Teologia

domingo, 30 de novembro de 2014

ELES DESAFIAM DARWIN

Cientistas brasileiros se aliam a um grupo de acadêmicos americanos e começam a defender nas universidades do País que a vida teria sido criada por uma mente inteligente
Rodrigo Cardoso (rcardoso@istoe.com.br)

Toda vez que é instada a dissertar sobre o início do universo e da vida, a maioria da comunidade científica apoia-se nos princípios de Charles Darwin (1809–1882), o biólogo e naturalista inglês que explicou a origem da diversidade da vida na terra com a Teoria da Evolução. Para esses darwinianos, novas espécies de seres vivos surgem por meio de mudanças graduais, geradas pela descendência e guiadas pela seleção natural. Cresce no País, no entanto, um grupo de cientistas de currículos robustos dispostos a quebrar o paradigma da biologia evolutiva, defensores da Teoria do Design Inteligente (TDI). A vida, para eles, não se desenvolveu na Terra de forma natural, mas projetada por uma mente inteligente. “Conhecimentos científicos em bioquímica e biologia molecular cada vez mais apurados nos permitiram abrir a caixa preta chamada célula e enxergar nela um conjunto imenso de máquinas moleculares dotado de uma complexidade irredutível”, diz Marcos Eberlin, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Não dá para pensar num motor desse tipo produzido por forças naturais. Foi decisão de uma inteligência que existe no universo.” Autor de mais de 650 artigos científicos com mais de dez mil citações e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, Eberlin é o porta-voz brasileiro da TDI, um movimento que nasceu nos Estados Unidos no final dos anos 80. Por lá, há cerca de três mil adeptos, como químicos, bioquímicos, biólogos e físicos. Aqui, os seguidores ganharam corpo com a Sociedade Brasileira do Design Inteligente, constituída no mês passado. Com Eberlin na presidência e um comitê científico composto por alguns ex-darwinistas, a entidade recentemente deu vida ao 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente, em Campinas, no interior de São Paulo.

Ao final do ciclo de palestras, no domingo 16, que contou com a presença de cientistas do exterior, como o filósofo com especialização em biologia evolucionária Paul Nelson, entre os 370 participantes, o número de membros da sociedade saltou de 220 para 300. “Seremos 500 até o final do ano, mil até o ano que vem e cinco mil em cinco anos”, afirma o químico da Unicamp. “Não somos inimigos de Darwin, mas amigos da ciência. Queremos restabelecer a verdade científica”, diz ele, que é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Por enquanto, porém, eles têm causado controvérsia na comunidade científica. Para o especialista em genética evolutiva Diogo Meyer, a TDI tem credibilidade quase nula. “Eles não são da área para a qual pretendem contribuir. São químicos, pessoas que atuam na biologia molecular, bioquímica, e não trabalham com a evolução, diversidade biológica ou genética”, afirma ele, que é biólogo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “É como se eu, que trabalho com evolução, argumentasse contra as interpretações mais convencionais da Revolução Francesa.”

Para os darwinianos, a TDI é um movimento de criacionistas que tenta dar uma roupagem de teoria científica à fé deles. “A gente diz por que a evolução dá conta de explicar as estruturas complexas das moléculas celulares, mas quem está atacando uma ideia já vigente precisa arregaçar a manga e mostrar serviço, o que não ocorreu até agora”, afirma Meyer. Evangélico batista, o químico Eberlin argumenta que tentam rotular o selo de religião na TDI para classificá-la como pseudociência. A universidade da qual ele é docente chegou a divulgar o Congresso sobre Design Inteligente em sua página no Facebook mas, de acordo com Eberlin, sofreu pressão para remover o anúncio. A Unicamp explicou, por meio de sua assessoria, que após verificar que o evento não conta com participação institucional concluiu que não justifica a sua divulgação. O porta-voz da TDI chama seus opositores de pitbulls de Darwin. Para eles, o químico, presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas, é um charlatão. O docente, porém, continua aceitando convites para palestrar em universidades e explanar que fomos planejados e não gerados por processos naturais.

FONTE: Isto É (http://www.istoe.com.br/reportagens/393404_ELES+DESAFIAM+DARWIN)

A PROFECIA DAS 2 300 TARDES E MANHÃS DE DANIEL 8:14


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

EVOLUCIONISTAS NÃO ENTENDEM A ORIGEM DA VIDA!



