Teologia

sexta-feira, 28 de abril de 2023

TODOS SEREMOS SALVOS?


 Joel Iparraguirre* e Christian Varela**

O universalismo e a relação entre amor e justiça nas Escrituras

Nos últimos anos, ressurgiu uma crença cuja premissa fundamental afirma que Deus salvará todos os seres humanos, independentemente da condição em que se encontrem, mesmo que continuem a pecar e não tenham sido transformados pelo Espírito Santo. Essa abordagem é conhecida como universalismo (apokatastasis) ou restauracionismo.1 Mas, afinal, todos seremos salvos? O que a Bíblia diz sobre isso? Com o objetivo de responder a essas perguntas, vamos rever quais são os argumentos bíblicos e teológicos do universalismo, além de apresentar sua hermenêutica e filosofia. Depois, analisaremos essa crença à luz das Escrituras.

Argumentos teológicos

Os universalistas utilizam vários conceitos bíblicos para validar a ideia de restauração universal. Por exemplo: Deus deseja salvar a todos (Gn 12:3; Ez 33:11; 1Tm 2:3; 2Pe 3:9);2 Deus é amor e Sua graça é infinita (1Jo 4:8, 16; cf. Sl 103:8; 1Co 13:4-8); e a morte expiatória de Cristo pagou os pecados de todos (Jo 12:32; 1Co 15:22, 23; Hb 2:9; 1Jo 2:2). Portanto, todos os seres humanos serão aceitos e recebidos na Nova Jerusalém. Da mesma forma, o ser humano terá a oportunidade de aceitar a graça divina até mesmo depois da morte (1Pe 3:18-21; 4:6) ou depois do milênio.3 Os universalistas também declaram que as palavras de Pedro em Atos 3:21 comprovam a restauração final de toda a criação.4

Além disso, para os universalistas, a soberania de Deus é um aspecto fundamental no processo de reconciliação universal (Ef 1:11). Como um Deus amoroso, justo e onisciente, Ele não criou os seres humanos para castigá-los eternamente ou extingui-los. A Sua bondade exige a salvação de todos os seres racionais. Em Sua onisciência, o Senhor fará o impossível para salvar cada pecador (2Cr 20:6; Pv 19:21; Is 46:10; Mt 19:26). O caráter misericordioso de Deus seria incoerente se Ele não fosse capaz de salvar toda a Sua criação.

Por outro lado, eles pretendem defender o livre-arbítrio humano ao dizer que Deus não força a vontade de Suas criaturas, mas que elas mesmas são guiadas para que aceitem a misericórdia divina.5 Eles também não negam as consequências do pecado, a ira divina nem a existência de um castigo. No entanto, esse castigo tem como finalidade purificar e corrigir o pecador.6 A punição é real, mas temporária. O propósito da justiça divina para Sua criação não é punitivo, mas redentivo.7

Hermenêutica e filosofia do universalismo

Ilaria L. E. Ramelli demonstrou que esse ensinamento é resultado da influência de vários livros apócrifos como o Apocalipse de Pedro, os Oráculos Sibilinos, o Apocalipse de Elias, a Epístola dos Apóstolos, e a Vida de Adão e Eva. Ainda que essas fontes literárias não tenham abordado de forma direta o conceito da restauração universal, foram claros antecedentes para a crença de uma intercessão e conversão após a morte.8

Orígenes e Clemente, dois grandes mestres do cristianismo, foram os que impulsionaram e moldaram essa crença. Ramelli sublinhou que “a teoria da apokatastasis” se originou “no contexto de debates filosóficos sobre o livre-arbítrio, a teodiceia e o destino eterno das criaturas racionais”.9

Ao utilizar uma hermenêutica alegórica, Orígenes assinalou que “o que parecia indignante ou inapropriado devia ser interpretado espiritualmente”.10 Assim, os textos bíblicos referentes ao castigo, à ira divina e ao fogo eterno eram entendidos alegoricamente devido ao contexto apologético de seu tempo.11

Orígenes e Clemente integraram a doutrina da restauração final com outros ensinamentos que deram coerência a toda sua exposição bíblica. Entre eles, encontramos a crença da imortalidade da alma,12 a conversão pós-morte13 e o castigo pedagógico nesta vida e depois dela.14 Finalmente, eles apontaram que o amor divino venceria a infidelidade do pecador.15 Por isso, a punição era considerada um processo de purificação.16

Os pensadores universalistas atuais provavelmente rejeitariam a hermenêutica alegórica e a preexistência das almas; no entanto, é impossível negar que existam semelhanças no uso que fazem das Escrituras e nas pressuposições filosóficas e teológicas.

