Teologia

sexta-feira, 24 de maio de 2019

ESTÁ A CASTIDADE FORA DE MODA?


Alberta Mazat*

Provavelmente você já ouviu opiniões como estas:

"Castidade? Até mesmo a palavra está fora de moda, deixe tal expectativa de lado!"

"Nós não somos adolescentes, somos maduros o suficiente para tratar com o sexo."

Estas vozes refletem o sentimento de muitos jovens solteiros e não representam apenas aqueles sem fortes convicções religiosas. Alguns dedicados jovens cristãos sentem que e moralmente aceitável ser solteiro e sexualmente envolvido. Alguns não! Enquanto alguns desejariam poder voltar o relógio e apagar esta parte do seu passado, outros continuam sexualmente ativos.

Consideremos algumas destas questões: requer Deus um certo estilo de vida sexual? Quão longe pode-se ir com excitação sexual e ainda sentir-se tranquilo acerca disto? O que pode ser feito se você já se envolveu em tais atividades e agora sente que elas são inapropriadas?

Ponto Pacífico: Castidade é uma Escolha Difícil

Eu não penso que castidade jamais foi fácil. De fato, estou convencida de que ela nunca foi mais difícil. O apelo da química é forte. O sexo inclui hormônios! Mas Deus, que nos criou para sermos pessoas sexualmente realizadas, também tem um piano para o melhor tempo em que isto deve acontecer. O sexo é muito mais que meramente um evento biológico; ele envolve nossas emoções, nosso intelecto, e nossa compreensão espiritual. Deus não intencionou que estivéssemos a mercê de nossas glândulas, assim Ele deu-nos orientações específicas!

Além disto, tensões internas, pressão dos pares, são aspectos difíceis de se enfrentar. É mais difícil quando os jovens não aprenderam a sentir-se confortáveis consigo mesmos. Talvez não haja uma formula para eliminar a pressão completamente. Contudo, é provável que você sinta-se melhor sabendo que os castos não são uma especial em extinção. Eles são apenas mais silenciosos, um grupo menos militante. Alguns dos estudantes mais brilhantes e destacados em vários lugares são virgens por escolha, não por mera negligencia ou acaso. Em outras palavras, "nem todos estão fazendo!"

Então, há a síndrome dos que são "levados." A despeito de tudo o que eles tenham decidido, alguns jovens dizem, "isto simplesmente aconteceu. " Seria possível que alguém, contrário a todas as suas boas resoluções, encontre-se praticando intercurso sexual? Se isto e possível, como pode Deus esperar castidade? É mais provável que esta síndrome seja o resultado de não se ter suficiente respeito pela química do corpo, ou de não se pensar com antecedência, e definir pianos para a resistência.

É a curiosidade como razão implemente para o sexo? No mundo em que vivemos, quase todos falam sabre sexo, cantam e leem acerca dele. A imaginação sobre como o sexo seja, transforma-se numa força compulsiva. "E se eu não me casar?" alguns jovens se perguntam. "Significa isto que eu nunca terei sexo?" Deus entende sua preocupação, mas ainda assim diz: "Não antes do casamento." Ele sabe que mesmo que você já tenha tido sexo fora do casamento, você ainda não conhece o profundo prazer que pode estar presente apenas na totalidade da sexualidade matrimonial. As duas experiências não podem ser comparadas.

Não estamos falando aqui da excitação de curta duração, que facilmente, sob circunstâncias erradas, se transforma em desapontamento. Estamos falando do prazer em um contexto de compromisso, segurança, proteção e respeito — o completo "conhecer," o qual protege contra frustração, remorso, exploração, vidas desorganizadas e doenças.

Temos sólidas evidencias de que a coabitação antes do casamento não compensa, como geralmente promete. Muitos jovens que escolheram tal experiência, assim o fizeram porque sentiam que ela asseguraria a compatibilidade e desenvolveria habilidades de inter-relacionamento no casamento. Mas pesquisas e estudos demonstram que o divórcio e mais provável quando os casais viveram juntos antes do casamento. O sexo pré-matrimonial não fortalece o relacionamento. Neste caso, a pratica não aperfeiçoa.

É Deus Contra o Sexo Pré-matrimonial?

Numa sessão de perguntas e respostas, um jovem perguntou: "Deus desaprova o sexo pré-matrimonial?" Minha resposta foi: "Eu creio que Deus vê o sexo pré-matrimonial com tristeza." Ele tem as maiores expectativas para o profundo gozo que a sexualidade matrimonial pode trazer, tanto ao esposo como a esposa. Quando Ele vê esta bela união (a qual Ele usa como símbolo do eterno amor de Cristo por Sua Igreja) usada meramente para gratificar impulsos que deveriam ser controlados, isto deve torna-Lo muito triste. Quando Ele vê a dor psicológica causada por jovens impulsivos, machucando-se um ao outro com promessas quebradas; quando Ele vê o mal de se forçar ou pressão nas experiências sexuais insatisfatórias, que podem deixar cicatrizes psicológicas, Ele deve se sentir irado. Quando Ele vê casais comprometendo-se em matrimonio sem preparo para o pleno relacionamento matrimonial, mas simplesmente porque se sentem sexualmente ansiosos, Ele deve sentir-Se compungido.

As Escrituras revelam em termos inequívocos o ideal de Deus para a sexualidade. Genesis 2:24 delineia o piano divino de três pontos. Maridos e esposas deveriam: (1) deixar relacionamentos passados, (2) passar por um concerto matrimonial, e só então (3) tomarem-se os dois uma só carne. O livro de Cantares retrata a mesma sequência. Capítulo 3:6-11 descreve o cortejo nupcial e a cerimonia. Apenas então e a Sulamita tratada como a esposa de Salomão. Agora ela se alegra em convidar seu esposo para "partilhar dos frutos do seu jardim. " Até então ela é um "jardim selado," uma virgem.

Alguns jovens solteiros sentem que o sétimo mandamento não se aplica a eles, uma vez que eles não estão contemplando o envolvimento com uma pessoa casada. Cuidadosos especialistas bíblicos percebem que "Não adulteraras" significa muito mais que apenas sexo ilícito com uma pessoa casada. Um dicionário teológico coloca a questão da seguinte forma: "Este mandamento e uma rejeição de todo intercurso extramatrimonial."

Há Outras Razoes para Esperar?

Muitas razoes têm sido propostas para se postergar a expressão sexual do amor até o casamento. Contudo, a advertência contra a gravidez prematura e doenças sexualmente transmitidas não tem diminuído o sexo pré-matrimonial. Provavelmente nunca tivemos índice mais elevado de tais consequências. Embora estas razões tradicionais são hoje mais fortes do que nunca antes, elas não constituem a totalidade da resposta.