Um preeminente químico, reconhecido neste ano como um dos 50 cientistas mais influentes do mundo, diz que a maioria dos cientistas não entende como a evolução poderia explicar a existência da vida. O Dr. James Tour é um professor bem conhecido na Universidade Rice, especializada em química. Ao longo dos últimos 30 anos, Tour foi autor de mais de 500 pesquisas publicadas, e foi reconhecido como um dos “50 cientistas mais influentes do mundo atual”, pelo thebestschools.org. Tour também recebeu prêmios e reconhecimentos da Sociedade Química Americana, Thomson Reuters, Honda, Nasa e outros. Em um vídeo lançado em 2012, Tour explicou que ele tem tido experiência extensiva estudando a origem da vida. “Vou contar-lhe que como cientista e químico sintético”, Tour diz, “se alguém devia entender a evolução, seria eu, porque faço moléculas para ganhar a vida, e não apenas compro um kit, e misturo isso e mais isso e obtenho aquilo. Quer dizer, ab initio, eu faço moléculas. Eu entendo o quão difícil é fazer moléculas.”

A despeito de suas experiências e expertise, Tour admite que não entende como a evolução poderia contar para a existência da vida. “Eu não entendo a evolução, e vou confessar para você”, ele diz no vídeo. “Para mim está tudo bem dizer que ‘eu não entendo isso’? Está tudo bem? Eu sei que há um monte de pessoas lá fora que não entende nada de síntese orgânica, mas entendem de evolução. Eu entendo um monte sobre fazer moléculas; eu não entendo a evolução. E você poderia apenas dizer: uau! Isso deve ser realmente incomum!”

Todavia, Tour diz que ele não é o único que não entende como a vida poderia ter surgido de processos naturais e não guiados. “Deixe-me dizer a você o que acontece nos bastidores da ciência – com os membros da Academia Nacional, com vencedores de prêmios Nobel”, declarou Tour. “Eu me assentei com eles, e quando estávamos sós, não em público – porque é uma coisa apavorante, se você diz o que eu acabei de dizer –, eu disse: ‘Você entende tudo isso, de onde tudo isso veio e como aconteceu?”’ A resposta que Tour inevitavelmente recebe é: “Não.”

“Toda vez que eu me assento com químicos sintéticos, que entendem isso, eles dizem ‘Ah-hã. Não’”, afirma Tour. “E se eles estão com medo, e querem dizer ‘sim’, então não dizem nada. Eles apenas olham pra mim, porque eles não podem sinceramente fazer isso.”

É justo dizer que há uma importante diferença entre microevolução e macroevolução – a primeira é claramente observável e repetível, mas a segunda nunca foi testemunhada. “De tudo o que eu posso ver, a microevolução é um fato; nós a vemos ao redor de nós com respeito às pequenas mudanças entre as espécies, e os biólogos demonstram esse procedimento nos seus laboratórios diariamente. Então, não há argumentos a respeito de microevolução”, ele escreve em uma postagem de blog. “O centro do debate, para mim, então, é a extrapolação da microevolução para a macroevolução.”

Depois de reconhecer que os evolucionistas são “coletivamente desnorteados” pela origem da vida, Tour junta-se a perto de 900 outros cientistas ao assinar uma Dissenção Científica do Darwinismo, que declara: “Nós somos céticos quanto às reinvindicações de que a habilidade de mutações aleatórias e da seleção natural leve à complexidade da vida. Exames cuidadosos das evidências da teoria darwinista devem ser encorajados.”

Se a evolução não pode contar para a existência da vida, então como a vida foi originada? Tour diz que a resposta mais razoável é simples. “Eu creio fundamentalmente que Deus criou a todos nós”, ele disse à Houston Chronicle.

(Christian News)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Está Escrito - 7 Perguntas que Você Deveria Fazer a um Espírita - Pr. Ivan Saraiva


Série "7 perguntas" apresenta o tema: 7 perguntas que você deveria fazer a um espírita. Apresentado em 23 de junho de 2014 por Pr. Ivan Saraiva.