A Bíblia apoia a teoria universalista?

Estamos convencidos de que a Bíblia não apoia essa crença. De fato, acreditamos que muitos dos textos usados pelos universalistas (por exemplo, Jo 1:29; Rm 5:18; 1Tm 4:10; 1Co 15:22; Hb 2:9; 1Jo 2:2, entre outros) realmente apontam para uma expiação universal, não para a ideia de que todos serão salvos.17 O contexto imediato e canônico torna impossível a perspectiva universalista sobre a salvação.

As Escrituras afirmam que a vida eterna está condicionada à justificação e santificação em Cristo durante nossa vida aqui na Terra (Jo 5:21; 15:1-5; Jd 21; 1Co 15:53; 1Jo 5:20; Ap 22:14). Isso sugere que nem todas as pessoas aceitarão a Cristo ou que nem todos serão santificados pelo Espírito em obediência à Sua vontade (At 5:32; Ef 1:3-14). Essa é uma das razões pelas quais a Bíblia destaca que Jesus deu Sua vida em resgate por muitos (Mc 10:45; 14:24 cf. Mt 20:28; Hb 9:28). Cada pessoa escolhe qual será seu destino final (Dt 30:15-19; Mc 16:16; Jo 6:35; Ap 21:6; 22:17).

Ao propor a salvação de todos em Cristo, os universalistas rejeitam as ideias levantadas anteriormente e utilizam textos como Romanos 5:18. No entanto, uma leitura cuidadosa desse texto mostra justamente o contrário. Ao considerar o contexto (v. 12-21), notamos que o apóstolo Paulo contrastou duas ideias: 1) a condenação divina por causa do pecado de Adão e 2) a salvação que se obtém mediante Cristo.

O pecado afetou todos os seres humanos; por isso, a salvação é oferecida igualmente a todos. No entanto, alguns a aceitam e outros a rejeitam. Assim, nem todos se salvarão, mas somente muitos. No verso 15, Paulo declarou que “muitos morreram” e que abundou a graça em Cristo para “muitos”. Além disso, o apóstolo afirmou que “por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (v. 19).

Por outro lado, é importante reconhecer que o uso bíblico da palavra todo(s) alude à totalidade em sentido absoluto (Js 3:7; 1Sm 10:23; Sl 145:9; Mc 5:9, 12) ou a uma quantidade geral sem implicar plenitude (Dt 28:12; Is 52:10; Mc 1:5; Jo 3:26). Esse último uso é observado em certas ocasiões com fins retóricos. Por exemplo, Marcos 1:5 menciona que as pessoas de “toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém” iam a João para serem batizadas “por ele no rio Jordão”. Francis Chan e Preston Sprinkle afirmam que a palavra “todos” descrita aqui “não significa cada uma das pessoas da Judeia – homens, mulheres e crianças. Pelo contrário, ‘todos’ simplesmente denota um grande número de pessoas”.18

Essa ideia encontra apoio em outros textos bíblicos. Por exemplo, em 1 Coríntios 15:22, Paulo afirmou que “em Cristo todos serão vivificados”, isto é, ressuscitados e glorificados. Não se fala aqui de toda a humanidade, mas apenas dos crentes, “dos que são de Cristo” (v. 23, NVI), os quais serão ressuscitados e transformados em Sua vinda (cf. 1Ts 4:13-17; 1Co 15:51, 52).

O que foi dito aqui implica que podemos perder a salvação? A resposta é “sim”. Jesus afirmou que podemos perder a salvação se pecarmos contra o Espírito Santo (Mt 12:32 cf. Mc 3:28, 29; Hb 6:4-6; 10:26-31). Além disso, em várias parábolas se evidencia o destino daqueles que aceitam o evangelho e dos que o rejeitam (Mt 7:13; 8:12; 22:13, 14; 24:51). Até mesmo o sermão escatológico de Jesus aponta para essa realidade (Mt 24:31, 40, 41; 25:12, 30, 41).

Os apóstolos ensinaram a mesma coisa. Paulo destacou que a salvação está condicionada à fé do crente e à sua santificação (Rm 5:9; 2Co 5:10; Gl 6:7-10; Ef 1:13, 14; 2:1-10). Em sua carta aos Filipenses, ele exortou os crentes a permanecer fiéis diante dos inimigos da cruz de Cristo, pois o “destino deles é a perdição” (Fp 3:19). Portanto, aqueles que não aceitam a provisão realizada por Deus (Rm 2:7, 8), simplesmente perderão a salvação (1Co 9:23-27; 2Co 6:1; 1Ts 3:5; Gl 1:6). Por sua vez, João assinalou que as promessas de imortalidade foram dadas aos vencedores (Ap 2:5, 7; 3:12, 21; 7:9, 14; 14:3-5; 15:2; 22:14). Em consequência, nem todos entrarão na cidade santa por causa de seus pecados (Ap 21:8, 27; 22:11).

