Teologia

terça-feira, 28 de novembro de 2017

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E A PRÁTICA DESTRUTIVA DE OSTRACIZAR OS MEMBROS DA FAMILIA QUE ABANDONAM A RELIGIÃO


Ricardo André

As Testemunhas de Jeová possuem uma política, que diríamos assaz destrutiva, que é a de ostracizar os membros da família que deixam sua religião. O “ostracismo” é a proibição de toda comunicação desnecessárias com ex membros da religião. É dito às Testemunhas que evitem os “desassociados” (expulsos por algum erro) ou simplesmente se afastarem. Mesmo aqueles jovens que foram criados como testemunhas de Jeová, mas que nunca foram batizados e os que simplesmente saem da religião, mas que não cometeram pecado algum são ostracizados pelos parentes Testemunhas de Jeová.

É ensinado que os desassociados certamente morrerão no Armagedon. As Testemunhas que os verem na rua, não poderão dar sequer um "oi". Espera-se que os filhos, filhas, mães e pais cortem o contato, enquanto só fazendo exceções em casos de emergência e negócios familiares. Nesse sentido, filhos são desprezados e evitados pelos seus pais, irmãos e tios ou outros parentes Testemunhas de Jeová. Inacreditavelmente, os próprios pais cortam relações com seus filhos simplesmente por eles não seguirem a mesma religião ou por abandonarem-na, levando-os ao isolamento, e, em casos extremos, até a pensamentos suicidas.

A verdade é que esta prática tem causado traumas na vida de muitas famílias desfeitas. Como é o caso da jovem Victoria Summer, ex- testemunha de Jeová, que foi abandonada pelos seus familiares. “A falta de amor é tão grande por parte de seus pais, adeptos dessa denominação religiosa, que nem presenciaram o nascimento e nem mesmo acompanham o crescimento da neta que tem apenas um ano de idade. Devido ao isolamento por parte de seus familiares, Victoria Sammers resolveu levar um buquê de flores e um cartaz com uma mensagem a seus pais na entrada da Congregação que frequentam. Nesse protesto ela chama a atenção das pessoas para as práticas preconceituosas e discriminatórias que ex-adeptos sofrem por deixarem de ser Testemunhas de Jeová. Com certeza, uma maneira de denunciar uma prática que leva a destruição de lares e famílias e que as Testemunhas de Jeová escondem do grande público. Não existe saída honrosa dessa denominação religiosa que insiste com essa política desamorosa e que condena a morte social milhares de pessoas no mundo todo” (http://extestemunhasdejeova.blogspot.com.br/2014/09/abandonada-pela-familia-por-deixar-de.html).

No JW.ORG (Site Oficial das TJ), a Organização nega essa prática: “Nós não evitamos Testemunhas de Jeová batizadas que pararam de participar na pregação ou até de se associar conosco. Na verdade, nós procuramos contatar essas pessoas e reavivar seu interesse pelas coisas de Deus” (https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/ex-membros/). Apesar de algumas frases depois da declaração acima, a Torre de Vigia admite: “Aqueles que formalmente dizem que não querem mais ser parte da organização também são evitados,” eles não estão a ser completamente honestos. O resultado de você simplesmente “afastar-se” ou “formalmente dizer” que não quer fazer parte da organização, é o mesmo — ou seja, ostracismo.

Embora as Testemunhas de Jeová negue, na prática o que vemos são ex-testemunhas de Jeová sendo rejeitadas pelas próprias famílias. O Site da BBC Brasil no dia 31 de julho deste ano publicou uma importante matéria que trouxe à baila essa questão, inclusive com depoimentos de ex-testemunhas de Jeová que sofreram o ostracismo de seus entes queridos e amigos. (http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40780269).

Como se vê, não é fácil desligar-se dessa organização religiosa. Os que corajosamente decidem abandonar a religião sofrem essa pressão da família e dos antigos amigos TJ. Eles sofrem uma dor emocional intensa causada pelo ostracismo imposto pela organização.

Tal política do ostracismo é amplamente incentivados pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, através de suas literaturas, notadamente a Sentinela. Considere as citações seguintes da literatura oficial da Torre de Vigia:

“Os pais dela haviam sido desassociados. Ela não o foi, mas dissociou-se voluntariamente por escrever à congregação uma carta retirando-se dela…Ela se mudou, mas anos depois voltou e verificou que as Testemunhas locais não conversavam com ela…Tal rejeição é apropriada também para com todo aquele que repudia a congregação…Os cristãos, por evitarem também aqueles que deliberadamente se dissociaram, são protegidos contra possíveis conceitos críticos, destituídos de apreço, e mesmo apóstatas…Pense também em como se sentiam os irmãos, as irmãs ou os avós do transgressor. Todavia, colocarem a lealdade ao seu justo Deus à frente da afeição familiar podia salvar-lhes a vida” (A Sentinela, 15 de Abril, 1988, págs. 26-28).

“Isso talvez resulte numa provação para os cristãos quando o cônjuge, o filho, o pai, a mãe, ou outro parente próximo é desassociado ou se dissocia da congregação (…) Esses princípios aplicam-se tanto para os que foram desassociados como para os que se dissociaram (…) Assim, evitamos também o convívio social com quem foi expulso. Isso significa que não vamos com ele a piqueniques, festas, jogos, compras, ao cinema, nem tomamos refeições com ele, quer em casa quer num restaurante (…) quando o desassociado ou dissociado é um parente que vive fora do círculo familiar imediato e fora do lar (…) poderá ser possível ter quase nenhum contato com tal parente” (Nosso Ministério do Reino, Agosto 2002, p. 3, 4).

“E todos sabemos de experiência no decorrer dos anos que um simples “Oi” dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém desassociado?” (A Sentinela, 15 de Dezembro, 1981, p. 20).

Como se “rejeitar” o ex-membro não fosse suficiente, a Torre de Vigia também admoestou os seus seguidores a “odiar” com “ódio piedoso” todas as ex-Testemunhas de Jeová:

“Mais do que isso, queremos odiar aqueles que voluntariamente se mostram odiadores de Jeová e odiadores do que é bom…Nós os odiamos, não no sentido de querer prejudicá-los ou de desejar-lhes o mal, mas, no sentido de evitá-los assim como evitaríamos veneno ou uma cobra venenosa, porque eles podem envenenar-nos, em sentido espiritual” (A Sentinela, 15 de Dezembro, 1980, p. 8).

