Prof. Azenilto
1) Por que Jesus diz a Seus seguidores que iria subir para lhes “preparar moradas”, mas a ênfase que dá quanto à ocupação das mesmas é o momento do reencontro com eles quando retornasse para os receber, e não quando morressem e suas almas fossem para o céu para as irem ocupando (João 14:1-3)?
Obs.: O pensamento popular é de que na morte a alma do indivíduo parte para
o céu, onde encontrará a Cristo e todos os demais que já para lá foram. Mas é
estranho que Jesus não diga nada sobre essas moradas estarem disponíveis antes
do tempo de Seu retorno, deixando implícito que só então levará os Seus consigo
para ocuparem ditas moradas.
2) Por que Cristo e Paulo acentuam que os mortos ressuscitarão ao ouvirem a
voz do arcanjo e a trombeta divina, sendo “despertados” do sono da morte
(Mateus 24:30; 1 Tessalonicenses 4:16), quando suas almas supostamente vêm do
céu, inferno, purgatório para reincorporarem, estando já bem despertas?
Obs.: A metáfora do sono é constante, tanto no Velho quanto no Novo
Testamento, representando a morte. Diante de claras passagens que tratam da
inconsciência dos mortos (que “não louvam o Senhor”—Salmo 115:17) percebe-se
por que se dá o uso de tal metáfora, como no Salmo 13:3—“o sono da morte”; em
Daniel 12:2, “dormem no pó da terra”; João 11:11, “Lázaro adormeceu”; 1 Tess.
4:13, “os que dormem”; 1 Cor. 15:18, “os que dormiram em Cristo”. . .: é que na
morte prevalece uma condição de INCONSCIÊNCIA para aqueles que morreram.
Eis outras passagens que claramente
apresentam a morte como um sono: Salmo 146:4; Eclesiastes 9:5,10; Isaías
38:18,19; 1 Reis 2:10; 1 Reis 11:43; Jó 14:10-12; Jeremias 51:39.
3)
Por que Jesus, quando confortava as irmãs do falecido Lázaro, além de
ter empregado antes a metáfora do sono—“Nosso amigo Lázaro está dormindo. .
.”—não lhes indicou que o falecido estava na glória celestial, mas referiu-lhes
a esperança da ressurreição (João 11:17-27)?
Obs.: Entre as pessoas religiosas é tão comum consolarem-se os enlutados
falando de como seus falecidos estão bem, felizes por terem trocado este mundo
de sofrimento e dor pela habitação nos “páramos da glória. . .”. Contudo, não é
este o quadro do diálogo do evento da morte de Lázaro, tanto da parte de Cristo
quanto das enlutadas irmãs de Lázaro. O tema da conversação entre eles não é o
suposto destino celestial do fiel seguidor de Cristo, mas a FUTURA ressurreição
dos mortos.
4) Quando Cristo ressuscitou a Lázaro, após estar o seu amigo morto por
quatro dias, tirou-o do céu, do inferno ou do purgatório? Se foi do céu fez-lhe
uma maldade trazendo-o de volta para sofrer nesta Terra. Se foi do inferno
(pouco provável, pois ele era um seguidor do Mestre), concedeu-lhe uma segunda
oportunidade de salvação, o que é antibíblico.
Obs.: Esta pergunta dispensa maiores comentários. A lógica da questão é
inescapável. O fato é que Lázaro ressuscitou e não trouxe nenhuma informação do
mundo do além. Se tivesse algo a contar, sem dúvida o evangelista João teria o
maior interesse e prazer em reproduzir suas palavras e testemunho no seu
evangelho.
5) Onde é dito que o lago de fogo, que acontece sobre a superfície da Terra
(Apocalipse 20: 9, 14, 15) se transfere para alguma outra parte do universo
após realizar sua obra de “segunda morte” e ali continua queimando, quando o
contexto imediato diz que logo em seguida à segunda morte o profeta viu “novo
céu e nova terra . . . e o mar já não existe” (Apocalipse 21:1)?
