente chegou o acontecimento que todos anelam, a volta do nosso amado Salvador. Será um momento emocionante, em que, nos cemitérios, as sepulturas começarem a se abrir e delas reviverem os justos mortos. “Os mortos precioso, desde Adão aos últimos santos que morrerem, ouvirão a voz do Filho de Deus e sairão dos sepulcros para a vida imortal (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 158). Talvez a mãe encontrando o seu filho, o filho encontrando a sua mãe, o esposo encontrando a sua esposa, “criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 645). Realmente, vai ser um momento muito especial.

Caro amigo leitor, pense neste dia. Este é o dia para o reencontro com queridos e para conhecer homens e mulheres de todas as épocas da história da Terra – os antediluvianos, juízes, profetas, apóstolos e reformadores estarão lá. Este dia também é a sua esperança. Imagine nossa alegria quando nos unirmos a esse grupo feliz!

E, melhor ainda, este é o dia em que nossa redenção estará selada, e o Desejado de todas as nações (Jesus) nos será dramaticamente revelado no céu. Nesse dia glorioso, devemos receber nossa herança eterna e entrar inteiramente na família celestial como filhos de Deus. “O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho” (Apocalipse 21:7NVI). “Todo redimido compreenderá a obra dos anjos em nossa própria vida. De que perigos, visíveis e invisíveis, temos sidos protegidos mediante a intervenção de anjos, jamais saberemos até, à luz da eternidade, as providências de Deus nos sejam reveladas” (Eventos Finais, p.170).

O Universo vai estar completamente limpo do pecado, dos pecadores e do mal. “O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 678). Assim, como seres humanos, temos apenas dois finais possíveis. Quando tudo estiver dito e feito, ou vamos ser destruídos totalmente com o pecado, com os pecadores impenitentes e com o mal, ou vamos viver para sempre junto a Deus, que, por meio de Jesus, abriu o caminho a todos nós, mesmo aos piores entre nós, para morarmos com ele no paraíso.

Amigo, de que lado você vai estar por ocasião do fim do mundo? Que tipo de emoção você vai ter alegria ou terror? Decida estar entre o grupo que vai dizer: “Este é o nosso Deus a quem aguardávamos”.

Não adie o seu encontro com Jesus. Não espere mais. Tome uma decisão hoje. Abra seu coração a Jesus. Peça a Ele que dirija a sua vida. Agora é o tempo, agora é o momento de entregar-se totalmente nas mãos de Jesus e preparar-se para a sua volta.

Deus te abençoe ricamente!

 

 

 

 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O PERIGOSO E SINISTRO TREM ESCATOLÓGICO



 

Ricardo André

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que é gerado por Deus guarda-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. E nós sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno”

Nesse texto sacro o apóstolo João afirma categoricamente que o mundo está sob o domínio do maligno, o diabo. A palavra grega para mundo é “kosmos”. De acordo com o Comentário Bíblico Adventista, “no NT, cosmos, muitas vezes, representa o povo ímpio, alienado e hostil a Deus, ou ocupado com assuntos mundanos que levam para longe de Deus” (v. 7, p. 706). Portanto o termo “mundo” aqui evidentemente significa não o mundo material, mas as pessoas que habitam a Terra, incluindo todos os idólatras e todos os pecadores de todas as classes e tipos, seus programas, seus conceitos e filosofias contrárias a Deus.

Que este mundo está sob o domínio o inimigo é um fato atestado pelas Sagradas Escrituras. Quando Jesus estava prestes a ser entregue para ser morto, declarou: “Já não lhes falarei muito, pois o príncipe deste mundo está vindo” (Jo 14:30, NVI). Quando Satanás tentou Jesus no deserto, ele fez a seguinte proposta: “Todas estas coisas eu te darei, se prostrado, me adorares” (Mt 4:9). Notem que o próprio Satanás se declara dono do mundo. Embora ele seja um usurpador, sua influência sobre o planeta é gigantesca. Portanto vivemos num mundo tenebroso. Satanás é o príncipe deste mundo, por isso não podemos nos conformar com suas ideias (Rm 12:2).