“O ódio piedoso é uma proteção poderosa contra a transgressão, assim como o amor piedoso torna um prazer fazer o que é correto (…) Estamos fazendo isso? (…) Os apóstatas estão incluídos entre os que mostram seu ódio por Jeová por se revoltarem contra ele. A apostasia é, na realidade, uma rebelião contra Jeová. (…) Outros afirmam crer na Bíblia, mas rejeitam a organização de Jeová e tentam ativamente obstaculizar a sua obra. (…) o cristão precisa odiar (no sentido bíblico da palavra) os que se agarraram inseparavelmente à maldade.” (A Sentinela, 1 de Outubro, 1993, p. 19).

O ostracismo é uma prática que tem sustentação bíblica?

A pergunta de capital importância é: Será que a Bíblia apoia a prática das Testemunhas de Jeová de ostracismo? Não! Absolutamente!

A pergunta que fazemos é: O que Jesus espera do relacionamento entre seus seguidores? A resposta é simples: Que vivamos o amor que ele nos ensinou. A política destrutiva das Testemunhas de Jeová de ostracizar seus ex-membros nega frontalmente esse princípio estabelecido por Jesus Cristo. Ele disse que os Seus verdadeiros seguidores seriam reconhecidos pelo “amor” que eles tivessem entre si, e que o padrão desse amor foi estabelecido por Jesus, no Calvário: "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" (João 13:34,35, NVI). Porém, esse amor não é vivido na teoria, mas na prática. João exortou: Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade (1 Jo 3:18). O que caracteriza o verdadeiro discípulo não é o falar, mas o praticar o amor. O respeito com o semelhante, o atendimento ao pobre necessitado, o perdão mútuo e a ajuda recíproca são algumas maneiras práticas de demonstrar o amor recíproco.

Ao praticarem o ostracismo com seus próprios entes queridos que abandonaram a crença, as Testemunhas de Jeová, caem no erro de acreditar que somente as regras aceitas pela religião estão corretas, excluindo, julgando e sendo injustas com qualquer um fora disso. Assim, se esquecem do básico: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:36-40).

De fato, a Bíblia permita o ato de expulsar um cristão da afiliação da igreja se tiver comportamento imoral: “Quando vocês estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus, estando eu com vocês em espírito, estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor” (1 Coríntios 5:4,5). Todavia, esta disciplina deve ser administrada com humildade e com o coração cheio de amor e da simpatia de Cristo para o bem do destino eterno do crente pecador:

“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado” (Gálatas 6:1, NVI).

“Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos” (Romanos 14:1, NVI).

Na Igreja Cristã Primitiva a disciplina não era feita do modo escarnecedor, “odioso”, que os anciãos das Testemunhas de Jeová interrogam espiritualmente os seguidores “fracos” para forçar a confissão de atos que eles possam considerar ofensas passíveis de desassociação e obrigar os amigos e parentes Testemunhas de Jeová a “ostracizá-los”, por cortar completamente toda a comunicação desnecessária com eles.

Deveria a política do “ostracismo” ser considerada uma forma “amorosa” de disciplina espiritual?  Lemos na Bíblia que a disciplina espiritual é sempre para ser acompanhada por tentativas amorosas de reconciliação:

"Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano” (Mateus 18:15-17, NVI).

A punição que lhe foi imposta pela maioria é suficiente. Agora, pelo contrário, vocês devem perdoar-lhe e consolá-lo, para que ele não seja dominado por excessiva tristeza. Portanto, eu lhes recomendo que reafirmem o amor que têm por ele” (2 Coríntios 2:6-8, NVI).

As linhas de comunicação são para ser mantidas abertas em todas as situações:

“Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamente e não conforme a tradição que receberam de nós”. Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, marquem-no e não se associem com ele, para que se sinta envergonhado; contudo, NÃO O CONSIDEREM COMO INIMIGO, MAS CHAMEM A ATENÇÃO DELE COMO IRMÃO” (2 Tessalonicenses 3:6, 14,15, NVI).  Note que a exortação de Paulo é de que os que recebem a disciplina não deve ser considerado inimigo. E o pecador arrependido deve ser recebido de volta imediatamente sem um longo período de avaliação de desempenho (Lucas 15:18-23). 

Embora a “associação” com um “irmão” expulso seja limitada (2 Tessalonicenses 3:6, 14; 1 Coríntios 5:11), eles são autorizados a falar com ele e a “admoestá-lo” a se converter do seu caminho pecaminoso. Não há nenhuma indicação em nenhum destes textos de que apenas os “anciãos” estão autorizados a comunicar com “irmãos” expulsos. Ao invés de isolar o crente errante, deve-se manter sempre o canal de comunicação, para falar-lhe em tom que apele para o bom-senso, lembrando as palavras de Tiago 5:19-20: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.”

Verdade é, que não existe nenhuma ordem nas Escrituras para ostracizar aqueles que abandonam a fé cristã (1 João 2:19). Enquanto que aqueles que causam divisões (Romanos 16:17) ou promovem falsas doutrinas (Tito 3:10) devem ser vigiados e “rejeitados” se não se arrependerem depois de terem sido avisados, não existe nenhuma ordem para parar de se comunicar com ex-crentes. Os membros expulsos devem sempre ser “amados,” não “odiados” (Lucas 6:27-37).

Que o Deus da verdade ilumine todos as testemunhas de Jeová sinceras a perceber o grande erro que comentem ao ostracizar seus entes queridos que resolveram abandonar as crenças do Jeovismo. As Testemunhas precisam entender que a religião não deve ser usada para dividir as pessoas com a intolerância, muito menos os membros de uma família, mas para aproximar as pessoas. A religião precisa ser a mais poderosa força para a liberdade na sociedade.


Mais amor menos intolerância!

sábado, 25 de novembro de 2017

ESTÁ OS ESTADOS UNIDOS NA PROFECIA BÍBLICA?

