Teologia

sábado, 23 de julho de 2022

MENSAGEM PARA O TEMPO DO FIM


por Ezinaldo Ubirajara Pereira*

Fomos chamados para pregar uma mensagem específica

Para cada período da História, Deus tem uma mensagem específica. Essa mensagem é denominada "verdade presente". Exemplo disso é a pregação de Noé, que conclamou o mundo antediluviano ao arrependimento e anunciou a destruição por meio do dilúvio (Gn 6 e 7).

No Novo Testamento, encontramos outro exemplo em que a mensagem presente consistia em aceitar Jesus de Nazaré como o Filho de Deus e Salvador do mundo. Embora essa pregação cristocêntrica permeie a Bíblia em todos os tempos, naquela época, os apóstolos tinham o desafio de levar as pessoas a aceitar o Carpinteiro judeu como o prometido Messias do Antigo Testamento (At 2:22-36; 4:11,12; 5:30,31).

Avançando na História, encontramos no século dezesseis o movimento da Reforma Protestante com a mensagem de que a Bíblia é a única regra de fé (Sola Scriptura) e de que a fé nos méritos de Cristo é o único meio pelo qual alguém pode ser aceito e salvo por Deus (Sola Fide). Tais aspectos da mensagem eram apropriados ao contexto em que os reformadores viviam, pois o papado havia exaltado a tradição em lugar do 'Assim diz o Senhor" e a salvação pelas obras em lugar da justiça de Cristo.

Tempo do fim

Qual é a mensagem de Deus para nosso tempo? Para entendermos isso, precisamos identificar o período da História em que vivemos.

No capítulo 12 do livro de Daniel, Deus revela ao profeta que o entendimento do seu livro só ocorreria no "tempo do fim" (v. 9). Esse tempo chegaria após o período profetizado "de um tempo, dois tempos e metade de um tempo" (v. 7), o que equivale a 1260 anos (538 d.C - 1798 d.C), nos quais o Romanismo mudaria o Decálogo, perseguiria os fiéis de Deus e lançaria a verdade por terra (Dn 7:25; 8:12; Ap 12:6,13,14; 13:5,6).1

Portanto, em 1798, começou o "tempo do fim" um período singular em que as principais profecias de Daniel se cumpririam (Dn 8:14; 12:11,12), haveria um crescente avanço do conhecimento profético e também científico (Dn 12:4) e a História registraria importantes sinais preditos nos evangelhos e no livro do Apocalipse (Mt 24:29; Mc 13:24,25; Lc 21:11,25; Ap 6T2-14).2

Para esse tempo, Deus tem uma advertência de especial importância para os habitantes da Terra. É o último aviso de misericórdia a este mundo mergulhado nas trevas do pecado. Encontramos essa mensagem em Apocalipse 14:6-12 - a tríplice mensagem angélica. Essa tríplice mensagem antecede a cena da segunda vinda de Cristo – o Cavaleiro que vem para ceifar a seara da Terra (versos 14-16). Portanto, é uma advertência que deve ser comunicada no tempo do fim, uma solene mensagem que visa a preparar um povo para o encontro com o Rei que Se aproxima. O verso 13, que está entre a tríplice mensagem e os textos da Segunda Vinda, pronuncia uma bênção sobre aqueles que morrem no período em que essas mensagens são pregadas e creem nelas: "Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor."3

A pessoa de Cristo e Sua obra salvadora constituem o tema catalisador dessa tríplice mensagem. Nela, o "evangelho eterno" as boas novas da justiça e da salvação em Cristo são o tema central e predominante, como demonstrado na introdução da passagem (v. 6).4

O primeiro anjo proclama o juízo de Deus (v. 7), o qual começou sua primeira fase em 22 de outubro de 1844. Nessa data, terminou o grande período profético dos 2300 anos de Daniel 8:14, e começou a purificação do santuário celestial, a qual corresponde ao mesmo julgamento visto pelo profeta no capítulo 7:9, 10.5