Enquanto estivermos vivos, devemos tomar nossa decisão, já que a Bíblia ensina que depois da morte não haverá possibilidade de experimentar a misericórdia e o perdão divino (Mt 25:46; Gl 6:7; 2Co 5:10; 6:1, 2; Hb 9:27). A parábola do rico e Lázaro ensina que depois da morte não há forma de reverter as decisões tomadas em vida (Lc 16:23-31). O juízo final de Deus é irreversível!

A justiça e o amor de Deus

Os universalistas se perguntam como Deus pode castigar alguém ou destruir para sempre uma pessoa se Ele é amor. Para responder a essa questão, devemos começar mencionando que a ira divina é compatível com a misericórdia para o pecador e o justo (Êx 20:5, 6; 33:6, 7; Dt 7:9, 10; Sl 103:8; Jo 3:15-18). A ira é uma intervenção justa e santa diante dos pecados cometidos pelos opressores do povo de Deus (Is 42:13; 59:17; Zc 1:14; Na 1:2; Sf 2:8).

A ira divina escatológica é o castigo que receberão aqueles que rejeitaram a salvação oferecida por Deus por intermédio de Cristo (Jo 3:36; 1Ts 1:9, 10; 2:8-12; Ap 14:9, 10). O elemento moral é importante para compreender as razões divinas da punição, que terminará com a destruição total.

Alguns universalistas também afirmam que Deus castigou as nações com fins redentivos e disciplinares (Sl 78:32-39; Lm 3:31-33). Embora os castigos divinos tivessem o propósito de restaurar, eles estavam dirigidos principalmente ao remanescente fiel (Is 10:20; 37:31; Ob 17).19 Contudo, devemos estar conscientes de que as advertências e castigos disciplinares muitas vezes não foram efetivos por causa da rebeldia do povo (Is 1:5; Ml 1:6, 12; 3:13, 14).

A destruição escatológica será no lago de fogo e enxofre. Essa é uma das expressões mais gráficas para descrever a justa retribuição de Deus a todos os infiéis e ímpios. Ela será executada após o milênio. A morte final ou segunda morte será a retribuição pela desobediência ao Criador; cada um morrerá por seus próprios pecados. Depois daquela morte não haverá mais vida para aqueles que forem condenados; ou seja, deixarão de existir eternamente.20

Portanto, é importante ter em mente que esse fogo não é purificador. É verdade que, às vezes, a imagem do fogo é usada metaforicamente para descrever a purificação do caráter cristão, mas é mencionada no contexto das provas e aflições da vida (Ml 3:2; 1Co 3:13-15; 1Pe 1:7). Ao contrário, no contexto escatológico, o fogo é usado para descrever a destruição dos pecadores.

Conclusão

Hoje, muitos cristãos aceitam o universalismo em seu desejo de assinalar que todos – inclusive os ímpios – serão salvos; do contrário, Deus não seria um ser amoroso como testemunham as Escrituras. No entanto, essa concepção provém de uma inadequada compreensão da Bíblia, influenciada por fontes apócrifas e pressuposições teológicas e filosóficas que desvirtuam a doutrina bíblica da salvação.

A salvação está ao alcance de todos, sim, mas as Escrituras são claras ao afirmar que muitos aceitarão a salvação enquanto outros não o farão. Além disso, se todos fossem se salvar, por exemplo, que sentido teria a Grande Comissão (Mt 28:19, 20) ou as exortações para vivermos uma vida santa (Hb 12:14; 1Pe 1:15, 16)? Portanto, somente os crentes justificados e santificados serão glorificados para viver com Deus e o Cordeiro para sempre. Dessa forma, os textos utilizados pelos universalistas, interpretados de maneira cuidadosa, apontam para a salvação dos crentes fiéis, não para a humanidade em geral.

 

*Joel Iparraguirre, pastor e editor da Safeliz, na Espanha

**Christian Varela, pastor na Argentina

 

Referências

1. Alguns a chamaram de “salvação inclusiva” ou “reconciliação universal”. Para mais detalhes, ver Ilaria L. E. Ramelli, A Larger Hope? Universal Salvation from Christian Beginnings to Juan of Norwich (Eugene, OR: Cascade Books, 2019). Para uma crítica ao universalismo, ver Todd Miles, A God of Many Understandings (Nashville TN: B&H, 2010), p. 95-120.

