Teologia

sábado, 30 de novembro de 2019

O MISTÉRIO QUE ENVOLVE A MORTE DE JOÃO BATISTA É DESVENDADO


Ricardo André

Em meus cultos diários, cedo pela manhã, além de estudar as Sagradas Escrituras e a lição da Escola Sabatina, também me aprofundo nos escritos de Ellen G. White. E foi num desses estudos detidos, detalhados, minuciosos, que eu comecei a compreender o mistério que envolve a sorte trágica de João Batista. Fiquei impressionado ao descobrir a razão pela qual Deus permitiu que João Batista tivesse um fim tão triste. Por isso, quero partilhar com você esta descoberta neste artigo.

Na providência de Deus surgiram pessoas que moldaram a História. Foram reformadores audazes com mensagens surpreendentes que levaram o povo para mais perto de Deus, como Martinho Lutero, João Wesley e Guilherme Miller. Podemos incluir Tiago e Ellen G. White nesse Grupo? Creio que sim. Sua influência foi muito ampla, e certamente tem contribuído para preparar o mundo para a Segunda Vinda de Jesus. Mas, bem acima de todos eles, em virtude do impacto que causou sobre a História e o cristianismo, destacou-se a pessoa de João Batista.

A Obra de João Batista

João Batista foi aquele de quem profetizou Isaías, como a voz que, clamando no deserto, preparou o caminho do Senhor e Lhe endireitou uma vereda por onde Ele pudesse chegar (Mt 3:3). De acordo com o costume daqueles tempos, a preparação do caminho, ou o endireitamento de uma vereda, realizava-se quando um rei estava para chegar a um dos lugares de seu reino. “Os habitantes de cada distrito deviam preparar o caminho pelo qual ele passaria, visto que pouco se fazia para conservar as estradas. Em algumas partes do Oriente ainda é costume reformar as estradas pelas quais um rei ou alguma pessoa importante vai transitar” (Comentário Bíblico Adventista, v. 5, p. 302). Portanto, João Batista anunciou a chegada do rei Jesus e do Reino dos Céus.

A obra de João Batista consistiu em preparar as pessoas para receberem a Jesus e Seu Reino. Sua mensagem foi breve e vigorosa: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino de dos Céus” (Mt 3:2). Ele tinha uma mensagem simples e direta para dar às pessoas de seu tempo. Ele sabia que o Messias estava prestes a surgir e que o povo não estava preparado para recebê-LO. O evangelista Mateus resume a mensagem de João em duas orações: a primeira contendo uma verbo no imperativo (exortando a uma tomada de decisão) “arrependei-vos” e a segunda, contendo uma frase explicativa, apresentando o motivo pelo qual as pessoas deveriam se arrepender “porque está próximo o reino dos céus.”

Quando seus ouvintes se arrependiam, ficavam comovidos e contavam sua experiência. Quando percebiam que ele era a voz do deserto que preparava o caminho do Rei prometido, emocionavam-se, e o diziam. Quando viam seu estilo de vida, não podiam esquecê-lo, e o comentavam.

Um homem centrado em Cristo, simples, despretensioso, sem busca de notoriedade. Por isso mesmo notável. Não queria “status” intelectual nem profético. Não queria aparecer e nem buscar fama para si. Tudo o que ele queria era trabalhar por uma causa nobre, não se servir da causa, mas servir à causa. Tudo o que ele queria era preparar o mundo para o encontro com Cristo. Os resultados do seu trabalho eram para honra e glória do Senhor. A respeito dele Jesus disse “que, entre os que de mulher tem nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista” (Mt 11:11). O comentário da senhora Ellen White é enfático a respeito disso:

“Que em face da maneira de avaliar do Céu constitui grandeza? Não o que o mundo considera como tal; não riqueza, nem posição, nem nobreza de linguagem, nem dons intelectuais considerados em si mesmos. Se grandeza intelectual, à parte de qualquer consideração mais elevada, é digna de honra, então Satanás merece nossa homenagem, que suas faculdades intelectuais nenhum homem já igualou. (...) Valor moral, eis o que é estimado por Deus. Amor e pureza são os atributos que mais aprecia. João era grande aos olhos do Senhor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 219).

João Batista sabia quem ele era, mas também sabia quem não era. Ele era humilde. Humildade é a virtude que nos dá o sentimento de nossa fraqueza e limitações. Humildade é modéstia. Ser humilde é permitir que a vontade de Deus floresça em nossa vida. João Batista viveu assim. Nunca se considerou “a cereja do bolo”. E embora corajoso e decidido, se manteve humilde ao longo de seu ministério. Que importante lição de humildade João Batista nos ensina aqui! Esse é o tipo de homem e mulher que o mundo necessita em nossos dias. Gente grande aos olhos de Deus, que resolve desprezar a glória dos homens e se apegar a Deus, custe o que custar.No mundo hodierno, mais do que nunca reina a ambição por “status”. Quanto sacrifício se faz para que o homem apareça! Não importa se vai pisar, machucar, ferir alguém; tem que aparecer.

João Batista não se caracterizou pela timidez. Ele ergueu a voz como como a trombeta, e anunciou ao povo de Deus a sua transgressão e os seus pecados (Is 58:1). Apesar de sua franqueza, João conquistou o coração das pessoas.

Sobre sua determinação em condenar os pecados do povo, Ellen G. White escreveu: “Ousara enfrentar o rei Herodes com a positiva repreensão do pecado. Não tivera a vida por preciosa, contanto que cumprisse a missão que lhe fora designada” (O Desejado de Todas as Nações, p. 215).

Herodes, o Tetrarca, é conhecido na História como “Herodes Antipas”. Era filho de Herodes, o Grande, e foi educado em Roma junto com seu irmão Arquelau e o meio-irmão Filipe. Depois da morte do pai, tornou-se governador da Galileia e Pereia. Seu casamento com a filha de Aretas IV, rei dos naboteus, chegou ao fim quando, durante uma visita a Roma, ele se apaixonou por sua sobrinha, a esposa de seu meio-irmão, Herodes Filipe. Herodias abandonou o marido e foi viver com Herodes Antipas. Como João Batista repreendeu o rei por essa relação ilícita, Herodias adiou a João Batista e tramou-lhe a prisão e a morte. Que final injusto!

O fim de João Batista – Um Profundo Mistério

Entender o fim trágico de João Batista sempre foi para mim desafiador. Às vezes ficava pensando que João merecia um fim diferente. Depois de viver para pregar o evangelho, quem sabe uma digna aposentadoria, uma bela casinha de campo e a companhia de pessoas amadas seria o mais justo pagamento para um homem de Deus como foi João. Como eu, muitos que estudam a história de João Batista têm dificuldades para entender a sua sorte. E perguntam: Por que ele foi deixado a definhar-se e perecer sozinho na prisão? Por que Cristo ao saber da prisão não se interpôs para libertar seu fiel precursor? E toda evidência sugere que João não recebeu uma visita de Jesus enquanto estava no calabouço (Mt 11:2,3).