Nessa nova fase de Seu ministério, Cristo não só intercede pela humanidade, como já vinha fazendo, mas atua no juízo em defesa de Seu povo, que está sendo julgado conforme os registros celestiais (Dn 7:10). Para essa fase do julgamento, usam-se os termos juízo pré-advento ou juízo investigativo, pois ocorre no período que antecede a segunda vinda de Cristo e no qual os filhos de Deus são julgados/examinados pelo padrão da lei divina que deve ser obedecida como fruto da fé em Cristo.6 Diante da iminência do julgamento, o anjo conclama a humanidade a temer a Deus, glorificá-Lo e adorá-Lo.

O segundo anjo anuncia a queda de Babilônia (v. 8), o falso sistema religioso dos últimos dias. A queda é consequência de o sistema estar fundamentado no erro, por ter rejeitado a verdade bíblica e defender doutrinas espúrias, como: imortalidade da alma, santidade do domingo, salvação pelas obras, etc. Quem não aceitar as palavras de Cristo e não as praticar, experimentará a ruína (Mt 7:26, 27), e quem "ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus" (2Jo 9). Assim, a mensagem do segundo anjo é um convite para que saiam de Babilônia todos os que foram enganados por suas falsas doutrinas (Ap 18:1-5) e aceitem a verdade conforme revelada em Cristo.

O terceiro anjo acompanha as outras mensagens com uma advertência contra a adoração à besta e ao recebimento da sua marca (Ap 14:9- 11). Essa mensagem demonstra que o conflito final girará em torno da lealdade a Deus por meio da guarda dos Seus mandamentos ou à obediência a preceitos humanos.7 Uma corporação de Igreja/Estado, nos últimos dias (Ap 13:11, 12), obrigará a humanidade a observar como dia de guarda um falso dia de adoração (Ap 13:16,17) em lugar do dia estipulado por Deus em Sua lei (Êx 20:8-11). Os que aceitarem esse falso dia serão atingidos pelas sete últimas pragas que serão derramadas "sem mistura" de misericórdia (Ap 14:9, 10; 15:1; 16). Em contraste, haverá o grupo daqueles que permanecerão fiéis a Deus mesmo diante das mais terríveis ameaças e que foram classificados como santos por guardarem "os mandamentos de Deus" como fruto de sua "fé em lesus" (Ap 14:12).

Mensagem específica

Justamente nesse tempo, o tempo do fim, no qual a tríplice mensagem deve ser proclamada, Deus suscita um povo para cumprir essa solene missão. Esse povo é identificado como aqueles "que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" (Ap 12:17). Essa última característica - "o testemunho de Jesus" - é definida como a manifestação do dom de profecia (Ap 19:10). A Igreja Adventista do Sétimo Dia se enquadra nessa classificação, pois surge no período do tempo do fim (1844) como resultado dos estudos e do cumprimento das profecias de Daniel e Apocalipse, exaltando a obediência à Lei de Deus, especificamente a validade do sábado, e testemunhando, em seu meio, a manifestação do verdadeiro dom de profecia na pessoa de Eilen G. White.8

Desse modo, há um povo que prega uma mensagem específica no tempo determinado pela profecia. Esse povo foi levantado para restaurar as verdades que foram lançadas por terra durante o período de supremacia papal, reparar as "brechas" feitas na lei de Deus, edificando, assim, "as antigas ruínas" (Is 58:12). Nossa responsabilidade é levar ao mundo uma mensagem singular, preparando "a seara da Terra" para a vinda do Filho do homem. "Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. [..,] Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção. As mais solenes verdades já confiadas a mortais nos foram dadas, para as proclamarmos ao mundo. A proclamação dessas verdades deve ser nossa obra. O mundo precisa ser advertido, e o povo de Deus deve ser fiel ao legado que se lhe confiou"9 Tal responsabilidade deve incutir em nós um senso de missão jamais visto em outro povo. Precisamos nos unir e concentrar as nossas forças nessa direção.

