Teologia

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

OS CRISTÃOS PODEM TOMAR BEBIDA ALCOÓLICA MODERADAMENTE?



Ricardo André

A bebida alcoólica faz parte de quase todos os eventos sociais. Festas, despedidas, comemorações, dores de um coração partido — a bebida é a companheira de todas as horas. Na televisão, a qualquer hora do dia, somos bombardeados com a publicidade de etílicos, sempre associados à festa e descontração. Todas as propagandas estimulam os usuários a beber moderadamente. E, muitos jovens cristãos ao participarem de muitos desses eventos sociais, movidos pela propaganda da mídia, ou pela pressão social ou mesmo pelo desejo de ser igual aos amigos, acabam bebendo vinho, cerveja ou outras bebidas alcoólicas.

Em muitas passagens as Sagradas Escrituras condenam nitidamente o consumo de vinho por causa de seus efeitos prejudiciais (Levítico 10:9; Números 6:3; Deuteronômio 14:26; 29:6; Juízes 13:4,7,14; I Samuel 1:15; Provérbios 20:1; 31:4,6; Isaías 5:11,22; 24:9; 28:7; 29:9; 56:12; Miquéias 2:11; Lucas 1:15). Todavia, o apóstolo Paulo aconselhou Timóteo a usar “um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (I Timóteo 5:23). Muitos cristãos hoje, com base nessa declaração paulina, entendem que a Bíblia autoriza os cristãos a consumir moderadamente bebidas alcoólicas. Aprova Deus que os cristãos bebam cerveja, vinho ou qualquer outra bebida alcoólica de forma moderada? Como deveríamos entender esse texto?

O consumo de bebida alcoólica é condenado na Bíblia

É um fato bem documentado que o álcool prejudica os processos físicos e mentais. O ébrio tem a impressão de que o álcool o eleva acima dos cuidados e ansiedades da vida real, e o conduz a um mundo de felicidade, vigor e inteligência. Na verdade, ocorre exatamente o contrário! Por conta disso, o uso de bebidas alcoólicas é condenado nas Escrituras. O profeta Habacuque chama o vinho de "enganoso".  “Assim como o vinho é enganoso, tampouco permanece o arrogante, cuja gananciosa boca se escancara como o sepulcro e é como a morte, que não se farta; ele ajunta para si todas as nações e congrega todos os povos” (Habacuque 2:5), enquanto Salomão diz que, "o vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido, não é sábio" (Provérbios 20:1).

Os dirigentes são especialmente advertidos de que o álcool destruirá a capacidade deles para tomar decisões acertadas e administrar com sabedoria. “Não convém aos reis, ó Lemuel; não convém aos reis beber vinho, não convém aos governantes desejar bebida fermentada, para não suceder que bebam e se esqueçam do que a lei determina, e deixem de fazer justiça aos oprimidos” (Provérbios 31:4,5, NVI).

Tais advertências, entretanto, com o tempo foram sendo ignoradas. Nos tempos do profeta Isaías, o uso de vinho fermentado tinha se tornado um problema tão universal, que até mesmo os sacerdotes se embriagavam (Isaías 28:7).

O que significa o conselho de Paulo a Timóteo?

Bom, mas se a Bíblia Sagrada desaprova o uso do álcool por que Paulo aconselhou seu filho na fé a beber “um pouco de vinho”? O que, de fato, queria Paulo dizer?

Este conselho, dado por Paulo a Timóteo, tem sido seguido com prazer durante os últimos 20 séculos, por inúmeras pessoas amantes das bebidas alcoólicas. Assim, é importante verificar a natureza do conselho de Paulo e sua aplicação para nós hoje.

Em primeiro lugar, o conselho de Paulo a Timóteo deve ser considerado como uma expressão de cuidado paterno, e não como uma ordem. O apóstolo não está mandando que seu amado filho na fé beba vinho à vontade. O seu conselho é para que ele use um pouco de vinho, pela razão mencionada: “por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”.

Comentando este versículo, o Dr. Samuele Bacchiocchi, em seu livro Wine in lhe Bible, diz: "Paulo não está aqui estabelecendo uma regra a ser seguida por toda a cristandade, nem está “prescrevendo vinho como uma panaceia para todo tipo de doenças. Ele estava apenas fazendo uma recomendação que julgava útil para aliviar os problemas de Timóteo. A única conclusão legítima que se pode tirar deste texto é que é apropriado usar uma pequena quantidade de vinho por razões médicas."1

Segundo alguns comentaristas, o que o texto original em grego quer dizer é: "Não bebas mais água pura: use-a misturada com um pouco de vinho".

Como medicamento, o vinho deve ser misturado com água, como a calda feita de uvas e outras frutas era antigamente preparada e usada como tônico para o estômago em casos de dispepsia. Quando se conhece este fato, torna-se absurdo imaginar que este texto seja uma "santa" recomendação para beber vinho em lugar de água.

