Teologia

domingo, 29 de janeiro de 2017

A PREDIÇÃO DE JOHN LENNON QUE FALHOU



Ricardo André

No dia o4 de março de 1966, o jornal inglês "The Evening Standard" publicou uma entrevista de John Lennon, fundador da banda inglesa The Beatles onde ele surpreendentemente afirmou: "O Cristianismo irá acabar, irá diminuir e desaparecer. Eu não preciso de argumentos para provar isso. Eu estou certo e será confirmado que estou certo. Nós somos mais populares que Jesus hoje em dia (...)". Esta declaração causaria revolta em grande parcela da sociedade, principalmente norte-americana, que comandou um grande boicote e queima de material relacionado aos Beatles.

O Site de notícias El País referindo-se a fala de Lennon comenta: “O jovem músico metido a intelectual, diagnosticava à sua maneira a secularização da sociedade e o desinteresse dos jovens pela religião. Sua declaração passou despercebida na Inglaterra, mas nos Estados Unidos foi tomada como blasfêmia e causou grande polêmica logo antes da terceira turnê dos Beatles pelo país. Houve fogueiras públicas de discos dos Beatles em cidades do cinturão bíblico e os quatro músicos receberam ameaças de morte da Ku Klux Klan. A tensão dominou aqueles shows no mês de agosto e suas entrevistas coletivas deixaram de ser festivas e hilariantes para se transformar em autos inquisitoriais do roqueiro provocador, que teve de pedir desculpas. Ao final da turnê, os Beatles decidiram deixar os shows para sempre” (http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/26/cultura/1469526800_200469.html)

Ocorre que, no dia 31 de dezembro de 1970, a banda não existia mais e, em 8 de dezembro de 1980, ao voltar para casa na companhia da esposa, Lennon morreu, alvejado com cinco tiros por um fã.

A verdade é que a predição de John Lennon falhou. A previsão do roqueiro do encolhimento e desaparecimento do cristianismo não se concretizou. Aconteceu exatamente o contrário. Com mais de dois mil anos, o cristianismo continua sendo a maior religião do mundo. Segundo o Boletim Internacional de Pesquisa Missionária (IBMR na sua sigla em Inglês) existem mais de 2,4 bilhões de cristãos em todo o mundo, pouco mais de um terço do total da população mundial. Todo esse enorme crescimento do cristianismo é uma evidência clara de que Deus cumpriu a promessa que havia feito, enviando o Consolador, o Espírito Santo para convencer as pessoas “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:7-11). (https://noticias.gospelprime.com.br/cristianismo-maior-religiao-mundo/).

O fundador do cristianismo, Jesus Cristo, ao nascer, dividiu a história em duas partes AC/DC, viveu 33 anos de modo simples, pregou os sermões mais lindos de todos os tempos. Seus amigos O abandonaram. Foi entregue aos inimigos e suportou o escárnio de um julgamento injusto. Foi pendurado numa cruz entre dois ladrões em favor da humanidade caída, tornando esse rústico instrumento de tortura o mais respeitado símbolo religioso da história. Depois de morto, foi colocado em um túmulo emprestado pela piedade de um amigo, de onde saiu ressuscitado no terceiro dia. Embora tenham se passado dois mil anos entre o momento da sua crucificação e a geração atual, contudo Ele ainda vive. Herodes não pôde destruí-lo, e o sepulcro não pôde retê-lo. Subiu ao Céu para interceder por todos e prometeu voltar para buscar os seus filhos fiéis (At 1:11; Hb 7:25; Jo 14:1-3).

Vinte séculos vieram e se foram. Hoje Ele continua, com certeza, a maior personalidade que este mundo já viu e, mesmo com o passar dos séculos, sua mensagem continua firme e inabalável. “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24.35). Sua mensagem de amor continua transformando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Para a escritora cristã norte-americana Ellen G. White, Jesus não era meramente um bom amigo em tempo de necessidade; Ele era um Salvador que morreu na cruz por todas as pessoas. Numa passagem favorita de O Desejado de Todas as Nações, lemos que “Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia” (O Desejado de Todas as Nações, p. 25).

Diz mais Ellen G. White: “Cristo crucificado por nossos pecados, Cristo ressurgido dos mortos, Cristo elevado ao alto, eis a ciência de salvação que temos de aprender e ensinar” (A Ciência do Bom Viver, p. 424).

A Enciclopédia Britânica utiliza 20.000 palavras para descrever a pessoa de Jesus. Sua descrição ocupa mais espaço que as biografias de Aristóteles, Cícero, Alexandre Magno, Júlio César, Buda, Confúcio, Maomé ou Napoleão Bonaparte. Os nomes dos orgulhosos estadistas gregos e romanos do passado surgiram e desapareceram. Os nomes dos cientistas, filósofos e teólogos do passado surgiram e desapareceram. Mas, o nome de Jesus é mencionado cada vez mais.

O apóstolo Paulo denominou a Cristo como: “a imagem do Deus invisível (Cl 1.15). Quando Filipe pediu para ver a Deus, Jesus lhe respondeu da seguinte maneira: “estou há tanto tempo convosco, não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o pai; e como dizes tu: mostra-nos o Pai (Jo 14.8). Jesus tornou-se humano com apenas uma finalidade: para que os seres humanos pudessem ter uma ideia do Deus infinito. Deus se deu a conhecer descendo até nós, na pessoa de Cristo. Em Sua vida e ministério, Jesus revelou “o inigualável amor de Deus por um mundo que não O amou! Esse pensamento exerce um poder que domina a alma e torna o entendimento ligado à vontade de Deus. Quanto mais estudamos o caráter divino à luz que vem da cruz, tanto mais veremos a misericórdia, a ternura e o perdão, unidos à justiça e equidade, e de modo mais claro veremos as incontáveis provas de um amor que não tem limites; conheceremos a terna compaixão que é muito maior do que o amor de mãe por um filho rebelde” (Ellen G. White, Caminho a Cristo , p. 15).

De muitas maneiras, Seus inimigos têm tentado transformá-Lo em um mito e descaracterizar Sua identidade exclusiva. Livros, filmes e canções irreverentes, produtos da ficção humana, surgem de tempos em tempos. Nisso eles não ficam muito longe dos Seus inimigos clássicos: Anás, Caifás, o Sinédrio, Herodes, Pilatos, fariseus e saduceus. Mas Jesus permanece e tem a última palavra sobre a vida e a morte.

Caro amigo leitor, conheça e ame Jesus, pois isso significa vida eterna (Jo 17:3). Entenda que Ele é a sua melhor escolha e decida caminhar com Ele. Ele quer transformar sua vida, dando-lhe uma nova vida, uma identidade de um discípulo de Jesus. Ele quer lhe dá vida abundante (Jo 10:10). Ele quer resolver suas crises emocionais e seus complexos psicológicos. Ele quer libertá-lo da vergonha e humilhação, quer suprir suas necessidades financeiras e conjugais, solucionar seus problemas espirituais e livrá-lo da morte eterna. Basta que você abra seu coração para que Jesus entre e reine em sua vida. Ele afirma: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:20, NVI).





domingo, 22 de janeiro de 2017

O EVANGELHO COBERTO DE AÇÚCAR



Ricardo André

Por causa das práticas idólatras do antigo Israel, o então povo de Deus, o Senhor permitiu que o flagelo da invasão e do cativeiro babilônico incidisse sobre a nação pecaminosa (Jr 15:4-30; 11-15). Ele falou por meio dos Seus profetas que a disciplina do cativeiro seria de 70 anos (Jr 29:10). Quando Israel, ao tempo do profeta Ezequiel (cativo em Babilônia com mais 10 mil judeus), estava sob o agravo da profecia que reclamava a destruição da nação judaica pelos babilônios, os falsos profetas contraditando a Palavra do Senhor, anunciavam “paz”, em 599 a. C. Um ano e meio mais tarde, em 597 a. C., Jerusalém era um montão de ruínas fumegantes, malgrado das adocicadas palavras dos falsos profetas.