Mas não podemos nos esquecer de que só cumpriremos essa missão com a ajuda do Espírito Santo. Em Apocalipse 18:1, a Terra é vista sendo iluminada pela glória celestial, e essa glória é a manifestação poderosa do Espírito Santo no tempo do fim, derramando Seu poder sobre a igreja como "chuva serôdia!10 Esse poder capacitará a igreja para dar, "com potente voz" (verso 2), o último convite ao mundo, antes do fechamento da porta da graça (versos 2-5). Os adventistas do sétimo dia precisam ter como prioridade a busca desse poder a fim de continuar pregando "aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo" (verso 6) o evangelho eterno, no contexto da tríplice mensagem angélica. Cada pessoa que conheceu a verdade para o tempo presente e se une às fileiras do adventismo, é chamada a proclamar "as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz" (IPe 2:9). Portanto, cumpramos nossa missão!

 

*Ezinaldo Ubirajara Pereira é capelão do Hospital Adventista de Belém, Pará.

 

Referências

1. MervinC Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 129,130.

2. Ibid.,p.318,319.

3. Alberto R. Timm, 0 Santuário e as três mensagens angélicas: fatores integrativos no desenvolvimento das doutrinas adventistas (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002) p. 232.

4. Lição da Escola Sabatina, "0 Último Convite: a mensagem dos três anjos", outubro-dezembro,1994, p 17.

5. Clifford Goldstein, l844: Uma explicação simples das principais profecias de Daniel (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), p. 45-48.

6. Ellen G. White, 0 Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), p. 482.

7. Ellen G. White, Eventos Finais, p. 193.

8. Maxwell, 0p. Cit., p. 422, 423.

9. Ellen G. White, Evangelismo, p. 119,120.

10. Ellen G. White, 0 Grande Conflito, p. 611,612

 

FONTE: Revista Adventista, ago 2008, p. 8-10.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

MAIS DO QUE UM SÍMBOLO


 A pessoa e a obra de Cristo manifestas no Antigo Testamento

Karl Boskamp*

“Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3:16). Esse versículo resume um princípio de interpretação denominado Tota Scriptura, que destaca o valor de todos os livros que integram as Sagradas Escrituras e refuta a ideia de conceder graus de inspiração entre eles ou de estabelecer um “canon” dentro do Canon. Toda a Bíblia, e não somente uma parte dela, é inspirada por Deus. Esse preceito, juntamente com o da Sola Scriptura, sempre esteve no centro do desenvolvimento doutrinário adventista, e constitui uma premissa indispensável para a correta compreensão do Texto Sagrado.1

Apesar disso, nem sempre é fácil integrá-lo à práxis da vida cristã. Há um problema que ressurge de vez em quando: Que utilidade tem o Antigo Testamento (AT) para os cristãos?

Uma visão distorcida

Certa vez, um grupo de jovens me mostrou uma Bíblia. Percebi que ela era mais fina do que as que eu conhecia, não porque suas letras fossem menores, mas simplesmente porque era uma versão incompleta. Continha somente o Novo Testamento (NT) e o livro de Salmos. Muitos cristãos defendem que apenas o NT é suficiente para pregar o evangelho e apresentar a doutrina cristã. Consideram o AT ultrapassado, abolido e têm pouco interesse em examinar suas páginas. Assim, abrem mão dele. O problema se agrava ainda mais quando se aceita certa dicotomia entre as descrições de Deus presentes em ambos os Testamentos. Em um deles, um Senhor irado e justiceiro. No outro, um Pai amoroso e perdoador. No segundo século depois de Cristo, um cristão de origem grega já havia enfatizado essa distinção. Marcião rejeitou todo o AT e os livros do NT que se vinculavam mais diretamente a este. Tirar o AT da Bíblia é uma postura radical, porém, não é a única maneira na qual se manifesta o problema.