domingo, 23 de novembro de 2014

Está Escrito - 7 Perguntas que um Ateu Precisa Responder - Pr. Ivan Saraiva


Está Escrito Adoração - Nadar Contra a Correnteza - Pr. Ivan Saraiva


QUANDO DEUS NÃO FAZ SENTIDO



Amin A. Rodor

E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito. Gênesis 37:28

Alguma vez você já se sentiu injustiçado, enganado, em amargura e revolta, e para sua surpresa os reveses sofreram uma mudança? Já passou pela experiência em que tudo parecia perdido, mas novas circunstâncias mostraram outra leitura, e os desacertos foram revertidos em seu benefício? Você teve algum plano que deu errado e, em meio às vidraças partidas, foi possível compreender que precisamente o que era visto como perda tornou-se ganho? Para aqueles que estão nas mãos de Deus, buscando sinceramente viver conforme Sua soberana vontade, não há coincidências. Os “golpes do acaso” tornam-se pela ação divina coobreiros de Deus para executar Seus desígnios. Os cristãos têm uma palavra para isso: providência.

O histórico Catecismo de Heidelberg descreve a providência divina de maneira bastante determinista: “Pelo Seu permanente e infalível poder, Deus sustenta Céus, Terra e todas as criaturas, e assim os governa de tal forma que, cara ou coroa, chuva ou seca, anos de fartura ou períodos de fome, saúde ou doença, prosperidade ou pobreza, todas as coisas de fato nos vêm não por acaso, mas das mãos paternas.”

A história de José é uma das mais claras demonstrações da providência divina em ação. Lançado num poço pelo ódio obstinado de seus irmãos, ele é providencialmente salvo pela intervenção de Rúben, seu irmão mais velho. Aos 17 anos, é vendido a beduínos que surgem no momento exato. No Egito, ele é providencialmente vendido a um alto oficial de Faraó. Por sua integridade, contudo, é lançado na prisão. O presente e futuro não poderiam parecer mais escuros. Nenhuma perspectiva. A história parecia terminar ali. Indefeso em terra estranha!

Entretanto, quando o drama é visto em seu alcance mais longo, as linhas que parecem pontas soltas, sem qualquer relacionamento ou propósito, começam a tomar forma. Os eventos absurdos começam a seguir direção inesperada. Interpretando o sonho de Faraó, José torna-se o segundo homem do Egito. Como fica claro mais tarde, é precisamente sua intervenção que salva da morte por fome o povo que Deus escolhera como depositário de Seus planos. Não por sorte ou acaso, as peças do quebra-cabeça se encaixaram afinal. O bordado apenas estava sendo visto pelo avesso.

VINTE ANOS DEPOIS…

O arremate da história de José é de extraordinária beleza. Seus irmãos nem de longe poderiam fazer a conexão entre o irmão que eles haviam vendido e esse poderoso príncipe de autoridade ilimitada no Egito. Deus, não as escolhas humanas, havia levado José até onde ele estava. Aparentemente Deus estivera indiferente quando os irmãos o jogaram num poço, quando estrangeiros o venderam como escravo, quando as mentiras da Sra. Potifar acrescentaram novos sofrimentos às suas desgraças e o colocaram na prisão.

Mas cada fato nessa lista de eventos tinha leitura diferente das aparências. Precisamente os acontecimentos que pareciam golpes cegos do acaso levavam sua vida para mais perto da realização do propósito divino. Três vezes, na narrativa, José indica sua percepção da providência divina: “Não foram vocês, mas Deus.” Afinal, não foi a inveja de seus irmãos o fator decisivo. Eles foram atores menores. O principal ator do drama é o Altíssimo. Cada detalhe da história é utilizado nas malhas de um propósito superior, invisível e incompreensível aos olhos humanos.

Nisso não há nada de determinismo nem “carma” inescapável. A providência divina é vocabulário exclusivo das Escrituras cristãs. Note, Deus não tem qualquer sociedade com o mal. Quando as pessoas pecam, as falhas são exclusivamente suas. A parcialidade de Jacó foi seu pecado. Deus não forçou os irmãos de José a invejá-lo. Deus não é culpado pela licenciosidade da Sra. Potifar. Ele não foi responsável pela ingratidão do copeiro. Mas, sem que fosse culpado ou causador de tais males, de uma maneira misteriosa, nos conselhos de Sua providência, o Todo-poderoso não é tomado de surpresa. Seus planos não são frustrados pelo pecado ou a fraqueza humana. Em todos os pecados contra José, Deus pacientemente trabalha em favor dele, para a glória final de Seus propósitos.

