Teologia

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O VÍRUS DE JUDAS


 por Lyndon K. McDowelI

Como detectá-lo e como se livrar dele

Jerusalém jamais havia visto um julgamento como aquele. 0 Prisioneiro era inocente do todo pecado; Seus juízes, culpados dos mais hediondos crimes. 0 acusado, era o Juiz de toda a Terra; os que pronunciavam a sentença, estavam condenados por suas próprias obras. Como se estivessem presos nas mãos do destino, homens e mulheres pareciam compelidos por forças além de seu próprio controle.

E, entre a agitada multidão, um homem estava sentado só, enquanto um sombrio temor lhe aguilhoava a alma. "Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O." Mat. 26:48.

No bruxuleante ambiente do pátio superlotado, Judas via somente o clarão do archote incidindo na pálida face do Filho do homem, e, acima do tumulto e da gritaria, ouviu apenas uma sentença: "Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" Luc. 22:48. Então, sem poder suportar a tortura de sua consciência culpada, exclamou: "Ele é inocente; poupa-O, ó Caifás!" (O Desejado é Todas as Nações, p. 721; Mat. 27:4). E, saindo apressadamente do pátio, foi-se enforcar.

0 que levou esse homem, antes honrado membro de um grupo especial, a se tornar um provérbio em todas as nações, através do tempo? A pergunta é importante, pois a história de Judas não é a história exclusiva de um homem. Embora seu nome seja vilipendiado e desprezado, Judas representa muitos que professam ser seguidores de Cristo, e os métodos que o diabo usou para enganá-lo naquele tempo, são usados contra nós hoje.

Lembremo-nos de que Judas não havia manifestado oposição aberta a Jesus. Mesmo durante a Santa Ceia, quando Jesus lhe disse que ele devia fazer o que estava em seu coração, os discípulos pensaram que "Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa ou lhe ordenara que desse alguma coisa aos pobres". João 13:29. Eles jamais haviam pensado no plano diabólico a que Jesus Se referia.

Como, pois, se desenvolveu um plano tão ímpio no coração de Judas? Como se tomou ele um traidor? Apresento três razões com base em comentários de Ellen G. White (ver O Desejado de Todas as Nações, págs. 716-722).

1. Judas orgulhava-se de suas opiniões próprias e cultivava uma disposição para criticar e acusar.

Inventado no Céu, praticado no Éden e usado através da história cristã, o espírito de divisão é uma das mais bem-sucedidas artimanhas de Satanás. E todos os homens e mulheres dotados de carisma, poder de persuasão e mente ágil, são especialmente vulneráveis. É fácil estribar-se num pequeno ponto de discórdia e, daí para a frente, acrescentar outros.

Um exemplo, neste sentido, encontra-se na Didache: "Vossos jejuns não devem ser feitos nos mesmos dias com os hipócritas, pois eles jejuam na segunda-feira e na quinta-feira, mas deveis jejuar na quarta-feira e na sexta-feira." (Edgar Goodspeed, The Apostolic Fathers, An American Translation (New York: Harper and Brothers, 1950, pág. 14). Uma disputa dessa natureza levou Paulo a escrever Romanos 14:1-6. Ele disse que não devemos fazer julgamentos sobre assuntos polêmicos. "Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias" (verso 5).

Na época de Henrique VIII, um tipógrafo cometeu um erro numa edição do Livro de Orações. Escrita em Latim, a palavra sumpsimus foi escrita assim: mumsimus. Como poucos clérigos soubessem Latim, logo se habituaram a pronunciar "mumsimus".

Certo dia, um clérigo perspicaz percebeu o engano e exigiu que fosse feita a correção. Isso causou uma divisão tão grande entre o clero que Henrique VIII foi obrigado a fazer um discurso sobre o assunto, em 1545: "Alguns são intransigentes com seu mumsimus, ao passo que outros se apegam ao seu sumpsimus."

A Igreja Adventista tem seus "mumsimus" e "sumpsimus". Há membros independentes, relutantes em ceder a suas opiniões, e, por este motivo, causam divisão. Independência contumaz é parte da insanidade de nosso tempo, e quem de nós não sente seu apelo? Judas tomou sua penúltima decisão em Cafamaum. Foi em Cafarnaum que muitos discípulos de Jesus "O abandonaram e já não andavam com Ele" (João 6:66). Decepcionado, Judas "decidiu não se unir a Cristo tão intimamente que não se pudesse retirar" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 719). Raramente se vê uma igreja de centro que não enfrente pressões a respeito de problemas teológicos ou administrativos, e, assim, as igrejas independentes proliferam e aumentam. Isso faz parte da agitação de nosso tempo.