Na noite de verão do dia 4 de junho de 1989, um evento terrível ocorreu na ex-União Soviética. Uma explosão de gás seguida por um incêndio na estação de trem de Acha-Ufa (1.200 km a leste de Moscou) devido a um rompimento do oleoduto nos trilhos do trem. Durante essas três horas, enquanto o gás se acumulava próximo à rodovia, vários trens passaram pelo local. Alguns maquinistas informaram o despachante sobre a forte contaminação por gás na área. No entanto, o despachante ferroviário não tomou nenhuma providência, pois não tinha ligação com os operadores do gasoduto e, por sua própria conta e risco, não se atreveu a abrandar o movimento na Ferrovia Transiberiana.

Neste momento, dois trens estavam se movendo um em direção ao outro. Por volta da 1h10 da manhã de 4 de junho (ainda era tarde da noite de 3 de junho em Moscou), dois trens colidiram no local. Eles já estavam começando a se dispersar quando houve uma violenta explosão. Seu poder era tal que a coluna de chamas foi observada a dezenas de quilômetros do epicentro. E na cidade de Asha, localizada a 11 quilômetros da explosão, quase todos os moradores foram acordados, pois a onda de choque derrubou janelas em muitas casas.

De acordo com as lembranças dos médicos que chegaram pela primeira vez ao local do desastre, eles ficaram chocados, pois não esperavam ver nada parecido. Eles estavam em um chamado para o incêndio de um vagão de passageiros e estavam preparados para um certo número de vítimas, mas não para o quadro apocalíptico que apareceu diante de seus olhos. Alguém poderia pensar que eles estavam no epicentro de uma explosão de bomba atômica.

Foram 38 vagões em dois trens, 20 em um trem e 18 no outro. Vários vagões foram torcidos além do reconhecimento, o resto foi engolfado pelas chamas, tanto por fora quanto por dentro. Alguns dos vagões foram simplesmente arremessados dos trilhos para o barranco por uma explosão. Ambos os trens eram trens "resort". A temporada já havia começado, famílias inteiras estavam indo para o sul, então os trens estavam superlotados. No total, ambos os trens tinham mais de 1.300 passageiros, incluindo passageiros e trabalhadores da tripulação. Mais de um quarto dos passageiros eram crianças.

Naquele dia 645 pessoas morreram, entre os mortos 181 crianças e outras 600 pessoas ficaram feridas. Segundo testemunhas, dezenas de pessoas, atiradas para fora dos trens pela explosão, correram ao longo da ferrovia como tochas vivas. Famílias inteiras morreram. A temperatura estava infernal - joias de ouro derretido foram preservadas nos mortos (e a temperatura de derretimento do ouro estava acima de 1000 graus). No caldeirão de fogo, as pessoas evaporaram, viraram cinzas. Posteriormente, não foi possível identificar todos, os mortos foram tão queimados que não foi possível determinar se era um homem ou uma mulher. Quase um terço dos mortos foram enterrados sem identificação. Esse evento tornou-se um dos maiores acidentes de trem da história. O mundo ficou chocado com aquela tragédia.

Mas eu gostaria de falar de um outro trem que está destinado a causar o maior desastre da História da humanidade: O trem escatológico, o do fim da história.

O terrível trem escatológico

Em agosto de 1850, o Senhor mostrou, em visão, a Ellen White um trem sinistro que avançava com a velocidade do relâmpago para a perdição e constitui-se num alerta para todos os crentes adventistas. Note como ela descreveu esse terrível trem:

Foi-me mostrado um comboio, avançando com a velocidade do relâmpago. O anjo ordenou-me olhar cuidadosamente. Fixei os olhos nesse trem. Parecia que o mundo inteiro ia embarcado nele, que não faltava ninguém. Disse o anjo: "Eles estão se reunindo em feixes, prontos para serem queimados." Mostrou-me então o chefe do trem, uma pessoa formosa e imponente, para quem todos os passageiros olhavam e a quem reverenciavam. Fiquei perplexa e perguntei a meu anjo assistente quem era. Disse ele: "É Satanás. Ele é o chefe na forma de um anjo de luz. Ele leva cativo o mundo. Eles se entregaram à operação do erro a fim de crerem na mentira e serem condenados. O seu mais elevado agente abaixo dele, pela sua categoria, é o maquinista, e outros dos seus agentes estão empregados em diferentes cargos conforme deles necessita, e todos vão indo para a perdição, com a velocidade do relâmpago." (Primeiros Escritos, p. 88).

