Teologia

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O TEMPO DO FIM EM DANIEL 11

Pr. Roberto Biagini

Exposição de Dan 11:40-45

Uma das profecias mais solenes, uma das profecias mais importantes, uma das profecias mais interessantes e que nos desperta a curiosidade, uma profecia que tem levantado grande polêmica é a profecia do Tempo do Fim de Dan 11:40-45. Vamos estudar estas palavras inspiradas e eu espero que você tenha uma grande sede para receber a Palavra de Deus nesse momento.

Vamos começar em Dan 11:40: “No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará.”

Precisamos fazer algumas perguntas. Quem é o Rei do Norte? Quem é o Rei do Sul? Quando é o Tempo do Fim? Onde é que nós nos encontramos? Em que sentido esta profecia pode me ajudar?

Esta é a parte mais importante de todo o capítulo, porque é a parte que nos corresponde. Todo o capítulo conduz a esta parte, a fim de que tenhamos certeza da interpretação.

Qual é a interpretação correta? 

Esse verso inicial já nos dá uma pista muito importante. É preciso reconhecer de imediato as Regras de Interpretação que o texto sugere. E a regra mais importante é a Identificação da Linguagem: “É literal ou simbólica?” A outra regra indispensável é a de que “A Bíblia interpreta a profecia, não os jornais”.

A palavra “cavaleiros” identifica logo que a linguagem é simbólica porque não se fazem mais guerras entre as grandes potências com cavaleiros. Além disso, a expressão “inundará” também identifica o simbolismo da profecia. Isso não seria possível literalmente. Isso significa um dilúvio simbólico de soldados de guerra, que trazem destruição. Tudo aqui é simbólico. Fora disso, o literalismo só traz confusão.

Ademais, a expressão “tempo do fim” também justifica o simbolismo. O “tempo do fim”inicia no fim de um período simbólico. Nós só podemos saber quando é o “tempo do fim” através do princípio dia/ano, que faz do dia um símbolo de ano [Nm14:34; Ez 4:6,7]. Depois do “tempo do fim”, os nomes de povos e de terras são simbólicos, de modo que se perdem os aspectos literais, étnicos e geográficos. Mas por que isto? Pela simples razão de que o povo de Deus nesse tempo, após a Cruz já se torna universal, e não se limita mais à Palestina.

Mas quando é o “Tempo do Fim” desta profecia?

A data é 1798. Como eu sei disso? Em Dan 7:25, lemos que os justos seriam perseguidos por 1260 anos. Em Dan 11:35, lemos que os cristãos seriam perseguidos até o tempo do fim. Logo, a data é 1798d.C., quando terminou o período de tribulação e perseguição contra os cristãos [538 d.C. + 1260 = 1798 d.C].

Então, a partir desta data, a interpretação dos nomes e lugares é simbólica. Além disso, as conquistas de Roma eliminaram os reis literais do Norte e do Sul. A partir do tempo do fim, os Reis do Norte e do Sul são simbólicos. Não serviria mais examinar qual nação poderosa está ao norte da Palestina de hoje.

Mas Quem são Esses Reis? 

Uriah Smith interpretou essa profecia literalmente. Ele olhou para as circunstâncias políticas da época, ele leu os jornais dos seus dias, viu a posição geográfica da Palestina, e disse: o Rei do Norte é a Turquia. Ele escreveu isso num livro “As Profecias de Daniel e Apocalipse”, e adotou essa posição até a sua morte, em 1903. Em 1913, a Turquia foi derrotada e subjugada pelos russos, na grande Crise Balcâmica, uma coligação de 4 nações apoiadas pelos russos contra o Império Otomano da Turquia. E as predições de Urias Smith, seguidas pelo Pr. Aracely Mello, aqui no Brasil, não se cumpriram.

Certa vez, um pastor adventista emprestou um livro de Uriah Smith para um comerciante nos USA, e esperava a sua conversão, mas ele, homem culto, logo devolveu o livro em 3 meses, dizendo que a profecia sobre a Turquia estava errada. Por causa de um erro baseado no literalismo, o interessado rejeitou toda a verdade do livro. As profecias do passado estão certas, mas as profecias referentes ao futuro precisam de correção.

Quem é o Rei do Norte?

Quem viria do Norte no passado? O que diz a Bíblia? A Bíblia deve se interpretar a si mesma. Esta é a regra principal. O profeta Jeremias nos dá a resposta: “Eu [o Senhor] faço vir do Norte um mal, uma grande destruição.” [Jr 4:6]. Um mal e um poder que vem do Norte. “Assim diz o Senhor: Eis que um povo vem da terra do Norte” [Jr 6:22]. Jer 25:9: “Eis que mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia.” Babilônia é o rei do Norte. O profeta está descrevendo a situação em que Babilônia, reunindo todas as tribos do Norte, fez guerra contra Jerusalém, destruindo a cidade e o templo, em 586 AC.

Mas de onde viria Babilônia? Babilônia viria do Norte. Mas como? Babilônia ficava ao Oriente da Palestina! De fato, antigamente, Babilônia era o Rei do Norte, mas ficava ao Oriente, porque dava uma volta para evitar o deserto, que seria fatal aos seus soldados, subindo e conquistando as outras nações e formando com elas um grande exército, e descia pelo Norte para chegar à Palestina. Note isto: Oriente e Norte.

Babilônia vem do Norte. O profeta Ezequiel confirma a profecia de Jeremias, nestas palavras: “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que Eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei da Babilônia, desde o Norte.”Ez 26:7.

Portanto, quem é o rei do Norte? Qual foi o maior poder do Norte na História Antiga? Babilônia. Babilônia antiga é um símbolo da Babilônia mística, a Babilônia simbólica, que nesta profecia é o Rei do Norte no tempo do fim. Mas, com base em Apo 17, Babilônia mística é o Papado. Portanto, o Rei do Norte, é o Papado.

Mas Quem é o Rei do Sul?