É a compreensão da providência divina que capacita José a elevar-se acima de qualquer sentimento de vingança, revanche ou revolta. Se ele tivesse se tornado amargo, desafiador ou cínico, teria perdido a percepção das novas possibilidades. Tal compreensão também o torna humilde e grato, atribuindo a Deus todo o êxito de sua vida. José “lembrou-se dos sonhos” (Gn 42:9, ARC). Deus também nos deu um sonho glorioso: reinar com Cristo, afinal. E nada, a não ser nós mesmos, poderá frustrar esse sonho.

FONTE: Encontros com Deus [MD 2014], pp. 329 e 330.

sábado, 22 de novembro de 2014

A TEORIA DA EVOLUÇÃO É CIENTÍFICA?



Leonard Brand

A teoria da evolução é científica? A busca por uma resposta envolve cosmovisões, dados e a sua interpretação, bem como outras questões. A resposta simples é “sim, é científica”, mas antes de tentarmos compreender o que isso significa, é preciso perguntar o que torna qualquer teoria científica.

Ciência e religião

A ciência é um processo de busca por respostas.1 Uma ideia pode ser considerada científica se puder ser estudada com a utilização do método científico. Se temos uma ideia e queremos saber se ela é correta, várias abordagens podem nos ajudar a encontrar uma resposta.

Primeiramente, podemos usar nossa capacidade de raciocínio para decidir se acreditamos que a ideia seja verdadeira. Nós também podemos pedir a Deus para nos dizer se é verdadeira. Esta abordagem, pedir a Deus ou procurar uma resposta na Bíblia, é uma abordagem religiosa. Finalmente, podemos pensar sobre as observações ou experiências que podem ajudar a determinar se a ideia é correta. Essa abordagem é característica da ciência. Vamos comparar as três abordagens.

Se nós apenas pensamos sobre algo, como sabemos que a nossa conclusão é correta? Precisamos comparar nossos pensamentos a algum tipo de padrão.

Se não temos esse padrão, nosso pensamento é apenas um palpite. Se quisermos saber quantos dentes tem um cavalo, será mais útil pensar em quantos dentes um cavalo deve ter ou abrir a boca de um cavalo e contá-los? Poderíamos perguntar para Deus ou pesquisar na Bíblia a resposta à pergunta sobre o número de dentes do cavalo. O problema é que a Bíblia não nos foi dada para responder a perguntas como essas. Podemos facilmente responder a tais questões por nós mesmos, visto que elas não têm nenhum significado espiritual. A Bíblia nos foi dada para responder a outros tipos de questões. Vamos considerá-las brevemente. Quanto à questão de quantos dentes tem um cavalo, não é mais útil abrir a boca de um cavalo e contá-los? Se fizermos isso, estamos usando a ciência para responder à pergunta.

O método científico pode ser descrito mediante a seguinte sequência de eventos. Um cientista tem uma ideia, chamada de hipótese, e depois pensa nas observações e experiências que irão testar a hipótese. As observações são feitas, as experiências são realizadas e os resultados podem indicar que a hipótese é falsa ou que pode ser aceita como verdadeira. Outro resultado possível é que a resposta ainda não esteja clara, e diferentes observações e experiências terão que ser projetadas para melhor testar a hipótese. De uma coisa podemos ter certeza: a ciência não irá nos fornecer uma evidência absoluta ou uma refutação total. Podemos pensar que temos provas, mas é sempre possível que novas evidências venham mudar o resultado. A ciência apresenta provas definitivas apenas em comerciais de TV!

Às vezes, digo a meus alunos de ciências que metade do que estou ensinando é falso. No entanto, vamos ter que esperar por novas descobertas científicas que nos mostrem a metade que está errada! Há alguns anos, as evidências científicas indicaram que havia dez espécies de esquilos na Califórnia, mas novas evidências mostraram a existência de treze espécies. Em genética molecular, o seguinte conceito foi referido como um dogma central: cada gene em nossos cromossomos direciona a produção de uma única proteína. No entanto, as novas descobertas demonstram que o processo é significativamente mais complexo. A lista de tais mudanças no conhecimento científico é interminável. A ciência faz muitas descobertas significativas, mas em seu constante progresso continua nos mostrando que muitas coisas que antes eram óbvias são realmente incorretas. Nós simplesmente não tínhamos provas suficientes no momento para perceber que nossa interpretação não era correta.