Sempre vi envolto na morte de João Batista, um profundo mistério. Note o que disse Ellen G. White a esse respeito: “O mistério dessa escura providência, nossa visão humana não pode penetrar; não poderá, no entanto, nunca abalar nossa confiança em Deus, quando nos lembramos de que João nada mais foi do que um participante dos sofrimentos de Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 223).

Mas, quando estudamos esse tema à luz da Revelação que Deus concedeu ao apóstolo João em Apocalipse 4:4 e 5 juntamente com o Espírito de Profecia começamos a entender melhor por que foi permitido a Satanás abreviar a vida terrena do mensageiro de Deus.

Em visão, o apóstolo João viu 24 anciãos sentados ao redor do trono de Deus. Estavam vestidos de branco e tinham coroas de ouro. Aqui e em outros lugares do livro eles são retratados prostrando-se diante de Deus em adoração e louvor (Ap 4:10;5:14;7:11;11:16;19:4). Duas vezes é declarado que um dos anciãos conversou com João (Ap 5:5;7:13), e  numa ocasião os anciãos aparecem com os quatro seres viventes portando incensários e oferecendo incenso quando as pessoas oram (Ap 5:8). De dia e de noite eles prestam contínua adoração a Deus.

Neste capítulo 4, o número 24 é usado simbolicamente. A cena toda é uma representação simbólica da realidade. Não devemos deduzir que há um número literal de 24 anciãos no Céu. Esse número chama nossa atenção para as funções dos anciãos. Como havia 24 divisões ou classes de sacerdotes que labutavam no santuário antigo (1Cr 24:2-19), a obra dos anciãos é auxiliar a Cristo, nosso Sumo Sacerdote, em Seu ministério celestial.

Quem São Esses 24 Anciãos? (Ap 5:5-9)

São seres humanos redimidos que alcançaram a suprema vitória espiritual por meio de Cristo, que é sua justiça. Essa vitória é representada pelas coroas usadas pelos 24 anciãos. As vestes brancas usadas por eles simbolizam a justiça de Cristo concedida aos crentes. Eles são nossos amigos e nos assistem nas orações. João contemplou-os simbolicamente ao oferecerem incenso enquanto oramos. Devemos ser gratos por cada um deles.

Como os 24 Anciãos Chegaram ao Céu? (Mt 27:52 e 53)

Quando Cristo morreu na cruz, “abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”. Esses santos ressuscitados não foram deixados na Terra para morrerem pela segunda vez. Foram levados para o Céu com Jesus, como as primícias se Seu sacrifício. Esses santos, no céu, não são almas desencarnadas de pessoas falecidas, mas seres humanos redimidos que foram ressuscitados dentre os mortos.

Assim como Arão e os sumos sacerdotes posteriores foram auxiliados por 24 divisões de sacerdotes levíticos, Cristo também é auxiliado no Céu por seres humanos que atuam como sacerdotes. Eles oferecem a Cristo “as orações dos santos” (Ap 5:8). Cristo é o nosso único Mediador (1Tm 2:5). Mas é ajudado por seres humanos redimidos que já foram levados para o Céu.

Observe o que Ellen G. White escreveu: “Quando [Jesus] surgiu, vitorioso sobre a morte e o túmulo, enquanto a Terra vacilava e a glória do Céu resplandecia em redor do local sagrado, muitos dos justos mortos, obedientes à Sua chamada, saíram como testemunhas de que Ele ressurgira. Aqueles favorecidos santos ressurgidos saíram glorificados. Eram escolhidos e santos de todos os tempos, desde a criação até os dias de Cristo” (Primeiros Escritos, p.184).

Diz mais ela: “Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade” (O Desejado de Todas as Nações, p.786).

Estas duas declarações da Pena Inspirada indicam que aqueles que ressuscitaram com Cristo e são hoje os 24 anciãos no Céu foram mártires para Deus, desde o tempo da Criação até o tempo de Cristo. Obviamente, os textos do Espírito de Profecia mencionados acima não declaram explicitamente que João Batista ressuscitou com Cristo, mas apresenta uma característica muito adequada àquela que marcou a vida de João. Não há dúvida de que João Batista havia “colaborado com Deu” e que, “à custa da própria vida” deu testemunho da verdade. João morreu porque defendia a verdade. Então é provável que não somente João Batista, mas também Abel ressuscitam naquele dia da ressurreição de Cristo. Tenha João Batista ressuscitado ou não, fica-nos a certeza de que os salvos o verão no céu. O fato é que resta-nos, tal como ele foi, sermos embaixadores de Deus, anunciando a breve vinda de Jesus, apropriando-nos da verdadeira grandeza.

A irmã Ellen White descreve a cena de alegria quando Cristo chega ao Céu com esses santos ressuscitados:

“Todo o Céu estava esperando para saudar o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais. Ao ascender, abriu Ele o caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu. A hoste celestial, com brados de alegria e aclamações de louvor e cântico celestial, tomava parte na jubilosa comitiva.

“Ao aproximar-se da cidade de Deus, cantam, como em desafio, os anjos que compõem o séquito:

"Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, ó entradas eternas,
E entrará o Rei da Glória"!
Jubilosamente respondem as sentinelas de guarda:
"Quem é este Rei da Glória?"

“Isto dizem elas, não porque não saibam quem Ele é, mas porque querem ouvir a resposta de exaltado louvor:

"O Senhor forte e poderoso,
“O Senhor poderoso na guerra.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças,
Levantai-vos, ó entradas eternas,
E entrará o Rei da glória"!

“Novamente se faz ouvir o desafio: "Quem é este Rei da Glória?" pois os anjos nunca se cansam de ouvir o Seu nome ser exaltado. E os anjos da escolta respondem:

"O Senhor dos Exércitos;
Ele é o Rei da Glória!" Sal. 24:7-10.

“Então se abrem de par em par as portas da cidade de Deus, e a angélica multidão entra por elas, enquanto a música prorrompe em arrebatadora melodia.

“Ali está o trono, e ao seu redor, o arco-íris da promessa. Ali estão querubins e serafins. Os comandantes das hostes celestiais, os filhos de Deus, os representantes dos mundos não caídos, acham-se congregados. O conselho celestial, perante o qual Lúcifer acusara a Deus e a Seu Filho, os representantes daqueles reinos imaculados sobre os quais Satanás pensara estabelecer seu domínio - todos ali estão para dar as boas-vindas ao Redentor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 833, 834).