Marvin Moore

O Apocalipse 13, recebe muita atenção, especialmente nestes dias de cristãos conservadores. Este capítulo descreve duas bestas poderosas que vão dominar o mundo no fim dos tempos. Uma besta sobe do mar, e a outra sobe da terra. Durante um século e meio, os adventistas do sétimo dia têm identificado a besta da terra como os Estados Unidos da América. Neste artigo irei analisar a base bíblica para essa conclusão. Quatro características da besta da terra sustentam esta interpretação.

A besta da terra é uma besta

Parece bastante simples, quase redundante, dizer que a besta da terra é uma besta. É como dizer que uma ovelha é um carneiro. No entanto, precisamos prestar atenção ao fato de que a besta da terra é uma besta, porque, na profecia bíblica, a besta representa uma nação, um grande poder político no mundo.

Como sabemos? A melhor prova é um sonho que Deus deu ao profeta Daniel sobre quatro grandes animais que subiam do mar: um leão, um urso, um leopardo e um animal muito estranho que eu vou chamar um dragão. O anjo que interpretou o sonho de Daniel, disse-lhe que estes quatro grandes animais representavam “quatro reinos que se levantarão na terra” (Daniel 7:17 – NVI). Muitos intérpretes das profecias de Daniel compreendiam estas bestas como representantes dos antigos reinos da Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.

Assim, o fato de que a besta da terra é uma besta sugere que ela também representa um poder político, e os adventistas do sétimo dia têm concluído que os Estados Unidos são este poder político.

Naturalmente, pode-se argumentar que a besta da terra representava o Império Romano na época de João ou a qualquer poder político importante durante os 2.000 anos desde então. Com que base podemos concluir que representa os Estados Unidos? Existem provas adicionais.

A besta da terra tem autoridade global

Apocalipse 13 apresenta um par de pistas de que a besta da terra tem autoridade política global. Ele diz que esta besta fez “a terra e seus habitantes adorarem a primeira besta” (verso 12). A besta da terra tem o poder político que é necessário para fazer valer a falsa adoração, não apenas dentro das suas fronteiras, mas também sobre “a terra e seus habitantes”. Isso é autoridade global. A Bíblia também diz que a besta da terra “enganou os habitantes da terra” e “fizessem uma imagem em honra à besta que fora ferida pela espada e contudo revivera” (verso 14). A besta da terra tem claramente a autoridade política global. Para colocá-la nos termos de hoje, a besta da terra é uma superpotência global.

No entanto, o fato de que a besta da terra é uma superpotência global ainda não é prova suficiente para identificá-la como os Estados Unidos porque, no momento que João escreveu o Apocalipse, Roma também era uma superpotência. Nos últimos cem anos, tanto a França como Inglaterra têm sido grandes potências mundiais. E no século XX, a União Soviética foi uma superpotência global. Assim, a besta da terra, como uma superpotência global pode representar qualquer um desses países, Roma, França, Inglaterra, ou a União Soviética. Precisamos de provas complementares a fim de identificar a besta da terra como os Estados Unidos.

A Besta da terra é uma potência no Tempo do Fim

Apocalipse 13:16-17 diz que a besta da terra irá forçar todas as classes de pessoas à “a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome”. Apocalipse 16 nos fornece algumas informações adicionais sobre esta “marca da besta”, que nos ajudará na nossa busca de identificar a besta da terra no capítulo 13. Apocalipse 16 descreve sete pragas que vão sair no mundo antes da segunda vinda de Cristo. E, de acordo com o versículo 2, a primeira praga cairá sobre “as pessoas que tinham a marca da besta e adoraram a sua imagem.”

Desde que as sete pragas são os últimos eventos a acontecer em todo o mundo antes da segunda vinda de Cristo, e desde que a primeiro cai apenas sobre aqueles que têm a marca da besta, é óbvio que esta marca é um fenômeno do final dos tempos. Portanto, a besta da terra que reforça a marca deve ser uma superpotência do fim dos tempos. Portanto, a besta da terra que reforça a marca deve ser uma superpotência do fim dos tempos.

Nos da revista Signs of the Times ® assumimos a posição que hoje vivemos no tempo do fim. Portanto, a besta da terra deve representar uma nação que existe durante os anos imediatamente anteriores à segunda vinda de Cristo. As nações que não os Estados Unidos, que eu mencionei acima já não são superpotências, de modo que não correspondem à descrição do Apocalipse da besta da terra. Por outro lado, os Estados Unidos são uma superpotência do fim dos tempos e, portanto, cumpre esta especificação da profecia.

Um outro ponto muito significativo de provas estabelece claramente os Estados Unidos como o animal terrestre do Apocalipse 13:11-18.

A besta da terra é uma potência cristã

A palavra cordeiro ocorre 31 vezes no Apocalipse, e em todos os casos, exceto um, é um símbolo de Cristo. A única exceção é Apocalipse 13:11, que descreve a besta da terra como tendo “dois chifres como um cordeiro”. A besta da terra não é Jesus Cristo, não poderia ser, devido a forma que persegue os verdadeiros adoradores de Cristo (versículos 15-17). No entanto, é “como um cordeiro.” Aplicando isto a uma nação, podemos dizer que o país representado pela besta da terra é uma nação que professa o cristianismo.

Quando colocamos juntas as quatro características da besta da terra, torna-se muito evidente que ela representa os Estados Unidos da América:

• A besta da terra é um poder político no mundo, uma nação.
• Ele tem autoridade global, é uma superpotência global.
• É uma superpotência do fim dos tempos.
• É uma nação cristã.

Apenas uma única nação no mundo durante os últimos dois mil anos se encaixa todas estas especificações: os Estados Unidos da América. Não há outros candidatos.

Outras conclusões

Se a besta da terra descreve os Estados Unidos durante o tempo do fim, podemos extrair duas outras conclusões significativas sobre o futuro deste país.

A união da igreja e do Estado. A Constituição dos Estados Unidos exige que religião e governo permaneçam separados um do outro. Conquanto o cristianismo seja a religião dominante na América, nunca foi a religião oficial da nação ou a religião legal. No entanto, se a besta da terra de Apocalipse 13 for os Estados Unidos, podemos concluir que a separação histórica desta nação entre o governo e a religião vai acabar um dia, porque a besta da terra irá impor uma forma particular de adoração.