Quando casais começam a gastar tempo em expressão física, frequentemente esta se toma a principal forma de comunicação nos quais necessitam gastar tempo. Necessitam tomar consciência dos alvos de cada um, seus valores e estilo de vida. Para a felicidade futura, é muito mais importante explorar a mente e a alma do que explorar o corpo.

Frequentemente, envolver-se em sexo pré-matrimonial resulta no casamento de pessoas que não foram feitas uma para a outra. Um casal observa: "Nós sentimos que desde que já tínhamos agido sexualmente como esposo e esposa, deveríamos unir-nos em casamento. Tínhamos que legitimar nossas ações. Nosso relacionamento físico nos cegava quanto aos reais problemas do nosso relacionamento."

Outros casais têm descoberto que experiências pré-matrimoniais íntimas do passado com outros parceiros, agora, algumas vezes, interferem em sua experiência sexual no casamento. Comparações desfavoráveis podem interferir nesta mais íntima das comunicações.

Outra preocupação: "Como posso estar seguro de que ele ou ela será fiel a mim agora que estamos casados, quando eu sei que houve outros ou outras antes de mim?" Aqueles que se envolveram em sexo pré-matrimonial são mais propensos a se envolverem em sexo extramatrimonial. A confiança e um ingrediente tão importante no casamento que todo esforço deve ser feito para — com antecedência — preservá-lo!

E há também a dor de quebrar um relacionamento sério, a qual pode ser muito intensa, particularmente (especialmente para as moças) quando houve intercurso sexual. As mãos, geralmente, dão mais de si — sua pessoa total — no relacionamento sexual. Contudo, os rapazes também podem ser devastados por um termino. Deus não intencionou que a experiência sexual fosse uma causa de sofrimento. Ele planejou que ela trouxesse prazer, e Ele sabia que o melhor lugar para ela acontecer e dentro do protegido ambiente de um relacionamento matrimonial amoroso.

Mas nós nos Amamos!

Talvez esta seja uma boa oportunidade para falar acerca do real significado do amor. O amor não deveria ser confundido coisas pulsações rápidas do coração — o que também pode ser ocasionado pela sirene do policial que manda você parar no acostamento, quando dirigindo em alta velocidade! Se alguém lhe desse um cheque de um milhão de dólares, você poderia também experimentar "este agradável sentimento que percorre o corpo inteiro," como alguns tem descrito o amor. Não, o amor é feito de conteúdo mais serio. Amor real projeta-se para a pessoa amada, ele não é egocêntrico. Em lugar de dizer: "Eu preciso, eu desejo, eu não posso ficar sem ... " ele procura contribuir para o bem-estar e a felicidade da outra pessoa, que se torna parte do nosso próprio gozo.

O amor traz energia! Ele inclui gostar e respeitar. Não há nele agenda oculta, desejando efetuar grandes mudanças na outra pessoa, para torná-la mais aceitável. O amor não pressiona o outro a agir em formas contrarias aos seus valores ou moral. Isto é extraordinariamente importante! E é precisamente por esta razão que é importante reconhecer os problemas que resultam quando estes ingredientes do amor estão ausentes!

Alguns tem formulado a seguinte questão: "Esta errado t.er sexo pré-matrimonial quando você está noivo ou noiva e cem por cento seguro de que vai casar? " Eu creio que isto não é sábio, e prematuro e e contrario ao piano de Deus para assegurar o melhor para a sexualidade, não simplesmente no momento, mas também no futuro.

O casamento nunca e "cem por cento seguro" até que os votos sejam pronunciados diante do ministro. Aproximadamente um terço de todos os noivados se desfaz, alguns mesmo no dia do casamento! (Estas podem ter sido sabias decisões que evitaram sofrimento posterior). O noivado e um tempo para, cuidadosamente, se explorar se o relacionamento tem o que e necessário para um bom casamento. Deixe a celebração para quando tiver tudo garantido, selado e assinado com os votos do altar.

E "Tudo Menos…"?
Os jovens estão sempre ansiosos por descobrir quão perto eles podem chegar do intercurso, sem, contudo, praticá-lo! Um jovem chamou este tipo de pratica de "sexo vegetariano... tudo menos!" Devemos compreender que o intercurso não é um evento isolado — ele é parte de um processo.

Há quatro fases no ato sexual. A primeira é a fase da excitação, assinalada pela ereção no homem, e a lubrificação genital na mulher. A menos que algumas barreiras se interponham, o casal deseja tomar-se mais juntos.

A próxima fase é o estágio chamado "plateau," uma palavra sofisticada para o "love-play" que antecede o intercurso. Esta deveria ser a parte mais longa do ciclo, caracterizada por agradáveis toques sexuais, mensagens verbais de amor, e todas aquelas coisas excitantes que preparam o casal para o intercurso e o orgasmo.

A fase do "plateau" faz parte do plano divino, preparando os corpos de ambos, homem e mulher, para o completo ato de união. Não se trata de uma brincadeira para pessoas buscando diversão. A culminação deste estagio passa diretamente para a fase do orgasmo. A fase final é o estagio das ponderações. Os casais podem apreciar este estagio mais plenamente quando eles estão seguros de que, seja qual for a consequência, eles estão prontos para assumir a responsabilidade. O piano de Deus era que o processo completo deveria ocorrer em relacionamento de compromisso, no qual o casal da a cada um todo o apoio emocional, espiritual e social possíveis no casamento.

O grande problema é este: em que ponto do estágio do "plateau," o ato do amor deixa de ser uma simples experiência de prazer e transforma-se no presidio do intercurso? Quando duas pessoas se sentem tão atraídas entre si a ponto de que elas não podem desfrutar os estágios iniciais — de segurar as mãos, abraçar e beijar — sem avançar para tocar os seios e os órgãos genitais, estão invadindo o espaço conjugal. Se não percebem quando este apelo se toma incontrolável, não são amadurecidos o suficiente para se envolver em qualquer proximidade física.

"Então, está você dizendo que abraçar e beijar está certo?" você pode perguntar. Não, não é isto que estou dizendo! Há diferentes tipos de abraços e beijos. Diferentes pessoas tenderão reagir de formas diferentes a quantidade e graus destas caricias. É importante que cada pessoa saiba o que e particularmente excitante para ela. Então, com antecipação, cada um deve tom.ar decisões especificas acerca de como eles planejam tratar com envolvimento posterior. Alguns podem escolher diversões, discussões, ou mesmo exigir que tais atividades excitantes sejam interrompidas! Muitos jovens, em retrospecto, gostariam que tivessem planejado uma forma de escapar deste tipo de situação com a dignidade intacta.