Deus tinha algo melhor para João batista e também para os que sofrem hoje

Agora compreendemos melhor por que nenhum miraculoso livramento foi proporcionado a João, porque ele devia beber o cálice do martírio, embora ele nunca fora abandonado.

Deus tinha planejado algo melhor para João Batista. Ele não somente recebeu do céu o dom da participação com Cristo em Seus sofrimentos, mas a honra de ser um dos 24 anciãos no Céu auxiliando Cristo Jesus nosso Sumo Sacerdote. Uma das perguntas mais persistentes que enfrentamos como seres humanos está relacionado com o assunto do sofrimento: “Onde está Deus quando sofremos?” Na experiência de João, a conduta de Jesus nos dá uma resposta pessoal.

Muitos de nós somos surpreendidos com o sofrimento porque costumamos ter uma visão simplificada demais da vida cristã. Achamos que por sermos servos de Deus não devemos sofrer. Porém, o apóstolo Pedro em sua primeira carta no 4:12 nos adverte a não cairmos na armadilha de crer que os sofrimentos ardentes são estranhos à experiência cristã. Ao contrário, devem ser considerados normais – podem e devem ser esperados.

A história da Igreja Cristã está repleta de histórias sobre os intensos sofrimentos do povo de Deus. Em todas as épocas, muitos cristãos sofreram perseguição de uma forma ou de outra. Os cristãos adoecem e morrem como as pessoas em geral. Sofrem acidentes, calamidades, críticas, maus-tratos e injustiças como todos os demais. Mas, quando estivermos passando por problemas difíceis, podemos ter as seguintes certezas:

1) Não importa quão profundo seja o vale ou persistentes forem os problemas, a certeza da bondade e do amor infalíveis de Deus e a certeza de Sua direção até o fim de nossa jornada são inquestionáveis.

2) As dificuldades desta vida por mais severas que possam ser são insignificantes em comparação com a autêntica alegria e realização da vida por vir (Rm 8:18).

3) Para os que O amam, Deus controla o mal causado por Satanás e os ímpios. Assim como sucedeu na experiência de José (Gn 45:7 e 8;50:20) e de João Batista, Deus muda o mal em bem para todos os Seus filhos (Rm 8:28).

Caro amigo leitor, só na eternidade compreenderemos plenamente por que foi permitido passarmos por determinado sofrimento. Então veremos claramente que as aflições permitidas por Deus tiveram um objetivo em vista, e que Sua misericordiosa providência tirou algo de bom das experiências com que Satanás pretendia destruir-nos.

Quanta ajuda do Espírito Santo você espera receber nas lutas da vida? O que espera que Ele faça por você amanhã? E na maior crise de sua vida? Você gostaria de, a despeito do sofrimento, desfrutar a vida ao máximo no tempo presente, e ter suprema alegria na eternidade, como filhos e filhas de Deus? Então entregue-se inteiramente a Deus.







quarta-feira, 27 de novembro de 2019

UMA PROFETISA PARA O POVO DE DEUS DO TEMPO DO FIM


Ellen G. White*

O que disse Ellen G. White acerca do seu papel como Mensageira do Senhor.

Na noite do dia 30 de Abril de 1871, recolhi-me ao descanso muito deprimida mentalmente. Durante três meses estivera em uma condição de grande desânimo. Frequentemente orava por alívio em angústia de espírito. Implorei ajuda e força de Deus para que pudesse superar o forte desânimo que estava afetando minha fé e esperança, e tornando-me incapacitada para o trabalho.

Naquela noite tive um sonho que produziu uma impressão muito feliz sobre minha mente. Sonhei que assistia a uma reunião importante onde havia muita gente. Muitos estavam inclinados diante de Deus em súplicas fervorosas, parecendo contritos. Insistiam com o Senhor por luz especial. Alguns pareciam estar com o espírito angustiado; seus sentimentos eram intensos; com lágrimas suplicavam em alta voz por auxílio e luz. Os nossos mais preeminentes irmãos faziam parte dessa impressionante cena. O irmão A estava prostrado no chão, aparentemente muito atribulado. Sua esposa estava sentada no meio de um grupo de indiferentes escarnecedores, com ares de quem desejava que todos entendessem que ela desprezava os que assim se humilhavam.

Sonhei que o Espírito do Senhor pousou então sobre mim, e que me levantei no meio dos clamores e súplicas, e disse: O Espírito do Senhor Deus veio sobre mim. Sinto-me impelida a dizer-lhes que devem começar a trabalhar individualmente por vocês mesmos. Estão olhando para Deus, desejosos de que faça por vocês a obra que Ele lhes deu para fazer. Se fizerem aquilo que sabem ser o seu dever, Deus lhes ajudará quando precisarem de auxílio. Deixaram de cumprir o que Deus lhes incumbiu de fazer. Invocam a Deus para que faça o seu trabalho. Se tivessem seguido a luz que lhes deu, Ele teria feito mais luz brilhar sobre vocês; mas já que negligenciam seus conselhos, advertências e repreensões que lhes foram dados, como podem pretender que Ele lhes dê mais abundante luz e bênçãos para negligenciarem e desprezarem? Deus não se equipara aos homens; dEle não se zomba.

Tomei a preciosa Bíblia e agrupei em torno dela os diferentes Testemunhos Para a Igreja dados ao povo de Deus. Aqui, disse eu, estão discriminados os casos de quase todos. Os pecados que devem evitar estão neles apontados. Os conselhos que eles buscam podem ser encontrados aqui, apresentados para outros casos que definem situações semelhantes às suas.

Deus Se tem agradado de dar-lhes preceito sobre preceito e regra sobre regra. Isaías 28:10. Mas não há muitos entre vocês que sabem realmente o que está contido nos Testemunhos. Vocês não estão familiarizados com as Escrituras. Se tivessem feito da Bíblia o objeto de seus estudos, com o propósito de atingir o padrão bíblico e a perfeição cristã, não necessitariam dos testemunhos. E porque negligenciaram tomar conhecimento com o Livro inspirado de Deus, que Ele procurou alcançar vocês por meio de testemunhos simples e diretos, chamando a sua atenção para as palavras da inspiração que negligenciaram obedecer, e insistindo com vocês para modelarem a vida de acordo com os seus ensinamentos puros e elevados.

Por meio dos testemunhos o Senhor Se propõe advertir, repreender e aconselhar Seus filhos, e impressionar-lhes a mente com a importância da verdade de Sua Palavra. Os testemunhos não estão destinados a comunicar nova luz; e sim a imprimir fortemente na mente as verdades da inspiração que já foram reveladas. Os deveres do homem para com Deus e seu semelhante estão claramente discriminados na Palavra de Deus, mas poucos de vocês se têm submetido em obediência a essa luz. Não se trata de escavar verdades adicionais; mas pelos Testemunhos Deus tem facilitado a compreensão de importantes verdades já reveladas, e posto estas diante de Seu povo pelo meio que Ele próprio escolheu, a fim de despertar e impressionar com elas a sua mente, para que todos fiquem sem desculpa.