Obs.: Esta é outra pergunta que dispensa maiores comentários. Não há saída
para os que acreditam num inferno eternamente a arder, pois o lago de fogo
desaparece de cena após cumprir sua missão de efetuar a “segunda morte” dos
condenados.
6) Por que Paulo, ao discutir específica e detalhadamente em 1
Tessalonicenses 4:13-18 e, especialmente, no capítulo 15 de 1 Coríntios, como
será o reencontro final de todos os salvos com o Salvador em parte alguma fala
de almas vindas do céu, ou seja de onde for, para reincorporarem?
Obs.: Assim como no início da história do homem não consta qualquer “alma
imortal” sendo introduzida no ser original, nada consta sobre almas vindas do
céu, inferno ou purgatório para reincorporarem quando do surgimento dos que se
foram na ressurreição.
7) Paulo diz aos tessalonicenses ainda que não deviam lamentar pelos seus
amados falecidos que “dormiam”, encerrando com a recomendação: “Consolai-vos,
pois, uns aos outros com estas palavras” (vs. 18). Ele nunca diz que já
desfrutavam as bênçãos celestiais, e sim que estavam “dormindo” e seriam
despertados. Por que a consolação deriva da promessa da ressurreição, e não de
que as almas de seus entes queridos já estivessem no céu?
Obs.: Também esta é de clareza indiscutível. A consolação derivaria da
esperança da ressurreição, não do fato de que os que “dormiam” estivessem já no
desfrute das glórias celestiais.
8) Paulo diz claramente que sem a ressurreição dos mortos—confirmada e
garantida pela do próprio Cristo—“os que dormiram em Cristo pereceram” (1
Coríntios 15:16 a 18). Por que pereceram, já que deviam estar garantidos com
suas almas no céu?
Obs.: O tema dominante do capítulo é a ressurreição dos mortos, assim a
lógica da pergunta também é inescapável. Em 1 Tessalonicenses 4:14 é dito que
Cristo “trará juntamente em Sua companhia os que dormem”, mas todo o teor da
passagem e do ensino bíblico é de que Ele os trará, não do céu, mas das
sepulturas (ver João 5:28, 29; Daniel 12:2).
9) Mais adiante no mesmo capítulo Paulo confirma o que disse nos vs. 16 a
18, acentuando que arriscou morrer lutando com feras, dando a entender que se
morresse estaria também perdido (vs. 32). Ao comentar, “comamos, bebamos que
amanhã morreremos”, não estaria claramente indicando que sem a realidade da
ressurreição, não há esperança alguma de vida eterna?
Obs.: À luz da pergunta anterior, esta revela-se indiscutivelmente uma prova
inegável de que Paulo não pensava em termos da “alma imortal” indo para o céu
quando da morte, pois não tinha ele próprio tal esperança. Sua expectativa é
expressa em 2 Timóteo 4:6-8 onde fala que “naquele dia” esperava receber o seu
galardão eterno. Para ele, se não fosse pela ressurreição, nem valia a pena
viver pois a morte seria o fim de tudo. São interessantes também os vs. 30 e
31: “E por que também nós nos expomos a perigos a toda hora? Dia após dia
morro!. . .” A idéia de morte/ressurreição sem nada de intermeio é claríssima.
10)
Por que Jó fala de sua esperança em ver o seu Redentor “na minha carne”,
quando Ele finalmente “se levantará sobre a Terra”, e não que iria vê-lo quando
sua alma fosse para o céu (Jó 19:25)?
Obs.: No capítulo 14 o patriarca Jó já dá um golpe de misericórdia sobre a
crença da imortalidade comparando a morte a um lago que se seca e um rio que se
evapora. Agora ele ressalta que esperava ver ao Redentor só quando este Se
levantasse sobre a Terra (o 2o. advento de Cristo) e quando tivesse de volta o
seu corpo, revestido da sua pele, não quando sua alma fosse para o céu.
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