Qual era o país do Sul, com referência à Palestina naquele tempo em que esta profecia foi escrita? O país do Sul era o Egito. Olhando no mapa, o Rei do Sul em relação à Palestina é o Egito. E o Rei do Norte era a Babilônia antiga. Mas como isto pode cumprir a profecia? Do ponto de vista literal, geográfico e histórico é uma impossibilidade, porque a Babilônia antiga não existe mais, e o Egito em 1798 não era nenhum poder importante, e estava dominado pela Turquia. Mas se não podemos interpretar literalmente, como vamos interpretar essa profecia? Vamos ao Apocalipse que tem o segredo do futuro de nosso mundo.

Em Apo 11:8, lemos de um poder “que, espiritualmente, se chama... Egito”. Portanto, no tempo do fim, devemos tomar o Egito como um símbolo espiritual. Ele simboliza o Ateísmo, porque Faraó disse que não reconhecia a Deus nem a Jeová para deixar o povo de Israel adorar no deserto. “Faraó respondeu [a Moisés]: Quem é o Senhor, para que eu ouça a sua voz para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel” [Êxo 5:2]. A explicação de Ellen White no G. Conflito, [p. 269:3], comentando esse texto, disse que isto é Ateísmo.

Ainda lemos sobre o ateísmo do Egito em Eze 29:3,10. Estas duas passagens também demonstram que o Egito é símbolo do Ateísmo. Deus tem uma contenda contra o Egito e contra Faraó. “O Nilo é meu; porque eu fiz o rio”. Isto é negar que Deus é o Criador. Isto é Ateísmo. Esse Faraó em vez de reconhecer que o rio é de Deus, diz: “Eu fiz o rio”. “O rio Nilo é meu!”

Ezequiel profetizou que o Egito seria espalhado por todo o mundo [Eze 30:23,26]. Espiritualmente, isto significa que o Ateísmo seria espalhado pelo mundo afora, junto com o Espiritismo, porque o ocultismo é também outro característico do Egito. De fato isto começou em 1798. Já o Espiritismo hodierno nasceu em [31 de março de] 1848, com as pancadas misteriosas das irmãs Fox, em Hydesville, nos Estados Unidos.

Então, temos o Rei do Sul, o Ateísmo contra o Rei do Norte, a Babilônia mística, o Ateísmo contra o Papismo. Isso se cumpriu exatamente no início do tempo do fim. O que aconteceu nesse tempo? Em 1798, o Ateísmo da França revolucionária, no Reinado do Terror deu um golpe histórico no Sistema Papal, quando o general Berthier, por ordem de Napoleão Bonaparte, aprisionou o papa Pio VI. Era a guerra do Ateísmo contra o Papismo, contra a Babilônia espiritual.

O rei do sul lutará com ele, ou seja, contra o Rei do Norte. No início, o Ateísmo venceu o Papado, mas logo ele se recupera, e há uma nova luta e o Papado vence o Ateísmo, realizando uma grande investida contra ele, com uma grande riqueza e poder bélico, com carros e muitos navios.

“E as inundará” [Dn 11:40]. Isto descreve águas, que são símbolos de soldados de seu exército [Ap 17:15]]. “E passará” adiante pelas terras do Ateísmo para vencê-lo.

Mas qual será a maior vitória do Papado? Dan 11:41: “Entrará também na terra gloriosa.”

Observe esta expressão: “Terra gloriosa”. No passado seria a Palestina. Mas a Palestina deixou de ter um lugar na profecia, por causa da rejeição dos judeus [2Ts 2:16]. E hoje é uma terra cheia de ruínas, escombros e destruições. Eles rejeitaram o Messias e deixaram de ser povo de Deus.

Antigamente, a Palestina era a “terra gloriosa”, porque lá se manifestava o “shekinah”, a glória de Deus, entre os querubins, no Lugar Santíssimo do Santuário terrestre. Mas hoje a Palestina não é mais nem bela nem gloriosa. O templo de Jerusalém está destruído, e a sua glória se foi. Quando Jesus Cristo veio à Palestina, quando Ele entrou no templo, ela se tornou a “terra mais gloriosa” do mundo [Dn 11:16,20]. Mas a nação judaica rejeitou o Messias, e o mataram, crucificando-O entre dois ladrões. Então, vieram os romanos e no ano 70 d. C. incendiaram e destruíram o templo, e a glória do Santuário e da Palestina se extinguiu para sempre.

E como vimos, depois da Cruz, não se consideram mais os nomes e lugares, os elementos geográficos e étnicos se perderam porque o povo de Deus agora é universal e não estão mais em apenas um local, mas no mundo inteiro. Não existe mais uma teocracia local e geográfica, mas há uma teocracia abrangente sobre todos os cristãos.

Portanto, “terra gloriosa” é um símbolo que se refere ao povo de Deus dos últimos dias. Hoje, a “terra gloriosa” é um símbolo dos cristãos. Você tem a glória do conhecimento de Deus. O apóstolo Paulo diz que Deus nos justificou e nos glorificou (Rm 8:30). Agora, somos o Israel de Deus (Gl 6:16).

Mas o Rei do Norte “entrará também na terra gloriosa”. Esta será a maior vitória do Papado contra a Igreja que estará disposta a morrer pela verdade. A influência papal de Babilônia mística penetrará nas fileiras do povo de Deus nos últimos dias.


E qual será o resultado? “Muitos sucumbirão”. [A palavra “países” não se encontra no original como aparece na versão antiga]. O que significa isso? Em que sentido muitos do povo de Deus sucumbirão? Isto não significa que muitos cristãos serão mortos literalmente, como na Idade Média. Não serão queimados fisicamente. Esta é uma queda espiritual. Diante da besta, diante do Papado, ou seja, diante do Rei do Norte, muitos cairão. Mas a promessa das profecias é de que o povo de Deus não perecerá. As espadas dos ímpios serão como palha e os tiros lhes sairão pela culatra. O seu sangue não é mais semente para a conversão dos pagãos. Portanto, esta profecia não se refere à morte dos perseguidos.

Mas muitos cairão, de que modo? Espiritualmente. Haverá uma Sacudidura, e muitos cristãos despreparados serão peneirados; muitos cristãos descuidados serão joeirados e cairão. Muitos serão provados em sua fé, e muitos sucumbirão. Muitos cristãos guardadores do sábado vão abandonar a fé e apostatar. Não se prepararam devidamente, não tinham a plenitude do Espírito Santo e como as virgens loucas da parábola, ficarão de fora. Então se cumpre esta profecia: “Muitos sucumbirão”, muitos apostatarão, não podendo suportar a forte pressão dos inimigos, pela ameaça de morte. Por amor a sua vida, voltam para trás. Muitos cairão espiritualmente de sua fé, abandonando a verdade [GC 608:2].