"A prática de misturar uma parte de vinho em duas, três, cinco ou mais partes de água, era comum no mundo antigo. Alguns vinhos, especialmente a calda grossa do suco de uva, era misturada em até 20 partes de água."2

De acordo com o Dr. Aecio Cairus, professor de Teologia no Instituto Internacional de Estudos Avançados das Filipinas, nos tempos de Paulo usava-se o vinho misturado na água como antisséptico. Ele afirma: “A água potável no passado era muito insegura. Poucos tinham acesso aos mananciais. A maioria das pessoas bebia água pluvial estagnada, coletada de seus próprios telhados em cisternas (Provérbios 5:15), onde as bactérias se multiplicavam facilmente. Isso produzia “doenças frequentes” do “estômago” ou disenteria. Porém, a adição de um “pouco de vinho” – como o clássico vinho doce e espesso – na água era suficiente para eliminar as bactérias. A passagem pressupõe que Timóteo havia sido instruído a evitar o vinho e estaria disposto a sofrer frequentes episódios diarréicos a fim de ser fiel a tal instrução, não fosse a recomendação oportuna de Paulo. Mas da mesma maneira que a consciência moderna não toleraria a posse de escravos ou a poligamia, o fato de que no passado o álcool era usado como antisséptico a fim de tornar a água da mesa própria para se beber, não pode ser usado para desculpar seu consumo hoje. A recusa ao álcool implícita nessa passagem mostra que, se o vinho for consumido pelos cristãos, ele tem de ser o “suco de uva não-fermentado” (Ellen G. White, Signs of the Times, 6 de setembro de 1899).3

 Tipos de vinho

Geralmente se pensa que o vinho que Paulo recomendou a Timóteo contivesse álcool. Mas não há qualquer certeza nesse sentido, por duas razões: o termo vinho era usado de maneira genérica para denotar tanto o vinho fermentado como o não fermentado. Em segundo lugar, há testemunhos históricos que atestam o uso de vinho não fermentado por razões médicas no mundo antigo.

Aristóteles, no quarto século A.C., recomenda o uso de um suco de uva doce, chamado glukus em grego, porque, diz ele, "embora chamado vinho, ele não tem o efeito do vinho".

Ateneus, o Gramático (280 A.D.) aconselha especificamente o uso de um tipo de suco de uva, que alguns chamam de "vinho doce", para as desordens do estômago.

Já Plínio, contemporâneo de Paulo, fala também do uso médico de vinho fermentado, demonstrando assim que os dois tipos de vinho eram utilizados como remédio. No entanto, Plínio reconhece que o vinho fermentado é absorvido mais rapidamente e "sobe para a cabeça". Para evitar os efeitos colaterais do vinho com álcool, Plínio recomenda o uso de suco de uva filtrado.

"Os testemunhos de Aristóteles, Ateneus e Plínio indicam que o vinho não fermentado era conhecido e preferido em relação ao vinho fermentado, porque não possuía os efeitos colaterais deste último. A luz de tais testemunhos, é razoável supor que o vinho recomendado por Paulo a Timóteo fosse, na verdade, não fermentado."4

O texto que analisamos indica claramente que Timóteo tinha o hábito de beber apenas água. Ele era abstêmio, portanto. Se tivesse o hábito de beber vinho, este conselho de Paulo teria sido desnecessário. Temos razão para crer que o próprio Paulo havia instruído Timóteo a ser abstinente, porque anteriormente, nessa mesma epístola, o apóstolo diz que um bispo cristão, entre outras coisas, não deve ser dado ao vinho. (I Timóteo 3:2 e 3).

Os riscos potenciais do beber moderado

A verdade é que as Sagradas Escrituras ensinam a temperança. Que é temperança? Ela é para a saúde o que a argamassa é para um edifício de tijolos. Sem a temperança não é possível preservar a saúde. Segundo a escritora cristã Ellen G. White (mensageira especial sobre o assunto de temperança), “a verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável” (Patriarcas e Profetas, p. 562). Em outras palavras, a Bíblia ensina a moderação naquilo que é bom, e a abstinência daquilo que é mau. Como ilustração do princípio de moderação naquilo que é bom, temos o conselho de Salomão para comer mel "porque é saudável" (Provérbios 24:13). Mas em seguida ele adverte que "comer muito mel, não é bom" (Provérbios 25:27). O excesso, mesmo nas coisas boas, é sempre prejudicial.