Impressionante! Segundo a visão, “parecia que o mundo inteiro ia embarcando nele”. Essa descrição da visão harmoniza-se perfeitamente com as Sagradas Escrituras, onde se diz, por exemplo, “que o mundo inteiro jaz sob o Maligno” (1 Jo 5:19). O termo “mundo” aqui evidentemente significa não o mundo material, mas as pessoas que habitam a Terra, incluindo todos os idólatras e todos os pecadores de todas as classes e tipos. Em outras palavras, a maioria da população mundial está sob a influência ou domínio do inimigo de Deus, Satanás. Mas, o mundo não percebe essa dominação do diabo. A Bíblia o descreve como inteligente, formoso e capaz de apresentar-se de modo exatamente oposto ao seu verdadeiro caráter (Ez 28:14-18). O apóstolo Paulo escreveu: “Isto não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz” (2 Co 11:14, NVI). Mas ele é a fonte e o promotor de todo mal. Deseja que o adoremos, no lugar de Jesus, tendo inveja de Cristo e desejando tomar-Lhe o lugar no Céu (Is 14:13 e 14).

Como “o deus desta era”, ele “cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4:4, NVI). A realidade da dominação do diabo neste mundo se dá de tal forma na política (marcada pela prática da corrupção por parte de muitos políticos), na cultura, na música, que muitas vezes faz apologia ao sexo livre, a violência, a orgia, a traição, entre outros, e em todas as áreas onde existe alguma interferência do homem.

Infelizmente o diabo penetrou até no meio religioso, nas igrejas e denominações cristãs. A imensa maioria delas ensinam falsas doutrinas, a exemplo da imortalidade da alma, a santidade do domingo. Outras são verdadeiras agências exploradoras da fé alheia, cuja maior parte de seus cultos é utilizado para convencer o fiel a doar seus recursos em troca da promessa de prosperidade. O que é visto atualmente segue um padrão comum de infortúnios por parte de muitos pastores, líderes, ministros e músicos. Todos estão embarcando nesse trem do fim.

Não se engane meu irmão! Por favor! Veja as palavras do versículo anterior a este: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca" (1 Jo 5:18). Esse texto nos mostra que o maligno não toca aqueles que são nascidos de Deus e que não vivem em pecado. Mas a recíproca também é verdadeira. Se vivemos em pecado, ou mesmo se ainda não nascemos de Deus e não O guardamos, damos permissão ao diabo em muitas coisas na nossa vida. E ele aos poucos vai nos minando e colocando no nosso meio muitos ídolos que, por fim, nos dominam.

Em continuidade da visão, o anjo assistente de Ellen White ordenou-lhe que olhasse firmemente para o trem. “Mostrou-lhe então o chefe do trem, uma pessoa formosa e imponente, para quem todos os passageiros olhavam e a quem reverenciavam”.

A irmã White ficou perplexa e perguntou ao seu anjo assistente quem era ele. O anjo respondeu que era Satanás na forma de um anjo de luz. Ele leva cativo o mundo. (Idem, p. 263)

Note que o anjo falou a Ellen G. White que as pessoas do mundo que iam embarcando no trem escatológico “se entregaram à operação do erro a fim de crerem na mentira e serem condenados” (Idem, p. 88). Interessante que a operação do erro é citada como algo que iria acontecer nos últimos dias, e está relatada em 2 Tessalonicenses 2:11-12. “E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade” (ACF).