Este é um quadro triste do drama do Grande Conflito. Se quisermos estar em pé naquele tempo, precisamos estar diariamente em comunhão com Deus, sem deixar de ler a Bíblia todos os dias, dando sempre o primeiro lugar a Deus em oração fervente, e testemunhando de modo claro a fim de ajudarmos na salvação das pessoas influenciadas pelo Rei do Norte babilônico, o poder papal.

Mas se este é um quadro melancólico, há outro quadro que é maravilhoso, apresentado pela profecia, nesse verso 41. “Mas do seu poder [do Rei do Norte] escaparão estes: Edom, Moabe e ...Amom.” Quem eram esses povos? Eles eram aparentados dos judeus, mas se tornaram seus inimigos que sempre estavam combatendo contra o povo de Israel. Esses povos não existem mais. Já descartamos a interpretação literal. Não podemos achar mais esses povos. Não podemos interpretar nada disso de modo literal.

Então, por que esses nomes estão aqui? Por que são mencionados? Eles foram colocados aqui por causa do significado simbólico dos seus nomes. Eles representam os inimigos de Deus que se converterão dentre os ímpios pagãos.Os profetas já disseram no passado que Deus haveria de mudar a sorte de algumas nações no tempo do fim, e Moabe e Amon estão incluídas [Jr 48:47; Jr 49:6, 39].

1. Edom [vermelho] representam os inimigos que aceitam o sangue de Jesus Cristo e se convertem.

2. Moabe [família] representa os ímpios que escolhem a família dos judeus espirituais. Zacarias 8:23 fala desses conversos que dizem: “Nós iremos convosco, [com as suas famílias], porque sabemos que Deus está convosco.” Em Abraão, todas as famílias seriam benditas [Gn 12:3].

3. Amom [tribo] representa as tribos pagãs que se unem às tribos de Israel espiritual.

4. Terra gloriosasimbolizaao Israel espiritual.

Com esses 4 nomes, incluindo o Israel espiritual, você obtêm o seguinte significado: Pelo sangue de Jesus Cristo, as famílias dos conversos formam as tribos do povo de Israel espiritual. Esta é a mensagem dos 4 nomes.

Três povos desconhecidos, mais o Israel espiritual.

Paulo falou desse povo desconhecido como sendo aqueles que seguem os princípios do Evangelho, espalhados pelo mundo gentílico, além do “Israel de Deus” (Gál 6:16). Portanto, temos a Igreja Invisível [dentro de Babilônia – Apo 18:4], e a igreja Visível, o Israel de Deus [dentro de Jerusalém espiritual – Heb 12: 22].

Mas notem que eles formam o número 4, dos 4 pontos cardiais. Quatro é o número simbólico de universalidade. Aqui representa o povo de Deus em todo o mundo, nos últimos dias. O povo de Deus está em todas as terras. Ele é universal.

Mas eu falei de um quadro feliz, depois de falar da Sacudidura, que vai joeirar a muitos que estão na sonolência espiritual, desconsiderando o seu tempo de graça, e seguindo as regras do mundo e seu caminho. Estes sucumbirão. Mas há um quadro maravilhoso. É que concomitantemente, em paralelo com a Sacudidura, vem a Chuva Serôdia, ou o derramamento do Espírito Santo [Jl2:23,28]. Então, milhares e mesmo milhões conhecerão a verdade e passarão para as fileiras do povo escolhido e escapam do Rei do Norte. Esses povos convertidos são simbolizados por Edom, Moabe e Amom, que como vimos, se juntam aos cristãos.

Portanto, o v. 41 [Dan 11] nos fala de Sacudidura e de Chuva Serôdia. Muitos sucumbindo e saindo da igreja, e muitos vencendo o poder da apostasia, e entrando no lugar dos que saíram. Portanto, meu prezado irmão, atente para a advertência de Cristo: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” Ap 3:11.

Como o Rei do Norte ampliará o seu domínio?

Dan 11:42: “Estenderá a mão também contra as terras”. Que terras? Contra os países do mundo que não quiserem se submeter ao seu poder. Os árabes, os judeus, os turcos. O Rei do Norte entrará em todas as terras do mundo estabelecendo o seu poder autoritário. O Ocidente, cheio de Católicos e Protestantes que vão se unir, é cristão, mas e o Oriente? O Papado estenderá a sua mão contra as terras da Índia, da China, do Japão, da Rússia, etc. e penetrará em todos os povos. Nessas terras orientais há muito Ateísmo e Espiritismo.

Mas o que acontecerá com o Rei do Sul? 

“E a terra do Egito não escapará”. No v 40, vimos que o Rei do Sul é o Egitoque representa o Ateísmo. Agora, vemos o próprio Egito, mencionado, em forma de ênfase, para que ninguém tivesse dúvida sobre esse poder apóstata. 

O Egito é símbolo do Ateísmo. Assim disse o livro de Êxodo e de Ezequiel. Assim disse Ellen White no livro Grande Conflito [p. 269:3]. Assim dizem grandes teólogos como G. McCready Price [The Greatest of The Prophets, 316]. A guerra que vimos no v. 40 é entre o Rei do Norte e o Rei do Sul, o Papismo e o Ateísmo. E aqui lemos que o “Egito não escapará”. Está falando do mesmo poder: O Ateísmo receberá um golpe final e fatal do Papado, o Rei do Norte, a Babilônia moderna.

De fato, a guerra já começou, em nossos dias. O Comunismo ateu foi derrubado desde o papa João Paulo II unido ao presidente dos Estados Unidos. Diante do muro de Berlin, em junho de 1987, e diante de uma grande multidão, o presidente Ronald Reagen teve a coragem de dizer diante de Gorbatchov: “Gorbatchov, derruba esse muro!” A multidão eufórica aplaudiu o presidente, e dois anos mais tarde, a 9 de nov de 1989, o muro foi derrubado por um povo saudoso e sedento da sua liberdade.