Orgulho, amor-próprio, egoísmo, ódio, inveja e ciúme obscureceram o poder perceptivo e a verdade que devia fazê-los sábios para a salvação perdeu seu poder de cativar e controlar a mente. Os mais essenciais princípios da piedade não são compreendidos, porque não há fome e sede de conhecimento bíblico, pureza de coração e santidade de vida. Os Testemunhos não têm por fim diminuir o valor da Palavra de Deus, e sim exaltá-la e atrair para ela as mentes, para que a bela singeleza da verdade possa impressionar a todos.

Além disso, eu disse: Como a Palavra de Deus se acha circundada por estes livros e folhetos, assim também Deus os circundou com reprovações, conselhos, advertências e encorajamento. Aí estão vocês com o coração angustiado, clamando a Deus por mais luz. Estou autorizada por Deus a declarar-lhes que nenhum raio mais dessa luz há de incidir sobre seu caminho através dos Testemunhos, até que façam uso prático da luz que já lhes foi concedida. O Senhor lhes tem circundado de luz; mas vocês não a têm apreciado, antes a espezinham. Enquanto uns a desprezam, outros a negligenciam ou a seguem indiferentemente. Poucos dispuseram o coração a obedecer a luz que Deus Se agradou dispensar-lhes.

Alguns que receberam advertências especiais por meio de testemunhos, esqueceram-se dentro de poucas semanas das admoestações que lhes foram feitas. A alguns os testemunhos foram várias vezes repetidos; eles, porém, não os consideraram bastante importantes para levá-los a sério. Eles lhes pareceram como loucura. Se tivessem apreciado a luz recebida, teriam evitado prejuízos e provações que vocês consideraram duros e severos.

Tinham somente a si próprios para culpar. Acabaram pondo sobre o próprio pescoço um jugo que acharam penoso suportar. Não era esse o jugo que Cristo lhes havia imposto. A solicitude e o amor de Deus tinham sido demonstrados a seu favor; mas seu coração egoísta, maldoso e incrédulo, não pôde discernir a Sua misericórdia e bondade. Prosseguiram agindo em sua sabedoria até que, subjugados por provações, perplexos e confusos, ficaram enredados nas ciladas de Satanás. Quando reconhecerem os raios de luz que lhes foram concedidos no passado, então a luz de Deus lhes será aumentada.

Eu lhes mencionei o antigo Israel. Deus deu a este a sua lei, mas eles recusaram andar nela. Depois lhes deu cerimônias e ordenanças para que, celebrando-as, Deus fosse lembrado. Eram tão propensos a esquecê-Lo e às Suas reivindicações sobre eles, que lhes cumpria conservar desperta a mente de modo a compreenderem o dever de obedecer e honrar a seu Criador. Se tivessem sido obedientes e com amor guardado os mandamentos de Deus, o grande número de cerimônias e ordenanças não teriam sido necessário.

Se o povo que agora professa ser a “propriedade peculiar” (Êxodo 19:5) de Deus obedecesse a Seus requisitos especificados em Sua Palavra, não haveria necessidade de testemunhos especiais para despertar neles o sentimento do dever e impressioná-los acerca de sua pecaminosidade e do temível risco que correm ao negligenciar obedecer à Palavra de Deus. As consciências têm-se entorpecido porque a luz foi posta de parte, sendo negligenciada e desprezada. E Deus retirará esses testemunhos do povo e o desproverá de força, e o humilhará.

Sonhei que enquanto eu falava, o poder de Deus se apossou de mim de maneira extraordinária e fiquei totalmente sem forças, mas não tive nenhuma visão. Imaginei que meu marido se levantou perante o povo e exclamou: “Esse é o maravilhoso poder de Deus. Ele tornou os testemunhos um poderoso meio de alcançar as pessoas, e atuará mais poderosamente por seu intermédio do que tem feito até aqui. Quem estará ao lado do Senhor?”

Sonhei que um bom número imediatamente se pôs de pé e respondeu ao chamado. Outros se assentaram em silêncio; alguns mostravam desprezo e zombaria; e uns poucos pareceram completamente impassíveis. Alguém se levantou ao meu lado e disse: “Deus a suscitou e deu-lhe palavras para dizer ao povo e atingir-lhe o coração, como a nenhuma outra pessoa foram dadas. Ele formulou seus testemunhos para resolver casos que têm necessidade de auxílio. Você deve ficar impassível às zombarias ou escárnio, às acusações e censura. A fim de ser um instrumento especial nas mãos de Deus, importa não se apoiar em ninguém, a não ser somente em Deus, e, como a videira que sobe, entrelaçar nEle as suas gavinhas. Ele a constituiu o meio de comunicar Sua luz ao povo. Você deve diariamente suplicar forças de Deus a fim de fortificar-se, para que sua influência não tolde ou eclipse a luz que Ele permitiu brilhar sobre Seu povo por seu intermédio. É objetivo especial de Satanás impedir que essa luz atinja o povo de Deus, que tanto dela necessita em meio aos perigos destes últimos dias.

“Seu êxito depende de sua simplicidade. Tão depressa dela se apartar, formulando os testemunhos de modo a acomodá-los à índole das pessoas por eles visadas, o poder a abandonará. Quase tudo nesta época é enganoso e fictício. No mundo há grande quantidade de testemunhos que visam somente agradar e encantar momentaneamente, e para exaltar o eu. O seu testemunho tem cunho diferente. Ele atinge os pormenores da vida, impedindo que se extinga a fé vacilante e impressionando o coração dos crentes com a necessidade de fazer resplandecer a sua luz diante do mundo.

“Deus lhe tem dado os testemunhos para por eles expor aos apostatados e aos pecadores sua verdadeira condição, bem como o imenso prejuízo que estão sofrendo em continuar com uma vida de pecado. Deus lhe confiou isto, revelando-o a você em visão, como o não fez a nenhum outro vivente, e de acordo com a luz que lhe tem dado a considerará responsável. ‘Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.’ Zacarias 4:6. ‘Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.’” Isaías 58:1.

Esse sonho exerceu poderosa influência sobre mim. Quando despertei, minha depressão havia passado, sentia-me animada e em grande paz. As enfermidades que me haviam incapacitado para o trabalho foram removidas, e recebi forças e vigor que por muito tempo não fruíra. Parecia-me que os anjos de Deus haviam sido comissionados para aliviar-me. Gratidão indizível encheu meu coração por essa grande mudança, do desânimo para a luz e a felicidade. Eu sabia que o auxílio tinha vindo de Deus. Essa manifestação era para mim como um milagre da misericórdia divina, e nunca serei ingrata à Sua amorável bondade.