Judas queria ser independente e tomou-se um traidor.

2. Judas não conseguiu vencer as características perversas de sua vida.

Vivemos num tempo em que nossas percepções espirituais se corrompem ante o que é sensual e obsceno. Os desvios de comportamento são considerados coisas normais, e a liberdade individual tem o beneplácito da sociedade. Há um crescente abismo entre as injunções dos mandamentos de Deus e a fantasia mundana que a mídia moderna quer inculcar em nossa mente. Nenhum de nós está imune a suas atrações. A televisão está poluída e violenta, e isto faz parte de um propósito definido. Muitos se deixam levar passivamente por esses programas, e o gosto pela verdade e pelo belo é imperceptivelmente minado. Revistas requintadas, com conceitos morais liberalizantes, estão diante de nossos olhos nos caixas de todo supermercado. Orientadas para as paixões carnais, estimulam nosso eros e ofuscam nosso agape. (Obs.: Eros refere-se ao amor sensual e agape, ao amor-princípio.) Os anúncios publicitários cortejam nossa cobiça.

Lá no íntimo, ambicionamos fama e sucesso, ao passo que um coração quebrantado e humilde não é mais algo atrativo. Estamos tão insensíveis que quase não percebemos as arremetidas das ondas do mal. Como podemos ter a certeza de que não estamos seguindo os passos de Judas?

O pecado não foi arquitetado para ser uma atração apenas; foi também configurado para parecer racional. Por vezes, só começamos a ver a fealdade e hediondez do pecado quando colhemos os seus frutos. Judas estava ciente de sua decisão de trair a Jesus. Se Jesus fosse condenado por alguma falta, Ele teria sido visto como um falso Messias. E se fosse, de fato, o Messias, não poderia permitir que fosse crucificado. Judas imaginava que não tinha nada a perder, qualquer que fosse o desfecho.

Assim, tornou-se ele um traidor.

3. Judas negligenciou a oportunidade de se entregar a Jesus.

A entrega do coração a Jesus pode tornar-se um mero chibolete. Mas, na vida real, é algo muito difícil. O inimigo, muitas vezes, zomba de nossas fraquezas, enquanto nos cega para pecados mais graves.

Se nos deixarmos influenciar pela atmosfera que nos cerca, como poderemos discernir entre uma entrega total e o fanatismo? E fazer a diferença entre regras de natureza cultural e os mandamentos divinos? A distinção não parece tão fácil como se imagina, e ambos têm sido confundidos.

A entrega sincera requer uma compreensão de tudo o que nos tem levado a ser o que somos: nossa abordagem das Escrituras, nossa cultura, nossa educação, nossa posição hierárquica. Todos esses aspectos desempenham um papel fundamental.

Portanto, o que chamamos de entrega sem reservas é algo muito íntimo e extremamente difícil. Tal entrega não pode ser definida nem imposta por comissões ou mesas administrativas.

0 ato final do drama de Judas ocorreu na Santa Ceia. Quando Jesus estava lavando seus pés, "Judas comoveu-se intensamente com o impulso de confessar no mesmo instante e ali mesmo o seu pecado. Mas não se queria humilhar". (0 Desejado de Todas as Nações, pág. 645). Judas havia tomado sua última decisão, pois "a hora e o poder das trevas" haviam chegado (Luc. 22:53). Para ele, a porta da graça estava fechada, e "Satanás se apossou dele". (Testimonies, vol. 5, pág. 103).

Parte da tragédia de Judas deveu-se ao fato de que ele foi leal a uma causa e não a Cristo, e quando lhe pareceu que a causa fosse fracassar, ele conscientemente desfez o compromisso. Judas nunca experimentou o que Isaías sentiu quando viu a santidade do Senhor e exclamou: "Ai de mim! Estou perdido!" Isa. 6:5. Ele nunca partilhou a experiência de Pedro, que, prostrando-se aos pés de Jesus, disse: "Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador" (Luc. 5:8), ou de Tome, que, deixando de lado a incredulidade, exclamou: "Senhor meu e Deus meu!" João 20:28. E Judas jamais soube da visão de João, que, ao contemplar a glória do Cristo ressurreto, caiu a Seus pés como se estivesse morto.

É importante enfatizar novamente que não houve uma oposição aberta da parte de Judas para com Jesus, nenhum "grande" pecado em sua vida. Ele foi um evangelista, um operador de milagres. Foi, por assim dizer, tesoureiro da igreja e membro influente do grupo. Mas suas tênues decisões, sua decrescente convicção diária foram traços de caráter que o levaram finalmente a trair o Senhor.

