Teologia

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ESPÍRITOS EM PRISÃO



Quem são os “espíritos em prisão”, mencionados em 1 S. Pedro 3:19 e 20 — os antediluvianos?
“Espíritos em Prisão”. Esta frase tem confundido a muitos, porque têm ideia de que um espírito seja um homem ‘desencarnado’, existente alhures em alguma região inferior.
Daí dizerem que, entre a crucifixão e a ressurreição, Jesus foi a algum lugar, selecionou os espíritos dos antediluvianos dos dias de Noé, e lhes pregou, concedendo-lhes uma segunda oportunidade de salvação.
Isso envolve os erros da consciência na morte; da existência de algum lugar, como seja o purgatório; da possibilidade de uma segunda oportunidade; da descida de Cristo ao inferno, suposto local dos espíritos desencarnados.
“Nos dias de Noé”. Aí está a chave para se descobrir a época da pregação. Noé foi o instrumento usado por Cristo e pelo Espírito, e por ele a mensagem do arrependimento foi pregada, antes do dilúvio: “O apóstolo passa do exemplo de Cristo ao do mundo antigo, e apresenta aos judeus, a quem escrevia, o acontecimento referente aos que creram na pregação de Cristo, por intermédio de Noé, e a Ele obedeceram — atitude bem diversa daquela dos que continuaram desobedientes e descrentes — dando a entender aos judeus que estes se achavam sob sentença semelhante. Deus não havia de suportá-los por muito tempo mais”. — Mathew Henry.
Era Noé um “pregoeiro da justiça” (II 5. Pedro 2:5) e de Gênesis 6:3 ressalta bem claro que o Espírito de Deus estava com ele
De 5. Lucas 4:18-21, Isaías 42:7 e 61:1 vemos que Jesus compreendia que a obra que deveria realizar era a “abertura da prisão aos presos”.
Achavam-se ligados em pecado, e Cristo devia fazer essa obra, porquanto sobre Ele estava “o Espírito do Senhor Jeová”. O que Jesus fez em Seus dias, foi feito por Noé em sua época.
Adam Clarke, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarna dos”, diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hebreus 12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Hebreus 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Números 16:22 e 27:16) significa homens, não em estado desencarnado”
O Dr. Pearson, da Igreja Anglicana, diz:
“É certo, pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido”.

Vemos assim que mesmo eminentes teólogos, que acreditam na alma imortal, admitem que essa passagem não ensina a doutrina da imortalidade da alma. (Revista Adventista, março de 1963, pp. 31 e 32.
Quem eram esses “espíritos em prisão” e como Cristo pregou para eles é corretamente explicado por João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? — Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão — os homens perversos antes do Dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava? — Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura”. — Explanatory Notes Upon the New Testament, p. 615.

Fonte: Consultoria Doutrinária

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