*Ellen G. White, cofundadora da Igreja Adventista, atuou como mensageira inspirada por Deus durante 70 anos.

FONTE: Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 604-608.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

POR QUE CONSCIÊNCIA NEGRA, EM VEZ DE SIMPLESMENTE CONSCIÊNCIA HUMANA?


Por Hermes C. Fernandes

Basta chegar a semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra para nos depararmos com inúmeros protestos nas redes sociais apelando a uma frase atribuída ao ator negro americano Morgan Freeman: “O dia em que pararmos de nos preocupar com consciência negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com a consciência humana, o racismo desaparece.” Logo, não faria sentido dedicar um dia do ano à consciência negra. Será que esta linha de raciocínio está correta? Bastaria parar de falar de um assunto para que ele perdesse a importância e desaparecesse? Bem, parece que Martin Luther King, o pastor protestante que liderou a luta pelos direitos civis dos negros americanos, discorda veementemente: “Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam. É agradável esperar que as coisas sumam ignorando-as, mas chega um tempo em que se torna necessário dizer “Pare! Isso é inaceitável!”.

Interessante ressaltar que nunca vi ninguém protestando no "DIA DAS CRIANÇAS", alegando que somos todos HUMANOS, independentemente da idade. Nunca vi ninguém protestando no "DIA INTERNACIONAL DA MULHER", alegando que independentemente do gênero, somos todos humanos. Então, não entendo a razão que leva alguns a protestar contra o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. De fato, somos todos humanos, mas nenhuma etnia sofreu tanto nos últimos séculos do que a negra. Digo, sofreu e ainda sofre nas mãos de outros pertencentes à mesma raça, a humana. Morgan Freeman que me perdoe, mas deixar de falar de um assunto não vai fazê-lo desaparecer.

Não precisamos de um dia dedicado à consciência humana, assim como não precisamos celebrar o Dia do Adulto ou o Dia do Homem, ou mesmo o Dia do Orgulho Hétero (sim, não vejo nada de errado em que os homossexuais tenham um dia para celebrar a luta por seus direitos civis). E respaldo meu posicionamento nas Escrituras.

Antes de citar o trecho bíblico no qual me apoio, devo salientar que creio que a igreja deveria ser o embrião da nova humanidade. Portanto, muitas das regras apostólicas que deveriam ser seguidas pelas igrejas, são igualmente pertinentes na organização social do novo mundo sonhado pelos profetas.

Tomando o corpo humano como analogia, Paulo diz que os membros que têm sido menos honrados, a esses deveríamos honrar muito mais, enquanto que, os que têm sido prestigiados ao longo da história não teriam necessidade disso. Segundo a lógica do apóstolo, isso certamente contribuiria para que não houvesse divisão no corpo, de modo que se corrigisse uma injustiça, e que todos tivessem igual cuidado uns dos outros. “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1 Coríntios 12:26).

À luz disso, alguém ainda insistiria em dizer que precisamos celebrar o DIA DO HOMEM, ou o DIA DA CONSCIÊNCIA BRANCA, ou o DIA DO ADULTO ou do ORGULHO HÉTERO? Chega a ser cômico!

Devemos honrar a quem tem sido desprezado, roubado em sua honra e dignidade, visto que os demais não necessitam disso. Ou você conhece alguém que deixou de ser empregado por ser branco? Ou alguém que teve seu salário reduzido por ser homem? Ou foi privado de algum direito por ser hétero?

Como diz a profecia, “todo vale será exaltado, e todo o monte e todo outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. E a glória do Senhor se manifestará, e toda a HUMANIDADE juntamente a verá, pois a boca do Senhor o disse” (Isaías 40:4-5). Nosso trabalho é “preparar o caminho do Senhor”, isto é, nivelar o terreno, dar voz aos que não têm voz, tornar visíveis os invisíveis, honrar os que foram desonrados ao longo do processo histórico, corrigindo assim a injustiça cometida pelas gerações que nos antecederam.




segunda-feira, 18 de novembro de 2019

O PERFUME DE MARIA – SEU MEMORIAL DE GRATIDÃO PERPÉTUO


Ricardo André

O evangelho de Marcos 14:3-9 relata um episódio interessante na vida de Jesus repleto de importantes lições espirituais. É o relato da unção de Jesus em Betânia. Neste artigo gostaria de apresentar uma reflexão sobre a narrativa de uma mulher que era tão apaixonada pela graça de Deus que foi capaz de realizar uma ação “extravagante” por Jesus. Olhemos mais de perto a ação desta mulher! O texto reza: “Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: "Por que este desperdício de perfume? Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro dado aos pobres". E a repreendiam severamente. "Deixem-na em paz", disse Jesus. "Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória".

O evangelista Marcos não menciona o nome da mulher. Mas, João revela seu nome: Maria, irmã de Marta e de Lázaro (João12:1-3). Pois bem, Maria planejava expressar sua gratidão a Alguém que apresentava muito para ela. E não pensava em fazê-lo de maneira comum, banal. Faria o melhor, não importava o preço. Por isso juntou suas economias e saiu à procura de um presente caríssimo. Entrou numa loja de perfumes e comprou o melhor perfume que havia na loja. Ela comprou um vaso de alabastro feito de finíssima pedra translúcida de um suave cinza. Ela havia comprado especificamente um perfume de nardo puro, um forte perfume extraído de uma certa planta do Himalaia, na Ásia, um produto muito luxuoso e caro, altamente procurado na antiguidade, pelos ricos. Seu valor era equivalente a quase um ano de salário (300 denários).

Gratidão em ação

Maria ouvira dizer que Simão, um fariseu da cidade de Betânia, também sua cidade e de seus irmãos Marta e Lázaro, oferecia a Jesus um banquete, como demonstração de seu agradecimento por ter sido, por Ele, curado de lepra. Essa era a oportunidade de ouro para a sua manifestação, certamente pensou. No momento adequado, deixou sua casa e dirigiu-se para a casa de Simão. Imagino que ela foi apertando cuidadosamente contra o peito o belo vaso de alabastro contendo o perfume. A ceia oferecida por Simão já estava em andamento. Com o coração cheio de gratidão aproximou-se da mesa onde Jesus se inclinava, quebrou o vaso de alabastro e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus.