Agora, no que concerne a bebida alcoólica, por ser prejudicial a nosso corpo, ela deve ser dispensada inteiramente. O cristão, como fiel mordomo do Senhor, deve abster-se completamente dela. Até porque um pouco de álcool destrói a eficiência; quantidades maiores destroem a vida.  Paul Harvey afirmou que “trinta gramas de álcool retardam a reação muscular em 17, 4 por cento; aumentam 9,7% do tempo requerido para tomar uma decisão; ocasionam um aumento de 35,3% no número de erros causados pela coordenação muscular” (Citado em Lição da Escola Sabatina, 4º Trimestre de 1991, p. 48).

Segundo o médico e apresentador da BBC, Michael Mosley,  “qualquer quantidade de álcool que você ingerir irá provocar um aumento nos riscos de desenvolver algumas formas de câncer – particularmente câncer de mama –, incluindo algumas ocorrências mais raras da doença, em partes do corpo como cabeça, pescoço e garganta”.6 Já o professor Tim Stockwell, diretor do Centro de Pesquisas sobre Dependência Química da Universidade de Victoria, no Canadá, afirmou: “o consumo de bebidas alcoólicas, em qualquer quantidade, aumenta o risco de mulheres desenvolverem câncer de mama”. E afirmou ainda enfaticamente: “Teríamos 10% a menos de mortes no mundo por causa dessa doença se ninguém bebesse".7

Vale dizer que o álcool é um dos co-responsáveis por grande parte dos crimes, pois em maior ou menor grau, está presente como coadjuvante nas tomadas de decisões criminosas.

Nos crimes passionais está quase sempre atuante como fator desencadeador da ação violenta. Nas vinganças e brigas de bar/balada fazem parte do gatilho impulsivo que transforma um simples desentendimento numa guerra.

Além disso, temos os crimes domésticos contra mulheres e crianças em que vemos o álcool como motivo de discussões e desinibidor de agressividades latentes entre casais, pais e filhos. Os acidentes de trânsito com ou sem vítimas fatais quase sempre estão associados ao uso do álcool.

Ora, se os malefícios desse hábito são tão grandes como descritos aqui, por que insistir em continuar com ele? O melhor é que os cristãos sejam abstêmios. À primeira vista radical, a decisão é perfeitamente sensata para os servos de Deus. Vale ressaltar que a Bíblia ensina que nosso corpo é templo do Espírito Santo (I Co 6:19, 20). Essa é uma razão suficiente para cuidarmos dele. Sobre isso Ellen G. White afirma: “Nosso corpo não é nosso, para que o tratemos como desejamos, para que o danifiquemos com hábitos que levam à decadência, tornando impossível render a deus perfeito serviço. Nossa vida e todas as nossas faculdades Lhe pertencem” (Conselho Sobre o Regime Alimentar, p.56).

Ademais, o beber moderado constitui-se numa verdadeira arapuca. É sabido que todos os alcoólatras (hoje o termo é “alcoolista”) de hoje, começaram a beber moderadamente, o famoso “beber socialmente”. Nunca tiveram a intenção de tornarem-se ébrios. Mas, acabaram caindo no vício, pego pela armadilha do “beber socialmente”. Transpuseram o uso moderado e adentraram a zona do alcoolismo sem perceber. Verdade é que, não nos é tão nítido ou perceptível quando alguém passou da dose "moderada" e incidiu numa doença silenciosa, socialmente estimulada, que rende bons papos entre amigos e mata muitas pessoas direta e indiretamente – ainda que os dados estatísticos não consigam revelar a extensão e gravidade do assunto.

Todo mundo já ouviu uma história envolvendo álcool que não terminou bem. O problema é que ignoramos o fato de que a história não precisa culminar em morte ou paraplegia para ser uma tragédia. Portanto, para não correr o risco de tornar-se um alcoólista é importantíssimo não “flertar com o inimigo”, é mais prudente dispensar inteiramente a bebida. Mas, o que é preciso para praticar a temperança? “Em todos os tempos e em todas as ocasiões requer coragem moral aderir aos princípios de estrita temperança” (Ellen G. White, Temperança, p. 190).

Caro amigo leitor, que Deus lhe dê forças para fazer as modificações necessárias em sua vida no tocante a essa questão.

Referências:

1.   Samuele Bacchiocchi, Wine in lhe Bible, pág. 243.

2.   Ibidem, pág. 243.


4. Ibidem, pág. 245.

5. Ibidem, pág. 251.


7. Ibidem


sábado, 16 de setembro de 2017

AS CONTRIBUIÇÕES DE ELLEN G. WHITE PARA A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA



Gerhard Pfandl*
Tradução: Hugo Martins

O artigo “As Contribuições de Ellen G. White para A Igreja Adventista do Sétimo Dia” (Original em inglês: Ellen G. White’s contributions to the Seventh-day Adventist Church), por Gerhard Pfandl, fora publicado, inicialmente, em junho de 2016 na revista Ministry,® International Journal for Pastors, www.MinistryMagazine.org. Usado com permissão.