2. David Artman, Grace Saves All (Eugene, OR: Wipf & Stock, 2020), p. 5-7. Thomas Talbott, The Inescapable Love of God, 2ª ed. (Eugene, OR: Wipf & Stock, 2014), p. 37-48. Robin A. Parry, “A Universalist View”, em Four Views on Hell, ed. Preston Sprinkle (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2016), p. 108. Keith Giles, Jesus Undefeated: Condemning the False Doctrine of Eternal Torment (Orange, CA: Quoir, 2019), p. 95-103.

3. Artman, Grace Save All, p. 68-77.

4. Talbott, The Inescapable Love of God, p. 152.

5. Talbott, The Inescapable Love of God, p. 167-189.

6. A crença de um lugar de castigo é interpretada de maneira metafórica ou como se fosse um purgatório.

7. Jan Bonda, The One Purpose of God. An Answer to the Doctrine of Eternal Punishment (Grand Rapids, MI/Cambridge, U.K.: Eerdmans, 1998), p. 219. Parry, “A Universalist View”, p. 113.

8. Ilaria L. E. Ramelli, “Origen, Bardaisan, and the Origin of Universal Salvation”, Harvard Thelogical Review 102, nº 2 (2009): p. 135-150.

9. Ramelli, “Origen, Bardaisan, and the Origin of Universal Salvation”, p. 168.

10. Ramón Trevijano Etcheverría, La Biblia en el Cristianismo Antiguo (Barcelona: Verbo Divino, 2001), p. 91.

11. Manlio Simonetti, Biblical Interpretation in the Early Church: An Historical Introduction to Patristic Exegesis (Edinburgh: T&T Clark, 1994), p. 7.

12. Clemente, Stromata, 5, 14.91.2. Orígenes, Tratado de Principios 3.1.13; Contra Celso 3.25.33, 6.26.

13. Clemente, Stromata 6.51.2-3; 6.6.44.4-5; 6.6.47.1, 4; Clemente, Quis Dives?, 40. Orígenes, Tratado de Principios, 3.6.3; 2.10.8.

14. Clemente, Stromata, 6. 6.52.1; 6.26.168.1-2; 7.12.78.3; El Pedagogo 1.65.1-3; Orígenes, Tratado de Principios 2.10.4; 3.1.13; Comentario de Mateo, 14.11; Homilía sobre Ezequiel, 1.3.1; Homilías sobre Jeremías, 19.3.

15. Orígenes, De Orationes 27.

16. Orígenes, Contra Celso 6, 72.

17. Millard Erickson, Teología Sistemática (Barcelona: Clie, 2008), p. 1026.

18. Francis Chan e Preston Sprinkle, Erasing Hell (Colorado Springs, CO: David C. Cook, 2011), p. 29.

19. John G. Stackhouse Jr. “A Terminal Punishment Response”, em Four View of Hell, ed. Preston Sprinkle (Grand Rapids: Zondervan, 2016), p. 135.

20. Para mais detalhes, ver Christian Varela, “El destino final de la humanidad: Resurrecciones, segunda muerte e inmortalidad en el Apocalipsis”, em Um Pouco Menor Que Anjos: Multileituras bíblico-antropológicas, ed. Carlos Olivares y Karl Boskamp (São Paulo: Editora Reflexão: 2021), p. 293-312.

 

FONTE: Revista Ministério Mar-Abr 2023.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

O FIM DA HISTÓRIA?


 Ricardo André

No fim dos anos 80 e início dos anos 90, o mundo estava passando por uma grande mudança em vários aspectos políticos: A URSS em plena decadência e iniciando o seu processo de abertura, o muro de Berlim sendo derrubado, os países que faziam parte do socialismo soviético iniciando seus movimentos separatistas e introduzindo novamente o sistema capitalista. Nesse contexto surge Francis Fukuyama, cientista político, economista e um dos principais assessores intelectuais de Ronald Reagan, então presidente americano, que publicou, em 1989, seu famoso artigo O fim da história? Na revista The National Interest. Nele, argumentava que a difusão mundial das democracias liberais e do livre capitalismo de mercado possivelmente sinalizavam o fim da evolução sociocultural da humanidade. Três anos mais tarde, ele publicaria o livro O fim da história e o último homem, onde expandia essas ideias.

Para Francis portanto, o “fim da história” não seria o fim literal da existência humana na Terra, mas a derrota do fascismo após a Segunda Guerra Mundial e a derrocada do socialismo no limiar do novo milênio, triunfando, portanto, uma ideologia que afirmava a democracia liberal “ocidental” como forma política e a economia de mercado como organização econômica das sociedades.