Um poder perseguidor. O Apocalipse diz que a besta da terra irá impor seu falso culto com um punho de ferro. Quem se recusar a receber a marca da besta será impedido de realizar qualquer atividade econômica, ele ou ela não terá permissão para comprar ou vender. Na verdade, aqueles que recusarem a adoração da forma politicamente correta será ameaçado de morte!

Houve perseguição religiosa durante o período colonial na América. No entanto, por mais de 200 anos, os Estados Unidos tem defendido firmemente os direitos das pessoas de acreditar e praticar a religião de sua escolha. A América tem sido uma terra de liberdade religiosa. Para muitas pessoas, parece impossível que este país nunca poderia ser outra coisa senão um defensor da liberdade em matéria de fé.

Isso realmente é uma visão muito perigosa porque leva facilmente à complacência, assumindo que o que foi sempre será. Wendell Phillips, um abolicionista nos Estados Unidos durante a Guerra Civil, disse que “a eterna vigilância é o preço da liberdade”. Essa é uma afirmação muito verdadeira. Se nós falhamos em nossa vigilância, os Estados Unidos podem muito bem ligar seu princípio histórico da liberdade religiosa.

Na verdade, há evidência de que isto está acontecendo agora mesmo. Estou francamente preocupado pela profunda hostilidade de alguns cristãos na América para manter o princípio da separação Igreja-Estado, que é o fundamento da liberdade religiosa. Separação Igreja-Estado significa simplesmente que o governo e a religião operam em esferas distintas, cada um reconhecendo a responsabilidade exclusiva do outro. Elas são separados no sentido de que não deve jamais um controlar o outro.

E ainda a história mostra que a linha de separação não está bem desenhada. questões difíceis, por vezes, trazem as políticas do Estado em conflito direto com os valores da igreja e vice-versa. É nessa interseção da vida pública e privada que o Poder Judiciário do governo visa proteger a Igreja do Estado e o Estado da igreja, preservando tanto os direitos de governo e liberdade de consciência. Este é um ato de dífícil equilibrio. Em geral, no entanto, ao longo da história americana, o Tribunal de Justiça manteve-se bastante próximo da média. E é por isso que a América ainda é uma terra de liberdade religiosa.

Caso os Estados Unidos abandonem seu compromisso com o princípio da separação Igreja-Estado, a perseguição de dissidentes inevitavelmente se seguirá. As profecias do Apocalipse sobre a besta da terra sugerem que isso vai realmente acontecer algum dia. No entanto, devemos defender, por tanto tempo quanto possível, o princípio de que governo e a religião operam em esferas separadas, com nem um nem outro ditando as leis que governam o outro.

A eterna vigilância será sempre o preço da liberdade.


Artigo escrito por Marvin Moore para a Revista Signs of The Times de Setembro/2010. Crédito da tradução: Blog Sétimo dia – https://setimodia.wordpress.com/

sábado, 18 de novembro de 2017

OVELHAS COM NOVO PASTOR: BOAS VINDAS AO PR. DARIO CUNHA

Ricardo André

Nosso novo Pastor do Distrito Central de Lagarto se chama Dario Jayme da Cunha, antes de assumir nosso Distrito ele pastoreava o Distrito da Igreja Central de São Luiz/MA. Na Manhã deste sábado ele foi apresentado a Igreja pelo Pastor Eliezer Júnior. Na ocasião recebeu as boas vindas do 1º Ancião Ricardo André, que afirmou, entre outras coisas, que a igreja estava recebendo-o com as maiores expectativas, e que a mesma fará o possível para que ele se sinta em casa, junto de todos. Desejou também que tivesse um ministério abençoado e de sucesso. A Igreja Central recebeu-o com alegrias, inclusive com uma faixa de boas-vindas colocada no Portão da Igreja. Natural de Vitória/ES, e substitui o Par. David Nery, que foi para São Luiz.

Nesse mesmo dia proferiu seu primeiro sermão. Na saudação inicial falou que estava feliz pelo chamado para assumir o Distrito pastoral de Lagarto e que era um privilégio trabalhar com a igreja. Ao logo do sermão exortou a igreja a Prosseguir em conhecer a Deus por meio do estudo diário da Sua Palavra e se comprometesse com a missão de pregar o evangelho. A tarde presidiu a primeira reunião da Comissão Administrativa da igreja. Nela, teve seu primeiro contanto com a liderança. Logo no início da reunião perguntou o que os líderes esperavam dele como pastor. Todos falaram de suas expectativas. Em seguida, pediu a liderança unidade e ética na relação entre eles. Ele transmitiu as melhores impressões para a liderança presente, agradou a todos.

O Pr. Dario é um homem com muitas experiências ao longo do seu pastoreio de 28 anos, que, certamente vai dividi-las conosco. Nossa congregação carrega as bases do amor, do respeito, da paz e da cooperação em cada membro. É por isso que temos certeza que o Pr Dario Cunha vai sentir todo nosso calor e amizade todos os dias.


Desejamos boas-vindas ao Pastor Dario Cunha e família e que o Deus Espírito Santo esteja com ele guiando e abençoando seu trabalho em Lagarto.

sábado, 11 de novembro de 2017

OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA

Documento votado no Concílio Anual sul-americano traz orientações para membros, líderes e servidores da igreja


Pastor Hélio Carnassale, líder sul-americano do departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa, apresenta documento sobre a visão adventista em relação ao partidarismo político e manifestações públicas. Crédito: Naasom Azevedo

Como deve ser a relação da igreja com a política? A questão foi respondida num documento votado durante o Concílio Anual sul-americano, realizado em Salvador (BA) nos dias 3 a 7 de novembro.