Ao olhar para dentro de mim e para a igreja, após 40 anos de ministério, vejo um problema semelhante. Temos anunciado a santidade do sábado. Temos retratado a besta em nossos folhetos, e nos orgulhamos, até certo ponto, de nossas luminosas ideias. Mas temos nós levado homens e mulheres a ver a santidade transcendente de Cristo e a prostrar-se a Seus pés, dizendo: "Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros"?

Judas jamais exclamou assim; por isso, tornou-se um traidor.

Todos nós, em maior ou menor grau, temos o vírus de Judas. O único antídoto é o humilde reconhecimento de nossa vulnerabilidade e uma sincera entrega diária ao controle de Cristo em nossa vida. Se o terrível dia do "poder das trevas" (Luc. 22:53) está às portas, também é verdade que temos um amorável Salvador que não quer que ninguém pereça. Ele conhece os mais íntimos segredos de nossa alma e Se interessa por nós, dizendo: "Como te deixaria?" Osé. 11:8.

Nossa resposta determinará nosso destino. Nem hábitos, nem posição hierárquica, nem "30 moedas de prata" - nada disso pode ser comparado à gloriosa aparência de nosso Senhor.

 

*Lyndon JC McDowell é pastor jubilado e reside em Scottsdale, Arizona, EUA.

 

FONTE: Revista Adventista, Ago 1998, p. 8-10

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

POR QUE ESTAMOS AQUI?


Clinton Wahlen*

“Compreendi que, no fim do período dos 1.260 anos, em 1798, Deus suscitaria um povo em claro contraste às igrejas caídas de Babilônia”

Nasci e cresci nos Estados Unidos. Até onde minha lembrança alcança, eu era ateu. A ciência era meu deus. A busca pelo conhecimento era minha paixão. Tudo isso começou a mudar, entretanto, em um dia de verão, quando alguém me deu o livro O Grande Conflito, de Ellen G. White. Comecei a ler o capítulo intitulado “A origem do mal” e, pela primeira vez, o cristianismo me pareceu ter sentido. Antes que o verão passasse, eu já havia aceitado Jesus Cristo como meu Salvador e fui batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Antes de eu ter lido O Grande Conflito e compreender as profecias de Daniel e Apocalipse, a Bíblia não me parecia real. Meus amigos cristãos, no tempo do Ensino Médio, me falavam: “Jesus levou seus pecados e morreu na cruz por você. Você não deseja aceitá-Lo como Salvador e ir para o Céu? Do contrário, você irá para o inferno!”

Então, eu ouvia a respeito de Jesus, Céu e inferno, mas tudo aquilo era para mim uma linguagem estranha. Nada tinha sentido. Uma vez que aprendi a verdade tal qual é em Jesus, não apenas ela fez sentido, mas minha vida nunca mais foi a mesma. Compreendi que Deus suscitou o movimento adventista em um tempo especial para um propósito especial na história da Terra: dar ao mundo uma mensagem profética e proclamar a breve vinda de Cristo. Sou feliz, nos sentidos espiritual, intelectual, emocional e social, por ser um adventista do sétimo dia.

Estabelecida para durar

Do pequeno e insignificante começo na metade do século 19, o movimento adventista cresceu e se tornou uma igreja com cerca de vinte milhões de membros em mais de duzentos países. E continuamos crescendo. Esses fatos são surpreendentes quando os comparamos com outro produto do movimento milerita, a Igreja Cristã Adventista, que tem 125.600 membros em 35 países.1

Por que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sido tão bem-sucedida? Não é simplesmente pelo fato de que, em relação às outras denominações evangélicas, tenhamos mais compreensão da verdade. A vasta maioria das nossas doutrinas é compartilhada com outras denominações cristãs. Os batistas do sétimo dia, por exemplo, descobriram o sábado bíblico no início dos anos 1600, mas o número deles atinge 50 mil em 22 países.

Ao buscarmos compreender a razão do êxito da Igreja Adventista, pode ser valioso analisar o best-seller intitulado Built to Last: Successful Habits of Visionary Companies [Feito para Durar: Hábitos de Sucesso de Empresas Visionárias], escrito por Jim Collins e Jerry Porras. Nesse livro, eles descrevem empresas que foram “feitas para durar”. Os autores pesquisaram 18 empresas, como Boeing, Sony e American Express, e as compararam com suas rivais, a fim de encontrar “o que verdadeiramente torna excepcionais essas empresas”.2 Centralização em valores, adaptação a mudanças, sem jamais abandonar seus fundamentos, e estabelecer “alvos audaciosos, grandes”, são algumas das qualidades que as têm habilitado a persistir e prosperar.