É importante descobrir o que lhe toma mais vulnerável aos estímulos sexuais. Muitos descobrem ser a música, a televisão, determinadas leituras, conversações sugestivas, ou imaginação não controlada. (Quando você está em uma dieta, você não deveria gastar muito tempo em uma sorveteria!) Outros relatam que atividades produtivas ou recreativas ajudam a sublimar estes intensos sentimentos. Cada pessoa deve estar preparada para a intensidade e persistência dos sentimentos de desejo. Mas você esta no comando dos seus pensamentos, o que constitui boas novas!

Algumas Outras Vozes

São apenas as pessoas da igreja que estão propondo que se espere até o casamento? Temos que convir que o apelo a castidade não vem, geralmente, de vozes que tem muita credibilidade com os jovens! Senhoras idosas, clérigos inibidos, diretores de escolas, professores e pais, pessoas que, como todos sabem, há muito tempo já tem os seus hormônios secos, estes eram os que costumavam falar contra o sexo pré-matrimonial.

Mas isto não e mais o que acontece. Muitos profissionais que estão dando atenção ao que esta acontecendo ao redor deles estão também dizendo coisas muito interessantes sobre a castidade. Aqui está um exemplo. O Dr. Joel Moskowitz era diretor de serviços clínicos em um centro de saúde mental, em uma universidade do leste, quando publicou o artigo "Virgindade Secundaria." Ele declara que depois de um período de desilusão com atividade sexual, alguns jovens têm decidido permanecer castos ate o casamento. Ele chama isto "virgindade secundaria," e diz que tal atitude esta se tornando popular.

O Dr. Charles Millard, em uma universidade no outro lado do continente diz: "Em campi universitários esta se manifestando, presentemente, um retorno aos valores espirituais e a consciência de que relacionamentos sexuais passageiros não conduzem a arranjos satisfatórios ou permanentes à ausência de compromisso esta agora sendo reconhecida como uma das muitas fraquezas da assim-chamada liberação."

Agora, do Professor Richard Hettlinger, no centro-oeste, esta observação: "Preservar a final intimidade sexual para o compromisso final do casamento, ou adotar uma visão de castidade com pleno reconhecimento do que está sendo excluído da vida, são escolhas que indicam fortaleza e independência, não fraqueza." Todas estas mensagens, por sinal, foram publicadas em um jornal secular.

Nós estamos, finalmente, ouvindo vozes que foram quase sufocadas pelos barulhentos representantes da liberdade sexual. A revolução sexual não cumpriu a promessa de despreocupado prazer para todos. A revolução sexual passou!

Mas espere, talvez a revolução apenas começou! Libertação agora e liberdade de se não ter que seguir a liderança dos desinteressados em um Deus de amor, que sabe o que e melhor para nós. Nos estamos libertados de uma vereda que frequentemente e causa de sofrimento emocional, alienação, insegurança e doença.

E Se...?

É possível que alguém lendo este artigo desejasse que ele ou ela tivesse feito uma escolha diferente acerca da atividade sexual. Talvez seja você. Talvez você agora esteja percebendo que na busca de liberdade de expressão sexual, você realmente perdeu parte dela. A liberdade que você perdeu poderia ser liberdade do trauma emocional, da preocupação com as consequências, do remorso, e do privilegio de viver sem pesar. Talvez você tenha feito essa decisão porque faltou-me orientação, ou porque você não era O suficiente amadurecido ou amadurecida para pesar as coisas corretamente. Significa isto que você esta para sempre condenado ou condenada a culpa e aos resultados de sua ação?

A resposta é "Não." Obviamente, alguns resultados não podem ser alterados, mas Deus não considera você "impuro para sempre." Falamos anteriormente de pessoas que se consideram espiritualmente " revirginadas." Isto e o que Deus oferece aqueles que desejam seguir Suas instruções para a vida sexual. Muitos textos das Escrituras proclamam as boas novas de que Deus não Se lembra de nossos pecados, sejam eles sexuais ou de qualquer outra natureza. (Jeremias 31 :34).

Aqueles que aconselham pessoas solteiras a esperar até o casamento para se expressarem em total intimidade oferecem a liberdade de entrar na celebração matrimonial. Como no caso de muitas celebrações importantes, esta e melhor quando todos os detalhes são cuidadosamente planejados. Além do mais, permanecer solteiro ou solteira deveria ser considerado como uma opção. Existem cristãos felizes e realizados que decidiram não se casar.

Isto é precisamente o que significa maturidade — a habilidade de receber informações, pesar opções, avaliar e executar decisões. A maturidade nem sempre vem com a idade, mas a idade, geralmente, toma-a mais fácil.

Uma sugestão: de agora em diante, em lugar de pensar em sua vida pré-matrimonial coma simplesmente um marco para a contagem do tempo ate o seu casamento, visualize-Se em um processo de crescimento, desenvolvimento e enriquecimento de todos os aspectos de sua pessoa. Então você estará gloriosamente preparado ou preparada para o que Deus esteja planejando para o seu futuro.

*Alberta Mazat é especialista em vida familiar, e tem tido uma ativa carreira em aconselhamento, palestras, e ensinos na Universidade de Loma Linda. Ela é também aurora de muitos artigos e do livro recentemente publicado: Questions You've Asked About Sexuality (Pacific Press, 1991).



sexta-feira, 17 de maio de 2019

O MILÊNIO E O FIM DO MUNDO


Steve Wohlberg

Este estudo vai ser diferente do ponto de vista popular sobre 1 Tessalonicenses 4:16, 17, e os 1000 anos. Tente deixar de lado preconceitos e, em seguida examine a Bíblia por si mesmo. Como a prova é apresentada, espero que você a veja como irrefutável. Eu mesmo tenho falado sobre este assunto por muitos anos na frente de grandes plateias ao redor do mundo. Toda vez, sem falhar, as pessoas vêm até mim e dizem coisas como: “Está tudo claro”, “Agora eu entendo os 1000 anos!” Espero que vocês tenham a mesma experiência. Por favor, façam uma prece!