Ao espalhar o custoso perfume sobre os cabelos de Jesus, a fragrância encheu a sala. Na presença daqueles convidados, todos surpresos, ela não disse uma palavra sequer, mas flou com os olhos ao caírem lágrimas de gratidão aos pés do Salvador. Então os enxugava com seus lindos cabelos longos. As gotas de nardo e as lágrimas eram muitas ofertas de gratidão pela salvação com que Ele a havia abençoado.

Segundo Ellen G. White, “Maria tinha razões de sobra para ser agradecida a Deus. Jamais se esquecera do que Cristo fizera por seu irmão, Lázaro, ressuscitando-o e trazendo-o novamente ao seio da família. Tivera perdoados seus pecados e fora liberta da possessão demoníaca” (O Desejado de Todas as Nações, p. 568).

Sua ação causa grande impacto. Um murmúrio de reprovação estendeu-se pela sala. Era demais para Judas. Seu próprio egoísmo não podia tolerar tal ação e contestou: “Por que este desperdício de perfume? Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro dado aos pobres” (Marcos 14:4,5, NVI). O olhar de Jesus convenceu aquele ladrão de que sua hipocrisia era evidente, e seu caráter vil estava revelado. Então, na silenciosa sala dos hóspedes críticos, o Mestre proferiu estas palavras: “Ela praticou uma boa ação para comigo. [...] Ela fez o que pôde” (Marcos 14:6,8, NVI). Jesus reconhece que ela fez o que pode. O que estava ao seu alcance ela fez sem medir esforços. Ela mesmo sendo criticada, fez o que pode naquele momento para enaltecer Jesus, seu Senhor e Salvador. Aqui temos a primeira lição: Que ao olharmos para a cruz de Cristo possamos ver o que estamos fazendo e também o que estamos deixando de fazer. Como Jesus Cristo nos diz: “Em verdade vos digo, cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”.

Entusiasmado pela crítica de Judas, Simão, o anfitrião, também O censurou intimamente, segundo o relato de Lucas 7:36-50: “Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora" (v. 39). Curado da lepra pelo próprio Cristo, é curioso que Simão tenha duvidado, nesta ocasião, de que Ele era profeta, simplesmente porque permitiu que uma mulher pecadora Lhe tocasse.

A esse respeito Ellen G. White escreveu: “Foi, porém, a ignorância de Simão acerca de Deus e de Cristo que o levou a assim pensar. Não compreendeu que o Filho de Deus deve agir à maneira divina, compassiva, terna e misericordiosamente. A maneira de Simão era não fazer caso do penitente serviço de Maria. Seu ato de beijar os pés de Cristo e ungir-Lhos com o unguento foi exasperante para seu coração endurecido. Pensou que se Cristo fosse profeta, reconheceria os pecadores e os repreenderia.

“A esse inexpresso pensamento, respondeu o Salvador: "Simão, uma coisa tenho a dizer-te.... Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinquenta. E, não tendo ele com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize pois: qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E Ele lhe disse: Julgaste bem." Luc. 7:40-43” (O Desejado de Todas as Nações, p. 566).

Cristo mostrou a Simão que Maria era tão carente da graça perdoadora de Deus quanto ele, que a havia induzido ao pedado, e agora se considerava mais justo do que ela. Foi então que ele viu a magnitude do débito que tinha para com seu Senhor. Seu orgulho humilhou-se, ele se arrependeu e o altivo fariseu tornou-se um humilde e abnegado discípulo.

Finalmente, Jesus falou com certeza da futura propagação do evangelho em todo o mundo. Que se espalharia muito longe a memória do dom de Maria e corações seriam tocados por sua ação imprevista. Ele predisse que Maria caminharia com Ele através dos séculos. Onde quer que Sua história fosse contada, a história dela também o seria. Enquanto o tempo durar, a história do seu vaso de alabastro partido contará do abundante amor de Deus por uma raça caída e da máxima expressão de agradecimento por uma pessoa que é por ele alcançada, purificada e transformada.

As marcas de gratidão de Maria

a) A marca da sinceridade e da autenticidade. Sua gratidão tem a marca da sinceridade e da autenticidade. No livro de Cantares, a menção ao nardo representa uma vida autêntica, que agrada a Deus, vida sem fingimento, falsificação ou hipocrisia. É assim que devem ser nossas ações de graças. O senhor vê as verdadeiros motivos do coração e se agrada daquilo que fazemos por amor. A qualquer pessoa que Lhe seja reconhecida, Ele abençoará. Atos de gratidão demonstrados em relação a Jesus serão sempre vistos como uma prova de fé nEle como Doador de toda boa dádiva, e como o Filho de Deus. É por isso que o significado do gesto de Maria perdurará por toda a eternidade.

b) A marca do altruísmo e da liberalidade. É um mistério como Maria economizou tanto dinheiro para comprar sua oferenda. Cremos que sentia ser amada por Jesus e respondeu a esse amor oferecendo ao Salvador aquilo que havia de mais precioso. Não se contentou em dar alguma coisa comum, de todos os dias.

Deveríamos refletir se nossas demonstrações de gratidão a Deus são, realmente, dignas dEle como Doador de todo o bem. Então nossas manifestações, materiais ou não, à altura do que recebemos? Maria mostrou-se “extravagante” com Jesus. De tal forma que os discípulos começaram a se queixar do desperdício. Mas p seu gesto deixou transparecer um poderoso e generoso amor.

Assim também, como cristãos devemos ofertar o melhor da nossa vida, e entregar-nos ao Senhor em nossa juventude e não depois de carcomido pelo pecado, pela corrupção e pela miséria!

Conclusão

O perfumado óleo que Maria esperava espalhar sobre o corpo morto de Jesus, foi derramado sobre Ele ainda vivo. As lágrimas que derramou não foram derramadas por sua própria alegria ou tristeza apenas, mas também por Ele. Ungiu Sua cabeça como os sacerdotes faziam com os reis da Judéia. Ungiu Seus pés como os senhores faziam com seus convidados em dias festivos. Simbolicamente O preparou para a morte e sepultamento. Em Seu sepultamento, o cheiro poderia impregnar a tumba somente; mas agora alegrava Seu coração com a certeza de seu amor e gratidão.

Seu espírito magnânimo, sua dádiva desprendida, sua gratidão e seu amor prepararam Jesus para a sepultura.

Sigamos-lhe o exemplo. Despedacemos o vaso do nosso coração e deixemos recender sobre Ele o perfume da nossa vida agradecidos por tudo quanto fez por nós, e ainda fará.

Ellen G. White escreveu: Deveis dar tudo – vosso coração, vossa vontade, vosso serviço – dar-vos, a vós mesmos, a Ele, para Lhe obedecerdes em tudo o que de vós requer” (Caminho a Cristo, p. 70).