Embora não sejamos uma empresa, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, como povo, foi estabelecida para durar muito mais que quaisquer empresas que Collins e Jerry pudessem descrever, porque o movimento adventista foi suscitado por Deus. O movimento adventista surgiu para durar não apenas por gerações, mas pela eternidade! Surgiu para durar através do último grande conflito!

A fim de nos ajudar e melhor nos lembrar, vamos analisar cada fundamento sobre o qual a Igreja Adventista foi estabelecida:

1) Fé alicerçada na Bíblia; somos guiados pela Bíblia, a Palavra que permanece para sempre (Is 40:8).

2) Compreensão das profecias, conforme preditas por Daniel (Dn 8:8-10; Ap 10).

3) Informação privilegiada – o grande conflito e como teve início (Ap 11:19; 12).

4) Lei e evangelho, perfeitamente harmonizados pelo antitípico dia da expiação (Ap 14:6-12).

5) Tempo certo – o adventismo surgiu no tempo exato, conforme especificado na profecia (Ap 12:17).

Fundamento bíblico

“A Palavra de Deus é o alicerce sobre o qual têm de se erguer nossas esperanças do Céu.”3

Tão logo eu descobri que a Bíblia se constitui a Palavra inspirada de Deus, concluí que a coisa mais importante a fazer era compreender esse livro. Embora ele tenha sido escrito por diferentes autores em um período de 1.500 anos, encontrei não apenas sabedoria divina, mas relatos históricos e sobre a criação, inigualáveis em sua qualidade e elegância. Também descobri que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma missão semelhante à de João Batista, fundamentada em Isaías 40. É interessante notar que a passagem focaliza mais a segunda vinda do que a primeira (ver Is 40:3-5, 9, 10).

Essa passagem também enfatiza a prioridade das Escrituras sobre as ideias humanas que são semelhantes à relva: “A relva murcha, e as flores caem, mas a Palavra de nosso Deus permanece para sempre” (Is 40:8). Na mesma linha de pensamento, as palavras de Ellen G. White repetem: “Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustres, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria – nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam ser consideradas prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro ‘Assim diz o Senhor’.”4

Compreensão profética

Temos uma compreensão das profecias relacionadas ao fim dos tempos, de acordo com o que foi predito por Daniel.

Daniel 12:8-10 menciona um povo que, no fim do tempo, compreende claramente as coisas que nem ele mesmo entendeu. Apocalipse 10 descreve esse tempo em termos de um pequeno livro, fechado e selado, como tendo sido aberto. Deus suscitou o adventismo em um tempo especial para um propósito especial no fim da história desta Terra. Não somos uma igreja a mais. Fomos suscitados por Deus para advertir as pessoas contra o recebimento da marca da besta. Nos meus tempos de juventude, eu ficava surpreso de que outras igrejas parecessem incapazes de explicar o significado dessa marca.

A visão historicista de interpretação profética leva logicamente ao adventismo do sétimo dia, o que pode ser uma razão pela qual os protestantes consideram que muitas predições apocalípticas foram cumpridas no passado (preterismo) ou ainda serão cumpridas no futuro (futurismo). Para muitos protestantes, a reunificação com Roma é vista como sendo mais e mais atrativa. Por outro lado, lamentavelmente, alguns adventistas parecem ter começado a avaliar a unidade com outros cristãos mais significativamente do que proclamar a mensagem para este tempo.

Trinta e seis anos atrás, muitas coisas a respeito das quais eu li em O Grande Conflito pareciam impossíveis de acontecer. Tive que aceitá-las pela fé. Agora tudo mudou! Naquele tempo, eu não podia imaginar como os Estados Unidos, descritos em Apocalipse 13 com aparência de cordeiro, poderiam vir a falar como dragão. A separação entre Igreja e Estado era clara. Religião e política permaneciam diplomaticamente à parte. Além disso, vigilância de cada movimento das pessoas, poderia existir em regimes totalitaristas, mas nunca podia acontecer nos Estados Unidos.

Quão longe chegamos em tão pouco tempo! Agora, sob o argumento do interesse da segurança nacional, os Estados Unidos estão prontos a usar todos os meios, mesmo à custa de seus próprios ideais e princípios, para espionar seus cidadãos. Três décadas atrás, eu não podia imaginar o grau em que tantos protestantes hoje se mostram dispostos a abandonar suas crenças fundamentadas na Bíblia.