Apocalipse 20:4-6 marca o início dos 1000 anos com a “primeira ressurreição” dos santos. Ambos, 1 Coríntios 15:51-55 e 1 Tessalonicenses 4:16, 17, dizem-nos claramente que a “primeira ressurreição” dos salvos acontece quando Jesus Cristo literalmente retorna com um brado, uma voz, e o som da grande trombeta de Deus. Naquele momento, os mortos em Cristo são ressuscitados, e, em seguida, juntamente com os santos vivos todos eles são “apanhados” para fora deste mundo ao encontro de Jesus no ar.

O que acontece depois? E aqueles que não foram “apanhados”? O ensinamento popular diz que eles terão uma segunda chance, durante um suposto período de sete anos de tribulação. Mas o que diz a Bíblia? Vamos descobrir. Logo após Paulo descrever os crentes sendo “apanhados”, ele declara em seguida: “Mas o dia do Senhor virá como um ladrão na noite…Quando disserem paz e segurança, em seguida, vem a destruição repentina sobre eles … e eles não escaparão” (1 Tessalonicenses 5:3). Assim, de acordo com Paulo, aqueles que não são “apanhados” irão experimentar “repentina destruição” e “não escaparão”.

Quão generalizada e extensa é esta destruição? Jesus Cristo tem a resposta. Jesus disse: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lucas 17:26-30). Nos dias de Noé, todos os que não estavam na arca, foram exterminados! Nos dias de Ló, todos, exceto Ló e sua família foram totalmente consumidos pelo fogo. Jesus Cristo disse: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar”.

Existem outras passagens que descrevem essa destruição total de todos os seres humanos em todo o mundo com o retorno de Jesus Cristo? Sim, existem muitas. Neste breve artigo não vou citá-las todas na íntegra, mas você pode facilmente abrir sua Bíblia e ver por si mesmo.

→ (Mateus 24:13-14) – Depois que o evangelho for pregado a todos, “Então, virá o fim”.

→ (1 Coríntios 15:23-24) – “…Na sua vinda, então virá o fim …”

→ (1 Tessalonicenses 4:17, 5:3) – Aqueles que não forem “apanhados”, irão experimentar “…repentina destruição…”.

→ (2 Tessalonicenses 1:7-9) – “…quando do céu se manifestar o Senhor, em chama de fogo…os que não conhecem a Deus…sofrerão penalidade de eterna destruição…”.

→ (Apocalipse 16:17, 18) – Durante a sétima trombeta, cidades desmoronam ao redor do mundo. “Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar…e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra…”.

→ (Apocalipse 6:14; 16:20) “…todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar”. “Todas as ilhas desapareceram, e todos os montes sumiram.”

→ (Jeremias 4:23-26) – O Planeta Terra é totalmente devastado, não restando “homem nenhum”.

→ (Jeremias 25:30-33) – Aqueles mortos pelo Senhor jazem insepultos, em todo o mundo. “E os mortos do Senhor naquele dia se encontrarão desde uma extremidade da terra até a outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como esterco sobre a superfície da terra”.

→ (Apocalipse 19:17, 18, 21) – As aves comem a carne de todos os seres humanos em todo o mundo.

Todos estes versículos dizem a mesma coisa. Aqueles que não forem “apanhados” serão totalmente destruídos em todo o mundo. Será exatamente como nos dias de Noé. Jesus Cristo ensinou isso. “Veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também na vinda do Filho do homem” (Mateus 24:39).

Agora, não perca este ponto. A sentença passada em Apocalipse 19 descreve os pássaros comendo a carne de todos os homens (vs. 21). Imediatamente a seguir vem Apocalipse 20 e descreve o aprisionamento de Satanás para que ele não possa mais enganar as nações durante os mil anos (20:1-3). Por que isso? A resposta é óbvia. Porque as nações estão todas mortas! “…para que ele [Satanás] não enganasse mais as nações até terminarem os mil anos. Depois desses mil anos é preciso que ele seja solto por um pouco de tempo”. Você entendeu isso? Essas três palavras, “não mais até” são muito significativas. Essas três palavras revelam que todas essas nações são as nações de demônios. Ele as enganou antes dos 1000 anos. E “não mais” as enganará durante os 1000 anos, (porque estão mortas). No entanto, logo que terminam os 1000 anos, ele as engana novamente. Como isso pode acontecer? Porque no final dos 1000 anos, “o restante dos mortos” (isto é, aqueles que não participaram da primeira ressurreição), serão ressuscitados (20:5).

Observe atentamente a ligação entre Apocalipse 20:5 e 20:07:

→ (Versículo 5) – “O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos…”.

→ (Versículo 7) – “Quando terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão”.

Basta colocar os pedaços juntos. No final dos 1000 anos, o resto dos mortos são ressuscitados. E no final dos 1000 anos, Satanás é solto. Assim, é óbvio que a ressureição do “restante dos mortos” é o evento que o diabo “perde”! Satanás, em seguida, vai para essas nações ressuscitadas (agora nos quatro cantos da terra), enganá-las novamente, para em seguida reúni-las para o “grand finale” (versos 8, 9).


FONTE: Texto de autoria de Steve Wohlberg, publicado no site White Horse Media. Crédito da tradução: Blog Sétimo Dia https://setimodia.wordpress.com/




quinta-feira, 9 de maio de 2019

RECAPITULANDO NOSSAS CRENÇAS FUNDAMENTAIS: RESUMOS DA GRANDE NARRATIVA BÍBLICA


Elias Brasil de Souza*

A história do adventismo e as Crenças Fundamentais estão intimamente ligadas. O desenvolvimento das 28 Crenças Fundamentais refletem o nascimento, a missão e o crescimento da igreja através de sua inspiradora história desde 1844.

As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia (CF)1 expressam a unidade da Igreja mundial em torno dos principais ensinamentos bíblicos e nos relembra que, como adventistas, temos uma história para contar – a história de Deus e de nosso relacionamento com Ele, em Jesus Cristo. Cada crença apresenta uma declaração concisa sobre um determinado aspecto do plano de Deus para a salvação e aponta o nosso lugar nesse plano.

Entretanto, essas declarações de crença não são um fim em si mesmas. Elas nos conduzem à Bíblia que, como a “infalível revelação da vontade [de Deus]”, transmite essencialmente “o conhecimento necessário para a salvação”, constitui “o padrão de caráter, a prova da experiência, o revelador definitivo de doutrinas”, e contém “o registro fidedigno dos atos de Deus na História.”2

Este artigo traz como argumento que as 28 Crenças Fundamentais do adventismo são como resumos da grande narrativa bíblica e, desse modo, mostra que somente a Bíblia apresenta respostas coerentes e confiáveis para questões centrais da vida, como: Qual é o principal fundamento da realidade? Quem somos nós? O que está errado e qual é a solução? Como devemos viver? Para onde vamos?