Os falsos profetas eram anunciadores da “Paz”. Eles prediziam audazmente que dentro de dois anos seria desfeita a ameaça de Babilônia, e que os exilados e o rei Joaquim (Jeconias) – bem como os vasos do Templo – seriam trazidos de volta (Jr 27:16 e 17; 28:1-11).Um desses profetas foi Hananias, a respeito de quem o profeta Jeremias falou com voz firme: “Escute, Hananias! O Senhor não o enviou, mas assim mesmo você persuadiu esta nação a confiar em mentiras” (Jeremias 28:15, NVI). Ele fez o povo “confiar em mentiras”, não no sentido de força-los fisicamente a fazer isso, mas por meio do engano. Embora o Deus não o tivesse enviado, ele falou em nome do Senhor, o que tinha um peso muito grande em Judá. Além disso, a mensagem de “graça”, “livramento” e “redenção” dada por Hananias certamente era algo que o povo desejava ouvir, considerando a grande ameaça que Babilônia representava para a nação. Porém, aquele era um falso “evangelho”, uma falsa mensagem de salvação que o Senhor não havia concedido ao povo.

Este movimento de uma falsa paz levou os exilados e mesmo os moradores de Jerusalém continuarem em sua rebelião contra Deus não se arrependendo de seus pecados. Permaneceram enganados, fazendo o que Deus reprova pensando ter Sua aprovação.

O comentarista bíblico Peter C. Craigie retrata com exatidão absoluta, a atitude dos dirigentes religiosos e sacerdotes de Jerusalém: “O seu povo queria desesperadamente uma mensagem de paz, por isso eles lhe deram isso, preferindo declarar uma agradável mentira a expor a terrível realidade” (Ezekiel, p. 91).

A mentira agradável não os livrou do juízo divino. A Palavra de Deus cumpriu-se na íntegra.

Mentiras Agradáveis

As coisas não são diferentes hoje: estamos num grande conflito cósmico, numa batalha pela posse do coração e da mente de bilhões de pessoas no mundo. Satanás está trabalhando intensamente para levar o maior número possível de pessoas a “confiar em mentiras”, e essas mentiras podem vir em muitos disfarces e formas, embora seja sempre mentiras. Pelo fato de Jesus ter dito “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6), as mentiras de Satanás podem ser a respeito de qualquer coisa, desde que não contenham a verdade assim como é em Jesus.

À semelhança dos falsos profetas dos dias de Ezequiel e Jeremias, hoje, muitos falsos líderes religiosos estão dando ao mundo mentiras agradáveis, apresentando um evangelho profanado pelos falsos pastores. Um evangelho coberto com açúcar. Vejamos algumas dessas mentiras agradáveis, contra as quais precisamos nos guardar:

“A Lei foi um concerto entre Deus e Israel somente. (...) Na conversão, morremos com Cristo, logo morremos para a Lei. Os cristãos tradicionais damos ao Senhor o primeiro dia, o domingo, depois tomamos os seis restantes para nós, ao passo que os sabatistas invertem: tomam para si os seis primeiros dias e dão o restante. Ora, estamos vivendo no tempo da graça!” (José Apolinário da Silva, Heresiologia Refutação, vol. 6, p. 60, 71).

A tese de que a Lei Moral dos dez Mandamentos ou mesmo o sábado foi dado somente aos judeus é um grande equívoco doutrinário, sem respaldo bíblico ou teológico. Não lemos em lugar nenhum que o sábado devia ser confinado aos judeus. Ao contrário, há declarações muito específica e claras das Sagradas Escrituras revelando que o sábado foi estabelecido por Deus para ser uma bênção para todos os povos e nações. Elencamos aqui algumas delas:

1) Não podemos olvidar que no próprio quarto mandamento o sábado alcança a nós (não judeus). Ele diz especificamente que não apenas israelitas deviam repousar, mas também o estrangeiro que estivesse dentro das suas portas (Êx 20:10). Os estrangeiros eram aqueles que não pertenciam a família de Israel; poderiam pertencer a qualquer outro povo ou nação.

2) Cristo disse que “o sábado foi estabelecido por causa do homem” (Mt 2:27). Ele não disse “judeu”, mas “homem”, e não existe nenhuma justificativa para limitar o significado da palavra homem aos judeus! Jesus se referia ao homem-anthropós, toda a raça humana, não ao “homem judaico”, como muitos ridiculamente tentam defender. Que isso não se refere ao homem judaico fica claro em Mateus 19:5, 6 onde o mesmo termo ‘homem’, anthropós, usado por Cristo em Marcos 2:27, é empregado com relação a toda a raça humana. Isso se harmoniza com a clara informação bíblica de que o sábado foi estabelecido por ocasião da Criação (Gn 2:1-3). Se limitássemos a palavra aos judeus, logo entraríamos em grande dificuldade. Lemos que Cristo é “a verdadeira luz, que, vindo ao mundo ilumina a todo homem” (Jo 1:9). Trouxe Cristo luz somente para os judeus? Além disso, o sábado foi dado para que os homens pudessem ter a bênção do descanso e a adoração do seu Criador. Por que desejaria Deus que somente uma pequena fração dos seres criados – porque os judeus sempre têm sido uma parte muito pequena da população mundial – participasse da alegria do descanso e da adoração?

3) Como poderia o sábado ter sido dado somente aos judeus, sendo que ele foi instituído na criação, quando todas as coisas eram perfeitas (Gn 1:31), muito tempo antes dos dias de Abraão, o pai do povo judeu? (Gn 2:1-3). Quando o sábado foi criado somente havia duas pessoas presentes – Adão e Eva – e eles não eram judeus, eram filhos de Deus dos quais descendemos. Não havia divisão de raças, nações e tribos. E, como os demais preceitos do decálogo, é de imutável obrigatoriedade. Dessa lei de que o quarto mandamento é uma parte, declara Cristo: "Até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido." Mat. 5:18. Enquanto céus e Terra durarem, continuará o sábado como sinal do poder do Criador. E quando o Éden florescer novamente na Terra, o santo e divino dia de repouso será honrado por todos debaixo do Sol. "Desde um sábado até ao outro", os habitantes da glorificada nova Terra irão "adorar perante Mim, diz o Senhor" (Is 66:23).

4) Muito depois de Moisés o profeta Isaías mostra que um relacionamento de salvação com o Senhor não estava limitado só aos judeus. A salvação é aberta a todos os que “se chegam ao Senhor”. Ele mostra que a justiça, a salvação e a vida eterna também eram destinados aos gentios. E, se a salvação é para todos, o sábado também é para todos os povos. E, um “nome especial melhor do que filhos e filhas será dado aos que guardarem o sábado.” Lá não diz “bem-aventurado os israelitas”, mas “bem aventurado o filho do homem” que guarda o sábado. (Is 56:1-8). Portanto, o pacto de Deus quanto ao sábado é para toda a humanidade e não somente para o israelita.

5) A Bíblia denomina o “sábado do Senhor”  e não de sábado de Israel num sentido nacional (Êx 20:8-11; Is 58:13).

6) O profeta Isaías declarou que o povo de Deus iria para o exílio por causa da rebelião nacional, mas quando Ele os restabelecesse com o restante da humanidade (pessoas de todos os povos e nações) em uma Nova Terra, eles adorariam o Senhor de um sábado a outro sábado (Isa. 66:22 e 23). Ora, o fato de que Deus diz que nos “novos céus”, o sábado continuará a ser guardado por todos os remidos, evidencia que o sábado é uma instituição eterna.

Ademais, os cristãos se constituem no Israel espiritual. Deus não tem absolutamente nenhuma promessa para os gentios, senão quando se tornam Israel. O gentio, como gentio, está completamente sem esperança, e isto a Palavra de Deus declara repetidamente. Jesus era da raça de Israel. Também os profetas, e todos os apóstolos, os autores do Novo Testamento eram israelitas. Jesus mesma declarou que "a salvação vem dos judeus." João 4:22. Somente Israel será salvo. A Bíblia afirma:

"É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios certamente... Porque nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filha (...) E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.(...) Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunhão de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança... mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Crista chegastes perto (...) E ouvi o número dos assinalados e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados de todas as tribos dos filhos de Israel." (Rm. 2:28; 9:6 e 7; Gl. 3:29; Ef. 2:12 e 13; Ap. 7:4).