Decorrido 34 anos, o capitalismo como sistema socioeconômico é predominante no planeta e se consolida a cada ano. Contudo, continua gerando a exclusão econômica, milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em contraste alguns poucos ricos que acumulam riquezas exorbitantes.

Diferentemente do pensamento do economista Francis Fukuyama, as Sagradas Escrituras afirmam nitidamente que haverá um fim literal da história, em que “os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada” (2 Pd 3:10, NVI). Essa é uma boa-nova: a história não é um ciclo interminável de eventos. Não é um círculo infinito de tempo indo a lugar nenhum. Toda a história está sendo levada a um clímax – a colheita final da Terra e o retorno de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, como se dará o ponto final na história da existência humana? O que as Sagradas Escrituras dizem a esse respeito?

Haverá um fim literal da história?

 As condições do mundo deixam evidente que o fim desse sistema de coisa está próximo, de que estamos vivendo os últimos dias da história da Terra. A pobreza, a fome e as epidemias, como a AIDS, o ebola, a malária, e tantas outras, se agravam cada dia, tomando proporções apocalípticas. A pandemia de covid-19 causou a morte de 6,8 milhões de pessoas, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de morte seja de quase 15 milhões de pessoas em todo o mundo. Ainda segundo a OMS, a dengue mata 25 pessoa por ano no mundo. A cólera mata 100 mil. Estas doenças estranhas parecem deixar a tecnologia científica desconcertada (Lc 21:11). Aproximadamente 57 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo devido a fome.

Atualmente várias nações do mundo têm armas nucleares para a destruição mundial. Estimativas garantem que há 20 mil ogivas nucleares espalhadas pelo mundo. A maior parte delas são controladas pelos Estados Unidos e a Rússia. A decadência moral da sociedade é evidente em quase todos os lugares. A violência existe. São inúmeros ataques às escolas feitos por adolescentes e jovens cooptados por grupos extremistas de direitas ou supremacistas brancos, ceifando a vida de centenas de crianças, adolescentes e professores nos Estados Unidos, no Brasil e em outros países da Europa. A sociedade parece está impregnada de cobiça, lascívia, luxúria, e para satisfazer seus desejos animalescos cometem os crimes mais hediondos. O terrorismo de grupos radicais islâmicos parece uma praga que se espalhou pelo mundo, e mata centenas de pessoas.

No dia 24 de fevereiro deste ano a guerra na Ucrânia completou um ano. Segundo um relatório divulgado pelo Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pelo menos 8.006 civis foram mortos e 13.287 ficaram feridos nos últimos 12 meses na guerra na Ucrânia, "além das inúmeras vidas anteriormente perdidas no conflito no leste do país." Mas, acredita-se que a estimativa do número de mortos seja maior. A Rússia sofreu 180 mil mortos e feridos, enquanto a Ucrânia teve 100 mil mortos ou feridos em ação, juntamente com 30 mil mortes de civis.

A humanidade está chocada. É a fome, a guerra, o terrorismo, a violência. A criminalidade no Brasil, bate recorde, apavora a sociedade e os governantes não consegue vencer os bandidos do crime organizado nas favelas, onde atuam como um poder paralelo. Essa situação é caótica, assombrosa até! A sociedade está assustada e amedrontada.

Essa violência em longa escala, gera medo no ser humano, a neurose do medo, do pânico, do temor, do assombro e do estresse. A corrupção está presente em quase todos os lugares.

Nesse sentido, a escritora cristã Ellen G. White, afirmou: As profecias estão em cumprimento. Uma estranha e acidentada História está sendo registrada nos livros do Céu. Tudo em nossa mundo se mostra em estado de agitação. Há guerras e rumores de guerras. As nações estão iradas, e é chegado o tempo dos mortos serem julgados. Os acontecimentos se sucedem, alternando-se e apressando o dia de Deus, que está muito próximo. Só nos resta, por assim dizer, um pequeno instante” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 14).

No Apocalipse 14 o fim da história é simbolizado por duas colheitas:  a da “seara madura” e a das “uvas sangrentas”, ambas totalmente maduras. Tudo que foi semeado amadureceu. Esse amadurecimento é resultado da proclamação das três mensagens angélicas, anunciadas em alta voz para “cada nação, tribo, língua e povo” descrita em Apocalipse 14:6 a 12. A pregação da tríplice mensagem angélica prepara o mundo para a volta de Jesus, que acontecerá somente depois que essas mensagens forem proclamadas. É esse glorioso evento que porá um fim na história da humanidade. Para muitos, a mensagem da segunda vinda de Cristo não passa de mito, mas o Senhor prometeu que voltaria, e Sua Palavra não falha. “Voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (Jo 14:1-3). Essa promessa é a “bendita esperança” de todo crente (Tito 2:13), porque marcará o início de uma nova vida que jamais terá fim.