De acordo com a Bíblia, Deus Se mantém como a base da realidade e, portanto, provê o fundamento no qual os seres humanos podem existir e dar sentido à sua vida. É verdadeiramente significativo que nossa primeira declaração de crença afirme a convicção bíblica de que Deus fala a nós de tal maneira que aqueles cuja mente é iluminada pelo Espírito Santo conseguem entender a revelação que Deus faz de Si mesmo nas Santas Escrituras. Ao contrário do pensamento extra- bíblico que retrata a Divindade como incapaz ou não disposta a se comunicar com os habitantes da Terra, a Bíblia afirma que Deus, que é um Deus pessoal, pode e realmente revela o Seu caráter, Seus atos, Sua vontade e planos para o ser humano em Sua Palavra escrita.

Desse modo, a compreensão da Bíblia como a revelação de Deus apresenta o fundamento para todas as outras declarações de crença que se seguem, iniciando com as próximas quatro que conduzem à compreensão bíblica de Deus. Nós aceitamos o ensinamento bíblico de um Deus que existe em uma unidade de três Pessoas co-eternas: Pai, Filho e Espírito Santo. Embora alguns tenham negado a realidade ou a utilidade da declaração bíblica de um Deus triúno, esse ensinamento bíblico sobre a natureza da Divindade não pode deixar de ser enfatizado.

Por exemplo: “Somente um Deus que é triúno pode ser um Deus pessoal e, portanto, um Deus de amor. O amor humano não pode refletir a natureza de Deus, a menos que Deus seja uma trindade de pessoas que vivam em união e comunhão. Uma mônada solitária não pode amar e, como não pode amar, também não pode ser uma pessoa. E se Deus não fosse um Deus pessoal, também não poderíamos ser – e se não fôssemos pessoas, não poderíamos amar.”3 Portanto, mais do que um conceito teológico, o ensinamento bíblico sobre a Trindade apresenta os fundamentos para a nossa compreensão de Deus, para o nosso relacionamento com Ele e a fé nEle. A partir dessa compreensão, emanam todos os demais aspectos do plano da salvação e da vida cristã. Assim, a convicção bíblica absoluta de que Deus nos ama não somente dá significado à nossa vida aqui e agora – ela também fundamenta a nossa experiência de fé em uma vida eterna com Deus no mundo porvir.


De extrema importância para os cristãos adventistas do sétimo dia é o conceito da criação. Com relação a isso, a narrativa bíblica fica em flagrante contraste com a cosmologia moderna que concebe o cosmos como um sistema autogerador, vindo a produzir seus processos biofísicos e astronômicos sem qualquer causa fora de si mesmo.4

Segundo as Escrituras, Deus criou o mundo em seis dias literais e descansou no sétimo dia (Gênesis 2:1-3). Deus criou o homem e a mulher como a obra- prima de Sua atividade criadora (Gênesis 1:26-28; 2:7). Entretanto, os seres humanos não existem para si mesmos, mas vivem em relacionamento uns com os outros – para compartilhar a Terra com outras criaturas e exercer seu cuidado como mordomos responsáveis sobre toda a criação. Os seres humanos são a imagem de Deus introduzida no mundo. Como tal, devem representar Deus para a ordem criada. É nisso que reside o valor e a dignidade dos seres humanos, e a base fundamental para os direitos humanos. De todos os seres criados, é dito que apenas os humanos foram criados à imagem de Deus. Por outro lado, quando comparamos o poder e a grandeza do Deus criador e as dimensões cósmicas da realidade, vem-nos à lembrança: “Que é o homem, para que com ele Te importes? E o filho do homem, para que com ele Te preocupes?” (Salmo 8:4).

Na verdade, somos criaturas muito frágeis. Viemos do pó e ao pó retornaremos. E, ao contrário das opiniões não bíblicas sobre a humanidade, não fomos criados com uma alma imortal, mas como uma unidade holística de corpo, mente e espírito, e dependemos de Deus para a vida, respiração e tudo o mais. Essa compreensão da natureza humana é essencial em relação a algumas doutrinas bíblicas, como a do juízo investigativo e a ressurreição. (Na verdade, a suposição de que a alma da pessoa vai para o Céu após a morte torna o juízo investigativo e a ressureição dos mortos desnecessários, para não dizer sem sentido.)

Ao mesmo tempo, porém, nos lembramos de que: “Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das Tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste” (Salmo 8:5, 6).

Então, afinal, quem somos nós? Com base em uma perspectiva secular, conforme Pascal observou, os seres humanos são incorruptos ou incuráveis. Mas a boa coisa é que: “A religião cristã sozinha foi capaz de curar esses dois vícios, não por excluir um por meio do outro, de acordo com a sabedoria do mundo, mas excluindo ambos segundo a simplicidade do evangelho, pois ele ensina os justos e os eleva até mesmo a uma participação na própria Divindade; que, neste estado sublime, eles ainda carregam a fonte de toda a corrupção que os torna sujeitos ao erro, à miséria, à morte e ao pecado durante toda a sua vida, e proclama aos mais ímpios que eles podem receber a graça de seu Redentor.”5

Em comparação com o Criador e as dimensões cósmicas da realidade criada, os seres humanos são menos que nada, isto é, são pó (Jó 10:9) No entanto, por terem sido criados à imagem de Deus, a Quem nem mesmo o pecado pode obliterar, os seres humanos são a obra- prima da criação de Deus e o alvo supremo de Seu plano redentor (João 3:16).


Por mais que apreciemos a vida, sabemos que há alguma coisa fundamentalmente errada com a realidade, quando a vivenciamos. O horroroso espectro do mal paira por todo lado. Os seres humanos, às vezes, fazem coisas terríveis aos seus semelhantes, a outras criaturas e ao próprio meio ambiente. Ao relatar que aconteceu algo errado com a boa criação de Deus, as Escrituras revelam a realidade do pecado. Um conflito cósmico se iniciou no Céu, na própria sede de governo do Deus do Universo. (Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:12- 19). Uma das mais elevadas criaturas se rebelou contra Deus e, ao ser expulsa do Céu, foi bem-sucedida ao trazer o pecado para o nosso planeta. Assim, o conflito que iniciou no Céu, se espalhou por toda a Terra e provocou grande devastação em toda a criação de Deus.