Papas e presidentes dos USA contribuíram para a queda do muro de Berlim. Esse foi um grande golpe contra o Comunismo ateu.

Mas o Ateísmo ainda está no mundo, e como cresceu! O Ateísmo está vivo em todas as áreas da sociedade, com diferentes nomes.

1. Como se chama o Ateísmo em TeologiaMovimento da morte de Deus. Teólogos sem teologia proclamaram a morte de Deus. Nietsche, o grande filósofo do século passado, que morreu louco, foi o primeiro a lançar a expressão: “Deus morreu!” Alguns anos passados, o grande pregador Billy Graham foi entrevistado numa televisão dos Estados Unidos e o apresentador lhe perguntou: “Dr. Billy Graham, o que você acha da ideia de que Deus morreu?” Ele respondeu imediatamente: “Impossível! Eu falei com Ele há poucos minutos no camarim!”

2. Como se chama o Ateísmo na CiênciaEvolucionismo. Tudo veio por mero acaso, depois de 5,5 bilhões de anos, quando a vida apareceu de modo simples. “Ora, Charles Darwin deve estar certo porque ele era um cientista!” dizem os evolucionistas, sem sequer exigir provas de um laboratório. E se tudo veio por mera Evolução, então, não temos nada a ver com algum Deus Criador.

3.Como se chama Ateísmo em FilosofiaExistencialismo. O que importa, dizem é a sua existência. É o mesmo que Humanismo: o que importa é o humano. Você é a peça importante. Se você quer viver desse modo, praticando sexo ilícito, bebendo cerveja ou vinho, usando drogas, se você é feliz assim, ninguém tem nada com isso. Este é o sistema filosófico mais rude: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos!” é a essência. Isto é ateísmo, a filosofia que exclui a Deus de sua vida.

4. Como é chamado o Ateísmo na EconomiaCapitalismo. Só o capital e o dinheiro é que interessam hoje. Não precisamos de Deus, dizem esses ateus. O nosso capital resolve tudo o de que precisamos. Mas muitas vezes, vemos o colapso econômico em toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão, ameaçando essa falsa segurança.

5. Como é chamado o Ateísmo na MetafísicaEspiritismo: “Você não precisa de Deus porque você vai reencarnar e se tornará um deus também.” “Não precisamos de nenhuma redenção pelo sangue de um Messias”, dizem os espíritas. A salvação deles está em suas próprias obras de caridade. E isso é negar a Deus.

6. Como é chamado o Ateísmo em ReligiãoDeísmo.“Parece que Deus criou tudo, mas abandonou a Sua Criação.” São teólogos ateus. “Já esperamos 2.000 anos e não sabemos o que aconteceu com Ele!”

7. Como se chama o Ateísmo em PolíticaSocialismo, de Karl Marx, Marxismo. Ou Comunismo ateu. Muitos políticos são ateus assassinos. Foi inspirado numa filosofia política, unida a do Evolucionismo de Charles Darwin, da sobrevivência do mais forte, que Adolfo Hitler mandou matar a 70 milhões de pessoas.

“A terra do Egito não escapará.” O Ateísmo não poderá perdurar por muito tempo. Logo será abatido.

Como o rei do Norte ampliará as suas riquezas? O que faziam os reis conquistadores, quando derrotavam os seus inimigos? Eles buscavam os seus despojos, e se apoderavam de suas riquezas. É o que diz o v. 43: “Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as coisas preciosas do Egito.” [Dn 11:43].

Apoderar-se-á dos tesouros do Egito [ouro, prata e todas as coisas preciosas]. Ao derrotar ao Ateísmo, o Rei do Norte vai se enriquecer ainda mais. É justamente isto que diz Apo 18: 12-13, ao descrever as riquezas de Babilônia. A Babilônia é riquíssima, em ouro, prata, pedras preciosas, pérolas, linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata, bronze, ferro, mármore, madeira preciosa, marfim, gado, ovelhas, cavalos, carros, escravos e mercantiliza até almas humanas!

Lemos em Apocalipse que a Babilônia será a mais poderosa e rica nação do mundo que representa o Papado. É claro que o Papado com o seu sistema de indulgências, celibato, apropriação de terras alheias, comércio, política, já adquiriu uma fortuna imensa depositada no Vaticano. Mas pela derrota do Ateísmo, então, se enriquecerá ainda mais. Todos os tesouros dos ateus passarão para as mãos do Papado, o Rei do Norte vencendo o Rei do Sul.

Mas quem seguirá o Egito, em submissão? 

“Os líbios e os etíopes o seguirão”. Novamente, temos povos mencionados por nome. Eles ainda existem, diferentemente de Edom, Moabe e Amom. Mas, se existem na África, por que estes povos são mencionados pelo profeta Daniel? Eles são usados como símbolos, não por causa do significado de seus nomes, porque não são nomes hebraicos [porque só nomes hebraicos têm significado profético (Ap 16:16)], mas agora por causa da sua posição geográfica.

Os Líbios se localizam no Norte e os Etíopes no Oriente da África. Observe: Norte e Oriente, de novo. Eles representam a outra parte do mundo que ainda não seguem o Papado, mas logo que sabem que o Papado é tão rico e poderoso, não veem outra opção senão seguir os seus passos, e se submeterem ao seu comando. O Oriente e o Norte do mundo seguindo o Papado! Não há outra alternativa! É um verdadeiro milagre.

Mas haverá muitas surpresas que nos aguardam. Há cerca de 30 anos passados, um parente meu que era incrédulo, me desafiou, dizendo: “Os adventistas dizem que a besta vai impor a observância do domingo sobre todos os povos. Mas isto será impossível, porque os povos orientais não tem nada a ver com o domingo. Muitos até guardam a sexta-feira!” Eu disse: “Olha, como isso vai acontecer, eu não posso dizer agora, mas quando acontecer você vai saber!” Logo depois disso, caíram os muros de Berlim, a 09 de nov de 1989, como eu já disse, pelo poder do papa João Paulo II e Ronald Reagen, ex-presidente dos Estados Unidos, e foi dado um grande golpe contra o Ateísmo comunista!