As contribuições de Ellen G. White para a Igreja Adventista do Sétimo Dia têm sido imensuráveis em muitas áreas e durante a história da igreja, mas, particularmente, durante os anos prímevos. As seguintes contribuições estão entre as mais importantes.

Organização da Igreja

Durante os primeiros 20 anos de nossa igreja, não havia organização eclesiástica porque os mileritas e os primeiros adventistas eram contra qualquer organização eclesiástica. Eles consideravam todas as igrejas organizadas como pertencentes à Babilônia. Desde que não havia ministério remunerado, nossos pioneiros trabalhavam em diversos labores para se sustentarem. Tiago White, por exemplo, aparava grama, cortava madeira e trabalhou na construção de uma estrada de ferro para sustentar sua família. Ademais, qualquer um podia pregar, se se sentisse chamado; consequentemente, heresias proliferavam.

Também, os primeiros imóveis estavam em nomes de pessoas físicas. A questão da propriedade legalizada impulsionou, finalmente, a igreja em direção a uma organização formal. Em 1853, Tiago White admoestava os crentes a se organizarem, mas a resistência à organização era forte. Um ano depois, Ellen White escreveu: “O Senhor tem mostrado que a ordem evangélica tem sido demasiado receada e negligenciada. A formalidade deve ser banida, mas por fazê-lo não deve ser a ordem negligenciada. Há ordem no céu. Havia ordem na igreja quando Cristo esteve na Terra. . . .

    “. . . De novo foi-me mostrado o perigo desses viajantes a quem Deus não chamou. . . .

    “Vi que esta porta pela qual o inimigo entra para perturbar e levar à perplexidade o rebanho, pode ser fechada. Indaguei do anjo como poderia ser ela fechada. Disse ele: ‘A igreja precisa acorrer para a Palavra de Deus e estabelecer-se na ordem evangélica que tem sido subestimada e negligenciada.’”[1]

Mais seis anos se passaram antes que as primeiras igrejas fossem organizadas, em 1860, em Michigan. Um ano depois, a Associação de Michigan foi organizada, e, em 1863, a Conferência Geral. Nessa época, o total de membros girava em torno de 3500 crentes batizados. Hoje, a igreja tem mais de 18 milhões de membros em mais de 75 mil igrejas.

Publicações

Em 1848, Ellen White teve uma visão na casa de Otis Nichol em Dorchester, Massachusetts. Quando a visão terminou, ela disse ao seu marido, Tiago, “Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo, mandar-te-ão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o princípio. Desde este pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de luz que circundavam o mundo.”[2]

“Torrentes de luz que circundavam o mundo”! Como assim? Jesus estava voltando brevemente. Eles eram poucos em número. Não tinham membros abastados e nem grandes eruditos entre eles. O mundo estava incrédulo. E, ainda, aqui era uma jovem mulher que predisse que uma obra de publicações começaria pelos escritos de seu esposo e cresceria até alcançar o globo. Mais de seis meses se passaram antes que Tiago White pudesse até mesmo começar do zero; ele providenciou a impressão de mil cópias de um texto de oito páginas com dinheiro emprestado. Hoje, a igreja tem 63 casas publicadoras que produzem livros e revistas em mais de 360 línguas.

Reforma de Saúde e Obra Médico-Missionária

Nossos pioneiros, durante os primeiros 20 anos de nossa história, eram tudo, menos reformadores da saúde, exceto José Bates. Durante as Conferências Sabáticas de 1848, eles sentavam-se juntos para fumar seus cachimbos. Nesse ano, foi mostrado a Ellen White que o tabaco, o chá e café são prejudiciais, mas levou muitos anos para convencer os membros a dispensar o uso de tais substâncias prejudiciais.

Então, em 6 de junho de 1863, Ellen White teve uma visão de 45 minutos na qual a necessidade pela reforma de saúde fora mostrada: “Vi que era um dever sagrado zelar de nossa saúde, e despertar outros para seu dever. . . . Temos, porém, o dever de falar e de batalhar contra a intemperança de toda espécie — intemperança no trabalho, no comer, no beber . . .indicando-lhes então o grande remédio de Deus: água, água pura, para doenças, para a saúde, para limpeza e como regalo. . . .

    “Vi que não devemos calar-nos a respeito do assunto da saúde, mas despertar as mentes para ele.”[3]

Dois anos depois, em 25 de dezembro de 1865, Ellen White teve uma visão em Rochester, Nova York, na qual foi a ela mostrado que a igreja deveria “providenciar um lar para os aflitos e aqueles que desejam aprender a cuidar de seu corpo, visando prevenir doenças. . . .