O verso 11 evidencia a verdade de que, na crise final da história da Terra, Deus “envia” um engano sobre os ímpios. Não se trata da mentira da parte Dele, mas Ele permite o erro para que acreditem na mentira, porque há muitas pessoas que, infelizmente, querem ser enganados. Suas teimosias em rejeitar determinadas verdades, e seu apego a mentira a mentira certamente levará à ruína. Já que são pessoas que insistem em permanecer na mentira, então Deus permite a operação do erro para que assim se cumpra.

Afinal, o que significa o trem visto pela Mensageira do Senhor? O contexto da visão nos permite entender que trata-se do espiritismo, que tem levado milhões de pessoas a crerem que, entre outras coisas, as pessoas possuem uma alma imortal, e que elas passas pelo processo de evolução constante pela qual aprenderão com os erros de uma vida para corrigi-los numa próxima existência, assim evoluindo na sua jornada pelas várias vidas mediante a reencarnação, com o que os malfeitos se eliminam gradualmente. O próprio Cristo anunciou que no final haverá a ressurreição da vida e a ressurreição da condenação, não reencarnação e, que os que não aceitarem a oferta de Salvação propiciada por Deus Nele irão perecer, pois “quem crê e for batizado, será salvo; quem não crê, será condenado” (Jo 5:28, 29; Mc. 16:16). 

Ellen G. White adverte-nos: “Entre as operações de maior êxito do grande enganador, encontram-se os ensinos ilusórios e prodígios de mentira do espiritismo. Disfarçado em anjo de luz, estende suas redes onde menos se espera. Se os homens tão-somente estudassem o Livro de Deus com fervorosa oração a fim de o poderem compreender, não seriam deixados em trevas, à mercê das doutrinas falsas. Mas, rejeitando eles a verdade, são presa da ilusão” (O Grande Conflito, p. 524).

É fato que milhões em todo o mundo estão sendo enganados pela velha mentira que, após expirar os nossos corpos, nós imediatamente entraremos em uma outra existência consciente e que os mortos podem entrar em contato e orientar aqueles que eles deixaram para trás. Esta mentira tem encontrado expressão através da canalização de espíritos guias nas sessões espíritas, e experiências de quase-morte. Aqueles que acreditam que há algo inerentemente imortal dentro de nós não têm nenhuma proteção contra esses enganos da Nova Era.

A Bíblia ensina explicitamente que a morte é um sono inconsciente (ver Salmo 6:5; 146:4, Eclesiastes 9:5-10). Quando Lázaro morreu e Jesus dirigiu-se para Betânia para ressuscitá-lo, Jesus não disse: “Lázaro está agora no céu, mas vou trazê-lo de volta à terra.” Ele disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (João 11:11).

Embora as manifestações espíritas e o ocultismo têm aparecido de uma forma ou de outra por quase toda a história humana, nos últimos anos tem havido uma explosão de interesse por estes fenômenos. TV, teatro, filmes, todos em algum grau ou outro têm ajudado a promover essa enganação de que continuamos vivos após a morte de nosso corpo físico. O sucesso do filme O Sexto Sentido, sobre um menino que pode ver as almas dos mortos, é um excelente exemplo.

Algumas manifestações, como as experiências de quase-morte, têm assumido uma “aura científica”. Alguns cientistas têm estudado o fenômeno, pretendendo emprestar ainda mais credibilidade entre aqueles que não conhecem o ensinamento bíblico a respeito da morte.

Quase todos estes enganos têm uma coisa em comum. Eles evitam dizer a verdade sobre a nossa situação: que somos pecadores, que Jesus Cristo morreu para pagar a pena pelos nossos pecados, e que somente através da fé Nele e no Seu sangue derramado podemos receber a promessa da vida eterna. No entanto, essa é a única coisa que todas as pessoas ao redor do mundo precisam saber.

Não é sem razão que fomos advertidos por Deus, através de Ellen G. White, de que dos dois grandes enganos nos últimos dias, um será “a imortalidade da alma”. Ele afirma: “Mediante os dois grandes erros - a imortalidade da alma e a santidade do domingo - Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma” (O Grande Conflito, p. 588).