Se os Líbios representam os que estão no Norte do mundo, os Etíopes simbolizam os do Oriente, o Egito espiritual representa o Sul do mundo, o que está faltando? O Ocidente. As Américas representam o Ocidente. Elas não precisam ser mencionadas, porque já são aliadas do Papado; não precisam ser conquistadas. São os países mais Católicos do mundo, juntamente com os Protestantes que se unirão com aqueles. Os países da Europa, também ao Ocidente, cristãos e ateus também serão dominados. E, portanto, o mundo inteiro será dominado pelo rei do Norte, que é universal, simbolizado pelas 4 regiões mencionadas [Líbia (Norte), Etiópia (Oriente), Egito (Sul), Américas e Europa (Ocidente)].

Mas os Líbios e Etíopes também representam o seu caráter espírita. A África se caracteriza muito pelo Espiritismo. Líbios e Etíopes africanos representam o Baixo Espiritismo. Nos últimos dias eles se unirão e seguirão ao Papado. Etíopes modernos são essencialmente católicos.

Mas qual será a Estratégia de Deus para vencer os Seus inimigos? O que acontece quando o Papado estiver em seu mais glorioso poder? Quando ele estiver em seu apogeu de glória, como a mais poderosa instituição do mundo? Quando tiver vencido o Ateísmo, e todos os povos estiverem do seu lado? Dan 11:44: “Mas, pelos rumores do Oriente e do Norte será perturbado, e sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos.”

Mas [Deus sempre tem um ‘Mas’],pelos rumores do Oriente e do Norte, será perturbado! Esta é a fama que desorienta e perturba a Babilônia. Assim como no passado, Babilônia ouviu a fama dos seus inimigos e se apavorou [Jer 50: 43], assim também a Babilônia moderna ouvirá os rumores do Oriente e do Norte e será perturbada.

Esta é a estratégia de Deus para vencer os Seus inimigos. Qual é a estratégia? É a surpresa. Antigamente, a surpresa era a maior arma numa batalha. Se os inimigos pudessem ser surpreendidos, eles seriam vencidos. Qual é a surpresa, nessa batalha entre o Céu e a Terra? Qual é a surpresa da Guerra do Armagedom?

O Oriente e o Norte são os lados de Deus [Is 41:25]. Deus é o verdadeiro Rei do Norte, como lemos no Sal 48:2, e em muitos lugares. Então, Jesus Cristo como Deus habita o Norte, por estar acima de todo o Universo. Mas Ele vem pelo Oriente, como o Sol da Justiça [Ml 4:2; Mt 24:27; Ap 16:12]. No passado, a Babilônia habitava no Oriente da Palestina, mas vinha pelo Norte contra os seus inimigos e os pegava de surpresa. Jesus Cristo habita no Norte, mas virá pelo Oriente, pegando a todos os inimigos de surpresa: “Quando andarem dizendo: ‘Paz e Segurança!’, eis que lhes sobrevirá repentina destruição... Mas vós, irmãos, não estais em trevas para que esse Dia vos apanhe de surpresa!” [1Ts 5:3-4].

Os “rumores do Oriente e do Norte” representam a pregação do Evangelho eterno. Haverá um grande movimento mundial de Reavivamento espiritual, da parte de Deus, e isto vai perturbar o Papado. Milhões estarão saindo de Babilônia atendendo ao Último Convite Divino, que diz: “Sai dela, povo Meu!” Então, sairão e se unirão ao povo de Deus que estará proclamando a Tríplice Mensagem Angélica de Apo 14.

A pregação dessa mensagem expõe os enganos do Papado, de modo claro, e haverá um Alto Clamor, cumprindo-se na pregação da 3ª mensagem angélica de Ap 14:9-11 e 18:1. Milhões estarão deixando o Catolicismo, pelo poder do Espírito Santo que será derrramado na Chuva Serôdia, e se unindo ao povo de Deus dos últimos dias. Então, o destino do Papado será anunciado como sendo o fogo que arde com enxofre, que será enviado do Céu contra a Babilônia. Isto perturba a Babilônia.

Qual será o resultado da pregação do Evangelho eterno? 

O que fará o Rei do Norte? Ele“sairá com grande furor para destruir e exterminar a muitos”. Por que o Rei do Norte está furioso? Porque a pregação evangelística ataca os dogmas da Igreja Católica. Essa mensagem ataca os erros do Papado e define o seu destino final. Prega a destruição no fogo do Inferno e o fim desse sistema falso de Cristianismo. Então, ele sairá para destruir e exterminar a muitos do povo de Deus.

Este é o caráter do Papado. Que ninguém se engane pelas aparências externas. Ele voltará a mostrar as mesmas características do passado, em exterminar e matar a todos os que se opõem aos seus dogmas.

Então, sairá o Decreto de Morte contra todos os que pregam o Evangelho e guardam os mandamentos de Deus, tem a fé em Jesus e sustentam o testemunho de Cristo [Apo 13:15; 14:12; 12:17]. Então, os que guardam o Sábado serão perseguidos, e não poderão comprar nem vender, porque não possuirão o Sinal da Besta [Ap 13:16-17].

Então, qual será a estratégia de Babilônia? Qual será a última reação do Papado, nesse tempo? Dan 11:45: “...”

“Armará as suas tendas palacianas entre os mares”. O que significa isso? Alguns dizem que isto significa que o papa vai sair do Vaticano e se instalar na Palestina, entre o mar Morto e o mar Mediterrâneo. Mas certamente, eles vão se decepcionar porque esta não é a base bíblica de interpretação das profecias escatológicas [dos últimos dias], centralizadas em Cristo. Eles estão literalizando a profecia. A compreensão literal das profecias apocalípticas é sempre decepcionante, porque tiram a Cristo e Sua Igreja do contexto.

Então, qual é a base de interpretação? O fundamento está em Apo 17, que é o grande capítulo que interpreta as profecias referentes ao futuro. O que diz Apo 17? Diz que a Babilônia, a grande meretriz, está “sentada sobre muitas águas” [v. 1]. Aqui lemos que o Rei do Norte “armará as suas tendas palacianas entre os mares”. E o que disse João sobre as águas? O que significam? “Povos, multidões, nações e línguas.” [Apo 17:15]. Já vimos que o número 4 indica universalidade. Então, o que significa? O Papado é universal e terá domínio completo e absoluto sobre todos os povos da Terra.