Quando aceitei a fé cristã, com minha mãe, lembro-me de como ela se esforçava todos os anos para fazer seu ano bíblico. No entanto, logo desanimava após chegar ao livro de Levítico ou, no melhor dos casos, ao primeiro livro de Crônicas. A luta que minha mãe enfrentava é a mesma que muitos cristãos experimentam atualmente. Eles aceitam o AT como Palavra de Deus, mas acham-no complicado e enfadonho. Para resolver esse problema, recorrem a uma leitura seletiva, ou seja, leem somente aquilo que julgam agradável ou interessante.

Trabalhei por algum tempo no Ministério Jovem. Certa ocasião, alguém fez a proposta de um novo modelo de ano bíblico para os estudantes em nossas escolas. Era uma versão resumida e, o “promotor”, ao fazer o lançamento do projeto, enfatizou que os alunos certamente iriam apreciar, pois, todas as partes maçantes da Bíblia haviam sido tiradas!

A leitura seletiva das Escrituras não é uma proposta de todo errada. Ela é uma excelente opção para quem está começando a estudar a Bíblia. O problema é quando isso se prolonga por toda a vida, e piora quando se torna normativo.

A partir dessas considerações, nota-se a dificuldade que muitos cristãos enfrentam em relação ao AT. No entanto, sua compreensão é fundamental para a doutrina e a missão da igreja.

A hermenêutica de Jesus

Ao longo do Seu ministério, Cristo constantemente dirigiu Seus ouvintes às verdades expostas no AT. Respondeu às tentações com um “está escrito”, e aproveitou cada oportunidade para recordar algo do que estava na Bíblia Hebraica. Contudo, não Se limitou somente a isso. Ele declarou que era o cumprimento das Escrituras, de modo que elas davam testemunho Dele (Jo 5:39). Foi devido a essa regra hermenêutica que Jesus pôde dizer um sábado, na sinagoga, após ler Isaías 61:1 e 2: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4:21). Do mesmo modo, assegurou com convicção que Abraão viu o Seu dia (Jo 8:56) e que Moisés escreveu a respeito Dele (Jo 5:46, 47). Após toda a consternação sofrida na cruz, Jesus disse a dois discípulos no caminho para Emaús: “Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na Sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24:26, 27, grifos acrescentados). Em outra ocasião, voltou a reiterar: “São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda convosco: importava que se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24:44, grifos acrescentados). Ambas as referências aludem à totalidade do AT, tal como havia sido preservado no canon judaico.2

Desse modo, é possível afirmar que o AT possui muitos símbolos e profecias que revelam antecipadamente a vida e obra de Jesus. No entanto, Cristo não aparece no AT somente como uma figura ou promessa de alguém que viria à Terra.

Mais do que um símbolo

A preexistência de Jesus é um ensinamento básico da doutrina cristã.3 Entretanto, em determinadas ocasiões, parece que tal ensino foi compreendido como se fosse uma mera abstração teológica, e que essa preexistência situava o Filho de Deus no Céu, separado da realidade   humana, aguardando o momento para entrar na história somente a partir de Seu nascimento. Nada é mais distante da realidade!

Quando Paulo falou da peregrinação de Israel no deserto, afirmou que os israelitas “bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1Co 10:4). Pedro declarou que aos profetas foram revelados pormenores da vida de Jesus, pois o próprio “Espírito de Cristo, neles estava” (1Pe 1:10-12).

