Quem são os “espíritos
em prisão”, mencionados em 1 S. Pedro 3:19 e 20 — os antediluvianos?
“Espíritos em Prisão”.
Esta frase tem confundido a muitos, porque têm ideia de que um espírito seja um
homem ‘desencarnado’, existente alhures em alguma região inferior.
Daí dizerem que, entre
a crucifixão e a ressurreição, Jesus foi a algum lugar, selecionou os espíritos
dos antediluvianos dos dias de Noé, e lhes pregou, concedendo-lhes uma segunda
oportunidade de salvação.
Isso envolve os erros
da consciência na morte; da existência de algum lugar, como seja o purgatório;
da possibilidade de uma segunda oportunidade; da descida de Cristo ao inferno,
suposto local dos espíritos desencarnados.
“Nos dias de Noé”. Aí
está a chave para se descobrir a época da pregação. Noé foi o instrumento usado
por Cristo e pelo Espírito, e por ele a mensagem do arrependimento foi pregada,
antes do dilúvio: “O apóstolo passa do exemplo de Cristo ao do mundo antigo, e
apresenta aos judeus, a quem escrevia, o acontecimento referente aos que creram
na pregação de Cristo, por intermédio de Noé, e a Ele obedeceram — atitude bem
diversa daquela dos que continuaram desobedientes e descrentes — dando a
entender aos judeus que estes se achavam sob sentença semelhante. Deus não
havia de suportá-los por muito tempo mais”. — Mathew Henry.
Era Noé um “pregoeiro
da justiça” (II 5. Pedro 2:5) e de Gênesis 6:3 ressalta bem claro que o
Espírito de Deus estava com ele
De 5. Lucas 4:18-21,
Isaías 42:7 e 61:1 vemos que Jesus compreendia que a obra que deveria realizar
era a “abertura da prisão aos presos”.
Achavam-se ligados em
pecado, e Cristo devia fazer essa obra, porquanto sobre Ele estava “o Espírito
do Senhor Jeová”. O que Jesus fez em Seus dias, foi feito por Noé em sua época.
Adam Clarke, concluindo
pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarna dos”, diz que a
frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hebreus 12:23) “certamente se
refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o
Pai dos ‘espíritos’ (Hebreus 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o
‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Números 16:22 e 27:16) significa homens,
não em estado desencarnado”
O Dr. Pearson, da
Igreja Anglicana, diz:
“É certo, pois, que
Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o
tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto
era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou
depois de haverem morrido”.
Vemos assim que mesmo
eminentes teólogos, que acreditam na alma imortal, admitem que essa passagem
não ensina a doutrina da imortalidade da alma. (Revista Adventista, março de
1963, pp. 31 e 32.
Quem eram esses
“espíritos em prisão” e como Cristo pregou para eles é corretamente explicado
por João Wesley:
“Por meio de que
Espírito Ele pregou? — Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão —
os homens perversos antes do Dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus
esperava? — Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo
preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura”.
— Explanatory Notes Upon the New Testament, p. 615.
Fonte:
Consultoria Doutrinária
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