Mas note a linguagem: “tendas palacianas”. “Tendas” é uma linguagem religiosa, porque Israel tinha a “Festa dos Tabernáculos” em tendas. “Palacianas” indica os palácios do governo, o poder político. Portanto, a Babilônia mística é um poder político-religioso. O que diz Ap 17? Que a Babilônia mística se prostitui com os reis da terra. A união da Igreja com o Estado é considerado prostituição, no conceito divino. Isto significa que o Papado buscará o poder civil para dominar a todos os povos da Terra, e de acordo com Ap 13, essa união será com os Estados Unidos protestantes. Portanto, vemos aqui a união do Rei do Norte com a América do Norte, os Estados Unidos.

Mas contra quem o Papado está irado? 
Se eles dominam a todos os povos, quem são os que não querem se submeter?

“Contra o glorioso monte santo”. O Rei do Norte, a Babilônia mística, ou o Papado prepara o mundo todo para guerrear contra o povo de Deus, que é “o glorioso monte santo”, o monte Sião. Esta é a grande Batalha do Armagedom, a batalha do Deus Todo-Poderoso. Armagedom é uma palavra hebraica formada de Har, que significa monte, e Meggidon, que significa matança. É o Monte da Matança.

Portanto, temos dois montes que lutam pela supremacia. O Monte Sião contra o Monte de Megido. Um monte contra outro monte. Uma cidade, a cidade de Jerusalém contra a cidade de Babilônia. Em qual dos dois montes você está? Se você adora a Jesus Cristo, você está no monte Sião. Se você adora a besta, você está no monte de Meguido. 

O Papado está irado porque a pregação da tríplice mensagem os desafiou, tirando a milhões de seus seguidores. Isto é o que lemos no Apocalipse: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi fazer guerra contra os restantes da sua descendência” [Apo 12:17]. O que representa a mulher? É a Igreja dos últimos dias.

Então, o que acontece com o Papado? Elechegará ao seu fim. E não haverá quem o socorra”. O Papado ficará sozinho, porque perderá o apoio dos reis e das nações que antes do fim do “tempo do fim” verão que foram enganados pelo Papismo. Eles ficarão revoltados e deixarão o Sistema Papal, a fim de ver como poderão se salvar, mas não haverá salvação para eles, porque o Tempo da Graça terá terminado para todos. “Andarão de mar a mar, e do Norte até o Oriente; correrão por toda parte, procurando a Palavra do Senhor, mas não a acharão.” [Am 8:12].

Mas, o que acontece com os cristãos? De onde virá o socorro para os cristãos? Se não haverá socorro para o Monte da Matança, porque os ímpios vão se matar uns aos outros, haveria socorro para o Monte Sião? Dan 12:1. “Nesse tempo, se levantará Miguel.” Quem é Miguel? Ele é o grande Príncipe, o nosso Defensor e Advogado, Jesus Cristo [1Jo 2:1], o grande Libertador, que voltará nas nuvens dos céus, proclamando a vitória final para o seu povo.

Quando Miguel se levanta? 

“Nesse tempo”. É o fim do “tempo do fim”. Isto ainda está no futuro, mas os últimos acontecimentos serão rápidos. Está perto o Dia e se apressa a angústia. Então, milhões de pessoas sofrerão a maior angústia que já houve na face da terra. Tanto justos como ímpios. Milhões estarão lamentando e batendo no peito: “Minha culpa, minha culpa. Misericórdia, misericórdia! É o fim do mundo!” Mas não haverá mais graça naquele tempo, porque a porta da misericórdia se fechará, como nos dias do Dilúvio.

Haverá um Tempo de Angústia para os ímpios. As 7 ÚltimasPragas do Apocalipse serão derramadas sobre eles. Quando estas pragas forem derramadas sobre o Papado e sobre todos os ímpios habitantes da Terra, seus seguidores, que adoram a besta e a sua imagem, não haverá socorro. O Papado não poderá escapar. Não haverá socorro para ele. Ele não terá socorro quando os rios se tornarem em sangue. Ele não terá socorro quando o sol arder na sua pele, trazendo câncer e doenças incuráveis. Não haverá socorro para o Papado quando vier um terremoto devastador, destruindo a tudo e a todos pelo seu caminho. Não haverá socorro quando as chuvas de pedras destruírem as suas riquezas. O Rei do Norte será completamente destruído.

Haverá um Tempo de Angústia para os cristãos. Ao observarem as pragas caindo sobre a Terra, eles tem medo de que não estão salvos. A angústia do povo de Deus será a Angústia de Jacó, que ia enfrentar o inimigo, mas não estava em paz com Deus. Não tinha certeza da aprovação divina. Assim muitos cristãos estarão em angústia por temer que não se salvem. Mas Jesus Cristo que é o Defensor dos filhos de Deus Se levantará para salvar o Seu povo da sua angústia e das garras dos ímpios.

Quando os ímpios descobrirem os esconderijos dos justos, surge a voz de Deus anunciando o dia e a hora da vinda de Cristo. Quando os filhos de Deus estiverem no seu maior aperto, em sua maior angústia, então se levantará Miguel, o grande Príncipe e Rei dos reis, a fim de libertar o Seu povo da angústia e da perseguição. Então, serão libertos os fiéis. Todo aquele que tiver o seu nome no livro da vida será liberto por toda a eternidade.

Conclusão

Agora, é com você. Geograficamente, você está ou no Norte, ou no Sul. Mas eu espero que espiritualmente, você esteja no monte Sião.
Você já fez um compromisso de estar ao lado de Deus, custe o que custar? Gostaria de renovar esse compromisso agora, com Jesus Cristo? Quantos gostariam de fazer um novo pacto com Deus e declarar a sua fidelidade ao Senhor? Se você deseja ter mais comunhão com Deus, a fim de estar pronto naquele dia, levante a sua mão. Agora, ponha-se em pé, e diga comigo: “Eu Te amo, Senhor e desejo a Tua salvação.”