Existem algumas questões às quais, devido à sua própria natureza, o estudo científico não pode nos oferecer uma resposta. Elas não podem ser testadas, não importa quanta pesquisa seja feita. Por exemplo, quando Jesus viveu na Terra, Ele realmente realizou milagres? Tente criar um experimento para testar essa ideia, e você vai descobrir que isso sim plesmente não pode ser feito. Jesus veio a esta Terra há muito tempo, e nós não estávamos lá. Alguns de nós temos certeza absoluta de que Ele realmente realizou milagres, mas essa crença não pode ser provada pela ciência. Há mais vida e mais conhecimento do que apenas ciência. A ciência é uma excelente maneira de descobrir muitas coisas, mas é importante reconhecer os limites de quais questões a ciência pode responder para nós.

Evolução

Diante dessa visão da ciência, vamos voltar à nossa pergunta sobre a teoria da evolução. Para oferecer uma resposta que não seja superficial, é preciso considerar o significado da palavra evolução. Uma definição básica de evolução biológica é a mudança através do tempo. Animais e plantas mudam à medida que seu sistema genético permite sua adaptação a diferentes condições ambientais. Há complexidades no processo que não precisamos tratar aqui,2 mas a parte essencial da definição é a mudança que ocorre em populações de organismos à medida que o tempo passa.

Um exemplo simples é o bico dos tentilhões das ilhas Galápagos. O clima mudou ao longo de um período de vários anos, resultando em mudanças na oferta de alimento aos tentilhões. Os indivíduos com tamanhos de bico que não permitiam que a comida se encaixasse bem tinham menos chances de sobrevivência, e o tamanho médio dos bicos de tentilhões mudou para acomodar o alimento disponível. Então, como o clima voltou à sua condição anterior, o alimento disponível também mudou e o tamanho médio dos bicos dos tentilhões voltou ao que era antes da mudança do clima.3 Este é um exemplo de microevolução, alteração dentro de uma espécie, que geralmente ocorre através de mutações e seleção natural.

Outro exemplo acontece o tempo todo em lugares como hospitais. Por décadas, estamos utilizando antibióticos para matar as bactérias, mas algumas bactérias individuais permanecem após o antibiótico matar todas as outras bactérias. O resultado é a existência de grupos de bactérias imunes a nossos tratamentos, e, assim, muito difíceis de controlar. Isso também é microevolução. A microevolução na realidade não faz novos tipos de animais, ela só permite que as espécies de animais ou plantas se adaptem às novas condições ambientais.

A teoria da evolução inclui outro conceito – a evolução de todas as formas de vida através de longos períodos de tempo, a partir de um ancestral comum. Esta parte da evolução diz que os sapos, os pardais, os vermes, os repolhos, as palmeiras, as lagostas e os cientistas são o resultado da evolução. Eles evoluíram ao longo do tempo a partir de um ancestral comum unicelular. Nós simplesmente nos referiremos a isso como descendência de um ancestral comum.

Essas ideias sobre a evolução podem ser estudadas pelos métodos da ciência?4 Sim, definitivamente elas podem. Muitos cientistas realizam pesquisas sobre a microevolução, observando como criaturas mudam à medida que muda o ambiente. Eles usam observações e experiências para testar hipóteses sobre essas mudanças. Eles estão estudando os processos que podem ser observados e documentados. E sobre as mudanças maiores ao longo do tempo, como a descendência a partir de ancestrais comuns? Pode isso ser estudado com os métodos científicos? Sim, os cientistas usam vários tipos de evidências para desenvolver e testar hipóteses sobre a evolução de ancestrais comuns.

Ambos os tipos de evolução são científicos no sentido de que eles podem ser estudados com os métodos da ciência. No entanto, existe uma diferença entre eles. Pelo menos parte do processo de microevolução pode ser observada, mas a origem de diferentes tipos de animais a partir de ancestrais comuns em um passado distante não pode ser observada. A pesquisa sobre a origem comum faz uso de evidências científicas, mas a interpretação da evidência é muito mais dependente de pressupostos. A suposição mais importante, que geralmente é aceita pelos cientistas, afirma que nunca houve nenhum milagre nem quaisquer atos sobrenaturais em toda a história. Em outras palavras, tudo na natureza pode ser explicado pelas leis naturais que foram descobertas. Esse é o pressuposto do naturalismo, a visão de mundo que não aceita a possibilidade de criação ou projeto inteligente. Sempre que essa suposição for feita, os cientistas interpretarão as evidências de acordo com a teoria da origem comum através da evolução. A evidência pode ser interpretada de várias maneiras, mas na cosmovisão naturalista, as únicas interpretações aceitas serão aquelas baseadas na descendência de todos os organismos de um ancestral comum através da evolução.