Mesmo no mundo cristão, a crença de que a alma é imortal é considerada doutrina cristã básica. Muitos acreditam que, na morte, os crentes fiéis voam para o Céu, e os pecadores impenitentes descem ao inferno. Isso é ensinado nos púlpitos, nas salas de aula e, principalmente, em funerais. Todavia, a “operação do erro” não limita-se apenas ao espiritismo no mundo. Ela é muito mais ampla. E compreende o conjunto de falsas doutrinas sustentadas pelas religiões que constituem a Babilônia mística, descrita no Apocalipse (14:8; 17; 18). Portanto, o mundanismo (o estilo de vida desregrado, contrário aos princípios bíblicos), o secularismo, o espiritualismo, o ecumenismo, falsas doutrinas vem como a OPERAÇÃO DO ERRO, carregando como um trem todos os que não deram crédito a verdade.

Muitos adventistas estão embarcando nesse perigoso trem

Lamentavelmente, muitos do povo de Deus estão também desavisadamente embarcando nesse trem do fim da história.Vejamos algumas formas de muitos cristãos adventistas estarem embarcando nesse trem:

a) A secularização do estilo de vida adventista. Em sua determinação por dominar o povo de Deus, o inimigo tem usado estratégia do secularismo ou do pós-modernismo. A igreja está passando por um processo de secularização. Mas, o que é secularização? De acordo com a Wikipédia, “a secularização é um conceito multifacetado que geralmente denota "uma transição de um nível religioso para um mais mundano". O Dicionário Inglês de Oxford, define secularização como sendo a “dissociação ou separação de preocupações religiosas ou espirituais”. Portanto secularismo é uma maneira de viver divorciado de Deus, não se preocupar com as coisas espirituais.

Um crescente número de adventistas estão adotando estilos de vida mundanos. Isso é o que chamamos de secularização. A secularização do estilo de vida adventista estende-se a todas as áreas da vida. Algumas pessoas realizam viagens de negócios no sábado. Vão às compras antes mesmo do pôr do sol durante o sábado e consideram isto correto. Alguns se sentem livres para substituir o óleo, trocar os pneus e lavar o carro no sábado. A secularização também se estende ao vestuário, ao adorno exterior incluindo o uso de joias, a falta de modéstia e os estilos ‘sexy’. Outros assistem programas de televisão sem selecionar os conteúdos, adotam a dança, o sexo antes do casamento e a música rock. Aceita-se o consumo moderado de bebidas alcoólicas e abandoná-lo não é uma condição requerida para o batismo. Outros consideram como valores supremos riquezas materiais, ostentação, posições de prestígios e poder. Dizem que não possuímos as coisas que temos; as coisas que temos nos possuem. É fácil se tornar absorvidos pelos bens materiais; por isso Jesus advertiu sobre “os enganos das riquezas” (Mc 4:19). No mundo pós-moderno, muitas pessoas vivem como se a pergunta a ser feita no juízo fosse: “Quanto dinheiro você ganhou?”

Disfarçados de coisas boas, valores seculares têm sido introduzidos em nosso meio, resultando na perda da fé e da esperança de muita gente, a exemplo de que não existem “verdades absolutas”. Por conta disso, muitos não veem mais a igreja como um movimento profético, zombam até da história adventista, perderam o senso da iminência da volta de Cristo e não sentem a urgência de nossa missão. Lamentavelmente, temos visto cada vez mais adventistas “analfabetos doutrinário”, ou adotam doutrinas contrárias ao sistema adventista de crenças. O analfabetismo doutrinário gera o vazio ocupado pelo secularismo. Ambas as coisas caminham juntas. Se você não sabe no que crê, então crerá naquilo que os outros lhe dizem para crer.

b) Novas formas de cultos. Cada vez mais novas formas de cultos baseados na emoção, em cânticos com ritmos acentuados, dançantes e balburdia de ruídos, enfim, ganham espaço nas igrejas adventistas, e que não contribuem positivamente para a experiência de adoração. O líder do louvor manipula os cânticos e os instrumentos de uma forma bastante habilidosa, de forma a levar a congregação a uma experiência extática. Durante o cântico, os participantes desses cultos ficam levantando de seus assentos, suas mãos, batendo palmas e gritando "Aleluia" e “Glória a Deus!” Os membros vão à essas igrejas para experimentar um excitamento "espiritual" durante o serviço de cânticos, que na maioria das vezes dura mais tempo do que a pregação da palavra de Deus. É a chamada adoração carismática.