A nova declaração complementa a anterior, reforçando a posição apartidária dos adventistas. Porém, acrescenta um novo tópico sobre manifestações públicas. Segundo o pastor Hélio Carnassale, diretor do departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa, não havia uma orientação clara da igreja a respeito desse assunto, o que se tornou ainda mais necessário diante do aumento do número de protestos no país. “Ainda que pareçam ser pacíficas ou se proponham a isso, essas manifestações costumam terminar em vandalismo e violência. Mas essa ainda não é a principal razão para não se envolver nesse tipo de ato. Nossa postura não é de protesto, oposição nem de combate a autoridades constituídas, e sim de orar por elas e respeitá-las. A igreja não julga a qualidade de um governo ou sua justiça. Ela não se envolve nesse tipo de questão”, afirmou em entrevista à agência sul-americana de notícias.

A seguir, leia o documento na íntegra. [Equipe RA, da Redação / Com informações de Jefferson Paradello]

OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA

Como adventistas do sétimo dia, esperamos o breve retorno de nosso Senhor Jesus Cristo e ansiamos por aquela pátria eterna “da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11:10). Aceitamos igualmente o desafio de ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mateus 5:13-14). Assim sendo, assumimos tanto o compromisso de pregar o evangelho com seus valores eternos quanto o dever de ser relevantes e servir às comunidades em que estamos inseridos, tornando-as lugares melhores.

“A Igreja Adventista tem procurado, desde seu início, seguir o exemplo de Cristo ao advogar a liberdade de consciência como parte integral de sua missão evangélica. À medida que o papel da igreja na sociedade se expande, é apropriado declarar os princípios que guiam nossa igreja em sua extensão mundial nos contatos com os governos das regiões nas quais operamos” (Declarações da Igreja, p. 154). Portanto, como igreja estamos determinados a cumprir nossos deveres institucionais e individuais, desenvolvendo relacionamentos saudáveis com os governos estabelecidos.

Este documento foi preparado para servir como um guia conciso e unificado sobre o pensamento da igreja quanto às questões políticas. Ele será útil para pastores, servidores e membros, indicando o posicionamento adequado nessa esfera. Não pretende substituir os conselhos divinos, mas sim expressar claramente a compreensão que a igreja tem no momento acerca do relacionamento institucional com os poderes públicos e os assuntos políticos, bem como os deveres de seus membros como cidadãos.

Os adventistas e a política partidária

Existem alguns princípios fundamentais que regem a posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre política. Um deles é o princípio da separação entre Igreja e Estado, o que leva cada uma dessas entidades a cumprir suas respectivas funções sem interferir nas atividades da outra. A igreja acredita que adotar uma postura que não envolva filiação partidária ou qualquer tipo de compromisso com partidos políticos é uma das maneiras de manter esse princípio. Tal prática deve nortear não apenas a organização adventista em todos os seus níveis administrativos, mas também as instituições por ela mantidas, seus pastores e servidores.

A igreja encontra nos ensinos do Senhor Jesus e dos apóstolos base segura para evitar qualquer militância político-partidária institucional. O cristianismo apostólico cumpriu sua missão evangélica sob as estruturas opressoras do Império Romano sem se voltar contra elas. O próprio Cristo afirmou que Seu reino “não é deste mundo” e que, portanto, os Seus “ministros” não empunham bandeiras políticas (João 18:36). Qualquer posicionamento ou compromisso com legendas partidárias dificultaria a pregação do evangelho a todos indistintamente.

Por outro lado, a Bíblia não isenta a comunidade de crentes dos deveres civis, e isso está evidente na ordem de Jesus: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Marcos 12:17). O Novo Testamento apresenta várias orientações sobre o dever cristão de reconhecer e respeitar os governos e as autoridades (Romanos 13:1-7; Tito 3:1-2; 1 Pedro 2:13-17). Somente quando os poderes temporais impõem a transgressão às leis divinas é que o cristão deve assumir a postura de antes “obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

Assim, a Igreja Adventista do Sétimo Dia:

·       Reconhece as obrigações do exercício da cidadania, mas não possui nem mantém partidos políticos, não se filia a eles, tampouco repassa recursos para atividades dessa natureza. Por adotar uma postura apartidária, respeita as autoridades constituídas, mas não participa de qualquer atividade político-partidária.

·       Entende a importância do processo democrático, todavia não permite que em seus templos sejam realizadas reuniões com finalidades eleitorais, seja para promoção de candidatos (membros e não membros da igreja) ou de partidos políticos.

·       Respeita as pessoas eleitas para os diferentes cargos públicos, no entanto não possui uma bancada de parlamentares, não investe na formação de lideranças partidárias e nem trabalha para esse fim.

Os adventistas e as eleições

Os adventistas reconhecem a autoridade e a influência da vida e obra de Ellen G. White, mensageira e cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo. Seus escritos não substituem a Bíblia, mas têm servido para ampliar a compreensão das Escrituras Sagradas. Isso ocorre também em assuntos relacionados com a esfera pública.

Em um de seus diários ela registrou que, em determinada reunião, os pioneiros adventistas consideraram demoradamente a questão de votar. Depois de serem mencionadas algumas opiniões, ela escreveu: “Eles acham que é direito votar em favor dos homens defensores da temperança governarem em nossa cidade, em vez de, por seu silêncio, correr o risco de serem eleitos homens intemperantes” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 337).

Em outra oportunidade, encontramos Ellen G. White assumindo uma clara posição sobre a participação dos membros da igreja na escolha de candidatos que pudessem favorecer a aprovação de leis que combatessem a venda de bebidas alcoólicas. Nessa ocasião, ela destacou que cada cristão tem a responsabilidade de exercer toda influência possível para estabelecer leis para conter essa atividade destruidora da saúde e das famílias. Escreveu ela: “Todo indivíduo exerce uma influência na sociedade. Em nossa terra favorecida, todo eleitor tem de certo modo voz em decidir que espécie de leis hão de reger a nação. Não deviam sua influência e voto ser postos do lado da temperança e da virtude?” (Obreiros Evangélicos, p. 387).

Esses textos deixam claro que cada adventista deve exercer o direito ou o dever de votar, usando essa prerrogativa para eleger pessoas que promovam conceitos em favor da saúde e da qualidade de vida. Certamente isso envolve a preferência por candidatos que também promovam outros princípios e valores bíblicos praticados e defendidos pelos adventistas e que podem se tornar um benefício para toda a população.