Informação privilegiada

Temos uma extraordinária fonte de informação privilegiada, por meio de nossa compreensão do grande conflito. Ao ler O Grande Conflito, descobri que o mal foi um intruso no Universo de Deus, embora isso não fosse surpresa para Ele. Ao contrário, a possibilidade de pecado era o risco que o Deus de amor estava disposto a correr, a fim de que pudesse haver verdadeira liberdade. Entendi que Deus não obriga ninguém a ser salvo – mas também que ele não espera para sempre! As profecias da Bíblia foram seladas somente até o “tempo do fim”, e nos mostram onde estamos na história da Terra. A profecia de Daniel 9 imprimiu em mim a integridade da Bíblia com sua acurada descrição dos eventos históricos centenas de anos à frente e seu cumprimento no tempo exato. Especialmente impressiva para mim foi a profecia dos 2.300 dias proféticos, apontando para a purificação do santuário celestial em 1844.

Apocalipse 11:19 aponta para este tempo: “Então foi aberto o santuário de Deus nos Céus, e ali foi vista a arca da Sua aliança.” Isso é informação privilegiada! Temos uma visão do interior do santuário no templo celestial e da arca do concerto. Esse verso marca uma virada significativa no livro de Apocalipse.5 Assinala o início da dramática obra de Deus perto do fim da história terrestre. Introduz o grande conflito entre Cristo e Satanás e o impacto devastador dos ataques satânicos, quando o verdadeiro povo de Deus esteve na obscuridade, enquanto uma forma apostatada de cristianismo manteve as rédeas do poder. Compreendi que as atrocidades da história cristã não eram atribuíveis a Deus e que, no fim do período dos 1.260 anos, em 1798, um povo remanescente seria suscitado por Ele como um claro contraste às igrejas caídas de Babilônia.

Lei e evangelho

Proclamamos a mensagem do evangelho para o tempo do fim, a qual harmoniza perfeitamente lei e evangelho, justiça e misericórdia.

A primeira mensagem angélica, encontrada em Apocalipse 14:6, 7, proclama o “evangelho eterno” em termos da “hora do Seu juízo [de Deus]”. Esse não é um novo evangelho, porque é chamado de “evangelho eterno”. Mas, à semelhança do “novo” concerto sobre o qual o evangelho é fundamentado, há alguma coisa nova. Esse novo elemento é urgência porque, como diz o anjo de Apocalipse 10:6, “não haverá mais demora!”. O fim está próximo.

Essa declaração, ligada à proclamação do capítulo 14, anuncia que a hora do juízo de Deus é chegada. Muitos cristãos pensam no dia do juízo como o dia da vinda de Jesus. De fato, essa também foi a compreensão dos adventistas mileritas, até que eles descobriram a chave que abriu o mistério de Daniel 8:14. Por meio da compreensão da obra de Cristo no santuário celestial como nosso Sumo Sacerdote, eles entenderam um fato importante. Considerando que Jesus afirmou que, em Sua vinda, Sua recompensa será dada “a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12), o Juízo deve preceder esse evento.

Além disso, os adventistas entenderam que o julgamento celestial era simbolizado pela purificação do santuário no ministério do santuário terrestre, no Dia da Expiação. Esse era o único dia no calendário religioso em que todo israelita devia participar. Ignorar esse dia era impensável, porque isso significava ser eliminado de Israel, excluído do povo de Deus. Esse era também o único dia do ano observado à semelhança do sábado semanal. Havia sábados cerimoniais, que significavam dias festivos, feriados. O Dia da Expiação, entretanto, era o único dia que devia ser observado como o sétimo dia da semana, em total repouso. Nenhuma obra era feita. Não é coincidência que, no dia antitípico da expiação ocorrendo agora, o sábado do sétimo dia tenha mais importância do que nunca.

Talvez surpreendente para alguns seja o fato de que, embora o evangelho do fim do tempo esteja conectado com o Juízo, o evangelho ainda se constitui as boas novas, porque Jesus em breve virá! Porque Ele está vindo para trazer justiça, endireitar todos os erros e recompensar Seu povo fiel. O evangelho é boa-nova porque pecado e pecadores não mais existirão, não mais haverá sofrimento, tentação nem dor. Até mesmo o tempo de prova é uma boa-nova. Por quê? Porque somos informados de que, como resultado do Juízo, nossos pecados serão “levados para longe, na terra do esquecimento” e não seremos capazes de “trazê-los à lembrança”.6 Que melhores novas poderíamos receber?

Passada a crise final, João viu um povo: “Aqui está a perseverança dos santos que obedecem aos mandamentos de Deus e permanecem fiéis a Jesus” (Ap 14:12). Isto é o que faz a mensagem do terceiro anjo: essa mensagem continua como mensagem de boas-novas, uma mensagem de esperança e de fé, a fim de preparar um povo para a vinda do Senhor.