“Nosso povo deve ter uma instituição própria e sob seu controle, para benefício dos doentes e sofredores entre nós, os quais desejam saúde e vigor para poderem glorificar a Deus em seu corpo e espírito, os quais Lhe pertencem.”[4] Como resultado, um ano depois, em setembro de 1866 o Western Health Reform Institute [Instituto de Reforma de Saúde do Oeste], em Battle Creek, foi inaugurado. Hoje, a igreja cuida de 175 hospitais e sanatórios e 270 clínicas e ambulatórios ao redor do mundo.

Educação

Em 1872, Ellen White recebeu uma visão sobre princípios apropriados de educação. Pouco tempo depois, ela escreveu 30 páginas sobre o que lhe tinha sido revelado. “Necessitamos de uma escola na qual aqueles que entram no ministério pastoral possam pelo menos receber instrução nos ramos comuns de educação, e onde aprendam também com mais perfeição as verdades da Palavra de Deus para este tempo.”[5]

Em 24 de agosto de 1874, o Battle Creek College abriu as suas portas. Hoje, temos mais de 7000 escolas secundárias e primárias e mais de 100 faculdades e universidades. Adventistas do sétimo dia têm a maior rede educacional protestante no mundo. Por quê? Porque nossos pioneiros levaram muito a sério o que Deus dissera a eles por meio da profetiza da igreja remanescente.

Missão

Nas primeiras décadas de nossa história, eles acreditavam que a igreja estava cumprindo a ordem divina de ensinar a todas as nações pregando aos imigrantes na América do Norte. Uriah Smith escreveu em 1859: “não temos conhecimento que a Mensagem do Terceiro [Anjo] esteja, atualmente, sendo proclamada em qualquer país além do nosso. . . . Nossa pátria é composta por pessoas de quase todas as nações.”[6] Para alcançar essas nações nos Estados Unidos, publicações foram preparadas em diversas línguas.

Quando em 1864, M. B. Czechowski voluntariou-se para ir como missionário para a Europa, seu pedido foi rejeitado. Ele dirigiu-se aos Adventistas do Primeiro dia, e eles o enviaram para a Europa, onde ele pregou as mensagens dos três anjos e organizou grupos adventistas do sétimo dia. Enquanto isso, Ellen White educava a igreja sobre sua responsabilidade em escala mundial. Em 1871, ela escreveu: “Muito pode ser feito por meio do prelo, porém, mais ainda se poderá cumprir se a influência do trabalho dos pregadores vivos acompanhar as nossas publicações. . . .

    “Quando as igrejas virem jovens zelosos e capazes para estender seus trabalhos às cidades e aldeias que nunca ouviram a verdade, e missionários prontificando-se para ir levar a verdade a outras nações, elas se animarão e se fortalecerão . . .”[7]

E, em 1874, ela teve um sonho extraordinário de dar a mensagem do terceiro anjo ao mundo. No nosso fora a ela revelado: “Estais alimentando ideias muito acanhadas quanto à obra para este tempo. Estais procurando planejar a obra de modo que possais abrangê-la em vossos braços. Deveis considerar perspectivas mais vastas. Vossa luz não deve ser posta sob o alqueire, nem debaixo da cama, mas no velador, para que alumie todos os que estão na casa. Vossa casa é o mundo. Vossa casa é o mundo. . . .

    “. . . A mensagem irá com poder a todas as partes do mundo, ao Oregon, à Europa, à Austrália, às ilhas do mar, a todas as nações, línguas e povos.

    . . . vossa fé é acanhada, muito pequena. Vossa concepção da obra necessita ser grandemente aumentada.”[8]

Em 1874, John N. Andrews tornou-se o primeiro missionário adventista do sétimo dia oficial. Ele e seus filhos foram para a Suíça, e, três anos depois, a família de John G. Matteson foi enviada para a Escandinávia. Por volta de 1890, missionários adventistas estavam trabalhando em 18 países.

Hoje, dos 238 países no mundo reconhecidos pelas Nações Unidas, os adventistas do sétimo dia têm uma obra estabelecida em 216.

Teologia

Mais de uma vez o conselho de Ellen White impediu a igreja de cometer sérios erros teológicos. Por exemplo, nos anos 1890 e no início do século vinte, o Dr. John Harvey Kellogg, diretor do Sanatório de Battle Creek, tentou introduzir o panteísmo na igreja. Em 1903, ele e seus seguidores, Dr. E. J. Waggoner, Elder A. T. Jones e Dr. David Paulson, chegaram a Washington para convencer o Concílio de Outono do Comitê da Conferência Geral a aceitar o livro de Kellogg, The Living Temple [O Templo Vivo], que tinha sido rejeitado anteriormente em razão de seu conteúdo panteísta.

Embora este item não estivesse incluído na pauta: “a atividade regular foi deixada de lado e um foi dado para tratar da filosofia panteísta.