Assim, Igreja Adventista do Sétimo Dia:

·       Recomenda que seus membros cumpram o direito ou o dever do voto, desde que nessas ocasiões não haja qualquer incompatibilidade com os princípios bíblicos defendidos pela igreja.

·       Orienta que seus membros votem de acordo com a consciência individual, que escolham candidatos que defendam os princípios da qualidade de vida e da saúde, do modelo bíblico de família, dos valores éticos e morais, da liberdade religiosa e da separação entre Igreja e Estado.

·       Determina que pastores, servidores da organização, líderes locais e membros não promovam candidatos em cultos da denominação, seja em suas sedes administrativas, unidades educacionais, de saúde ou em quaisquer outras instituições.

·       Veda o uso do dízimo e de quaisquer outros recursos para financiar candidatos, campanhas eleitorais ou partidos políticos.

·       Repudia e não autoriza o recebimento de vantagens e benefícios pessoais ou institucionais ilícitos, indevidos ou em desacordo com os regulamentos eclesiástico-administrativos. A posição oficial da igreja sobre recebimento de fundos governamentais está no livro Declarações da Igreja, página 157.

·       Não usa, não fornece e nem autoriza o fornecimento de dados cadastrais ou de qualquer outra natureza para o envio de propaganda eleitoral aos seus membros.

·       Não autoriza a impressão de propaganda ou material de cunho político em suas editoras, nem o uso de espaço publicitário em seus periódicos para veiculação de propaganda eleitoral. Fica igualmente não autorizado o uso da internet, rádio, televisão e publicações da igreja e de suas instituições para esse mesmo fim, salvo quando impostas obrigatoriamente por lei, como no caso da Rádio e TV Novo Tempo.

·       Não autoriza o uso de espaço físico de templos adventistas e de suas instituições para fixação de cartazes ou propaganda partidária-eleitoral. Não aprova que sejam organizados encontros e reuniões por pastores e servidores com propósitos político-partidários, seja em ambientes públicos ou privados.


·       Determinará, clara e expressamente, quem deve falar em nome da igreja para comunicar-se com os órgãos de imprensa e demais meios. Pastores e servidores, editores das casas publicadoras, apresentadores da Rádio e TV Novo Tempo, jornalistas, assessores de imprensa e comunicadores não estão autorizados a escrever, postar e falar em nome dos adventistas sobre temas políticos, e devem ter constante cuidado para não dar declarações que demonstrem preferências por ideologias, candidatos ou partidos.

Candidatos que são adventistas

Entre os direitos do cristão adventista no exercício da cidadania está o de ocupar cargos públicos, eletivos ou não. O Antigo Testamento menciona exemplos de pessoas que exerceram funções de grande projeção nos governos de sua época. Por exemplo, José foi primeiro-ministro do Egito (Gênesis 41:38-46) e, tendo sido colocado por Deus no comando dessa nação, se manteve puro e fiel na corte do rei e foi “um representante de Cristo” junto aos egípcios (Patriarcas e Profetas, p. 369). Daniel exerceu importantes cargos governamentais em Babilônia sob os reinados de Nabucodonosor, Belsazar, Ciro e Dario, e, com lealdade incondicional aos princípios divinos, ele e seus companheiros foram embaixadores do verdadeiro Deus nas cortes desses reis.

É interessante notar que José e Daniel foram nomeados para funções públicas diretamente pelos próprios monarcas. Hoje, na maioria das democracias modernas, oficiais públicos tanto podem ser nomeados como podem ser eleitos por voto popular. A Igreja Adventista do Sétimo Dia respeita a decisão de seus membros de ocuparem cargos públicos, seja por meio de processo eleitoral ou por nomeação direta. Reconhece também que, como nos tempos de José, Daniel e Ester, a sociedade pode ser beneficiada pelo bom exemplo de políticos religiosos que exerçam suas atividades dignamente, sem comprometer princípios cristãos, ao mesmo tempo em que dão um bom testemunho da fé e promovem os valores bíblicos.

Assim, a Igreja Adventista do Sétimo Dia:

·       Determina que candidatos que são adventistas não usem o púlpito nem programas oficiais da igreja para pedir votos.

·       Solicita que os membros que se candidatarem a cargos públicos eletivos deixem suas funções na igreja local durante o período de campanha.

·       Estabelece que pastores e servidores que decidirem lançar candidatura se desvinculem obrigatoriamente do trabalho na organização adventista.

·       Não possui e nem lança candidatos. Mesmo que membros adventistas venham a concorrer a mandato eletivo, serão candidatos do partido político ao qual se filiarem e nunca candidatos da Igreja Adventista.

·       Estabelece que, quando surgirem situações em que candidatos, membros da igreja ou não, no exercício do mandato, estiverem concorrendo à reeleição ou a qualquer outro cargo público eletivo, serão tratados de acordo com as orientações deste documento.

·       Não apoia qualquer tipo de campanha para eleger candidatos, porém admite a possibilidade de administradores de Associação/Missão ou União informarem às lideranças eclesiásticas locais (pastores e anciãos) sobre a candidatura de membros adventistas, em circunstâncias que não contrariem as diretrizes deste documento.

·       Não autoriza que seus membros, quer sejam oficiais públicos, candidatos ou aqueles que tiverem sido eleitos, representem ou falem em nome da Igreja Adventista no exercício de suas funções.

Manifestações públicas

A crescente onda de manifestações públicas exige reflexão e respostas sobre as seguintes questões: Os cristãos deveriam participar desses atos públicos? Pastores e servidores da organização adventista deveriam sair às ruas e apoiar protestos populares?

Como igreja, respeitamos o direito de expressão e as reivindicações pacíficas e legítimas. Afinal, nós também temos saído às ruas para chamar a atenção, por exemplo, contra a violência, por meio do projeto Quebrando o Silêncio e outras atividades. Portanto, não pensamos ser errado defender pacificamente ideias e ideais. Todavia, somos contra toda forma de expressão que lance mão da violência, física ou verbal; contra o vandalismo e a destruição do patrimônio público ou privado.