Notemos o que diz o comentarista batista William Carey Taylor em A Epístola aos Gálatas, pág. 316:

"O gentio por sua fé se torna descendente espiritual de Abraão, membro do Israel de Deus. A Jerusalém palestiniana e seu povo são repudiados categoricamente: 'está em escravidão com seus filhos' Gál. 3:25. Os crentes gentios são 'como Isaque, filhos da promessa'. 28. Israel segundo a carne passa a ser 'lançado fora,' não será 'herdeiro' das promessas proféticas, v. 30, antes identifica-se com a escrava Agar e o bastardo Ismael: mas o filho, o herdeiro, o Isaque, o Israel real, o povo de Deus, a Jerusalém celestial e seus filhos, são os crentes gentios, incorporados com Jesus e Paulo e os outros apóstolos, no tronco indestrutível da árvore de Abraão e da aliança da graça."

Na gloriosa cidade que dará a Seus filhos, há doze portas, e seus nomes são os das doze tribos de Israel. É preciso que nos tornemos Israel. Mesmo o estrangeiro, o gentio, terá que tornar-se membro da família de Deus, do Israel espiritual. Não há uma lei para o judeu e outra para o gentio, que peregrina conosco, como aqueles que peregrinavam com o Israel literal. (Nm. 15:16).

"Aquilo que Deus propôs realizar em favor do mundo por intermédio de Israel, a nação escolhida, Ele executará afinal por meio de Sua igreja na Terra hoje. Ele arrendou Sua vinha 'a outros lavradores'" (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 713 e 724).

Portanto, os privilégios de Israel transferiram-se a nós. Somos "os outros lavradores", mas as bênçãos da vinha são as mesmas. Todas as bênçãos divinas, inclusive o sábado, se transferiram para o Israel espiritual. Tanto Jesus quanto Seus discípulos ensinam que os privilégios e responsabilidades de Israel foram transferidos, na Nova Aliança, de Israel para a Igreja. Ela agora é o Israel segundo a fé, enxertada no remanescente do Israel segundo a carne.

O Pastor Apolinário ainda insinua que a graça anulou a lei (a maior deturpação teológica de todos os tempos). É um erro crasso ensinar que a graça de Deus isenta os cristãos da obediência a Deus. A Bíblia em lugar algum ensina que a salvação pela graça e aceita pela fé nos livra do dever de obedecer a Deus. A GRAÇA NOS SALVA DO PECADO, NÃO NO PECADO. Ela não nos salva para continuarmos pecando. Isso é uma graça barata. A graça é o poder que habita o cristão salvo a obedecer a Deus. Cito dois textos bíblicos que esclarece essa clara doutrina das Bíblia Sagrada:

1) Na Carta aos efésios, cap. 2:8-10, após falar da salvação unicamente pela graça de Deus, o apóstolo Paulo afirmou: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Efésios 2:10). Note que Paulo deixa claro que o cristão salvo realiza as obras que “Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos”. Logo, as obras são resultado dessa relação salvífica do crente com Deus. O cristão não obedece a Deus (obras) para se salvar, mas porque já está salvo. A obediência a lei de Deus, como obra da fé, é uma consequência natural da salvação em Cristo.

2) A experiência da Mulher adúltera registrada em João 8, é um claro exemplo da relação harmoniosa entre Fé e Obras, Lei e Evangelho. Após ter Cristo perdoado e justificado aquela mulher, o que ele disse para ela? “EU TAMBÉM NÃO A CONDENO. AGORA VÁ E ABANDONE SUA VIDA DE PECADO" (JOÃO 8:11, NVI). Que pecado cometia aquela mulher? O pecado do adultério. Note que Cristo perdoou-a, salvou-a do pecado e depois ordenou-lhe que não deveria mais  cometer pecados, ou seja, deveria guardar a lei de Deus, que diz taxativamente: “Não adulterarás” (Êxodo 20: 14). Ela deveria obedecer a Deus depois de sua experiência de justificação pela fé. Tal é a experiência de todos os cristãos justificados pela fé em Jesus.

Esta verdade (salvação unicamente pela graça) não anula a lei; Ela apenas mostra que a lei não pode nos dar vida eterna. O apóstolo Paulo afirmou: “ANULAMOS ENTÃO A LEI PELA FÉ? DE MANEIRA NENHUMA! PELO CONTRÁRIO, CONFIRMAMOS A LEI” (ROMANOS 3:31). Como resultado de termos sido perdoados por meio de Cristo, nosso relacionamento com a lei passa a ser diferente. Agora somos chamados a viver uma vida agradável a Ele (I Ts 4:1); Paulo se refere a isso como andar no Espírito (Gl 5:16-18). Isso não significa que a lei moral não seja mais aplicável: a questão nunca foi essa. Como poderia ser assim, quando vemos claramente que é a lei que define o pecado (Romanos 3:20)?

Em vez disso, visto que a lei é uma cópia do caráter de Deus, pela obediência à lei simplesmente refletimos Seu caráter. Mais do que isso, entretanto, não seguimos apenas um conjunto de regras, mas o exemplo de Jesus, que faz por nós o que a lei nunca poderia fazer: na Nova Aliança Ele escreve a lei em nosso coração (Hb 8:10) e torna possível que o preceito da lei se cumpra em nós (Rm 8:4). Ou seja, através de nosso relacionamento com Jesus, temos o poder para obedecer à lei como nunca antes.

Observe o que ensina a Igreja Católica:

“Os cristãos deslocaram, de um dia, a observância do repouso ou do sétimo dia, porque foi no dia posterior ao sábado – ou domingo – que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos, apresentando ao mundo a nova criatura. (...) O próprio Deus, colocando a ressurreição de Cristo, por excelência, ou sábado dos cristãos, deveria ser deslocado de um dia” (Felipe Aquino, Falsas Doutrinas: Seitas e Religiões, p. 85).

“O sábado, que representava o término da primeira criação, é substituído pelo domingo, que lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. A Igreja celebra o dia da ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou domingo. O domingo (...) deve ser guardado em toda a Igreja como o dia de festa de preceito por excelência” (Catecismo da Igreja Católica, Ed. Típica Vaticana, p. 573).

Esse ensino católico e reproduzido pelos líderes evangélicos representa um engano. É uma mentira agradável. Até porque Jesus não fez qualquer tentativa de instituir um memorial de Sua ressurreição, como sugere a Igreja Católica. Se Jesus desejasse que o dia de Sua ressurreição se tornasse um dia memorial e de culto, Ele teria Se aproveitado daquele evento para estabelecer tal memorial. É importante ressaltar que as instituições divinas como o sábado, batismo, Santa Ceia, todos remontam sua origem a um ato divino que os estabeleceu. Sobre o dia da Sua ressurreição, contudo, Cristo não realizou qualquer ato para instituir um memorial relativa ao excepcional evento.

Se Jesus desejasse memorializar o dia de Sua ressurreição, muito provavelmente teria dito às mulheres: “Vinde à parte e celebremos minha ressurreição!” Em vez disso Ele disse às mulheres: “Ide avisar a meus irmãos que dirijam à Galileia (Mt 28:10). E aos discípulos: “Ide... fazei discípulos... batizando-os” (Mt 28:19). Nenhuma dessas declarações do Salvador ressurreto revela intenção de memorializar Sua ressurreição por tornar o domingo o novo dia de descanso e culto para a comunidade cristã.

Depois da ressurreição, Cristo passou 40 dias instruindo Seus discípulos sobre o estabelecimento de Sua Igreja e, no entanto, não disse que o sábado foi transferido para o domingo por causa de Sua ressurreição. Se realmente o sábado tivesse sido abolido Jesus diria abertamente.

É curioso notar que um verso no evangelho de Lucas, escrito 40 anos depois da ressurreição, afirma que as mulheres "no sábado, descansaram, segundo o mandamento" (Lucas 23:56). O advogado e teólogo protestante Dr. William Smith no seu célebre Dicionário da Bíblia, pág. 366, embora advogando a vigência do domingo, reconhece a escassez de provas e admite honestamente o seguinte em relação a esses textos: “Tomadas separadamente, talvez, ou mesmo todas em conjunto, estas passagens se nos afiguram não muito adequadas para provar que a dedicação do primeiro dia da semana ao propósito acima mencionado [dia de repouso em honra da ressurreição] fosse matéria de instituição apostólica, ou mesmo uma prática dos apóstolos".