. . . Durante o dia todo [os delegados] debateram sobre o assunto. . . . Cerca de nove horas da noite, o Ancião [A. G.] Daniells [o presidente da Conferência Geral, que se opunha ao livro] considerou que era hora interromper a reunião, mas ele não ousou trazer em votação. As pessoas estavam muito confusas e incertas, e eles não desejava dar um passo que solidificasse quaisquer conclusões. Ele encerrou, então, a reunião, e as pessoas de dirigiram aos seus alojamentos.

Dr. Paulson, que era um forte apoiador do Dr. Kellogg, juntou-se a Daniells. Enquanto os dois caminhavam juntos, eles continuavam a discussão do dia. Chegando ao local onde Daniells estava se hospedando, ficaram sob um poste de luz e conversaram por um tempo. Finalmente, Dr. Paulson apontou seu dedo em Daniells e declarou:

    “Você está cometendo o maior erro de sua vida. Depois de todo este tumulto, em algum desses dias você acordará e se verá envolto em um mar de lama, e um outro estará tomando a dianteira.’ . . .

O Pastor Daniells esqueceu de seu cansaço e desânimo e respondeu com firmeza: ‘Eu não acredito em sua profecia. Em todo caso, preferiria estar envolto em um mar de lama fazendo o que acredito em minha alma ser o correto do que andar com príncipes, fazendo o que minha consciência me diz ser errado.’ . . .

Depois de partir, Daniells entrou na hospedagem, onde ele viu . . . ‘duas mensagens da Senhora White [esperando por ele]. ‘. . . Ninguém é capaz de imaginar,’ contou Daniells, ‘o ímpeto com o qual eu li os documentos que chegaram do correio enquanto nós estávamos em meio às nossas discussões. Era o mais positivo testemunho em relação aos perigosos erros que eram ensinados em The Living Temple.’ . . . A mensagem viera no momento mais crítico. Conforme ele lia, seus olhos se debruçavam sobre aquelas palavras:

    “Tenho algumas coisas a dizer aos nossos ensinadores em referência ao novo livro The Living Temple. Sejam cuidadosos em como vocês defendam a ideia desse livro no que diz respeito à personalidade de Deus. Quando o Senhor apresentava o assunto diante de mim, essas ideias não tinham a aprovação de Deus. Elas são uma armadilha que o inimigo tem preparado para esses últimos dias. . . .

    “Nas visões noturnas, esse assunto foi, claramente, apresentado a mim diante de uma multidão. Um dos líderes estava discursando. . . . O orador segura The Living Temple dizendo: “Neste livro há afirmações que o próprio escritor não compreende.” . . .

Em um outro documento recebido da Irmã White direcionado aos ‘Líderes em Nossa Obra Médico-Missionária’ . . . ele leu:

    “Após tomar, finalmente, sua decisão, sábia e cautelosamente, não faça qualquer concessão em qualquer ponto concernente ao que Deus tem claramente falado. Seja tão calmo quanto uma tarde de verão, mas tão firme quanto as rochas eternas.”[9]

Na manhã seguinte, os líderes da igreja reuniram-se para o concílio. Após a oração, o Pastor Daniells levantou-se disse aos irmãos que ele tinha recebido duas importantes mensagens da Irmã White. Todos ficaram ansiosos para ouvi-las. Ele sentou-se silenciosamente enquanto ele lia. Conforme palavra por palavra expondo a falsidade dos ensinamentos de The Living Temple era apresentada aos presentes, muitos améns em alta voz eram ouvidos e lágrimas escorriam abundantemente. Foi nesse momento em que a sorte mudou” e o panteísmo foi rejeitado.

Quando o Pastor Daniells enviou uma carta de agradecimento a Ellen White contando os eventos do dia, ele recebeu uma carta em resposta na qual ela explicou o porquê ele recebera as mensagens naquele exato momento:

    “Um pouco antes de enviar os testemunho que você disse que chegara bem a tempo, tinha lido sobre um incidente de um navio em uma neblina indo de encontro com um iceberg. . . . Certa noite, uma cena foi claramente apresentada diante de mim. Um navio navegava sobre as águas em meio a forte neblina. Repentinamente, o vigia gritou: ‘Iceberg a vista!’ Vendo do mirante no alto do navio, era um gigantesco iceberg. Um voz com autoridade gritou: ‘vá de encontro!’ Não era um momento para hesitação. Era o momento para uma ação imediata. O engenheiro colocou a todo o vapor, e o homem no timão manobrou a embarcação para ir de encontro ao iceberg. Com uma colisão a embarcação acertou o iceberg. Houve um choque terrível, e o iceberg partiu-se em milhares de pedaços caindo com um som como de um trovão sobre o convés. Os passageiros foram violentamente chacoalhados pela força da colisão, mas nenhuma vida se perdeu. O navio foi afetado, mas não de modo que não pudesse ser reparado. Ele ricocheteava por causa da colisão, tremendo da proa à popa como uma criatura vivente. Seguiu-se, então, em direção ao seu caminho.