No tempo certo

O adventismo surgiu no tempo predito.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento profético, mais especificamente, do tempo da profecia. Foi através da compreensão da profecia dos 2.300 dias/anos que viemos à existência. Como povo, surgimos no cenário do mundo no tempo predito na profecia bíblica. O remanescente do tempo do fim devia surgir depois do período dos 1.260 dias/anos de apostasia cristã predito em Daniel 7:25 e terminado em 1798. Esse período é mencionado duas vezes em Apocalipse 12, no espaço de nove versos (6 - 14). Então, surge o remanescente do tempo do fim (Ap 12:17). A visão na qual João viu a arca no lugar santo do santuário celestial destaca a centralidade da lei para o fim dos tempos, ao identificar o remanescente como os “que obedecem aos mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17, ARA).

Que o tempo designado para o surgimento do remanescente havia chegado foi confirmado por Deus por meio de sinais nos céus (Mt 24:29; Ap 6:12, 13). Aparentemente por desígnio, esses sinais foram vistos em muitas partes do mundo no qual Deus estava chamando à existência um povo especial para uma missão especial.

Diante de tudo isso, podemos ver que Deus levantou a Igreja Adventista do Sétimo Dia por uma razão. As profecias de Daniel e Apocalipse formam o impactante quadro de um Deus no controle da História. Um quadro revelador de que Ele suscitou um remanescente para cumprir Sua missão na Terra. Que Ele nos conceda graça a fim de que aceitemos humildemente e cumpramos essa tarefa humanamente impossível!

*Clinton Wahlen, Diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Igreja Adventista, Silver Spring, Estados Unidos.

Referências:

1.Wikipedia, acessado em 20/04/2014, en.wikipedia.org/wiki/Advent_Christian_Church.

2. Jim Collins and Jerry I. Porras, Built to Last: Successful Habits of Visionary Companies (Nova York: Harper, 1994).

3. Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 106.

4. ________________, O Grande Conflito, p. 595.

5. Ver Kenneth A. Strand, Symposium on Revelation: Introductory and Exegetical Studies, ed. Frank B. Holbrook (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 1992), v. 6, p. 57, 58.

6. Ellen G. White, Spirit of Prophecy (Battle Creek),

 

FONTE: Revista Ministério, MAR-ABR 2015, p. 20-22.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

FRUTOS DA OBRA SALVADORA DE JESUS


 Otoniel Tavares de Carvalho*

Isaías afirmou que Jesus veria "o fruto do penoso trabalho de Sua alma”

Duas horas da madrugada. Acordo ouvindo gemidos abafados. Era minha esposa que sentia as primeiras dores de parto de nosso primeiro filho. As dores aumentam. Corro à casa da enfermeira do colégio e não a encontro. Aflito, vou à casa do Pastor José Monteiro e lhe peço ajuda. "Preciso levar minha esposa à cidade de Caruaru", que dista sessenta quilômetros do ENA. Enquanto o automóvel avança estrada a fora, seguro com firmeza a mão de minha esposa e noto em seu rosto um ricto de dor. Finalmente, chegamos ao hospital. A médica a recebe e procura transmitir coragem e entusiasmo. As dores, porém, aumentam e a hora se aproxima. Mais uma hora de sofrimento, e tudo termina. Entro no quarto, e vejo a alegria estampada em seu rosto. Feliz pelo nascimento de uma bonita e sadia garota, minha esposa já não fala de dor e sofrimento. Ri de alegria e felicidade. Nasceu o fruto do seu ventre.

Penoso trabalho

Deus teve muito trabalho para consumar a obra de redenção do homem. A partir do momento em que Deus Se fez homem, na pessoa de Jesus, o Cristo, até ao Calvário, quando concluiu a fase decisiva da salvação do homem, verifica-se uma vida marcada por lutas e sofrimentos. Satanás estava mais do que nunca decidido a impedir que aquele Homem tivesse sucesso em Sua obra. Opor-se-ia a Ele com todas as sutilezas. Poria em Sua estrada pedras e espinhos. Perseguilo-ia minuto a minuto. Não Lhe daria tréguas. Ele sabia que o sucesso do Homem Jesus representaria sua derrota, o esmagar de sua cabeça, como fora anunciado no Éden (Gên. 3:15).

Quando Jesus estava para nascer, Satanás criou certas condições adversas, impedindo que houvesse para Ele um lugar adequado para o Seu nascimento. O diabo desejava matá-Lo na hora do nascimento. Apesar de ter nascido numa manjedoura, Jesus não foi infectado. Nasceu sadio e perfeito.