A segunda vinda de Jesus, é, indubitavelmente, o maior evento escatológico, prestes a ocorrer nesse Planeta desde que ele foi criado. Até hoje, o acontecimento de maior impacto, sem dúvidas foi o dilúvio (Gn 6 e 7). Os acontecimentos que acompanharão a volta do filho do homem, superará em muito o dilúvio de Gênesis 6 e 7. Ele vira na glória do Pai, e dos milhares de anjos que O acompanharão num glorioso cortejo Real (Mt 24:30, 31. É a volta do Rei dos reis, e Senhor dos Senhores, para assumir de uma vez por todas o Seu Reino. "Eis que vem com as nuvens e todo olho O verá" (Ap 1:7). É significativo o fato de usar o tempo presente, "vem" destacando a certeza do evento, possivelmente também, com a sensação de sua iminência.

A dupla colheita da Terra: símbolo do clímax da história

A primeira colheita é dos justos: “Outro anjo saiu do santuário, gritando com voz forte para aquele que estava sentado sobre a nuvem: – Pegue a sua foice e comece a colher, pois chegou a hora da colheita, visto que os campos da terra já amadureceram!” (Ap 14:15).

O amadurecimento do grão dourado representa as pessoas transformadas pela graça de Deus, motivadas pelo amor, que obedecem para a glória do nome de Cristo. Seus corações são um com o de Jesus, e o que desejam é o que Ele quer.

Em seguida, aparece um segundo anjo: “Então outro anjo saiu do santuário que se encontra no céu, tendo também ele uma foice afiada. [...] O anjo passou a sua foice na terra, ajuntou os cachos da videira da terra e os lançou no grande lagar da ira de Deus” (Ap 14:17, 19).

Essa colheita é a dos ímpios, que estarão no grande lagar da ira de Deus. Importante ressaltar que a ira de Deus não é um sentimento igual ao nosso. Nossa ira é circunstancial e volúvel. No caso de Deus, Ele sempre é irado contra o pecado. Sua ira contra o mal ficará evidente nos eventos finais da história humana (Mt 7:23), quando Ele castigará (Lc 12:46) e destruirá Seus inimigos (Lc 19:27), que serão lançados no fogo (Mt 13:41). E o Apocalipse de João prevê a vinda gloriosa de Cristo para executá-la.

O que significa que a colheita está totalmente madura?

A maioria dos agricultores espera até que suas colheitas estejam maduras antes de colhê-las. Da mesma forma, Jesus, o Ceifeiro divino, não voltará até que a colheita esteja completamente madura. O que isso significa? Jesus revelou que quando o evangelho tiver sido proclamado a todas as nações, “então virá o fim” (Mt 24:14). Ele acrescenta: “A colheita é o fim dos tempos” (Mt 13:39). A pregação da mensagem de Deus para os últimos dias leva homens e mulheres a tomar decisões eternas. É a resposta que as pessoas no mundo inteiro darão a tríplice mensagem angélica que levará à colheita final. A escolha pessoal de aceitar ou rejeitar o amor, a graça e a verdade de Jesus define o destino eterno de cada um. Assim, as pessoas tomam sua decisão final e irrevogável. Portanto, as mensagens do “evangelho eterno” são de importância eterna. Aceitá-las significa vida eterna. Rejeitá-las resulta, em última análise, na segunda morte, uma aniquilação cujos resultados são irreversíveis e permanentes.

Quando essas condições forem cumpridas, a colheita estará madura para ser ceifada. Nesse momento, haverá apenas duas classes de pessoas na Terra: aquelas que estão plenamente comprometidas com Cristo, sem reservas, pois nada poderá abalar sua lealdade a Ele, e aquelas que comprometeram sua integridade e se venderam ao diabo. Nesse ponto, todo o Universo verá o caráter de Cristo revelado nos remidos e o caráter de Satanás revelado nos que se perderam.

Comentando sobre o princípio da colheita em Marcos 4, Ellen G. White escreveu: “‘Quando o fruto já está maduro, logo manda cortar com a foice, porque chegou a colheita’ (Mc 4:29). Cristo aguarda com profundo anseio a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para o reivindicar como Seu. Todo cristão tem o privilégio não só de esperar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, como também de apressá-la (2Pe 3:12). Se todos aqueles que professam Seu nome produzissem fruto para Sua glória, quão depressa não estaria o mundo todo semeado com a semente do evangelho! Rapidamente amadureceria a última grande seara, e Cristo viria recolher o precioso grão” (Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 34).