    “Conhecia, muito bem, o significado desta representação. Foi-me dado ordens. . . .

    “Este é o porquê você recebeu os testemunhos naquele exato momento. Nessa noite, levantei uma da manhã, escrevendo tão rápido quanto minhas mãos poderiam sobre o papel.”[10]

Conclusão

Deus usou Ellen White várias vezes para conduzir a igreja durante diversas crises. Embora tenha falecido em 1915, seus escritos continuam a guiar a liderança da igreja quando se depara com novos desafios. Seus escritos são, portanto, relevantes ainda nos dias de hoje. “Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis” (2 Cr 20:20).

*Gerhard Pfandl serviu como Pastor na Áustria e na Associação Californiana. De 1977 a 1989 foi Professor de Religião no Seminário Bogenhofen na Áustria. Antes de juntar-se ao quadro do Biblical Research Institute em 1999, serviu por sete anos como Secretário de Campo na Divisão Pacífico Sul em Sidney na Austrália. Pfandl publicou mais de 120 artigos acadêmicos e populares em Alemão e Inglês e é o autor de diversas Lições da Escola Sabatina e de livros como The Time of the End in the Book of Daniel e Daniel: The Seer of Babylon.

[1] Ellen G. White, Primeiros Escritos, pp. 97, 100.

[2] Ellen G.White, Life Sketches of Ellen G.White (Mountain View, CA: Pacific Press Pub. Assn., 1915), p. 125.

[3] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, 3:280.

[4] Ellen G. White, Testemunhos para A Igreja, 1:489–492.

[5] Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, pp. 45–46.

[6] Uriah Smith, “Nota dos Editores,” Advent Review and Sabbath Herald, 3 de fevereiro de 1859, p. 87.

[7] White, Life Sketches, p. 205.

[8] Ibid., pp. 208–209.

[9] Arthur L.White, Ellen G. White—The Early Elmshaven Years: 1900-1905 (Washington, DC: Review and Herald Pub. Assn., 1981), pp. 296–298.

[10] Ibid., pp. 299–301.


domingo, 10 de setembro de 2017

QUAL É MAIS VANTAJOSO, CASAR OU VIVER JUNTOS?



Ricardo André

Nesta era da Pós-Modernidade, é cada vez mais comum casais de namorados, que possuem relacionamento estável, decidem morar juntos primeiro para depois se casarem legalmente. O argumento que eles utilizam é que, morar juntos, antes de casar é mais vantajoso porque os ajuda a economizar dinheiro, conhecerem-se melhor um ao outro, e permite o fortalecimento do compromisso mútuo. Outros argumentam que é preciso experimentar antes de se fazer um compromisso. Será que essa representa uma atitude sábia? Há mesmo mais vantagens morar juntos, antes de casar? O que dizem as Sagradas Escrituras?

Viver juntos sem a formalização de um contrato matrimonial pode parecer prático, especialmente quando existe o compromisso de se casar mais tarde. Porém, existem várias desvantagens que é preciso considerar. Obviamente, o namorado precisa perguntar para sua namorada o que ela realmente acha da ideia. Dizemos isso porque é sabido que a maioria das mulheres considera o morar juntos com certa apreensão. Na verdade, elas sonham com um casamento legal, oficializado. Uma vez nessa relação, percebem que é transitória, instável e insegura. Com razão, muitas preferem a segurança do casamento desde o início. Estudos comparativos mostram que as mulheres que vivem junto com seus namorados sofrem mais descontentamento e depressão do que as casadas.

Vários estudos revelam maior incidência de violência doméstica contra mulheres e crianças, quando não há matrimônio legal. Além disso, quando o matrimônio se consolida, os casais que coabitaram durante o namoro experimentam níveis mais baixos de satisfação durante os primeiros anos de casamento, do que aqueles que se casaram sem viver juntos anteriormente. Talvez o pesquisador mais importante nesta área seja o americano David Olsen, da Universidade de Minnesota, que tem realizado estudos contínuos com mais de 20 mil casais comprometidos e casados. Essas pesquisas mostram constantemente que os casais, que vivem separadamente antes do matrimônio, têm um nível mais alto de satisfação após ele. Enquanto isso, há estudos mostrando que casais que vivem juntos antes do casamento, apresentam níveis mais baixos de satisfação.

As vantagens do casamento legal

O matrimônio legal, em comparação com a coabitação, tem várias vantagens. Vejamos algumas:

1) Quando casei com minha esposa Ana Claudia, em 29 de setembro de 2004, lembro-me, como se fosse hoje, da alegria, satisfação e do entusiasmo no dia que entramos pela primeira vez em casa, após a lua de mel. Quando os namorados vivem juntos e depois casam, o efeito da novidade, o entusiasmo de, depois de um namoro sério e de um casamento, entrar em casa, de mãos dadas, para viverem juntos pela primeira vez, é uma experiência maravilhosa. Tudo será uma novidade, e os dois terão de trabalhar todos os dias para viverem em sintonia até nas pequenas coisas. O amor que se vive, aliado ao entusiasmo da novidade, é o que irá mover os dois.