O pastor Vanderlei Dorneles, na sua obra Cristãos em Busca do Êxtase (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2008), apresenta de forma contundente o surgimento deste tipo do louvor pentecostal modelado pelo pós-modernismo com a sua ênfase no místico, semelhante às religiões primitivas. Nesse tipo de louvor e adoração podemos observar uma substituição do Espírito Santo por outro espírito.

Em Daniel 3, por duas vezes, há uma longa lista dos diferentes instrumentos musicais usados para produzir "todo tipo de música" (Daniel 3:7,10). Esta música eclética foi tocada para induzir as pessoas à adoração da imagem de ouro. Poderia ser que, assim como na Babilônia antiga, Satanás esteja hoje usando "todo tipo de música" para levar o mundo a uma falsa adoração no tempo do fim, da "besta e de sua imagem" (Apocalipse 14:9)? Poderia ser que um golpe de mestre Satânico escreveria canções gospel que contivessem elementos de todos os gostos de música: música pop, jazz, rock, discoteca, country, samba, rap, etc? Poderia ser que muitos cristãos cheguem a amar a estes tipos de canções gospel, porque elas se parecem em muito com a música de Babilônia?

Como adventistas, cremos que formos chamados por Deus para proclamar o “Evangelho Eterno” delineado na Tríplice Mensagem Angélica de Apocalipse 14:6-12. Essa mensagem representa o último apelo de Deus para que que Seu povo saia justamente da Babilônia mística. Esse termo é empregado no Apocalipse para indicar “todas as organizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a Antiguidade até o fim dos tempos” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 919). O chamado dessas Três Mensagens Angélicas para sairmos da Babilônia espiritual, pela rejeição de sua falsa adoração, poderia muito bem incluir também a rejeição da adoração carismática artificial de Babilônia. Logo o mundo inteiro será ajuntado para o conflito final na antitípica planície apocalíptica de Dura e "todo tipo de música" será tocada para levar os habitantes da terra a "adorar a besta e sua imagem" (Apocalipse 14:9). É importante ressaltar que, no Apocalipse, o resultado do conflito envolva o silenciar dos instrumentos de música da Babilônia. "Com igual ímpeto será lançada Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será achada. E em ti não se ouvirá mais o som de harpistas, de músicos, de flautistas e de trombeteiros." (Apocalipse 18:21-22)

Aqueles que raciocinam de que não há nada de errado com a adoração carismática na igreja, podem estar se condicionando a aceitarem a falsa adoração promovida por Babilônia. Satanás tem suas próprias canções para promover a falsa adoração no tempo do fim. Essas pessoas estão embarcando no comboio maligno. Será que, pela adoção da música de Babilônia, alguns perderão a chance de cantar o Novo Cântico de Moisés e do Cordeiro? Que esta pergunta possa ressoar em nossa consciência e nos desafiar a nos levantarmos pela verdade como os três dignos hebreus.

c) Falsas doutrinas. Para muitos adventistas pós-modernistas, as doutrinas não são importantes, e a abordagem das doutrinas bíblicas não deve ser dogmática. Em todas as doutrinas, eles perguntam: É uma questão de salvação? Na realidade, cada verdade da Bíblia é ponto de salvação. Ao passo que muitos minimizam a relevância das doutrinas bíblicas, muitos outros negam as doutrinas importantes, consideradas pilares da fé adventista, como a doutrina do santuário, do juízo investigativo, entre outros. Nas palavras do pastor, grande estudioso e erudito denominacional Leroy Edwin Froom, “a verdade do santuário é a essência do adventismo e tudo abrange; qualquer enfraquecimento, negação ou supressão da verdade do santuário é questão séria, mesmo crucial. Qualquer desvio ou abandono dela fere o coração do adventismo, sendo um desafio à sua própria integridade” (Ministério Adventista, julho/agosto de 1971, p. 13).