Naquele dia, muitos sucumbirão. Você quer se preparar melhor, a fim de estar em pé naquele dia final?



quinta-feira, 19 de setembro de 2019

“TRAGO EM MEU CORPO AS MARCAS DE JESUS”



Ricardo André

Vivemos num mundo marcado pelo pecado, corrupção e prazeres efêmeros. Vemos com frequência nos jornais e na televisão os resultados daqueles que entregam sua vida ao inimigo de nossa alma. Os quadros da guerra civil em Ruanda entre os grupos étnicos hutus e tutsis, em 1994, que causou a morte de cerca de 800 mil tutsis; a guerra em Sarajevo ocorrida entre 1992 e 1995 pela independência da Bósnia. Que deixou um saldo de milhares de mortos (as estimativas falam de 100.000 a 200.000 mortos). O conflito também ficou marcado pelo processo de limpeza étnica promovido pelas forças sérvio-bósnias contra a população bosníaca (bósnio-muçulmanos); e mais recentemente os ataques terroristas nos EUA, em 11 de setembro de 2001, coordenados pela Al Qaeda, matando quase três mil pessoas, estão indelevelmente gravados em nossa mente. Crianças desnutridas com rostos emaciados; o choro dos que perdem seus entes queridos, vítima da violência e do crime; o semblante dos dependentes químicos e bandidos carcomidos pela droga e vícios do mundo; os corpos cadavéricos dos contaminados pelo vírus da AIDS – são todas marcas do mundo.

Mas, o apóstolo Paulo, um dos gigantes do cristianismo nos fala de outras marcas: as marcas de Jesus. Ele afirmou: “Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gálatas 6:17, NVI). No tempo do grande apóstolo um escravo era frequentemente marcado com um sinal (como os animais) do seu senhor, ou identificado com alguma cicatriz específica indicando a quem ele pertencia. Paulo era um escravo de Cristo, inteiramente submisso à vontade de Seu Mestre. Havia, no entanto, uma grande diferença em sua vida... era uma sujeição de amor e também de liberdade em Cristo Jesus. Ele se refere às marcas sofridas pelo Mestre quando perseguido.

O que são as “marcas de Jesus”?

A palavra ‘marcas’ constitui a tradução do vocábulo grego stigmata, da qual se deriva a palavra estigma em português. “Por ‘marcas do Senhor Jesus’ Paulo se refere às cicatrizes deixadas em seu corpo causadas pela perseguição e pelo sofrimento (ver 2 Co 4:10; 11:24-27)” (Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1096). Ele revelava em seu corpo o estigma, a marca das grandes lutas e privações sofridas pelo Mestre. Ele não era mais jovem. Seu corpo estava enrugado, encurvado, as mãos trêmulas, tinha cicatrizes da surra que levou em Filipos, do apedrejamento de Listra, do naufrágio de Melito; tudo isto lhe havia roubado do corpo a beleza e o vigor que possuía quando estava aos pés de Gamaliel. Paulo estava marcado por toda vida. Essas cicatrizes de guerra, ele chamava de “marcas” do Senhor Jesus. Havia recebido 5 vezes 39 açoites, 3 vezes foi ferido com paus, foi preso e apedrejado, sofreu muitas doenças, naufrágio e outros perigos de morte.

Os ferimentos que seus perseguidores lhe infligiram e as cicatrizes que ficavam, estas eram as marcas de Jesus. É possível que nesse texto, ele estivesse afirmando que a perseguição e não a circuncisão era a autêntica marca cristã.

Paulo, ao abraçar a fé de Jesus, decidiu lutar contra tudo e contra todos, mas ser fiel ao seu Mestre fundamentado no amor repleto de obediência e na certeza de um futuro glorioso, sofreu como poucos já sofreram, tornou-se, enfim, um “espetáculo para o mundo” (Fp 2:15). Mas teve a capacidade de declarar: “Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gálatas 6:17, NVI). Marcas do Senhor Jesus! É isso mesmo! Aceitar a Jesus, seguir Seus planos, Seus caminhos traz marcas. Depois de ser de Jesus você não é mais seu, você foi comprado (1 Co 6:19 e 20) e leva as marcas de quem um dia lhe adquiriu com muita dor, com morte até. São marcas do amor, da conversão, da humildade, da obediência, da consagração. Precisamos ter essas marcas. É a nossa identificação com Cristo. Que marcas o mundo vê em você? Jesus mesmo disse: “Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24, NVI).

“Tomar a cruz de Cristo” refere-se a morte – a morte do eu-próprio, a morte dos desejos e ambições egoístas para que Jesus possa ser Senhor de nossas vidas (Gl 2:20). Tomar a cruz significa desentronizar o eu. Não é procurando o sofrimento, mas é vivendo tão-somente para Cristo ao ponto de se enfrentar as consequências. No passado o criminoso romano carregava a cruz para o lugar de execução. O crente salvo por Cristo carrega consigo a mesma cruz: a renúncia de si mesmo para servir unicamente a Cristo, mesmo até a morte.

Estêfano era um converso à mensagem do advento no Congo. Era operário, e logo surgiu o problema do sábado. Estefano explicou cuidadosamente ao seu chefe porque não trabalhava no sétimo dia da semana.

O chefe de Estêfano mostrou-se condescendente. Havia um pormenor que reclamava atenção. Eles mantinham uma lista, na qual se anotava, mediante um sinal convencionado, o motivo porque algum trabalhador estava ausente do trabalho. Se por doença, o sinal era um, se com permissão cuidar de alguma coisa pessoal, o sinal era outro.

A ausência de Estêfano por motivo religioso deixou-os perplexos, pois não sabiam que sinal deviam pôr diante do seu nome na lista de ausência. O chefe de Estêfano meditou um momento, e então seu rosto se iluminou.

- Coloquem uma cruz diante do seu nome – ele ordenou – pois Estêfano é um homem da cruz!

Um homem da cruz! Que belo tributo! Eis aqui um título que cada filho de Deus devia cobiçar! Nosso Salvador torna claro que precisamos ser todos homens e mulheres da cruz – pessoas que como Estêfano, colocaram a Cristo, Sua vontade, Sua cruz, acima de qualquer outra consideração, como afirmou Jesus: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24, NVI). Nessas palavras Jesus torna claro que há uma íntima relação entre negar o eu, assumir a cruz e seguir o Senhor. Não traremos as marcas de Jesus, as marcas da cruz, a menos que o eu tenha sido tratado como deve.