Caro amigo leitor, você já respondeu ao amor infalível de Jesus? Qual é o seu maior motivo de gratidão hoje? Por que não erguer o coração numa prece agora mesmo e agradecer a Jesus por ter vindo a este mundo a mais de 2000 anos atrás e por Seu coração que sangrou e por tudo o que Ele te deu e ainda dará?



domingo, 17 de novembro de 2019

POVO DE DEUS



Gerhardt Pfandl*

Ser parte da igreja remanescente não significa exclusivismo. Deus tem uma igreja invisível composta por fiéis de todos os tempos

Em 22 de outubro de 1844, milhares de ansiosos cristãos nos Estados Unidos esperaram o segundo advento de Cristo. Obviamente, eles estavam enganados, mas daquele grupo desapontado, posteriormente surgiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, também referida por seus membros como “igreja remanescente”. Os adventistas se definem dessa maneira tendo como base uma cuidadosa exegese de alguns textos do livro de Apocalipse. Quais são esses textos? Por que os adventistas veem neles sua identidade como “igreja remanescente”?

Apocalipse 12 ensina claramente que Deus tem uma igreja remanescente no fim do tempo. Depois de descrever a história da igreja cristã (sob o simbolismo de uma mulher), do tempo de Cristo (o filho no verso 5) até o fim dos 1.260 anos (538-1798), diz o Apocalipse: “O dragão irou-se contra a mulher e saiu para guerrear contra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17).

Esse verso nos leva à época posterior ao período dos 1.260 anos (Ap 12:6, 14), ou seja ao século 19. Sabendo ser incapaz de destruir o povo de Deus, Satanás se tornou irado contra um grupo específico chamado “o restante da Sua descendência” ou “o remanescente de sua semente” – a igreja remanescente. Agora, o foco não repousa sobre a mulher (símbolo do fiel povo de Deus através dos tempos), mas sobre esse grupo em particular. “O restante de Sua descendência” ou a igreja remanescente.

Apenas duas vezes, nesse capítulo, João menciona uma “descendência” da mulher. A primeira é referente ao Filho da mulher (v. 5), o Messias; a segunda, ao “restante de Sua descendência”, a igreja remanescente. Nas duas vezes, João identifica claramente a descendência da mulher, o que apoia a visão de que “o restante de sua descendência” compreende a igreja remanescente visível. São apresentadas duas marcas identificadoras, ou dois sinais, dessa igreja remanescente: “obedecem aos mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.”

Obediência aos mandamentos

Quaisquer que sejam os mandamentos que queiramos incluir no primeiro sinal de identificação, certamente, devemos incluir os dez mandamentos. Assim, o primeiro sinal de identificação da igreja remanescente é sua lealdade aos mandamentos de Deus – todos os dez, incluindo o quarto, o mandamento sobre o sábado. Parafraseando Apocalipse 17, podemos dizer: “No fim do tempo, Deus terá uma igreja – a igreja remanescente – que será reconhecida pelo fato de que ela guarda os mandamentos, inclusive o mandamento do sábado, o sétimo dia.”

No tempo dos apóstolos, ou da igreja primitiva, esse não teria sido um sinal especial, porque todos eles observavam o sábado; mas hoje, quando a maioria dos cristãos guarda o domingo, o sábado, na verdade, tem-se tornado marca distintiva.

O testemunho de Jesus

A segunda marca de identidade é “o testemunho de Jesus”. O que significa essa frase? A expressão “testemunho de Jesus” (marturia Iesou) ocorre seis vezes no livro de Apocalipse (1:2, 9; 12:17; 19:10; 20:4).

Primeiramente, consideremos Apocalipse 1:2, 9. A introdução ao livro de Apocalipse apresenta a fonte, isto é, Deus, e o conteúdo desse livro – a revelação de Jesus Cristo. No verso 2, é-nos dito que João conduziu “a Palavra de Deus” e “o testemunho de Jesus”.

Normalmente compreendemos “a Palavra de Deus” como se referindo ao que Deus diz; e o “testemunho de Jesus” algo paralelo à “Palavra de Deus”, devendo significar, portanto, o testemunho que Jesus dá a respeito de Si mesmo. De que maneira Ele faz isso? Quando esteve na Terra, Ele testificou pessoalmente ao povo na Judeia. Depois da ascensão, Ele falou através dos profetas.

Em Apocalipse 1:9, o paralelismo entre a “Palavra de Deus” e “o testemunho de Jesus” é claramente discernível: “Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus.”

No tempo de João, “a Palavra de Deus” era referência ao Antigo Testamento, e o “testemunho de Jesus” se referia ao que Jesus tinha dito, às verdades que Ele revelou, conforme relatadas nos evangelhos e por meio de Seus profetas, como Pedro e Paulo.

Espírito de profecia

Portanto, em Apocalipse 19:10, nós lemos a explicação: “O testemunho de Jesus é o Espírito de profecia.” O que é “Espírito de profecia”? Essa frase ocorre apenas uma vez na Bíblia e essa única vez é nesse texto. Encontramos um paralelo bíblico muito íntimo em 1 Coríntios 12:8-10, em que Paulo se refere ao Espírito Santo, que, entre outros dons, outorga o dom de profecia, e a pessoa que recebe esse dom é profeta (1Co 12:28; Ef 4:11).

Assim como em 1 Coríntios 12:28 a pessoa que tem o dom de profecia (v. 10) é chamada “profeta”, em Apocalipse 22:8, 9, aqueles que têm o Espírito de profecia (19:10) também são chamados de profeta. Notemos o paralelismo entre Apocalipse 19:10, e 22:8, 9.

A mesma situação ocorre nas duas passagens. João cai aos pés do anjo para adorá-lo. As palavras de resposta do anjo são quase idênticas, porém a diferença é significativa. Em Apocalipse 19:10, os irmãos são identificados pela frase “têm o testemunho de Jesus”; em Apocalipse 22:9, eles são simplesmente chamados de “profetas”.

Assim, se usarmos o princípio protestante de interpretar as Escrituras pelas Escrituras, podemos concluir que “o Espírito de profecia” em Apocalipse 19:10 não é possessão de todos os membros da igreja em geral, mas apenas daqueles que foram chamados para ser profetas. Comentando Apocalipse 19:10, Hermann Strathmann, erudito luterano, diz o seguinte:

“De acordo com o paralelo 22:9, os irmãos mencionados não são os crentes em geral, mas os profetas. Aqui, também, eles são caracterizados como tais. Esse é o ponto do verso 10. Se eles têm o marturia Iesou (o testemunho de Jesus) também têm o Espírito de profecia, ou seja, são profetas.”1

Semelhantemente, James Moffat explica:

“‘Pois o testemunho de Jesus é o Espírito de profecia.’ Esse comentário especificamente define os irmãos que têm o testemunho de Jesus como possuidores de inspiração profética. O testemunho de Jesus é praticamente equivalente a Jesus testemunhando.”2

Testemunho do Targumim

Os leitores judeus nos dias de João conheciam o que significava a expressão “Espírito de profecia”. Eles teriam compreendido a expressão como referência ao Espírito Santo que concede o dom profético ao homem.