Outra ilação pregada pelo mundo cristão é a abolição da Lei de Deus. Note o que diz as Testemunhas de Jeová acerca dessa questão:

“Quando Cristo veio e deu a sua vida perfeita qual sacrifício, que aconteceu à Lei? Foi removida. (...) Significa isso que a lei sobre guardar um sábado semanal, que é o quarto dos Dez Mandamentos, também foi removida? Sim, foi” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra?, STV, 1989, p. 204 e 206).

Isso é evangelho coberto com açúcar. É falso evangelho. É ilógico supor que Jesus cancelou, acabou ou removeu Sua própria Lei. Primeiro, porque ela é eterna, como é eterno o nosso grande Deus (Sl 111:7, 8). Segundo, porque por ela será julgada toda criatura (Tg 2:12).

Como disse certa vez Arnaldo B. Christianini:

“Morrendo na cruz, em nosso lugar, Cristo nos redimiu não da obrigação de obedecer ao Decálogo, porém “da maldição da lei” (Gl 3:15), que é a morte. Ao invés de revogar ou anular os Dez Mandamentos, o sacrifício de Cristo na cruz os confirmou em sua imutabilidade e em sua universalidade.

“A cruz do calvário é o irrespondível argumento de que a lei de Deus não pode ser abolida. Pagaria Jesus a pena imposta por uma lei ab-rogável ? Morreria Ele na cruz para satisfazer as exigências de uma lei imperfeita, falha, inútil, que estivesse para ruir? Ter-se-ia Cristo imolado para salvar o pecado de uma lei precária? Eu não sou judeu, mas crio que Cristo me resgatou da maldição da lei.

“Pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3:20) – escreveu Paulo várias dezenas de anos após a morte de Jesus.  E entre os pecados de sua experiência pessoal que a lei revela, cita o “não cobiçarás” do decálogo. “Pecado é a transgressão da lei” (I Jo 3:4). (...) Note-se que esta declaração escrita quase 40 anos após a crucificação não diz que pecado era transgressão a lei, mas que É. Que lei? Certamente não se referia ao cerimonialismo judaico, já perempto, mas à lei moral, cuja súmula é o decálogo. (...) Mas se a lei foi abolida... nem pecado existe mais (porque não se pode transgredir o que não existe)” (Sutilezas do Erro, Santo André SP: Casa Publicadora Brasileira, 1965, p. 80, 81).

Paulo ainda afirma que “se não há lei, também não há pecado” (Rm 4:15; 5:13). Se admitirmos que a lei foi abolida, então, o raciocínio lógico é que, se não há pecado (em virtude do cancelamento da lei de Deus), não pode haver salvação, pois ela é a consequência da conversão do pecador. Se todos, porém, são justos (pois não há uma lei que aponte e mostre pecados), pra que serve a salvação? Ora, se não há salvação, que necessidade de Jesus? Conclui-se pela palavra dos que advogam a tese da abolição da lei de Deus que, não havendo lei, informa Paulo, não há pecado. Não havendo pecado, dizemos que todos se salvarão, e o sacrifício de Jesus foi vão, inútil e desnecessário, e é isso que o inimigo de Deus deseja, levando os homens a pensarem que a lei de Deus foi abolida. Percebe o amigo leitor o engano satânico?

Ademais, em Mateus 5:17 até 40 o Senhor Jesus reafirmou, de modo cristalino, irrevogável, irretratável e indiscutível a validade continuada da Lei dos Dez Mandamentos que o Senhor Deus outorgou aos homens, até a Consumação dos Séculos. Ele afirmou categoricamente: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mateus 5:17,18, NVI). Nessas palavras Ele não deixa dúvida alguma de que se referia, com alta gravidade, à validade permanente dos Dez Mandamentos da Lei dos Profetas, que, sendo Ele também Deus, temos de entender essas suas revelações a respeito da Lei como irrevogável, irretratável, irremovível, insofismável e indiscutível. Vale ressaltar que a santificação do sábado faz parte intrínseca desses Dez Mandamentos (Êx 20:8-11).

Quanto ao mandamento do sábado é importante dizer que ele é um dia separado (santificado) para Deus poder estar presente entre a humanidade e conversar face-a-face e para receber louvores e adoração (Gn 2:1-3). O sábado é uma instituição divina que vem desde a criação cujo objetivo ao homem é o de deixar as tarefas de lado para descansar, porque nos cansamos. Mas também é o dia de adoração e santificação do Senhor de todo o universo (Êx 20:8-11; Isaías 58:13).

Enquanto Deus for nosso criador, este dia jamais poderá ser suprimido, pois é algo necessário, tanto para fisiologia humana, quanto para a espiritualidade. O sábado é uma reunião em família entre irmãos e O Criador. Não é a toa que este seja o princípio fisiológico e espiritual mais atacado por Satanás, que pretende receber a adoração que era destinada exclusivamente à Deus e não dar descanso para que pensem em Deus, principalmente por um dia inteiro.

Como já enfatizamos anteriormente, o Novo Testamento deixa claro que os pecadores não são justificados ou salvos “pelas obras da lei”, mas a partir dessa verdade concluir que os Dez Mandamentos já passaram, e não precisam ser guardados, é um erro crasso.  Se olharmos de perto para as obras da carne citadas por Paulo na lista de Gálatas 5:19-21, e depois compará-las com Êxodo 20:3-17, veremos que Paulo está realmente listando violações específicas da Lei de Deus. “Adultério” quebra o sétimo mandamento, “idolatria” viola o segundo, e “homicídio” quebra o sexto. Em seguida Paulo enumera nove “frutos do Espírito”, como “amor”, “alegria”, e “paz”, e conclui dizendo: “Contra estas coisas não há lei”. O que significa isso? Isso significa que a lei de Deus não é contra esses bons frutos, mas ainda é contra os maus! Assim, a lei de Deus ainda existe, e deve ser obedecida. Podemos ter certeza que esta é a intenção de Paulo, porque em outra carta ele citou o quinto mandamento, afirmando: “Honra teu pai e tua mãe”, e, em seguida, ele ordena que os filhos cristãos sejam “obedientes”! (Ver Efésios 6:1-3).

Então, qual é o verdadeiro evangelho, afinal? Nós não precisamos especular, pois a resposta está na Bíblia Sagrada. Paulo escreveu:

“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4).

Aí está, claro e simples, direto da pena inspirada de Paulo. “Cristo morreu por nossos pecados … foi sepultado … e ressuscitou dos mortos”. Esse é o evangelho. Mais uma vez perguntamos: O que é “pecado”? Novamente, não precisamos adivinhar, pois João disse-nos claramente quando ele escreveu, “O pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4). Então, como devemos responder a Boa Nova de que o nosso amado Salvador morreu numa cruel cruz para pagar a pena completa por nossos pecados de quebrar os Dez Mandamentos? A resposta bíblica é que devemos nos “arrepender” (ver Atos 2:38) – o que significa afastar-se dos pecados de quebrar a lei de Deus – e crer no evangelho. Em seguida, o próprio Jesus nos diz: “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15), que é uma citação direta do segundo mandamento (ver Êxodo 20:06).

Se dermos ouvidos a esse conselho inspirado, vamos evitar o falso evangelho do “eu não preciso guardar a lei” e escapar do engano. Em seguida, iremos seguir “a verdade do evangelho” (Gálatas 2:5) nestes últimos dias.

Diante do exposto, baseado nas Sagradas Escrituras, dizemos que a Lei moral de Deus existirá sempre, enquanto houver pecado. Ela permanecerá como a expressão da vontade de Deus para com o homem.