A Igreja Adventista deve assumir seu papel na sociedade como uma organização ativamente envolvida nas questões pertinentes aos interesses e necessidades dos cidadãos. Reconhece também o desafio de ser relevante e fazer a diferença na vida das pessoas e das comunidades onde ela está inserida. Quanto às questões que envolvem desigualdade e injustiça social, a igreja desenvolve, apoia e realiza projetos sociais e educacionais que beneficiam a vida comunitária. Suas várias frentes de atuação envolvem a ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais), ASA (Ação Solidária Adventista), escolas, colégios e universidades, entre outros programas promovidos pelos vários departamentos e instituições da denominação. No entanto, busca agir na defesa de suas convicções sem conflitar com os princípios bíblicos e sem protestar contra ideologias e autoridades constituídas.

A Bíblia orienta os crentes a orar em favor das pessoas, autoridades e cidades, buscando sempre a paz (Jeremias 29:7; 1 Timóteo 2:2). Para os adventistas, muito mais do que protestar e reivindicar, a missão é proclamar. Nossas energias não devem ser postas em manifestações, mas em trabalhar pelo bem das pessoas e anunciar a volta do Senhor Jesus.

Assim, a Igreja Adventista do Sétimo Dia:

·       Reconhece seu dever de atender às necessidades das pessoas, exercendo o papel de instituição servidora, sendo relevante na sociedade e fazendo a diferença no contexto onde está inserida.

·       Recomenda que os responsáveis que organizarem atividades públicas ajam com cuidado e prudência para que esses eventos sejam pacíficos e tenham como único objetivo chamar a atenção para as condutas compatíveis com os princípios cristãos, sem violência e sem vandalismo. Por isso, não recomenda a seus membros e nem autoriza seus pastores e servidores a participar em manifestações públicas de cunho político.

·       Incentiva que seus membros orem em favor das pessoas, cidades e autoridades.

·       Apesar de ser apartidária, reconhece a necessidade de lidar constantemente com representantes dos poderes públicos. Por isso, mantém sua postura de relacionamento adequado com as autoridades constituídas para que o funcionamento da estrutura institucional seja garantido, tendo como único propósito o cumprimento da missão.

·       Estabelece que, havendo atitudes não conformes com as recomendações e determinações deste documento, os casos serão analisados pela instituição ou igreja local a que pertencem os envolvidos.

Conclusão

Como cristãos, reconhecemos o papel legítimo dos governos organizados na sociedade, respeitamos o direito do Estado de legislar nas questões seculares e consentimos com essas leis quando não contrariam os preceitos divinos. Entendemos também que nossos membros devem assumir responsabilidades civis com seriedade. Os adventistas não devem utilizar o púlpito, as publicações e nem os meios de comunicação, sejam denominacionais ou não, para promover temas políticos, mas devem participar na responsabilidade de construir comunidades melhores.

Sem desmerecer as questões políticas e sua importância, entendemos ser um dever dar o devido destaque ao nosso verdadeiro papel, que é desenvolver práticas que resultem no fortalecimento da fé e promovam a esperança na iminente volta do Senhor Jesus Cristo. Reconhecemos que a vocação de pregar o evangelho envolve executar ações de solidariedade que expressem amor ao próximo e produzam alívio ao sofrimento humano. Por isso, todo esforço e toda energia devem ser canalizados para o serviço desinteressado em favor das pessoas, revelando profundo interesse na sua salvação. Seja nossa oração: “Vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:20).

Este documento foi preparado em harmonia com as declarações oficias da igreja, conforme conteúdo do capítulo “A Relação entre Igreja e Estado” (Declarações da Igreja, p. 154-160), adotado pela Associação Geral em março de 2002 e que serve de diretriz e referência para o departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa. Essa declaração pode ser acessada pelos links:






terça-feira, 7 de novembro de 2017

“BICHO QUE NÃO MORRE, FOGO QUE NÃO SE APAGA”

Prof. Azenilto Brito

* Ao Jesus falar do, “bicho que nunca morre, fogo que nunca apaga” em Marcos 9:48 não estaria comprovando e doutrina da imortalidade da alma e do fogo eterno do inferno?

 Alegação:

 A linguagem do texto parece por demais clara de que a alma não morre, assim tem-se a confirmação da parte do próprio Senhor Jesus Cristo de que alma não pode morrer e de que o fogo do inferno dever ser mesmo infindável.

 Ponderação:

 Cristo Se vale de uma metáfora anteriormente utilizada por Isaías, em seu capítulo 66, vs. 24. O profeta ali fala das tropas de inimigos de Deus, cujos CADÁVERES são deixados insepultos, com vermes os consumindo.

 Ele emprega tal linguagem para ressaltar o horror da cena, mas como aparecem “cadáveres”, é claramente uma indicação de morte, não de existência contínua de alguma alma. E Jesus fala de “bicho” que nunca morre, e não de “alma”. Ora, alma é alma, e bicho é bicho.

Em Isaías 34:9 e 10 encontramos outro exemplo de linguagem hiperbólica que João emprega no Apocalipse, bem como em Jer. 17:27 que fala do fogo que queima as portas de Jerusalém “e não se apagará”, contudo não há fogo nenhum queimando as portas de Jerusalém hoje em dia.

Para ilustrar o que vem a ser essa “linguagem hiperbólica”, significa o uso de palavras que “exagerem” algo a que se refiram, para acentuar o seu caráter. É como no hino nacional brasileiro, o “pátria amada, IDOLATRADA”. . .

Na verdade ninguém idolatra a pátria nesse sentido, nem mesmo o presidente da República. . .

E temos no Novo Testamento o “juízo eterno” de Heb. 6:2, que não trata de um processo que tem início, mas não tem fim, e sim que é eterno em seus efeitos e consequências. E que dizer do “fogo eterno” que queimou Sodoma e Gomorra, mas não está queimando mais hoje? (ver Judas 7)

Afinal, o salário do pecado é a morte? (Rom 6:23). No próprio Salmo 68:20 lemos: “O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o Senhor, está o escaparmos da morte”.

 Conclusão:

 Claramente a linguagem que deve PREVALECER nesse paradoxo é a da morte eterna desses pecadores, contrastada por Cristo com a vida eterna dos salvos: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos para a vida eterna” (Mat. 25:46).