Depois do batismo, Jesus foi levado ao deserto. Ali, defrontou-Se com Satanás. Satanás trabalhou incansavelmente para levar Jesus ao fracasso. Desejava que o Mestre cedesse terreno. Um vacilo só, e eis que tudo estaria perdido. Tentou-O no apetite (Mat. 4:3 e 4); tentou-O na presunção (4:5-7); e na cobiça por honras, poder e fama mundanos (4:8 e 9). Até que ouviu dos lábios de Jesus a ordem: "Retira-te, Satanás..." (4:10).

Outros agentes

Não conseguindo sucesso em sua tentativa de enganar a Jesus e levá-Lo a desistir ou a vacilar em Seu trabalho de redenção do homem, Satanás usa muitos homens, líderes religiosos do povo, como opositores. Os escribas e fariseus foram continuamente manipulados pelo demônio para tentar barrar o trabalho de Jesus. Acusações levianas; interpretações fantasiosas da Lei de Deus; perguntas cheias de veneno de víbora; insinuações grosseiras quanto à Sua filiação (João 8:41); pressões e ameaças de apedrejamento; tudo isto tornou o trabalho de Cristo uma obra penosa e difícil.

Satanás não sossegava. Semeou desunião entre os apóstolos. Discutiam constantemente sobre quem seria o mais importante no Reino de Deus. Certa vez, quando Jesus terminou de apresentar Seu programa de trabalho na reta final, falou da necessidade de morrer e ao terceiro dia ressuscitar.

Pedro, então, manipulado pelo diabo, chamou Jesus à parte e O repreendeu. Jesus viu naquela reprovação a atuação direta de Satanás, e o desmascarou: "Arreda, Satanás..." (Marcos 8:33).

Judas Iscariotes foi um fantoche nas mãos do diabo, para trair e vender seu Mestre. Pedro também foi usado mais uma vez, negando conhecer a Jesus. Todos foram manipulados por Satanás, que lhes pôs pesado sono, impedindo que vigiassem em oração em favor de seu Mestre, lá no Getsêmani. Sozinho, sem nenhum apoio humano, Jesus foi levado de sala em sala para ser julgado. Interrogatórios, zombarias, acusações falsas, agressões físicas, humilhações, infâmias, indignidade. Num simulacro de julgamento, foi Jesus condenado a morrer numa vergonhosa e maldita cruz, entre ladrões.

Satanás, porém, estava frustrado e insatisfeito. Não queria apenas que Jesus morresse. Morrer por morrer não era suficiente. Satanás queria que Jesus morresse como pecador, e não pelo pecador. Ele não queria que Jesus morresse como substituto do homem, mas como cúmplice do homem. Ele desejava levar Jesus a cometer Seus próprios pecados. Se isto não ocorresse, não teria servido de nada toda a canseira e enfado que pusera sobre o Mestre.

Quando Satanás viu Jesus posto na cruz, já prestes a exalar o último suspiro, e declarar concluído seu penoso trabalho de redenção da humanidade, ficou impaciente. Com o mesmo afã com que trabalhou para levá-Lo à cruz, agora agia celeremente para tentar fazer com que Ele voluntariamente descesse da cruz. O Cristo na cruz, morrendo sem cometer pecados pessoais, significaria a sentença de morte sobre ele, Satanás. Imediatamente o diabo manipula a mente de vários homens, os quais cobram de Jesus alguma ação, descendo da cruz para salvá-los. Não sabiam eles que fora da cruz Jesus não seria o Salvador deles todos. O ladrão à esquerda disse-Lhe: "Não és Tu o Cristo? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também." Lucas 23:39. "Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a Si mesmo Se salve, se é de fato o Cristo de Deus, o escolhido." Lucas 23:35. "Igualmente os soldados O escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-Lhe vinagre, dizendo: Se Tu és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo." Lucas 23:36 e 37. O diabo insistia para que Ele saísse da cruz.

"Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Lucas 23:34. Realmente todos ignoravam o que pediam. Desistir de morrer pelo homem seria ceder aos apelos de Satanás, submetendo-Se desse modo aos seus caprichos. E isto representaria união com o maioral dos demônios e cumplicidade com sua tirania. Jamais Se prestaria a tal subserviência. No Getsêmani concordara em aceitar a vontade do Pai.

Já Se submetera a Seu Pai. Agora não haveria de desistir. Sorveria o cálice até a última gota. Teria de concluir a penosa e difícil obra que o Pai Lhe confiara. Assim refletindo, deixou-Se conduzir pelos Seus algozes até o momento final. Cansado, ferido e oprimido, sem aparência nem formosura, entrega ao Pai o Seu espírito, exalando um último brado: "Está consumado."