Transigência Perigosa

Nos dias dos profeta Ezequiel e Jeremias, as pessoas escusando-se de ouvir praticar a Lei de Deus, estabeleciam sua própria agenda: “Queremos ouvir coisas agradáveis”.  Os líderes religiosos ofereciam-lhe agradáveis mentiras. Mas, o profeta, fiel à sua vocação, obediente ao seu discipulado, expressa o que pensa Deus a respeito de quem deseja servi-Lo não como ele determinou, mas como lhe agrada a conveniência. Disse Deus: “Seus sacerdotes cometem violência contra a minha lei e profanam minhas ofertas sagradas; não fazem distinção entre o sagrado e o comum; ensinam que não existe nenhuma diferença entre o puro e o impuro; e fecham os olhos quanto à guarda dos meus sábados, de maneira que sou desonrado no meio deles” (Ez 22:26).

A geração atual encarna de sobejo esta experiência negativa. Nomeando o nome do Senhor, vivem os valores do evangelho baseando-os em normais culturais. A dimensão religiosa de quem quer que seja, praticada com qualquer capa cristã, não transcende a verdade revelada. Deus é absoluto. Seu amor é absoluto. Sua lei é absoluta.

O amor de Cristo fê-Lo ser obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2:5-8). O amor que não gere obediência é, possivelmente, um sentimento equivocado. Considere isso:

“O evangelho que está sendo pregado em muitas igrejas hoje é um evangelho açucarado. Os três passos fáceis para a salvação parecem ser a ordem do dia. Ao ouvir muitos pastores evangelistas pregarem, não se sabe se eles estão apresentando um Senhor crucificado ou um pagamento sem acréscimo, em 12 prestações módicas de ir para o Céu. (...) Abandonemos a tentativa de atrair os homens para Cristo dando-lhes um evangelho adocicado, e restaremos a lei ao seu devido lugar na pregação da salvação pela graça mediante a fé”.

Estas sinceras palavras são de M. Dean Stephens, pároco da Igreja Episcopal Americana da St. Philip, Wilmingston, Carolina do Norte, Christanity Today, 11 de agosto de 1972), citado na Revista Adventista de abril de 1991.

Caro amigo leitor, vivemos um momento delicado no mundo cristão, em que muitas teologias têm aparecido para enganar os filhos de Deus. O perigo é tão grande que o próprio Jesus avisou que, se possível, os eleitos seriam enganados (Mt 24:24). Diante dessa avalanche de heresias e enganos, precisamos nos firmar em Cristo, através do conhecimento perfeito de sua Palavra. Esta é a nossa salvaguarda contra os enganos dos últimos dias. “Olhando para os últimos dias, declarou o apóstolo Paulo: "Virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina." II Tim. 4:3. Chegamos, já, a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso e amante do mundo; e Satanás lhes proporciona os enganos que amam. Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro - "Assim diz o Senhor" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 594, 595).

Cremos que o Deus Espírito Santo haverá de iluminar os cristãos sinceros que estão em busca da verdade que com todas essas considerações não se deixarão enganar com as “mentiras agradáveis” dos promotores da intriga e da mentira contra os que defendem os ensinos bíblicos. São os que se caracterizam como pertencentes ao grupo de servos remanescentes de Deus, os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 14:12).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

14 GRANDES ACONTECIMENTOS FUTUROS QUE AFETARÃO A TODOS NÓS



Pr. Walter Schubert

A razão por que muitos estão dormitando tranquilamente em falsa esperança é o que nosso Senhor Jesus Cristo mesmo o afirmou em Mateus: “…Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (S. Mat. 22 :29)

Em outras palavras, o povo dorme, ou caminha em trevas. Não despertam para seguir a luz, em virtude de sua ignorância das Escrituras, e em particular das profecias. Se aceitassem os ensinos de Deus, saberiam como agir nesta hora crítica. Seriam capazes de interpretar o significado da História corretamente, e teriam em mãos a verdadeira filosofia da História.

A Profecia Apocalíptica

Hoje iremos estudar Catorze Grandes Acontecimentos Futuros que nos afetarão a todos. São eles da máxima importância! Todos eles são apontados em antiga profecia bíblica. De início vamos considerar o livro de Apocalipse, que começa assim: “Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.” (Apoc. 1:3)

Notem que é prometida uma bênção aos que estudam as predições do livro do Apocalipse e a elas ajustam a sua vida. É simplesmente maravilhoso como as antigas profecias de Daniel 7 e de S. Mateus 24, têm-se cumprido ao pé da letra. Seu cumprimento rigoroso e exato à luz da História deve ser uma garantia para nós de que estes Catorze Grandes Acontecimentos Futuros também sucederão. Tenham a bondade de lembrar que estas profecias se cumprirão logo, porque Deus não mente! Lemos:

 “Vi descer do céu um anjo que trazia na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos. ( O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos. ) Esta é a primeira ressurreição. Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos. Quando terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar. As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou.” (Apoc. 20:1-9)

Este tópico da Escritura retrata um período de mil anos durante o qual Satanás não mais poderá enganar as nações. Revela também duas diferentes ressurreições. E que terrível quadro profético é pintado de outra guerra mundial!

Vamos por um momento procurar encontrar a exata perspectiva desta profecia. Assim poderemos encontrar o ponto de partida dos catorze grandes acontecimentos apocalípticos.

Sem qualquer sombra de dúvida, estamos vivendo no período que as Escrituras revelam como “tempo do fim.” As sete últimas pragas serão derramadas sobre o mundo ímpio. Sob a sexta praga estourará a guerra do “Armagedom”, chamada na Bíblia “o grande dia do Deus Todo-Poderoso.” Com o fim da sétima praga, terão lugar os seguintes acontecimentos:

As Duas Ressurreições

Para melhor compreensão, consideraremos primeiro as duas ressurreições de Apocalipse 20. Diz a profecia: “O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos.” (Apoc. 20:5 e 6)

Para ênfase repito que haverá duas ressurreições. A primeira será a dos santos. Mas os “outros mortos,” isto é, os ímpios, não reviverão, até que os mil anos após a primeira ressurreição, a dos santos, terminem. Portanto, entre a primeira e segunda ressurreições haverá um lapso de tempo de mil anos, que em linguagem teológica é conhecido como “milênio.” Conforme as Escrituras, o milênio, ou o período de mil anos, terá início com a primeira ressurreição, a dos santos, e terminará com a segunda ressurreição, que é a dos ímpios.

Está claro? Agora temos de determinar o ponto inicial dos mil anos, ou milênio. Quando começará o milênio?

Primeiro Acontecimento: Vinda de Cristo – Ressurreição dos Santos

No ano 58 AD, S. Paulo descreveu profeticamente este evento futuro:

“Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.” (I Tess. 4 :16)

Por ocasião da guerra do Armagedom, e das sete pragas, Cristo descerá com todos os Seus anjos, quando então os mortos em Cristo (os santos) ressuscitarão primeiro. Os mil anos, ou milênio, começa com a Segunda Vinda de Cristo.

Tenho ouvido alguns dizerem que Cristo já retornou à Terra em 1914. Mas, como pode ser isto? Nesse ano muitos eram jovens curiosos, mas nada viram que se afigurasse à Segunda Vinda de Cristo ou à ressurreição dos santos. E como eles gostariam de ter visto!

Não, meus amigos, este acontecimento está ainda no futuro. Mas a ressurreição dos santos pela Segunda Vinda de Cristo constitui o primeiro acontecimento dos catorze no fim do mundo.

Segundo Acontecimento: Santos Transformados

Qual o 2º acontecimento a ter lugar por ocasião da Segunda Vinda de Cristo?

“Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade.” (I Cor. 15:51-53)

Neste 2º acontecimento, os santos vivos não experimentarão a morte serão transformados, num abrir e fechar de olhos, de mortais para imortais, de corruptíveis para incorruptíveis.

Observe também que quando a trombeta soar ante a Vinda de Jesus, os mortos de todos os séculos serão ressuscitados incorruptíveis. Sobre isto podemos ter melhor compreensão nas palavras de S. Paulo nos versos de I Cor. 15:51-53.

Portanto, o 2º acontecimento será a transformação dos santos vivos em imortais e incorruptíveis, quando da Segunda Vinda de nosso Senhor.