Da Pena Inspirada, lemos: “A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser renovada em santidade” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 43). A maior batalha que cumpre ao cristão travar em sua vida, não é o de permanecer fiel quando tentado a trabalhar no sábado do Senhor, mas sim, a batalha contra o eu. Ganhando a esta batalha, Estefano não teve problema quanto à guarda do sábado. Ele fizera de Jesus o primeiro em sua vida.

Da mesma forma que a cruz de Cristo deixou suas cicatrizes no corpo de Cristo, os sofrimentos de Paulo deixaram-lhe também marcas indeléveis. Estas cicatrizes que lhes lembravam as agressões sofridas por causa do evangelho, ele as exibia com honra e alegria, porque eram evidências de que ele pertencia a Jesus.

Ao contrário do sinal da circuncisão de que tanto se orgulhavam os judeus, as cicatrizes a que o evangelista das nações aludiu, eram o resultado de sua escolha voluntária, tomada após madura reflexão, não para cumprir uma tradição ou um requisito da lei, mas para satisfazer os anseios de um coração rendido a Cristo. Elas simbolizavam sua liberdade, pois embora fosse “escravo” de Cristo, sentia-se emancipado das tradições que se inspiravam na escola judaica.

Os homens preferem medalhas e não cicatrizes

A nossa geração tem sido marcada pela busca pelo prazer, pela fama e glória. É uma geração que preferem medalhas e não cicatrizes. Desejam alcançar a glória de um grande nome e não as marcas de Cristo.

Alex Dias, ex-diretor-executivo nacional dos atletas de Cristo, conta que nos jogos olímpicos de Los Angeles, em 1984, foi feita uma pesquisa entre os atletas, com a seguinte pergunta: “Você tomaria uma pílula que lhe desse medalha de ouro se a substância não aparecesse de jeito nenhum no antidoping, mesmo que essa pílula provocasse sua morte dentro de cinco anos?” Por incrível que pareça, 103 dos 197 entrevistados responderam “sim”. “E se a pílula desse a você a vitória, mas o matasse dentro de um ano, você ainda a tomaria?” “Sim”, disseram 99 atletas. Apenas quatro mudaram de ideia quando prazo foi reduzido de cinco para um ano. O que queriam mesmo era a vitória ali, naquele momento, porque uma medalha de ouro numa Olimpíada, significa muita fama, realização pessoal, respeito, aplausos, amigos, amores, conforto e milhões de dólares. A vida por uma medalha. Que lástima!

Já nos dias de Jesus os discípulos queriam glória e poder. Tiago e João discutiram porque queriam lugares escolhidos no Céu. Cristo respondeu que não estava oferecendo cadeiras cativas... mas sofrimentos, lutas, dificuldades, cicatrizes e marcas, sim, marcas como resultado de nossa batalha contra o pecado. O próprio Mestre sofreu duras provações, pois nasceu numa estrebaria, morreu como um criminoso, foi rejeitado pelo Seu próprio povo, pelos seus familiares e pela nação judaica.

Qual a nossa atitude?

Havia na família Taylor, na Inglaterra, dois irmãos. Um resolveu fazer para si um grande nome, dedicando seu tempo e talentos ao serviço do Parlamento inglês. Hudson, que era o mais jovem dos dois, resolveu ser missionário, e dedicou a vida ao serviço da humanidade. O mundo hoje honra e venera seu nome como fundador da Missão Interna Chinesa. Ora, sempre que se faça menção ao irmão mais velho, ele é designado como “o irmão de Hudson Taylor”.

Cristo honra os que dizem “não” à fama e à fortuna dispostos a dedicar-lhe inteiramente a vida, sem reservas. Tivesse Saulo de Tasso permanecido orgulhoso e beato fariseu, e seria de duvidar que a História lhe tivesse recordado o nome. Quando, porém, volveu costas a seus desejos e ambições, para servir a Deus e proclamar o evangelho da salvação por Cristo, foi honrado como o grande apóstolo dos gentios. Deixou ele um registro de ministério cristão, não superado por nenhum outro senão o Senhor.

Tenho descoberto que quando jovens entregam o coração a Deus e a vida ao Seu serviço, avançam mais longe e mais depressa dos que os que vivem para a ambição egoísta.

Caro leitor, Cristo nos convida para uma peregrinação com Ele e não um piquenique. Cristo nos convida para uma vida de afazeres e não de prazeres. Ele nos convida para a execução final de Sua Obra e não para uma excursão na Terra. Jesus nos convida a sofrermos tribulações e termos no corpo, não as marcas da acomodação ao mundo e às suas concupiscências, mas as marcas de Jesus – o resultado de nossa lealdade ao Pai celestial. Qual é a nossa atitude?

As cicatrizes e marcas físicas no apóstolo Paulo eram “as marcas de Jesus” sobre ele. Eram lembranças de Seu domínio. Eram evidências tangíveis do direito de Deus sobre sua vida. Podemos nós também exibir, com santo orgulho, as marcas de Jesus em nossa vida? Rememorando nossa experiência cristã, que evidência tangíveis nós podemos encontrar que mostram a influência guiadora de Cristo? Mostramos em nossa conduta diária os sinais que nos identificam como “escravos” de Jesus Cristo, onde quer que estejamos, em casa ou no trabalho, na sociedade ou na comunhão da igreja?

Mesmo não passando pelos sofrimentos de Paulo e marcando o próprio corpo físico, corramos para marcar o nosso caráter com os valores inegociáveis do Reino de Deus, marcando-o com as marcas de Jesus! Oro ao Senhor que após a leitura desse texto, você possa desejar levar no seu corpo as marcas de Cristo e quando as pessoas olharem para você, elas verão as marcas de Cristo. Marcas nos joelhos calejados pela comunhão com Jesus, marcas em nossa Bíblia, demonstração de nossa devoção e estudo de Sua Palavra. Marcas do amor pelos nossos semelhantes! Peça ao Senhor: “Eu quero ser marcado com as tuas marcas! Eu quero ser marcado pelo zelo da santidade ao ponto de não estar complacente diante do pecado.

Que Deus nos abençoe!!!