Ao cumprir-se a profecia de tempo de Daniel 8:14 em 1844, dois acontecimentos importantes ocorreram nessa data: Primeiro, o ressurgimento da igreja remanescente, restaurando a verdade lançada por terra pelo Papado romano (Is 58:12; Dn 8:12; Ap 10:8-11). Segundo, no céu iniciaria o juízo investigativo ou pré-advento. Quando este terminasse, os inimigos da verdade e do povo de Deus, seriam julgados e condenados.

Estamos vivendo em um momento único da história da Terra: o juízo celestial começou em 1844 e terminará quando todo caso for decidido no tribunal divino. Quem está salvo e quem está perdido. O juízo investigativo tem seu início pelos primeiros habitantes da Terra e, alcançará até os que estiverem vivos quando o Senhor vier. Os que não forem achados salvos nesse juízo, já estarão condenados. Isto significa que, quando esse juízo terminar o Senhor já terá em Suas mãos, aqueles que vão viver com Ele eternamente no lar eterno que Ele preparou. E os que se perderam, ressuscitarão após o milênio para serem executados no juízo final, no lago de fogo e enxofre, juntamente (Ap 20:5-14).

“Assim como no Dia da Expiação no calendário judaico também era um dia de juízo, em que todo o povo de Deus se reunia no antigo santuário, confessando seus pecados e examinando seu coração, hoje o apelo da hora do juízo é um apelo à confissão, arrependimento e abandono do pecado. O apelo da hora do juízo é um convite de Deus ao ser humano para que se comprometa totalmente com Cristo no clímax da história da Terra” (Lição da Escola Sabatina, 2º Trim. 2023. Ed. do Professor, p. 52).

O que acontece no fim do juízo pré-advento é simbolizado pelas duas colheitas de Apocalipse 14. Inspirado pelo Espírito Santo Ellen G. White, escreveu:

“Quando se encerrar a obra do juízo investigativo, o destino de todos terá sido decidido, para a vida ou para a morte. O tempo da graça finalizará pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Prevendo aquele tempo, Cristo declarou no livro de Apocalipse: ‘Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e Comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras’” (Ap 22:11, 12; Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 410, 411).

Quando a porta da graça se fechar um pouco antes da vinda do Senhor, somente haverá dois grupos na Terra. Os filhos de Deus e os filhos das trevas. Os salvos e os perdidos. Os que fizeram suas escolhas eternas com Cristo e sua Palavra. E os que escolheram os enganos satânicos por meio da besta e sua imagem e receberam o número e a marca de seu nome (Ap 13).

O momento decisivo da colheita final

No seu famoso sermão profético, Jesus afirma que “aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mateus 24:30, NVI). Que sinal é este? A escritora cristã Ellen G. White comentando esse texto, afirma: “Surgirá logo no Oriente uma pequena nuvem escura, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. Será a nuvem que rodeará o Salvador, e que, à distância, parecerá estar envolta em trevas. O povo de Deus saberá ser esse o sinal do Filho do Homem. Em silêncio solene, irão contemplá-la enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar uma grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e, acima dela, o arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avançará como poderoso vencedor” (O Grande Conflito, p. 640, 641).

Por ocasião do aparecimento dessa “pequena nuvem negra do tamanho da mão de um homem”, haverá muita agitação no mundo. As nações estarão sofrendo as pragas do Apocalipse e conflitos devastadores, balançando precariamente à beira da autodestruição. Estarão em meio à desobediência e imoralidade. Diante da pequena nuvem no céu, o sentimento dos seres humanos será de curiosidade. As pessoas perguntarão: O que é aquela nuvem de aparência estranha? Elas ficarão assustadas, pois a nuvem em movimento, aproximando-se da Terra vai ficando cada vez maior e mais brilhante. Muitos perguntam: O que está acontecendo? O que estão presenciando é diferente de tudo o que já viram. As pessoas correm de um lado para o outro. E a nuvem vai ficando cada vez maior, mais brilhante, e as pessoas não conseguem tirar os olhos dela. Elas estão vendo o cumprimento da promessa de Deus em Mateus 24:30: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem (...)”.