Frutos agradáveis

Quando Isaías foi inspirado por Deus para escrever a profecia que apresentava o sofrimento vicário do Messias, do Cristo sofredor, ele o fez com arte e estilo, afirmando no final: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito." Isa. 53:11.

Observando-se o trabalho penoso e difícil que Jesus executou, até o momento de Sua morte, tem-se a impressão de que não houve resultados positivos. Quando se vê um Judas ganancioso e traidor; um Pedro falastrão e medroso; um grupo de homens tímidos, que fugiram da luta, deixando seu comandante sozinho a lutar com o inimigo, parece que Jesus havia trabalhado em vão.

Depois da ressurreição, e, principalmente, a partir do Pentecoste, quando o Espírito do Senhor Se apossou deles, ocuparam seu espaço como continuadores da propagação do Reino de Deus. Agora não mais um grupo de homens tímidos e medrosos, mas um exército de pessoas destemidas e corajosas, dispostas a servir "mais a Deus do que aos homens".

Fixaram o olhar em Jesus e O tomaram como ponto de referência de sua vida. Imitar seu Mestre, na vida e na morte, era o lema daqueles discípulos. Não se intimidariam com ameaças e prisões. Estavam prontos a caminhar com Jesus até o final da estrada.

Jesus observava do Céu essa mudança de atitude, fruto de uma conversão sincera, e ficava satisfeito. Esses apóstolos e discípulos eram os agradáveis frutos do penoso trabalho que por eles executara.

O Mestre contemplou a Pedro perante seus carrascos, pedindo para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como seu Senhor. Pedro, que dera tanto trabalho a Jesus, agora se transforma em agradável fruto.

Jesus contemplou o destemor de Estêvão, ousado no testemunho perante uma multidão de homens ensandecidos e manipulados por Satanás, o qual não tolerava ouvir esse bendito nome: Jesus. Então o Mestre olhou para Estêvão, e este encontrou o olhar generoso do Mestre.

Saulo de Tarso ajudou a matar a Estêvão. E Jesus notou esse detalhe. Saulo, em seu zelo cego e fanático, decidira acabar com a Igreja de Jesus Cristo, o Nazareno. Satanás o usou como fantoche para essa missão. Jesus queria Saulo trabalhando em Seu exército.

Encontrou-o na estrada de Damasco. Derrubou-o do cavalo, cegou-o e o humilhou. Ele não sabia o que fazia. Era apenas um jovem ousado, a quem Satanás usara para causar danos ao povo de Deus. Jesus então trabalhou com Saulo.

Converteu-o em apóstolo e pregador do Evangelho da redenção. Chamou-o de Paulo, e o ungiu com poder do alto. Paulo tornou-se, nas mãos de Jesus, um fruto precioso.

Através dos séculos

O Senhor olhou através dos séculos e viu Sua Igreja sendo perseguida e agredida por Satanás. Observou a firmeza e coragem com que se punham perante seus agressores. A fogueira, a tortura, as ameaças, nada era suficiente para fazê-los retroceder e desistir da caminhada. Enquanto o diabo ficava desesperado e ensandecido com tamanha coragem e fé, Jesus sorria feliz, lá do Céu, ao ver aquela multidão de homens e mulheres, adultos, jovens e crianças, pecadores salvos pela graça, transformados em agradáveis frutos de Sua penosa obra de redenção, troféus de um Guerreiro vencedor.

Jesus olha, hoje, para cada alma que se arrepende de seus pecados, e abandona as hostes do demônio, e os vê marchando fiéis, dispostos a dar sua vida em louvor ao Senhor, e fica muito contente. Eles representam os agradáveis frutos dessa geração final, que procuram viver de maneira santa no meio de uma geração corrompida e manipulada por Satanás.

Nós somos os penosos e agradáveis frutos da obra salvadora de Jesus. Muitas e muitas vezes causamos-Lhe tristeza e decepção. Quando, porém, nos arrependemos sinceramente e nos pomos à Sua disposição para servir voluntariamente, Ele sente prazer em nós, e fica muito feliz.

Paulo nos oferece um oportuno conselho: "E não entristeçais ao Espírito Santo, no qual fostes selados para o dia da redenção." Ef 4:30. Deus quer sentir prazer em nós. Deseja sentir-Se feliz tendo-nos como amigos. Espera, pois, que haja reciprocidade.

 

*Otoniel Tavares de Carvalho, Pastor da Igreja Central de Vitória,

Espírito Santo

 

FONTE: Revista Adventista, Março de 1990, p. 11-13.