Nossos primeiros pais violaram as ordens de Deus no Éden e fizeram com que o pecado afetasse Sua criação. Desde então, uma batalha cósmica se seguiu entre Deus e as forças do mal. Entretanto, “na plenitude dos tempos” (Gálatas 4:4), Deus enviou Seu Filho Jesus para reverter o pecado de Adão e Eva (Romanos 5). Foi isto que Jesus disse a Nicodemos naquela memorável conversa na calada da noite: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Por meio de Seu sacrifício na cruz, Jesus fez a provisão para o perdão de cada um de nós, pois somente Aquele que é totalmente Deus poderia fazer a expiação por nossos pecados. Mas Ele também, “tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público”, tornando conhecidos os resultados do mal diante do Universo (Colossenses 2:14, 15). Assim, embora a entrada do pecado tenha causado danos à criação de Deus e trazido tanto sofrimento às Suas criaturas, ao aceitarmos a Jesus, somos restaurados à completa comunhão com Deus enquanto aguardamos o tempo em que toda a criação será redimida do pecado e de suas consequências.


É interessante notar que mais de um terço das nossas Crenças Fundamentais dizem respeito a como devemos proceder em nossa vida, à luz da narrativa bíblica.

Assim, somos lembrados de que Cristo nos garantiu a vitória sobre as forças do mal. Elas nos apresentam também algumas perspectivas em relação à igreja, ao remanescente, aos dons espirituais, à força permanente da lei de Deus, à mordomia, estilo de vida e família.

Vale lembrar que, nos tempos antigos, o sucesso de uma pessoa estava ligado ao de sua família ou aldeia, ou aos seus sócios. As pessoas encontravam significado para sua vida na comunidade.

A nossa época, por sua vez, é marcada por um individualismo quase patológico. Nossa competitividade pelo sucesso pessoal tem a tendência de nos tornar indiferentes ao papel espiritual da igreja e da família.

Temos a inclinação de assumir que nossas escolhas pessoais são algo que pertence exclusivamente a nós, e ao mesmo tempo nos esquecemos de que nossas palavras, convicções e estilo de vida exercem o seu impacto sobre aqueles que estão ao nosso redor. Esse conjunto de declarações nos faz lembrar de como devemos viver, não somente como cristãos, individualmente, mas também como membros do corpo de Cristo.

Na verdade, nós não existimos apenas como indivíduos, mas como parte de uma comunidade de crentes.

A experiência da salvação não deve ficar confinada à vida particular de cada um, pois é algo que deve ser apreciado e compartilhado com a comunidade de crentes, onde as pessoas alcançam todo o seu potencial em união com Cristo e no serviço para Ele. Em outras palavras, somos chamados para ser discípulos de Jesus e viver um estilo de vida baseado no amor e no serviço aos outros. Desse modo, vivemos um estilo de vida alternativo, comprometidos em seguir a Jesus e imitá-Lo em nosso relacionamento com o nosso próximo. Embora estejamos vivendo neste mundo, aguardamos ansiosamente a concretização futura do eterno reino de Deus no mundo vindouro.


A futura inutilização do Universo, predita pela cosmologia científica6, encontra sua contrapartida na experiência pessoal e social da desesperança galopante que grassa a sociedade moderna. Entretanto, diante de um cenário de desespero e sem significado como esse, a história bíblica culmina em um futuro de esperança para o Cosmos e para a humanidade. Essa esperança, deve-se salientar, está fundamentada na Divindade (Provérbios 23:18; Salmo 39:8). As Escrituras nos asseguram que a realidade atual, do mal e do sofrimento, dará lugar a uma nova criação. As Crenças Fundamentais 21 a 28 apresentam claros resumos dessa história maravilhosa: Cristo está no santuário celestial ministrando em nosso favor e está providenciando tudo de que necessitamos (Hebreus 8:1, 2); Jesus virá em breve para levar Seu povo ao lugar que Ele preparou (João 14:1-3); a morte será tragada pela vitória (1 Coríntios 15:54); no Céu, após a Segunda Vinda, os salvos passarão por um tempo de reflexão e juízo (Apocalipse 20); e, finalmente, Deus fará a Terra toda nova outra vez (Apocalipse 21:1) Portanto, pela graça e poder de Deus, podemos resistir às impressões de abandono e sentimentos de desespero.

Essa esperança, segundo as Escrituras, serve como “uma âncora da alma” (Hebreus 6:19). Até que o reino venha em sua plenitude, podemos viver nessa esperança e fazer com que nossa vida seja significativa neste mundo.

Sabemos que a nossa história não terminará em morte ou com a destruição do Cosmos. Nossa história culminará na ressurreição para a vida eterna a todos os que crerem e no estabelecimento do novo Céu e da Nova Terra.

CONCLUSÃO

As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia nos lembram de que estamos unidos em nossa compreensão da Bíblia. Em verdade, o fato de podermos nos considerar parte da história bíblica permite confrontarmos a aparente desesperança da condição humana. Podemos nos sentir encorajados com a promessa de que “nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38, 39). Portanto, podemos esperar pelo futuro com alegre expectativa, porque o melhor ainda está para vir.

Ellen White expressou com rara beleza essa consumação final:

“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor.”7

*Elias Brasil de Souza PhD pelo Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia da Universidade Andrews, Berrien Springs, EUA, é diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland, EUA.

Citação Recomendada

Elias Brasil de Souza, “Recapitulando Mossas Crenças fundamentais: Resumos da grande Narrativa Bíblica” 31:1 (2019): 9-13

NOTAS E REFERÊNCIAS

1. Ver https://www.adventist.org/en/beliefs/. Ver também Seventh- day Adventist Church Manual, Revisado em 2015, Atualizado em 2016 (Silver Spring, Md.: Secretariat, General Conference of Seventh-day Adventists, 2016), p. 162-172.

2. Crença Fundamental 1.

3. Robert Letham, “God Is Love”, Tabletalk Magazine (Maio de 2004, p. 9).

4. Ver Roy R. Gould, Universe in Creation: A New Understanding of the Big Bang and the Emergence of Life (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2018). Ver tambémo Stephen Hawking, Brief Answers to the Big Questions (New York: Bantam Books, 2018).

5. Blaise Pascal, Blaise Pascal: Thoughts, Letters, and Minor Works, Part 48 Harvard Classics, Charles W. Eliot, ed. (New York: P. F. Collier & Son, 1910), p. 149.