No presente nossa carne está sujeita a enfermidades e corrupção. Os seres humanos morrem como resultado de diversas enfermidades e acidentes. Assim nossa carne é corruptível, mas quando Jesus retornar nossos corpos terrestres serão transformados em corpos espirituais e serão incorruptíveis. Mais anda, os homens serão transformados de mortais para imortais.

Permitam que eu explique. Os que agora vivemos podemos eventualmente alcançar a idade de 90 anos, sobrevindo então a morte; mas na Volta de Cristo, a morte será então impossível.

Terceiro Acontecimento: Santos Levados para o Céu

O terceiro acontecimento no início do milênio será ver o cumprimento da esperança dos fiéis filhos de Deus através dos séculos. Ei-la: “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com estas palavras.” (I Tess. 4:16-18)

Este texto revela que os santos ressuscitados, juntamente com os santos vivos, receberão incorrupção e imortalidade quando Jesus voltar, antes de levá-los com Ele para o Céu. Serão escoltados pelos anjos ao encontro de Cristo nos ares. Ele estará esperando para levá-los às mansões celestiais. Não acham que este será um acontecimento glorioso?

Sim, meus amigos, este será um evento sublime na história. Preparem-se para ele!

Quarto Acontecimento: Ímpios Vivos São Destruídos

Naturalmente surge a pergunta: Que fará o Senhor com os ímpios vivos, aqueles que não creram nas verdades divinas, quando Ele aparecer em glória e majestade? S. Paulo responde:

“Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder.” (II Tess. 1:8 e 9)

Eles serão destruídos pela fulgurante glória do Senhor. Em que condições permanecerão esses mortos? Cerca do ano 600 A. C., o profeta Jeremias descreveu profeticamente esta triste cena: “Naquela dia, os mortos pelo Senhor estarão em todo lugar, de um lado ao outro da terra. Ninguém pranteará por eles, e não serão recolhidos e sepultados, mas servirão de esterco sobre o solo.” (Jer. 25:33)

Oh, os ímpios serão destruídos! Ninguém os pranteará, ninguém os recolherá, não haverá para eles cerimônia funerária; serão como esterco sobre a terra. Por quê? Porque não haverá então sobre a Terra nenhum ser vivo para deles cuidar.

Quinto Acontecimento: Satanás Será Amarrado

Durante esses mil anos o inimigo, chamado Satanás ou diabo, será confinado a esta Terra, ou “amarrado.” A ninguém poderá enganar, porque os santos estarão todos no Céu, todos os ímpios estarão mortos. Assim ele e seus anjos maus estarão sozinhos, e assim isolado Satanás estará simbolicamente amarrado, acorrentado por mil anos.

Desde a criação do homem sobre este planeta, Satanás tem estado laborando incansavelmente 24 horas por dia para enganar os habitantes da Terra na sua relação para com Deus. Ele não quer que o precioso sangue do Filho de Deus derramado sobre a cruz seja propício para a salvação das almas dos homens. Ele quer conservar todos os seres humanos afastados de Deus, enganando-os para isto com falsas crenças e filosofias. Outros leva ele ao pecado, incredulidade e ateísmo. O diabo tem estado trabalhando incansavelmente durante séculos, mas agora, na Terra vazia e desolada, ele gozará um período bem merecido de férias. Sim, mil anos de férias, enquanto medita nos resultados de sua obra nefasta. Espalhados sobre a Terra estão os ossos de multidões de mortos que ele incitou à rebelião contra a divina lei de Deus!

Sexto Acontecimento: A Terra Desolada

A condição física da Terra durante esses mil anos e a razão de sua desolação é retratada pelo profeta Isaías, no oitava século de nossa era:

“Vejam! O Senhor vai arrasar a terra e devastá-la; arruinará sua superfície e espalhará seus habitantes. Será o mesmo para o sacerdote e o povo, para o senhor e o servo, para a senhora e a serva, para o vendedor e o comprador, para quem toma emprestado e quem empresta, para o devedor e o credor. A terra será completamente arrasada e totalmente saqueada. Quem falou esta palavra foi o Senhor. A terra seca-se e murcha, o mundo definha e murcha, definham os nobres da terra. A terra está contaminada pelos seus habitantes, porque desobedeceram às leis, violaram os decretos e quebraram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra, e seu povo é culpado. Por isso os habitantes da terra são consumidos pelo fogo, ao ponto de sobrarem pouquíssimos.” (Isa. 24:1-6)

Por que o mundo estará em ruínas? Por que foram os ímpios destruídos? Porque os homens transgrediram a lei de Deus. Sim, esta é a consequência lógica da rebelião deste mundo contra Deus e Sua divina lei.

Sétimo Acontecimento: O Juízo no Céu

Em Apocalipse, encontramos o seguinte: “Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos.” (Apoc. 20:4)

Aqui se afirma que durante os mil anos os santos passarão em revista a vida dos ímpios, julgando-os. Neste mesmo tempo, segundo S. Judas 6, Satanás e todos os anjos caídos serão julgados. Relativamente a este juízo, encontramos a seguinte afirmação em: “Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? Se vocês hão de julgar o mundo, acaso não são capazes de julgar as causas de menor importância? Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” I Cor. 6:2 e 3

Deus em Sua sabedoria decidiu que o julgamento dos ímpios tivesse lugar somente depois que os santos estivessem no Céu. Ele fez isto por duas razões:

Primeiro: Porque uma pessoa tem às vezes mais influência para o bem ou para o mal depois de sua morte do que durante a vida. Para ilustrar, aqui está um homem que escreveu um livro contra a existência de Deus. Suas premissas eram falsas. Este livro está sendo publicado e republicado em diferentes línguas um século depois de sua morte. Este homem não podia ser julgado com justiça por ocasião de sua morte.

Consideremos agora um homem que haja vivido uma vida piedosa e haja escrito vários livros bons, visando dirigir a mente do povo para coisas nobres e cristãs. Esses livros, e a memória de sua vida, continuarão a influenciar milhares para que sejam cristãos muito tempo depois da morte do autor.

Segundo: Deus em Sua sabedoria desejava que os santos salvos participassem do juízo como testemunhas. Ao serem abertos os livros do Céu e revelada a rebelião de cada indivíduo, haverá sempre ali alguns santos capazes de testificar da veracidade dos registos da vida dos homens. Isto dará também aos santos uma visão clara de que Deus não é arbitrário em Seu julgamento, de maneira que se veja que os que não foram salvos serão os que voluntariamente resistiram ao chamado de Deus. Desta maneira os santos estarão para sempre convencidos de que os juízos de Deus são justos.

Oitavo Acontecimento: Nenhuma Ressurreição Durante os Mil Anos

Encontrei uma vez um homem que me disse: “Sr. Fulano, eu creio no milênio, mas durante esses mil anos os ímpios serão ressuscitados gradualmente e todos se tornarão cristãos. Os que não se converterem agora terão outra oportunidade durante o milênio, de maneira que no final todos serão salvos, inclusive o próprio Satanás.”

Vocês creem nisso? E é isto o que o Livro de Deus ensina? Não! Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que no fim do mundo haverá apenas dois grupos: santos e ímpios. Os santos receberão sua herança eterna; os ímpios serão destruídos eternamente. S. Mateus disse:

“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo … “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos.” (S. Mat. 25:31-34 e 41)

Aqui nosso Senhor expõe enfaticamente o fato de que no fim da história do mundo, a humanidade será dividida em dois grupos. Os salvos são chamados “ovelhas,” e os ímpios “bodes.” Os justos são caracterizados como ovelhas, porque estas são gentis, obedientes ao pastor, e permanecem perto dele. Da mesma maneira os cristãos permanecem próximo de seu Pastor, Jesus Cristo, e Lhe obedecem. Os ímpios, por outro lado, são adequadamente comparados a bodes.

Quem já viveu no Chile, pôde ver e estudar a vida dos bodes nas montanhas desse belo país. Os bodes por natureza são rebeldes. Se queremos guiá-los pela direita, eles vão para a esquerda; se queremos que vão para a frente, resolvem ir para trás; vão sempre em direção oposta ao nosso desejo. E assim é com os que desobedecem à verdade de Deus: seguem sempre os seus próprios desejos, na direção contrária à vontade divina.