O judaísmo rabínico igualou as expressões do Antigo Testamento “Espírito Santo”, “Espírito de Deus” ou “Espírito de Yaweh” com “o Espírito de profecia”. Isso pode ser visto nas ocorrências frequentes dos termos no Targumim (traduções escritas do Antigo Testamento em aramaico), como por exemplo: “Por isso o faraó lhes perguntou: ‘Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o Espírito de profecia do Senhor?’” (Gn 41:38). “Então o Senhor disse a Moisés: ‘Chame Josué, filho de Num, homem em quem está o Espírito de profecia, e imponha as mãos sobre ele’” (Nm 27:18).3

Algumas vezes, o termo “Espírito de profecia” se refere simplesmente ao Espírito Santo, mas, em muitos casos, refere-se ao dom de profecia dado pelo Espírito Santo. Comentando essa expressão no Targumim, F. F. Bruce afirmou:

“A expressão ‘o Espírito de profecia’ é corrente no judaísmo pós-bíblico. É usada, por exemplo, na circunlocução para o Espírito de Yaweh que vem sobre um profeta. Assim, o Targum de Jonathan traduz as palavras de abertura de Isaías 61:1 da seguinte maneira: ‘O Espírito de profecia do Senhor Deus está sobre Mim.’ O pensamento expresso em Apocalipse 19:10 não é diferente ao que já foi citado em 1 Pedro 1:11, onde é mencionado que ‘o Espírito de Cristo’ já tinha dado testemunho de antemão pelos profetas do Antigo Testamento. [...] Em Apocalipse 19:10, entretanto, é através dos profetas cristãos que o Espírito de profecia testemunha. O que os profetas anteriores à era cristã predisseram é proclamado como fato cumprido pelos profetas da era cristã, entre os quais João ocupa lugar destacado.”4

Voltando a Apocalipse 12:17, podemos dizer que “o restante de sua descendência, [...] obedecem aos mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”, que é o Espírito de profecia ou o dom profético.

Essa interpretação é reforçada pelo estudo da palavra grega echó, cujo significado é “ter”. Essa palavra indica posse de alguma coisa. “O restante de sua descendência” tem um dom concedido por Deus – o dom profético. Se “o testemunho de Jesus” fosse apenas nosso testemunho a respeito de Jesus, João teria escrito algo como: “eles guardam os mandamentos de Deus e testificam a respeito de Jesus”, ou “eles dão testemunho sobre Jesus”. Mas a palavra grega echó nunca é usada no sentido de “dar testemunho”.

Em suma, podemos dizer que a igreja remanescente, que, de acordo com a profecia, existe depois do período dos 1.260 dias (depois de 1798), tem duas características específicas: Guarda os mandamentos de Deus, incluindo o mandamento sobre a observância do sábado, conforme Deus estabeleceu, e tem o testemunho de Jesus, que é o Espírito de profecia, ou o dom profético.

Igreja visível e igreja invisível

Desde seus primórdios em 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem reivindicado para si mesma essas marcas de identificação. Como adventistas, proclamamos os dez mandamentos, incluindo o sábado, e cremos que, como igreja, temos o testemunho de Jesus, ou seja, cremos que Deus manifestou Seu dom profético na vida e obra de Ellen G. White.

Nossos pioneiros estavam muito certos de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente de Apocalipse 12:17. G. I. Buttler, presidente da Associação Geral entre 1871 e 1888, escreveu um artigo intitulado “Visões e sonhos”, no qual dizia o seguinte:

“Então, não há um povo no qual essas condições sejam preenchidas nestes últimos dias? Acreditamos que ele verdadeiramente existe nos adventistas do sétimo dia. Nos últimos 25 anos, em todo lugar, eles têm reivindicado ser a igreja ‘remanescente’. [...]

“Guardam eles os mandamentos de Deus? Toda pessoa que conheça alguma coisa sobre esse povo pode responder que essa é parte importantíssima de sua fé. [...] No que se refere ao Espírito de profecia, é um fato notável que, desde o início de sua existência como povo, os adventistas do sétimo dia têm afirmado que ele está em exercício ativo entre eles.”5

Ellen G. White acreditava firmemente que os adventistas do sétimo dia compõem a igreja remanescente e que Apocalipse 12:17 é aplicado a eles. Os adventistas do sétimo dia “são o povo representante de Deus na Terra”,6 ela escreveu. “Temos o testemunho de Jesus que é o Espírito de profecia.”7  “Sejam todos cuidadosos para não clamarem contra o único povo que está cumprindo a descrição dada do povo remanescente, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus, e que exalta a norma de justiça nestes últimos dias.”8

Nós ainda cremos que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente, tendo o Espírito de profecia como marca de identidade.

“Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência.”9

Como adventistas do sétimo dia, somos membros da igreja remanescente de Deus. Entretanto, essa identificação não nos concede exclusividade diante de Deus. Jamais ensinamos que somente os adventistas serão salvos; sempre temos reconhecido a realidade do que tem sido chamada “igreja invisível”, composta pelo fiel povo de Deus de todos os tempos. Hoje também Deus tem pessoas fiéis em todas as igrejas, incluindo a igreja católica.10 A salvação não é garantida pelo fato de alguém ser membro de qualquer igreja. Somos salvos como indivíduos, não como igreja. Porém, ser parte da igreja remanescente de Deus significa que temos acesso ao dom especial de Deus, a mensagem inspirada de Ellen G. White, e podemos participar na proclamação das três mensagens angélicas especiais (Ap 14) para o mundo.

Referências:

1. Hermann Strathmann, Theological Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1964-1974), v. 4, p. 500.

2. James Moffat, The Expositor’s Greek of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1956), v. 5, p. 465.

3. Bernard Grossfeld, The Targum Onqelo to Genesis (Collegeville, MN: The Liturgical Press), p. 138, 102, 145.

4. F. F. Bruce, The Time is Fulfiled (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1978), p. 105, 106.

5. G. I. Buttler, Review and Herald 02/06/1874, p. 193.

6. Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 452.

7. ___________, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 114.

8. Ibid., p. 58.

9 Nisto Cremos, p. 290.

10 Ellen G. White, Evangelismo, p. 234.

*Gerhardt Pfandl Diretor associado (jubilado) do Instituto de Pesquisa Bíblica da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Fonte: Revista Ministério, Jan-Fev 2015, p. 22-24.