6. De acordo com o modelo cosmológico padrão, a história cósmica teve início com o Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões de anos e, dentro de mais alguns milhões de anos poderá acabar tanto como uma batata frita ou será destruída por congelamento. Ver Jonghyung Kim, “Cosmic Hope in a Scientific Age: Christian Eschatology in Dialogue with Scientific Cosmology” (Ph.D. diss., Graduate Theological Union, 2011); John Davis Jefferson, “Cosmic Endgame: Theological Reflections on Recent Scientific Speculations on the Ultimate Fate of the Universe,” Science & Christian Belief 11: 1 (1999) p. 15-27: https://www.scienceandchristianbelief.org/serve_ pdf_free.php?filename=SCB+11-1+Davis.pdf.

7. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993), p. 678.



domingo, 5 de maio de 2019

COMO SER PERFEITO NUM MUNDO CAÍDO


Ricardo André

No Seu famoso Sermão da Montanha Jesus disse aos Seus ouvintes e diz-nos hoje, imperativamente que devemos ter a perfeição de Deus, o Pai. “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês" (Mateus 5:48, NVI). Note que Deus ordenou perfeição. Sua vontade é que sejamos perfeito. A perfeição é um assunto muito debatido pelos teólogos e difícil de compreender. É possível que alguns ao lerem esse mandamento do Senhor estejam pensando: É impossível atender ao que Deus requer de nós, que é a perfeição.

Mesmo numa análise rápida e superficial, é fácil concluir que nós, seres humanos, por melhores que sejam, não seremos perfeitos. As Sagradas Escrituras, em Romanos 3:23, diz: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23, NVI).

Em face do pecado, tudo que é humano é imperfeito. Faz parte da natureza humana a imperfeição. A perfeição e a santidade absoluta deixaram de ser características inerentes, desde que o ser humano caiu em pecado. Os pensamentos não são inerentemente puros, as intenções nem sempre são as melhores e, como resultado, as atitudes, as obras e as ações dos homens também não são perfeitas.

Mas, então, por que Deus espera que sejamos perfeitos como Ele? Qual era a intenção de Jesus ao recomendar que fôssemos “perfeitos”? Que é a perfeição? Como ter a mesma perfeição de Deus? Todas estas perguntas e mais algumas buscaremos respostas na Bíblia e no Espírito de Profecia.

O Conceito bíblico

Antes de mais nada é preciso que entendamos que se Jesus, imperativamente, disse que devemos ter a perfeição do Pai, foi porque era possível. Deus, como um Pai amoroso e bondoso, jamais pediria de Seus filhos alguma coisa impossível de ser feito. “A injunção é: ‘Sede vós, pois, perfeito, como é perfeito o vosso Pai, que está nos Céus’. Mt 5:48. Aqui Ele nos mostra que podemos ser tão perfeitos em nossa esfera quanto Deus o é na Sua” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 455).

Na verdade, foi a Igreja Católica Romana que desenvolveu, durante a Idade Medieval a falsa interpretação de perfeição. Para ela perfeito significa absoluto, total, sem defeito ou pecado. E foi justamente essa falsa interpretação medieval que literalmente impeliu as pessoas, a exemplos dos monges, a tentativas monásticas de vida, e influenciou a visão conceitual de perfeição de mundo.

O Minidicionário da língua portuguesa de Aurélio, afirma que perfeição “é ausência de quaisquer defeitos”.

Segundo o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, a palavra “perfeito”, em Mateus 5:48, vem do grego teleios, e significa “literalmente, ‘alguém que atingiu o alvo’, ou ‘completo’, de telos, ‘fim’, ‘cumprimento’, ‘conclusão’ ou ‘limite’. [...] uma pessoa ‘madura’ no sentido físico e intelectualmente (1Co 14:20), ‘homens amadurecidos’” (p. 354).

De acordo com o Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, perfeito no original hebraico tam ou tamim, significa “completo”, “certo”, “pacífico”, “sensato”, “íntegro, “irrepreensível”; do grego teleios, “completo, “perfeito”, completamente crescido”, “maduro”, “totalmente desenvolvido”, “que cumpriu seu propósito” (p. 1060).  Portanto, essa palavra não tem nada ver com o conceito absoluto de perfeição ou impecabilidade desenvolvida pela Igreja medieval.

De acordo com a etmologia bíblica, as pessoas são teleios (perfeitas) quando são adultas ou atingiram a estatura plena. Assim, um estudante que tem um conhecimento de matemática é teleios (maduro ou perfeito) em comparação com o aprendiz que está apenas começando.

A ideia básica dessa palavra bíblica, e daquelas que estão intimamente relacionadas com ela, é que todas as coisas tem um fim, um propósito, um alvo, ou um objetivo. Assim, então, um homem será perfeito (teleios) se ele cumprir a finalidade para o qual ele foi criado.

Precisamos, portanto, perguntar para que fim ou propósito foram criados os seres humanos. A Bíblia não nos deixa dúvida alguma nessa questão: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1:26). Os seres humanos deem ser semelhantes a Deus no caráter. Por isso, é muito natural para Jesus reivindicar em Mateus 5:48 que os cristãos se tornem teleios (perfeitos ou maduros) em amor, como o Pai no Céu. Afinal, “Deus é amor” (I Jo 4:8) Os cristãos devem agir com Deus, e não como o Diabo.

“Logo, o ser humano é perfeito aos olhos de Deus quando alcançou o grau de desenvolvimento esperado dele em determinado momento. É um cristão maduro, completamente dedicado ao Senhor, que, embora ainda tenha fraquezas a superar, prossegue rumo ao alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3:12-15)” (Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, p. 1061).

A Perfeição é um ato de Deus

A perfeição é importante, é possível. Não precisamos esperar até chegar ao Céu, por um tipo de perfeição. Deus prometeu perfeição de caráter - e esta deve ser desenvolvida aqui. É um fato mais do que reconhecido que, por nós mesmos, somos incapazes de ser santos e perfeitos. Nuca devemos esquecer que a perfeição é obra de Deus, não nossa. Observe algumas evidências bíblicas:

“É Deus quem me reveste de força e torna perfeito o meu caminho” (2 Samuel 22:33, NVI).

“Ele é o Deus que me reveste de força e torna perfeito o meu caminho” (Salmos 18:32, NVI).

“O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces” (1 Pedro 5:10, NVI).

“O Deus da paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe de volta dentre os mortos a nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dele, e opere em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém” (Hebreus 13:20, 21, NVI).

“Perfeito” é algo que pertence a Deus e que nos advém pelo contato com Ele – não como posse, mas como dádiva. Nossa relação com Ele determina nossa participação nesse tipo de inteireza ou perfeição. Em outras palavras, quando temos fé em Jesus e reconhecemos nossa imperfeição, nos registros celestiais Deus substitui todas as nossas dívidas pelo crédito da vida pura, justa e perfeita de Seu Filho. Ele aceita a perfeição e a santidade de Jesus. Desse modo, somos feitos santos e perfeitos (Gn 17:1).