Noutro capítulo da Escritura o Senhor afirma que afinal Ele separará a raça humana como o trigo é separado da palha. O trigo é o símbolo dos santos, enquanto a palha simboliza os que se rebelam contra Deus. Tomem nota disto: a palha será queimada no fogo.

Não, os ímpios mortos não serão ressuscitados um após outro. O evangelho não lhes será pregado pela segunda vez. Quando se trata de pontos que envolvem a salvação do homem, uma grama de verdade vale mais que uma tonelada de especulação. O profeta Isaías, 750 anos antes da era cristã, fez uma afirmação muito consequente. Leia: “Pois a sepultura não pode louvar-te, a morte não pode cantar o teu louvor. Aqueles que descem à cova não podem esperar pela tua fidelidade.” (Isa. 38:18)

Este passo ensina claramente que os mortos não podem louvar a Deus, nem podem esperar pela verdade os que descem à tumba. Quanto à ressurreição, e à conversão dos ímpios no tempo dos mil anos, o cristão deve aceitar a Bíblia em lugar de especulações humanas. S. Paulo, divinamente inspirado, escreveu o seguinte: “Da mesma forma, … o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Heb. 9:27).

Não é claro isto? O homem morre uma vez, seguindo-se o juízo. Este juízo significa para todos os homens vida eterna ou eterna perdição. A Palavra de Deus exclui positivamente qualquer possibilidade de conversão depois da morte. Mais um passo, em: “O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.” Apoc. 20:5

Como podem os homens insistir em que haverá uma ressurreição durante os mil anos, quando Isaías, S. Paulo, S. João afirmam por divina inspiração o contrário? Não aceitemos jamais falsas filosofias com respeito a esta importante doutrina, quando a verdade de Deus é clara como a luz do dia. Esta contrafação à verdadeira doutrina foi inventada pelo inimigo de toda a verdade, para que os homens creiam que podem viver esta vida como lhes aprouver, e rebelar-se contra Deus, pois serão ressuscitados durante os mil anos para se converterem!

Nono Acontecimento: Cristo Desce com os Santos

Vejamos o que acontecerá durante os mil anos. Já vimos o que acontecerá no início deste período de tempo. Temos verificado já que os habitantes da Terra durante o milênio serão unicamente Satanás e seus anjos. A guerra terá então cessado, mas apenas porque não há habitantes na Terra para se guerrearem mutuamente. Este é o quadro da Terra durante os mil anos.

Mas o que acontecerá ao fim do milênio? Leiamos: “E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.” (Zac. 14:4 e 5)

Aprendemos assim que o primeiro acontecimento após o Milênio, durante o qual os ímpios foram julgados, é a descida de Cristo sobre o Monte das Oliveiras na Palestina. É-nos dito que o Monte se fenderá ao meio, de forma que haverá um grande vale. Cristo não descerá na Europa ou nos Estados Unidos, mas na Palestina. E por quê! Porque na Terra Santa é que Ele deu Sua vida pela humanidade. Este é para o coração de Deus o mais sagrado lugar da Terra.

Consideremos agora esta maravilhosa verdade: Nosso Senhor descerá do Céu à Terra com todos os Seus santos.

Que fizeram os santos no início do milênio? Eles ascenderam da Terra para o Céu. E que fazem no fim do milênio? Descem do Céu à Terra, sobre o Monte das Oliveiras. Que venturosa jornada através dos espaços nos espera se formos fiéis aos preceitos de Deus!
Décimo Acontecimento: A Nova Jerusalém Desce do Céu

Leiamos Apoc. 21:2 e 3: “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”

O décimo acontecimento será a descida da Nova Jerusalém do Céu. Nos versos seguintes deste capítulo encontramos a descrição desta bela capital da Novas Terra. As ruas são de puro ouro, seus edifícios de pedras preciosas. Será uma cidade de tamanho gigantesco.

Undécimo Acontecimento: Ressurreição dos Ímpios

Qual o 11º acontecimento?

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.” (Apoc. 20:5)

Notem mais uma vez quais os acontecimentos que ainda terão lugar ao fim do milênio. Primeiro: Cristo descerá com os santos, os que foram com Ele no início do milênio; então a capital da Nova Terra, chamada “Nova Jerusalém,” descerá do Céu majestosamente e ante os olhos de todos os santos, a mando do Senhor, todos os ímpios serão ressuscitados. Isto incluirá todos os que tiveram sobre a Terra desde o princípio da criação até o fim da história deste planeta. É-nos dito que o seu número é como “a areia do mar.”

Certa ocasião, quando eu estava falando com um homem sobre este assunto, ele disse: “Senhor Fulano, eu sei que o que o senhor diz é a verdade, mas eu ainda não o creio! Sim, eu sei que é verdade, mas não desejo aceitá-lo. Em minhas últimas disposições farei que meu corpo seja cremado e minhas cinzas espalhadas de aeroplano sobre o Oceano Atlântico. Desta maneira Deus jamais poderá encontrar-me e me ressuscitar para a condenação.”

Mas, meus amigos, nada é impossível para Deus, o Criador do Universo. É coisa simples para Deus localizar este homem. Ninguém pode criar um quebra-cabeças para Deus. Todos os seres humanos que viveram na Terra serão ressuscitados, quer queiram quer não.

Às vezes, ao estudar a história do passado, desejei ter tido a oportunidade de conhecer pessoalmente guerreiros como Alexandre o Grande, homens como o ímpio Nero, ou filósofos como Aristóteles. E tenho desejado encontrar-me com homens e mulheres de Deus como S. Pedro, S. Paulo e a bendita virgem, mãe de nosso Salvador. Graças a Deus que poderei ver a todos eles, e vocês também poderão.

Conta um evangelista que alguns anos atrás, quando esteve de visita a Paris, foi ver a urna que contém os restos mortais de Napoleão. Teve um irresistível desejo de abrir a urna selada para ver o homem que fez tremer a Europa no início do último século. Mas ele termina, dizendo que o verá um dia, e nós também o veremos!

Sim, por ocasião do 11º acontecimento, nos veremos uns aos outros, estejamos classificados entre os santos ou entre os ímpios. Que solene, e não obstante que glorioso acontecimento será! Aquele dia será de tristes consequências para muitos.

Duodécimo Acontecimento: Satanás é Solto de Sua Prisão

No duodécimo acontecimento Satanás é solto: “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.” (Apoc. 20:7 e 8)

Que acontecimento libertará Satanás? A ressurreição dos ímpios. Estes ressuscitarão com os mesmos sentimentos de rebelião com que desceram à sepultura. Ressuscitarão com o desejo de continuar sua rebelião contra a justiça.

Este acontecimento abrirá novo período de atividade para o inimigo de toda a justiça. Ele fará que os ressuscitados, cujo número é como a areia do mar, creiam que ele e não Deus é quem os ressuscitou. Mostra-lhes a ruína deste mundo e os restos da guerra do Armagedom. Aponta-lhes a Cidade Santa, dentro de cujos muros estão os santos. Faz que a multidão de ímpios creia que os santos são os responsáveis pela destruição da mundo. Incita-os à vingança. Convida-os a reconstruírem o mundo e a preparar armamentos para destruírem complemente os santos. Promete-lhes eterna felicidade neste mundo, uma vez que Jesus e os santos sejam destruídos.

Décimo Terceiro Acontecimento: A Guerra que Acaba com as Guerras
“E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.” (Apoc. 20:8 e 9)

Satanás faz agora sua última tentativa de subverter a governo do Altíssimo e continuar a guerra do Armagedom interrompida pela Segunda Vinda de Cristo. Ele terá a sua disposição um exército “como a areia do mar.” Dará o comando das diferentes divisões do seu exército aos mais hábeis guerreiros que o mundo já conheceu. O diabo será o comandante-chefe, sendo seguido sem dúvida por guerreiros como Alexandre o Grande, Nero, Júlio César, Carlos Magno, Napoleão e Hitler. Imaginem esses guerreiros em marcha!

A profecia diz que Satanás sairá “a enganar as nações.” Sim, ele os faz crer que triunfarão sobre o inimigo, Jesus Cristo e Seus santos dentro da cidade. As multidões creem no que promete Satanás, por verem que estão equipados com grandes armamentos e os santos não.