Ellen G. White escreveu: “A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé” (Evangelismo, p. 221). Ao longo da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, dezenas de pastores e membros leigos naufragaram na fé, abandonaram a igreja por perderem a fé na doutrina do Santuário. E a serva do Senhor previu essa triste realidade, ao escrever: “O inimigo introduzirá doutrinas falsas, tais como a de que não existe um santuário. Este é um dos pontos em que alguns se apartarão da fé” (Idem, p. 224).

Após uma visão, Ellen G. White afirmou: “Os fundamentos de nossa fé […] estavam sendo retirados, pilar por pilar. Nossa fé nada teria sobre o que se apoiar – o santuário estava eliminado, a expiação descartada. […] Teorias sedutoras estão sendo ensinadas de tal modo que não as reconheceremos a menos que tenhamos um claro discernimento espiritual” (Olhando Para o Alto [MM 1983], p. 146).

O Espírito de Profecia ainda revela que a sacudidura se dará pela revelação das falsas doutrinas outrora introduzidas. Apresentamo-nos abaixo:

"A experiência do passado há de repetir-se. No futuro, as superstições de Satanás assumirão novas formas. Erros serão apresentados de maneira agradável e lisonjeira. Falsas teorias, revestidas de trajos de luz, apresentar-se-ão ao povo de Deus. Assim procurará Satanás enganar, se possível, até os escolhidos. As mais sedutoras influências serão exercidas; mentes serão hipnotizadas." (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 271).

"O Espírito de Deus tem iluminado cada página dos Escritos Sagrados, mas há aqueles sobre os quais pouca impressão eles fazem, por serem imperfeitamente compreendidos. Ao vir a sacudidura, pela introdução de falsas teorias, esses leitores superficiais não ancorados em parte alguma, são como a areia movediça." (Testemunhos para Ministros, p. 112).

"Perguntei a significado da sacudidura que eu vira, e foi-me mostrado que era determinada pelo testemunho direto contido no conselho da Testemunha verdadeira a igreja de Laodiceia. Isto produzirá efeito no coração daquele que o receber, e o levará a empunhar o estandarte e propagar a verdade direta. Alguns não suportarão esse testemunho direto. Levantar-se-ão contra ele, e isto é o que determinará a sacudidura entre o povo de Deus." (Primeiros Escritos, p. 270).

Muitos outros cristãos embargam no perigoso trem escatológico ao negar a divindade de Jesus e a personalidade do Espírito Santo. São os antitrinitários. Outros negam a manifestação do Espírito de Profecia na Igreja Remanescente, a validade dos Testemunhos e a inspiração de E. G. White. Muitos outros acusam e condenam a organização adventista e tentam destruir a doutrina de devolução de dízimos e ofertas como Deus o revelou através da Bíblia e do Espírito de Profecia.

A Igreja Remanescente triunfará

Felizmente, o relato inspirado revela que há um pequeno grupo viajando por um caminho estreito, em direção oposta.

“Perguntei ao anjo se ninguém havia escapado. Ele me mandou olhar em direção oposta, e vi um pequeno grupo viajando por um caminho estreito. Todos pareciam estar firmemente unidos, ligados pela verdade, em companhia ou grupo. Disse o anjo: "O terceiro anjo está unindo-os, ou selando-os em grupos para o celeiro celestial." Este pequeno grupo parecia atribulado, como se tivesse passado por duras provas e conflitos. E parecia assim como se o sol tivesse surgido por trás de uma nuvem, iluminando-lhes o rosto e dando-lhes um aspecto triunfante, como se sua vitória estivesse quase alcançada” (Idem, p. 88, 89).