Ellen G. White deixa claro que a perfeição de caráter é fruto de nosso relacionamento com Deus, quando afirma: “Cristo procura reproduzir-Se no coração dos homens”. Como resultado, “recebendo o Espírito de Cristo - o espírito do amor abnegado e do sacrifício por outrem - crescereis e produzireis fruto. As graças do Espírito amadurecerão em vosso caráter. Vossa fé aumentará; vossas convicções aprofundar-se-ão, vosso amor será mais perfeito. Mais e mais refletireis a semelhança de Cristo em tudo que é puro, nobre e amável” (Parábolas de Jesus, p. 67 e 68).

Ela ainda afirmou: “Por meio da fé em Cristo, toda deficiência de caráter pode ser suprida, toda contaminação removida, corrigida toda falta, e toda boa qualidade desenvolvida” (Educação, p. 257 e 258).

À semelhança de Jesus em Mateus 5, a definição de perfeição de caráter que Ellen White dá centraliza-se no desenvolvimento do caráter de amor de nosso Deus. Esse ponto de vista se aprofunda quando é comparado com a versão de Lucas para o Sermão do Monte. Depois de fornecer essencialmente a mesma palestra de Mateus 5:43-47, Lucas apresenta Jesus concluindo assim: “Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso" (Lucas 6:36, NVI). Assim, Tendo em mente qual era o assunto em pauta, abordado por Jesus, fica fácil entendermos em que sentido devemos ser perfeitos em relação ao nosso Pai celestial. Esta maturidade espiritual tem a ver com a atitude de amor e misericórdia para com os nossos amigos e inimigos. Atingir essa meta não é fácil e não se alcança em um dia, mas é a luta de toda uma vida.

A perfeição é um processo

A perfeição é um processo que começa quando nascemos de novo, quando Cristo, através do Seu sacrifício, imputa Sua justiça a cada um de nós, e continua incessantemente através da eternidade. É como uma criança recém-nascida que inicia o crescimento.

Lembro-me que no dia do nascimento do meu filho, Martin Luther King, liguei logo cedo para a maternidade. Quando a enfermeira atendeu fiz a pergunta:
- Meu filho nasceu perfeito?
Ao que ela respondeu:
- Não!
Quando ela respondeu “não”, tomei um susto! Em seguida ela completou:
- Ele nasceu sem os dentes.
Ufa! Que alívio cheguei a pensar que ele tinha nascido com algum defeito físico. Quando entendi a brincadeira da enfermeira pus-me a ri. Mas, essa experiência me fez pensar e compreender que a vida cristã é similar ao nascimento e o desenvolvimento de um recém-nascido.

Ao nascer uma criança observamos os lindos dedinhos, as mãos delicadas. São praticamente perfeitos. Mas ainda não chegaram a um desenvolvimento completo. Haverá necessidade de amadurecimento. Os olhos, os ossos, os órgãos passam por transformações. Os músculos esticam, os dentes virão, o cabelo atingirá novas cores e formato. Aquele corpo desajeitado é um tanto desengonçado vai adquirindo forma e beleza até se transformar num adulto. Dizem que o homem atinge a maturidade física e emocional aos 25 anos e a mulher lá pelos 22 anos.

Ali naquela criança, em forma latente estão todas os ingredientes da perfeição, que serão desenvolvidos até atingirem a perfeição. No livro Parábolas de Jesus, Ellen G. White diz que “nossa vida pode ser perfeita em cada fase de desenvolvimento; contudo haverá progresso contínuo, se o propósito de Deus se cumprir em nós” (p. 65).

A perfeição na experiência de Paulo

O apóstolo Paulo conta sua própria experiência de perfeição e a sua experiência pode repetir-se em cada cristão. Paulo fez um exame introspectivo! Olha para si mesmo! Qual é a sua relação com Cristo Jesus? Será que já alcançou à plenitude da estatura do Mestre? Em Filipenses 3:12 ele responde: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito”. Nos versículos 13 e 14 registrou na sua pastoral aos filipenses, sua inquebrantável decisão, dizendo: “Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando [...] prossigo para o alvo”.

Paulo reconhece que a vida cristã é uma vida de crescimento. O cristão tem que crescer “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13, NVI).

A perfeição é um caminho. Notamos nesta mensagem de Paulo um pouco de contradição. Por exemplo, em Fp 3:12, ele se refere ao fato de não ter alcançado a perfeição, ao passo que no capítulo 3:15 diz: “Por isso todos quantos já somos perfeitos [...]”. Mas não se trata de uma contradição nem um erro teológico. Para Paulo a perfeição não é um ponto final de chegada aqui neste mundo, mas é um caminho. Nele, vamos alcançando objetivos de perfeição e deixando-os para trás, para seguir em busca de novos objetivos, até que cheguemos à meta final que inclui também a perfeição física. Mediante nosso pedido de perdão por deslizes cometidos, a justiça de Cristo é comunicada para manter nossa vida santa e perfeita. Isto é um ato de fé da nossa parte, e de graça da parte de Deus. Essa é a dinâmica do amor divino! Perfeitos são aqueles que não se desviam do caminho. Prosseguem pela fé. Nunca saem do caminho. Que caminho? Jesus Cristo (Jo 14:6). Então, a perfeição do cristão é a perfeição de Cristo, vivida pela fé. Como Cristo é o único igual ao Pai, o crente que vive pela fé a perfeição de Cristo pode ser perfeito como nosso Pai que está nos céus.

Ao mesmo tempo, devemos lembrar-nos do seguinte: “Enquanto Satanás reinar, teremos de subjugar o próprio eu, teremos obstáculos a vencer, e não há lugar de parada, nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que o atingimos plenamente” (Ellen G. White em Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1056).

Querido leitor, Jesus Cristo é quem nos concede forças para vencermos todos os obstáculos de nossa vida. Ele é o nosso refúgio e nossa fortaleza. Está você disposto a se esforçar não para ser perfeito, pois não podes, mas se esforçar para andar com Deus e ser perfeito (Gn 17:1)? Então faça seu primeiro esforço aceitando que Ele seja o seu Salvador pessoal, dizendo: andarei na Sua presença e como consequência serei perfeito. Então se levante e comece desta caminhada rumo ao Céu e à vida eterna com nosso amado Pai celestial.