2) Uma relação legal cria um compromisso público e particular, bem como altas expectativas no casal. Em troca, isso conduz a uma relação mais estável.

3) Quando as crises surgem, os casados exibem um nível particularmente alto de energia e vontade de solucionar o conflito. Isso porque o matrimônio é visto como compromisso permanente e estável.

4) O rompimento dos laços conjugais é feito apenas em último recurso. Uma separação, no caso de viver juntos, é muito mais fácil (cerca de metade dos casais que vivem juntos fora do casamento se separam). Isso é especialmente significativo para os casais cristãos que consideram o casamento como um compromisso para a vida.

5) O casamento é universalmente respeitado, enquanto que a coabitação carrega frequentemente consigo um estigma social. A maioria das famílias e sociedades espera que os namorados se casem e não vivam simplesmente juntos. Esta opção certamente ocasiona alienação da família e muita dor para aqueles que os amam como pais, irmãos e outros parentes.

6) Curiosamente, e contrário ao que pensam muitos, o número de divórcios é maior em casais que viveram juntos antes de casar do que entre casais que apenas foram morar junto depois de casar. Apesar de se achar ser útil saber as rotinas de cada um no dia a dia, é mais benéfico usar esse tempo aplicando num namoro sério, onde se conversa e se tenta conhecer mais sobre a personalidade da pessoa ao seu lado, do que ir morar logo juntos, sem um compromisso firme, apenas para experimentar e facilitar a intimidade. Há mais motivação no amor quando é "tudo ou nada" do que quando se tem uma saída fácil.

7) Quando se vive junto, não existe a pressão do compromisso e da promessa de ficar juntos "na saúde e na doença, na alegria e na tristeza". Se algo corre mal, não é preciso lutar por uma promessa que não se fez nem se "assinou", perante Deus. Casamento é mais do que um papel assinado, é um contrato que duas pessoas fazem, perante Deus, de que irão cuidar uma da outra em qualquer situação. Quando se mora junto, essa motivação extra não existe, pode-se lutar pela relação mas não será com a mesma força.

O que dizem as Sagradas Escrituras?

Se você e seu namorado (a) forem cristãos crentes na Bíblia, você deveria levar em conta a elevada visão que Deus tem da união matrimonial desde o início. Quando uniu o primeiro homem e a primeira mulher em casamento no jardim do Éden, o Criador formou a primeira família (Gn 2:18-25). No verso 23, Adão ficou tão extasiado que expressou as triunfantes boas-vindas à sua esposa em uma poesia: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". A criação de Eva e seu subsequente casamento com Adão destinavam-se a ser uma grande bênção. “O vínculo da família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na Terra. Foi designado a ser uma bênção à humanidade. E assim o é sempre que se entre para o pacto matrimonial inteligentemente, no temor de Deus, e tomando em devida consideração as suas responsabilidades” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, págs. 356 e 357). Deus pretendia que marido e esposa experimentassem uma união sem igual que Ele chamou de “uma só carne” (v. 24). Um homem, com uma mulher, deviam formar o fundamento do lar, a unidade básica da qual toda vida humana devia brotar e existir. Portanto, ao casal casado Deus confiou outro dos Seus propósitos para as famílias – a geração de filhos (Gn 1:28).

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24, NVI).O ideal de deus para o casamento está exposto neste verso. Na ordem de deus, a união de corpos entre marido e esposa deve acontecer depois de seu compromisso no casamento. A ordem bíblica deixar ... unir-se... e serão uma só carne foi trágica e desafiadoramente invertida nos tempos pós-modernos, com tristes resultados.

A escritora cristã Ellen G. White afirma: “(...) Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem "deixará... o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gên. 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem” (O Maior Discurso de Cristo, p. 63 e 64).

Jesus, que estabeleceu a família no princípio não mudou de ideia durante o seu ministério terrestre. Assim como planejou na criação, o Filho de Deus apoiou a família como fonte de nutrição, apoio e força. Ele mesmo realizou Seu primeiro milagre para comemorar e dar Sua aprovação a um casamento em Caná da Galiléia (Jo 2). Portanto, do ponto de vista bíblico, o ideal é que os namorados se casem legalmente para depois morar juntos.

Caro (a) amigo (a), a despeito da aparente conveniência da coabitação, ela é na realidade um pobre substituto do casamento entre um homem e uma mulher que verdadeiramente se amam, e que permanecem castos até tomarem seus votos perante Deus e na presença da família e amigos. Você nunca se arrependerá disso.