Outro aspecto importante dessa visão é o esclarecimento profético da separação do joio e do trigo. Ao passo que os perdidos serão amarrados em feixes por Satanás, o terceiro anjo sela os salvos para o reino celestial.

A partir da visão da serva do Senhor, percebemos que o mundo todo, incluindo muitos adventistas, entram no trem do fim do mundo comandado pelo diabo.

Em toda a história do mundo, as pessoas tiveram que se proteger de invasões de tribos e nações vizinhas. Como parte de seu plano de proteção, eles construíam torres nas muralhas das cidades e colocavam atalaias nas torres para vigiar inimigos que se aproximassem. Se o povo ignorasse os atalaias, colocavam-se em grande risco. A pessoa que ouvia podia optar por fugir ou ficar. O ouvinte, e somente ele, é responsável pelo resultado. Ao mesmo tempo, se os atalaias não cumprissem seu dever, toda a cidade poderia ser destruída, então eles serão responsabilizados pelo desastre. Segundo a profecia de Ezequiel 33:7-9, toda pessoa que recebeu a luz da verdade de Deus Yahaweh é um vigia ou sentinela nos muros de Sião, que, à semelhança do profeta Ezequiel, tem a responsabilidade de advertir o mundo da destruição iminente, de que embarcar no sinistro trem escatológico viaja para a destruição eterna. Assim veio a palavra ao profeta de Israel:

"Filho do homem, eu o fiz uma sentinela para a nação de Israel; por isso ouça a minha palavra, e advirta-os em meu nome. Quando eu disser ao ímpio que é certo que ele morrerá, e você não falar para dissuadi-lo de seus caminhos, aquele ímpio morrerá por sua iniquidade, mas eu considerarei você responsável pela morte dele. Mas, se você de fato advertir o ímpio para que se desvie dos seus caminhos e ele não se desviar, ele morrerá por sua iniquidade, mas você estará livre da sua responsabilidade” (NVI).

Exortamos a todos os que lerem este artigo que orem, pedindo a Deus graça para vencer suas faltas, e sabedoria para compreender as verdades que Deus concedeu a Seu povo para que este se prepare para a descida da chuva serôdia.

Apesar das críticas ferozes, das acusações e dissidências no seio da igreja de Deus, ela não cairá, vencerá. Ellen White escreveu: “A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 380). Após um forte convite ao reavivamento e reforma, ela deixou a pergunta, a qual eu repito: “Você também triunfará com este movimento?”

Caro amigo leitor, aproximamo-nos da destruição do sinistro trem escatológico com todos os seus passageiros, Satanás, seus anjos e os pecadores impenitentes, que significará o encerramento do drama do grande conflito entre o bem e o mal, quando afinal o universo todo dos mundos não-caídos verá que o amor é mais forte que o pecado, e que Deus é justo e verdadeira. O momento exige uma resposta decisiva diante das advertências de Deus, através dos seus atalaias. Não importa o quão ímpio possamos ser, arrepender-se no momento crítico é o que conta. Por outro lado, não importa o quão justo sejamos, afastar-se do bem no momento crítico traz perda.

Lembro-me dos trabalhadores da parábola de Jesus que trabalharam um número diferente de horas do dia, mas receberam todos o mesmo salário ao final. No entanto, cada um respondeu positivamente quando chamado (Mt 20:1-6). Aqueles que dizem sim para Deus na hora crítica em que ouvem o convite da graça, recebem a aprovação do Senhor.

Agora é o momento de nos decidirmos. Ao ouvirmos o convite do Espírito Santo, não percamos tempo, coloquemos a nossa vida em plena harmonia com a vontade de Deus.

Quando o fim chegar, não restará nada mais de pecado ou tristeza. Nada haverá de errado no Universo. Reinará apenas harmonia eterna, Jesus, o Deus Eterno, destruiu “as obras do diabo” (1Jo 3:8). É esse mundo que anelamos ver! Ninguém terá fome, doença ou a falta de um teto. Nenhum ditador homicida terá sede de poder. O envelhecimento e a morte cessarão. Que esse dia não demore muito! Mal posso esperar! E você?