Muitos de nós queremos saber não apenas se a teoria da evolução é científica, mas também se ela é ou não verdadeira. Às vezes, o termo científico é usado de uma maneira que implica que se algo não é científico, não é verdadeiro. Uma vez que os milagres de Jesus não podem ser testados pela ciência, eles não seriam verdadeiros? Isso não é uma conclusão razoável. A ciência não pode mostrar que os milagres de Jesus aconteceram, nem pode comprovar que não ocorreram. A ciência simplesmente não tem nada a dizer sobre isso.

O que esse fato nos diz sobre a evolução? Pode o pressuposto do naturalismo ser testado pelos métodos da ciência? Se pudesse, deixaria de ser uma suposição. A suposição de que não houve atos sobrenaturais envolvidos na origem das formas de vida (isto é, sem criação) é uma crença sobre o passado. Essa crença não pode ser testada por observações ou experimentos. Por essa razão, o pressuposto é uma escolha arbitrária filosófica, e não uma escolha que se apoia na ciência. Há considerável evidência que reivindica apoiar a evolução ao longo de milhões de anos, mas diferentes cosmovisões podem levar a diferentes interpretações de evidência. A diferença está nas interpretações e nas hipóteses das quais essas interpretações dependem. A ciência pode fornecer evidências que nos fazem pensar sobre o assunto, mas não pode nos mostrar como entender a evidência.

Nós experimentamos alguma dificuldade em explicar certas evidências em biologia e geologia de acordo com uma visão bíblica da criação. No entanto, também há muitos tipos de provas que são difíceis de conciliar com a teoria de milhões de anos de evolução. Uma vez que não estávamos lá e não temos todas as evidências, e a ciência não tem respostas definitivas para as origens, é aconselhável procurar as respostas de Deus para essas perguntas.5

Para ilustrar essa diferença de cosmovisões e as interpretações resultantes, considere o seguinte exemplo: os vermes e os cientistas têm os mesmos processos bioquímicos que ocorrem nas células de seus corpos. Os cientistas naturalistas acham que isso indica que eles evoluíram a partir de um mesmo ancestral comum, mas também pode significar que o mesmo Criador projetou ambos, usando o mesmo mecanismo bioquímico para manter a vida em suas células. A diferença entre essas duas interpretações, evolução ou criação, não pode ser testada pelos métodos da ciência, porque elas são baseadas em suposições sobre o que aconteceu no passado.

No estudo de microevolução, nós frequentemente podemos “abrir a boca do cavalo e contar os dentes”. Mas quando perguntamos se nós evoluímos a partir de bactérias e vermes, estamos fazendo uma pergunta sobre história antiga, quando nenhum cientista estava lá para “abrir a boca do cavalo”. Então, podemos perguntar a Deus a resposta. Nesse caso, trata-se de uma questão espiritual significativa, abordada pela Bíblia. A única outra opção para responder à questão é de natureza filosófica: podemos pensar sobre a evidência limitada que temos e concluir, por nós mesmos, que o pressuposto do naturalismo está correto. Será esta uma abordagem satisfatória? Será que Deus obedece a essa suposição, ou será que Ele está espantado com a nossa ingenuidade?

Meu sobrenome é Brand. Meu pai pediu a um especialista em estudo genealógico para investigar nossa ancestralidade. Ele traçou nossa história ligando-a a algumas famílias de destaque na Inglaterra. O problema foi que o perito partiu de um falso pressuposto – a suposição de que o sobrenome tenha sido usado de forma consistente através do tempo. O que ele não sabia era que o avô Brandt, um camponês alemão, nomeou sua primeira meia-dúzia da prole como “Brandt”, mas nas certidões de nascimento da última meia-dúzia foi registrado o sobrenome “Brand”. Chegar a uma correta interpretação genealógica das origens, nesse caso, depende de saber que a história do nome foi mudada por uma escolha inteligente. (Presumo que foi inteligente, mas ninguém sabe por que ele fez isso.  E, de fato, havia uma dúzia de filhos!) O nosso nome não fora sujeito às típicas leis que regem a descendência de nomes de família. Assim, é na ciência. Se a escolha inteligente ou a criação esteve envolvida na origem dos grupos de animais e plantas, a ciência não irá reconhecê-la se os cientistas que investigam essa ideia dependerem de uma suposição falsa sobre as origens.