“Em todas estas revelações da presença divina, a glória de Deus se manifestava por meio de Cristo. Não somente por ocasião do advento do Salvador, mas através de todos os séculos após a queda e promessa de redenção, ‘Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo’ (2Co 5:19). Cristo era o fundamento e centro do sistema sacrifical, tanto da era patriarcal como da judaica. Desde o pecado de nossos primeiros pais, não tem havido comunicação direta entre Deus e o homem. O Pai entregou o mundo nas mãos de Cristo, para que por Sua obra mediadora remisse o homem, e reivindicasse a autoridade e santidade da lei de Deus.”4

“Desde o pecado de Adão, a raça humana estivera destituída da comunhão direta com Deus. A comunicação entre o Céu e a Terra era feita por meio de Cristo; mas agora que Jesus viera ‘em semelhança da carne do pecado’ (Rm 8:3), o próprio Pai falou. Antes, Ele tinha Se comunicado com a humanidade por intermédio de Cristo; agora fazia-o em Cristo.”5

“Todo raio de luz divina que já atingiu o nosso mundo decaído, foi comunicado por meio de Cristo. É Ele que tem falado por intermédio de todos os que, em todos os tempos, têm declarado a Palavra de Deus ao homem. Toda a excelência manifestada nas maiores e mais nobres almas da Terra, era reflexo Dele.”6

Essas citações rompem com qualquer dicotomia entre o Deus do AT e o do NT, lei e graça, antigo e novo pacto. Desde que o ser humano caiu em pecado, foi Cristo, a segunda pessoa da Divindade, quem Se ofereceu como mediador entre Deus, o Pai, e a humanidade condenada. A mesma voz que ensinou por meio de parábolas junto ao mar da Galileia, é a voz que falou “muitas vezes e de muitas maneiras” por intermédio dos profetas que escreveram os livros do AT. Jesus esteve constantemente ativo e presente na história de Seu povo. Muitos puderam contemplá-Lo visivelmente como o Anjo do Senhor, 7 Miguel ou outra teofania. Cada vez que estudamos o AT temos a possibilidade de escutar a mesma voz terna do nosso Salvador. Podemos compreender como Ele cuidou do Seu povo ao longo de todas as épocas, valorizar a santidade da Sua lei, a gravidade do pecado e o enorme preço que custou nossa salvação.

Os 66 livros que compõem a Bíblia chegaram às nossas mãos manchados com o sangue dos profetas, apóstolos e mártires que durante séculos entregaram sua vida para registrar e preservar aquilo que temos herdado. Deus, em Sua providência, deixou-nos esse legado escrito como um registro fidedigno de Sua verdade. Temos a sagrada responsabilidade de esquadrinhar “todas” as Escrituras, já que nelas encontramos a única salvaguarda para os tempos difíceis que ainda virão. A compreensão de toda verdade revelada na Palavra de Deus requer esforço e dedicação, mas, principalmente, a iluminação do Espírito Santo.

Portanto, o AT e o NT são duas janelas que mostram duas perspectivas diferentes da mesma paisagem: Cristo e Sua obra.

 

*Karl Boskamp, formado em Teologia (UAP), é professor na Universidad Adventista del Plata

 

Referências

1. Richard M. Davidson, “Interpretación bíblica”, Tratado de Teología Adventista Del Sétimo Día (ACES, 2009), p. 68-79; Frank M. Hasel, “Presuposiciones en la interpretación de las Sagradas Escrituras”, Entender las Sagradas Escrituras, ed. George W. Reid (ACES, 2010), p. 33-57.

2. Divisões do canon hebraico: Torah (Lei), Nebi’im (Profetas) e Ketubim (Escritos). O livro de Salmos era o primeiro e principal da terceira seção, por isso nomeava toda ela.

3. Mq 5:2; Jo 1:1; 8:58; Cl 1:15-17.

4. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 366.

5. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 116.

6. Ellen G. White, Educação (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016), p. 73.

7. Vários comentaristas têm identificado esse Ser como o Cristo pré encarnado (Gn 18; 32:24, 30; Êx 3; 23:20, 21; 32:34; 33:14; Js 5:13-15; Jz 13; Dn 3:25; 10:1-9; Zc 3:1,2; Ml 3:1).

 

FONTE: Revista Ministério, Jul-Ago 2017, p. 23-25.