Assim, a linguagem hiperbólica utilizada por Cristo em Marcos 9:48, sobre o “bicho que nunca morre”, quando empregada para provar a imortalidade da alma, termina revelando-se uma excelente explicação da condição de morte eterna dos pecadores, sendo, pois, um “tiro” interpretativo que sai pela culatra.




quinta-feira, 2 de novembro de 2017

QUEM TEM AS RESPOSTAS PARA OS DRAMAS E QUESTIONAMENTOS HUMANOS?

Ricardo André

Uma das principais características da pós-modernidade é a abertura para o sagrado. Isto se percebe nitidamente na multiplicação das religiões. Quando olhamos para o panorama religioso do mundo o que vemos é uma autêntica babel de religiões espalhada por todos os quadrantes do globo terrestre. Segundo o Instituto para o Estudo da Religião Americana, a cada ano surgem de 3 a 4 mil novas religiões em todo o mundo. Dessas, de mil a 2 mil não resistem nem um ano. Mesmo assim, estima-se que existam, hoje, algo entre 40 mil e 60 mil religiões. Esse número é ainda mais impressionante quando se analisa que no mundo todo existem apenas cerca de 20 religiões que podem ser consideradas globais, incluindo nesse grupo o próprio Cristianismo, além do Islamismo, Judaísmo, Budismo e Hinduísmo.

No Brasil, isto se percebe principalmente nos mais jovens, até porque, em virtude da enorme crise existencial que marca esta geração, têm procurado por Deus nas mais variadas religiões e filosofias orientais. Uma das marcas desse fenômeno religioso é o misticismo, a valorização excessiva do emocional e o abandono da razão. Parece contraditório que vivamos hoje quase que um retorno aos períodos mais primitivos da raça humana. Elementos das crendices religiosas mais elementares ganham espaço na religiosidade atual. O esoterismo, o neopaganismo, crença em Duendes, Gnomos, anjos cabalísticos, tarôs, horóscopos, cartomancia, quiromancia, entre outros, ganham espaço na espiritualidade do homem moderno.

Por outro lado, se verifica a banalização da fé e a mercantilização da graça. A graça já não é concedida por Deus, ela é conquistada por um baixo preço através da manipulação de jejuns, “correntes de orações,” “cultos de descarrego”, “cultos da conquista” das “novenas”, entre outros. A criatividade dos pregadores da “prosperidade” não tem limites. Tem sempre uma “noite” para cada necessidade. O que você quiser é só frequentar o culto certo, e Deus não tem escolha, tem que atender. A igreja já não é o lugar “aonde você vai para servir” ela se tornou a prateleira onde se vende bênçãos, milagres, curas, CDs, DVDs, livros de todo tipo, objetos ungidos e sagrados e todo tipo de bugigangas que alimentam a volúpia de alguns que enriquecem enquanto prometem prosperidade para os outros.

Diante dessa babel religiosa, milhares de pessoas acham-se confusas. Que direção devem tomar? Elas se consideram fora de controle, girando e inclinando-se para dentro de um futuro de desesperança. Muitas outras buscam freneticamente uma forma de conviver com alguma dificuldade pessoal ou problema familiar. Já entrou em contato com muitos serviços de ajuda, mas todos falharam. Os dramas humanos são inúmeros e diversos. O terrorismo, as drogas, a violência, a crise moral e ética, a decadência moral, o materialismo, o consumismo, a maldade, o dinheiro são alguns exemplos dos incompreensíveis dramas da humanidade. Uma enorme multidão de homens e mulheres de todas as classes sociais demonstram pelo menos uma coisa em comum: Desespero!

Infelizmente milhares de pessoas no afã de preencheram o vazio da alma, como também obterem respostas quando a quem seja Deus, tem sido envolvidos e ludibriados pelos ensinamentos equivocados das mais variadas religiões. Entretanto, com simplicidade e objetividade Jesus disse: “Eu Sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

Eis aí o problema do mundo. As pessoas desejam encontrar a religião que lhes satisfaça os anelos da alma em filosofias, e não encontram. O caminho da religião e da verdade não é uma filosofia, mas sim uma pessoa – Jesus. Ele é o caminho, ou seja, Ele não é apenas mais um caminho entre tantos outros, Ele é O Caminho que significa que é único e não há outro. Ele é o único caminho de retorno ao lar eterno. O homem pós-moderno errou o caminho e perdeu a direção, mas Jesus pode indicar a estrada rumo ao lar. Essa questão me faz lembrar do memorável discurso de Pedro perante o Sinédrio. Ele e João haviam sido presos por estarem apregoando a crença em Jesus. Agora, estavam sendo questionados: “Em nome de quem e com que poder vocês realizam todas essas coisas?” A resposta de Pedro foi direta: “Em nome de Jesus fazemos tudo”. E acrescentou: “E não há salvação em nenhum outro em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).

Jesus é o caminho verdadeiro que nos leva ao Pai, que nos leva à vida plena e eterna. Não existem santos, nem grandes homens, nem deuses, nem nada que os homens possam criar que possa levar alguém até Deus. Jesus tomou para si esse papel único e deixa isso muito claro: “ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

Caro amigo leitor, a reconfortante promessa de Jesus de que Ele é “o caminho, e a verdade e a vida” tem dado a mim e a minha família uma paz diária, esperança e um propósito e direção que nos conduziram realmente a um novo estilo de vida! Cristo não apenas conhece o caminho, Ele é o caminho. É o único caminho que faz sentido. Somente Ele tem a resposta para os dramas e questionamentos humanos. A escritora cristã Ellen G. White escreveu: “Só em Deus é que há socorro para nós. Não devemos esperar persuasões mais fortes, melhores oportunidades ou um temperamento mais santo. De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos” (Caminho a Cristo, p. 31). As religiões por mais que queiram jamais poderão preencher o vazio do coração humano. Jesus Cristo é o único caminho para a vida eterna. Seu convite para você e para mim hoje é: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23, NVI). Essa é a direção certa a seguir.

Nosso compassivo Salvador conhece a direção certa para você e para mim hoje. Dê-Lhe sua mão agora mesmo. E aproprie-se da vida... na direção certa!