Conclusão

É científica a teoria da evolução? Sim, é científica no sentido de que ela pode ser estudada pelos métodos da ciência. Isso significa que é verdadeira? Será que seu status como uma teoria científica a torna um fato demonstrado? Muitos livros escritos por cientistas corajosamente afirmam que a evolução é um fato, assim como a gravidade. No entanto, essas alegações não são realistas para alguém que possui uma compreensão adequada do método científico. Áreas específicas da evolução, especialmente a microevolução, estão bem documentadas e parecem essencialmente verdadeiras, embora ainda possa haver muito a aprender antes de entender corretamente até mesmo a microevolução. Essa incerteza não é exclusiva ao estudo da evolução. Em toda a ciência, a descoberta de novos fenômenos continua aperfeiçoando ou corrigindo ideias científicas.

Outras áreas da evolução, como as afirmações sobre a história antiga e a origem de formas de vida, estão em uma categoria diferente. A ciência pode estudar essas reivindicações e formular hipóteses, mas essas hipóteses nunca podem ser rigorosamente testadas pela ciência.  Nós não estávamos lá, e nossas interpretações do passado antigo são tão boas como as nossas hipóteses. As afirmações não são científicas, se por “científicas”, queremos dizer que elas demonstram serem verdadeiras. Esse não é realmente o significado do termo “científico”.

Eu sugiro que o nível de confiança que qualquer pessoa tem na verdade da história evolutiva (isto é, a descendência comum compartilhada por todos os organismos) reflete diretamente o grau de confiança que ela tem de que a ciência é o caminho certo para encontrar a verdade em qualquer assunto, e/ou a confiança que tem no pressuposto do naturalismo. Nossa confiança no fato de que Deus revelou-Se a nós por meio de Sua Palavra, a Bíblia, e apresentou a verdadeira história da vida na Terra é a base de nossa cosmovisão cristã. Assim, para muitos de nós, a Palavra de Deus é um guia confiável para a compreensão da história antiga. Deus estava lá quando a vida foi criada, e nós não estávamos. No caso das origens, Ele “contou os dentes do cavalo” e deu-nos a resposta. A Bíblia aborda o tema das origens, porque é importante para nós sabermos de onde viemos, porque estamos aqui e para onde estamos indo.

A questão “Eu conheço Jesus?” pode não parecer muito científica, e para alguns pode não ser considerada relevante em relação a nossa decisão sobre a evolução. Contudo, eu afirmo que é a pergunta mais importante de todas. Damos nós mais crédito para as interpretações contemporâneas científicas do que para a Palavra de Deus, ou conhecemos Jesus suficientemente bem para ter confiança em Sua comunicação conosco através da Bíblia?

Leonard Brand (Ph.D. em biologia evolutiva, Universidade Cornell) é diretor do Departamento Terra e Ciências Biológicas, e professor de Biologia e Paleontologia na Universidade de Loma Linda, Loma Linda, Califórnia, EUA Este artigo apareceu pela primeira vez como um ensaio em Understanding Creation: Answers to Questions on Faith and Science, eds. L. James Gibson e Humberto M. Rasi (Nampa, Idaho: Pacific Press. Assn, 2011). Usado com permissão.

REFERÊNCIAS
1.BRAND, L. Faith, reason and earth history: a paradigm of earth and biological origins by intelligent design. 2a ed. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2009.
2. Ibid.; BRAND, L. Beginnings: are science and scripture partners in the search for origins? Nampa, ID: Pacific Press, 2006.
3. GRANT, P. A. Ecology and evolution of darwin’s finches. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999.
4. BRAND (2006, 2009); RATZSCH, D. Science and its limits: the natural sciences in Christian perspective. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000; MORELAND, J. P. Christianity and the nature of science. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1989.
5. BRAND (2006, 2009); MEYER, S. C. Signature in the cell DNA and the evidence for intelligent design. New York: HarperCollins, 2009; ROTH, A. A. Origins: linking science and scripture. Hagerstown, MD: Review and Herald, 1998; SNELLING, A. A. Earth’s catastrophic past: geology, creation and the flood. v. 1 e 2. Dallas, TX: Institute for Creation Research, 2009

FONTE: Revista Diálogo Universitário, Vol. 21, págs. 19-21.