O diabo dá a ordem para que seja cercada a Cidade Santa, que estará então ocupando um vasto território na planície conhecida agora como Palestina. Ele terá exércitos que marcham de todas as direções. Sitiará a Cidade com suas hostes, de maneira que os santos não possam escapar. Quando ele admitir que a vitória está garantida, dará a ordem de comando: “Atacar! Destruir Cristo e Seus malditos seguidores! Dominemos o mundo!”

Satanás inspirará agora seus seguidores com entusiasmo nascido do ódio e da vingança contra tudo que é puro e santo. Ele cega suas hostes para que creiam que podem triunfar sobre Cristo e Seus santos dentro da Nova Jerusalém.

Nesta suprema hora de crise, estaremos todos presentes: vocês e eu. Vocês poderão dizer: “Eu sou maometano e não creio nesses ensinos,” mas vocês estarão ali. Se disserem: “Sou ateu ou agnóstico e não posso com minha razão aceitar essas doutrinas,” ainda assim vocês estarão ali. Quer queiramos, quer não, todos os que passamos por este mundo estaremos ali.

A diferença é que alguns estarão com Jesus dentro da Santa, Cidade, enquanto outros estarão de fora sob o comando de Satanás, para cercar a Santa Cidade. Os que na hora decisiva estiverem do lado de dentro, pertencem a Cristo; os que estiverem do lado de fora, mobilizados para a guerra, estarão com Satanás, o inimigo de Cristo. Pertence-nos a nós decidir em que grupo estaremos naquele terrível dia.

Quase que posso ver os exércitos em marcha, certos de sua vitória contra Cristo e Seus santos. Eles estão prontos para o último ataque; gritos de vitória antecipada partem de seus lábios.

Mas, que acontece quando os santos parecem estar derrotados, sitiados como estão pelas hostes do mal? Deus intervém com uma ordem de Sua poderosa palavra!

“Mas desceu fogo do Céu e os devorou.” (Apoc, 20:9)

Que acontecerá quando Satanás estiver certo da vitória?

Amigos, a última guerra – a guerra que porá fim a todas as guerras – acatará com a destruição dos ímpios pelo fogo. Mas não vamos crer erroneamente que o fogo perpetuará a vida dos ímpios. De maneira nenhuma! Esse fogo os ‘”devorará.” Esta é a segunda morte, após o que não haverá ressurreição. Este fogo destruirá a Satanás e seus anjos, bem como todos os ímpios: (Ezeq. 28:16-19 ; Mal. 4:1; Apoc. 20:14 e 15).

Nunca mais, por toda a eternidade, eles retornarão à vida. Desaparecerão para sempre. Será o fim para sempre, eterno, dos ímpios que voluntariamente rejeitaram o misericordioso chamado de Deus para arrependimento.

Décimo Quarto Acontecimento: Novo Céu – Eternidade

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. … E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. … E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apoc. 21:5, 1 e 4)

Deus tomará esta mesma Terra e a transformará num abençoado e feliz lugar. Mas em certo sentido será uma Terra diferente, pois a Terra será feita nova. Não haverá oceanos. Presentemente apenas um terço de nosso mundo é terra, sendo o resto oceanos. Mas os oceanos desaparecerão e em seu lugar haverá belos jardins, rios e lagos. Deus habitará com o homem, pois o Céu, a habitação de Deus, será transferido para a Terra.

Esta é a razão por que nosso Senhor Jesus Cristo, no sermão do monte, disse que “os mansos herdarão a Terra.” Ele não disse que herdariam o Céu. No Céu estaremos apenas por mil anos, mas depois passaremos a viver na Terra para todo o sempre. Ela será transformada num Céu. Por quê?

Porque a Terra terá custado a Deus mais que qualquer dos outros mundos do Universo: a morte do Seu amado Filho. Deus transformará a Terra para que seja a sede do Seu governo universal, e Ele viverá com Seus redimidos por toda a eternidade. Nossa Terra será então o centro de atração do grande universo de Deus.

Sim, prezados amigos, a Nova Terra significará paz, gozo, felicidade e eterna satisfação. Todos queremos estar ali, não é assim? A beatitude eterna não pode ser compreendida pela mente humana. Quando tivermos vivido um milhão de anos nessa feliz Terra, apenas teremos começado a viver. E quando tivermos vivido milhões e milhões de anos, a eternidade apenas terá começado. A realidade é que NUNCA, NUNCA, NUNCA, NUNCA morrer é simplesmente incompreensível a nossa mente finita.

Amigos, não vejo como poderemos ser indiferentes a um oferecimento como o que Deus nos faz. Não nos podemos permitir correr o risco de perder a eterna glória que nos espera.

Conclusão

Há quase 125 anos passados, na cidade de Filadélfia, um homem cometeu um terrível crime e foi condenado a morrer no cadafalso. Algumas pessoas caridosas intercederam por ele junto ao presidente dos Estados Unidos, o então presidente Jackson. O presidente, tocado pelo pedido de parentes e de amigos, mudou a sentença de morte em prisão perpétua.

Embora pareça estranho, quando as boas-novas foram levadas ao condenado, este recusou o oferecimento de perdão, e disse: “Um perdão não tem qualquer valor, se a pessoa beneficiada não o aceita. Assim, uma vez que eu não o aceito, ele deixa de ter validade.”

As autoridades de prisão não sabiam como resolver o caso. O assunto foi levado ao procurador geral dos Estados Unidos, que após examinar a questão, declarou não saber o que recomendar, visto que era um caso novo, não previsto nos códigos. Finalmente o caso foi submetido à Corte Suprema.

Por esse tempo o presidente da Suprema Corte era George Marshall. Depois de alguns dias de estudo, o veredito foi: “O perdão oferecido pelo presidente é apenas um pedaço de papel, se a pessoa beneficiada não o aceita. Uma vez que rejeita o oferecimento de perdão, deve ir para o cadafalso.” E assim aconteceu. Poucos dias mais tarde ele foi enforcado, porque rejeitara o perdão que não merecia.

Sei que vocês podem dizer: “Esse homem era um louco!” Teria podido viver, mas escolheu morrer!” Ora, o Senhor oferece a vocês vida; sim, vida eterna. Ele não lhes força a aceitar. Respeita a sua vontade, mas procura persuadi-los através de Seu amor a aceitar o oferecimento que fez a vocês de habitar nas mansões eternas. A Palavra divina diz:

“Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.” Jer. 21:8.

Se vocês não aceitam a Cristo como seu Salvador esta noite, vocês serão tão loucos como o condenado que rejeitou o perdão e escolheu ser enforcado.

Amigos, não imitem a cegueira espiritual deste homem. Ao fim do milênio, todos estaremos juntos. Alguns estarão do lado de dentro da cidade, e outros do lado do inimigo. Esta noite vocês terão de decidir de que lado vocês querem estar.

Prezados amigos, esta profecia se cumprirá tão certamente como as outras de que já falamos. A guerra do Armagedom está às portas. Até mesmo um cego pode ver isto. Vale a pena, pois, ter paz com Deus e aceitar mesmo agora a doutrina da divina interferência nos destinos do mundo pela Segunda Vinda de Cristo. Logo veremos o milagre dos milagres – a vinda em glória de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus anjos. Esta é uma verdade inquestionável, pois no Novo Testamento há cerca de quinhentos textos sobre esta doutrina. Além disto, grandes porções do Velho Testamento a proclamam. Ela é a esperança dos séculos.

Vocês aceitam a doutrina da Segunda Vinda de Cristo? Estão desejosos de preparar-se para este glorioso evento, conformando suas vidas à vontade de Deus pela guarda dos mandamentos? É isto que nos leva à verdadeira felicidade.

Que Deus os abençoe nesta nova, confortante e santa esperança que há em seus corações. Vamos selar este concerto com a petição a nosso bendito Salvador que derrame Suas bênçãos sobre cada um, segundo sua necessidade.

Que Deus os abençoe e os guarde.

Sermão do Pr. Walter Schubert

FONTE: Blog Sétimo Dia