A nuvem no céu será o retorno de Jesus a esta Terra com poder e muita glória. Cada ser humano deste planeta vai testemunhar. A Bíblia afirma: “Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém” (Apocalipse 1:7, NVI). Durante os poucos momentos, enquanto Jesus se aproximar da Terra, as pessoas irão para o que estão fazendo; mais e mais as pessoas ficarão paralisadas pela visão, até que toda humanidade esteja olhando para o céu. Jesus disse que Sua vinda seria como um “relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:27, NVI), rodeando assim, todo o globo terrestre.

Nessa ocasião, a humanidade estará dividida em dois grupos, alguns com muita alegria e outro com grande pavor. Eles ficam horrorizados, quando percebem que gastaram sua vida, fugindo da presença de Jesus, rejeitando Seus apelos. Agora é tarde demais para aceitarem o Seu amor. Alguns tentarão esconder-se e fugir da Sua presença. O apóstolo João viu a reação desse grupo diante da presença de Jesus, na visão relatada em Apocalipse 6:14-17, descrevendo-a da forma mais marcante e comovente que há na Bíblia.

“O céu foi se recolhendo como se enrola um pergaminho, e todas as montanhas e ilhas foram removidas de seus lugares. Então os reis da terra, os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos — todos os homens, quer escravos, quer livres, esconderam-se em cavernas e entre as rochas das montanhas. Eles gritavam às montanhas e às rochas: "Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá suportar? (Apocalipse 6:14-17, NVI).

Seu medo insuportável termina em morte. Isto é o que um grupo de pessoas experimentará durante os minutos finais da história deste mundo. “Na desvairada contenda de suas próprias e violentas paixões, e pelo derramamento terrível da ira de Deus sem mistura, sucumbem os ímpios habitantes da Terra — sacerdotes, governadores e povo, ricos e pobres, elevados e baixos. “E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da Terra até à outra extremidade da Terra; não serão pranteados nem recolhidos, nem sepultados.” Jeremias 25:33. Por ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a Terra: consumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 657). Mas o outro grupo experimentará algo totalmente diferente.

As pessoas continuam olhando para o céu. Aqueles que se ampararam na graça salvadora de Deus, percebem que finalmente o dia de glória chegou. Será realmente o maior acontecimento da história. Os crentes de todas as eras receberão a salvação, cheios de regozijo: “Naquele dia dirão: "Esse é o nosso Deus; nós confiamos nele, e ele nos salvou. Esse é o Senhor, nós confiamos nele; exultemos e alegremo-nos, pois ele nos salvou" (Isaías 25:9, NVI).

Depois de esperar por tanto tempo, finalmente chegou o acontecimento que todos anelam, a volta do nosso amado Salvador. Será um momento emocionante, em que, nos cemitérios, as sepulturas começarem a se abrir e delas reviverem os justos mortos. “Os mortos precioso, desde Adão aos últimos santos que morrerem, ouvirão a voz do Filho de Deus e sairão dos sepulcros para a vida imortal (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 158). Talvez a mãe encontrando o seu filho, o filho encontrando a sua mãe, o esposo encontrando a sua esposa, “criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 645). Realmente, vai ser um momento muito especial. Este é o dia para o reencontro com queridos e para conhecer homens e mulheres de todas as épocas da história da Terra – os antediluvianos, juízes, profetas, apóstolos e reformadores estarão lá. Este dia também é a sua esperança. Imagine nossa alegria quando nos unirmos a esse grupo feliz!

E, melhor ainda, este é o dia em que nossa redenção estará selada, e o Desejado de todas as nações (Jesus) nos será dramaticamente revelado no céu. Nesse dia glorioso, devemos receber nossa herança eterna e entrar inteiramente na família celestial como filhos de Deus. “O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho” (Apocalipse 21:7, NVI). “Todo redimido compreenderá a obra dos anjos em nossa própria vida. De que perigos, visíveis e invisíveis, temos sidos protegidos mediante a intervenção de anjos, jamais saberemos até, à luz da eternidade, as providências de Deus nos sejam reveladas” (Eventos Finais, p. 170).

O Universo vai estar completamente limpo do pecado, dos pecadores e do mal. “O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 678). Assim, como seres humanos, temos apenas dois finais possíveis. Quando tudo estiver dito e feito, ou vamos ser destruídos totalmente com o pecado, com os pecadores impenitentes e com o mal, ou vamos viver para sempre junto a Deus, que, por meio de Jesus, abriu o caminho a todos nós, mesmo aos piores entre nós, para morarmos com ele no paraíso (Ap 21:1-5).

Caro amigo leitor, nosso compassivo Salvador virá para ceifar a Terra, pois a seara está madura. O campo é o mundo, a seara, são os filhos dos homens. Todos serão colhidos, uns serão levados para o céu, para o celeiro celestial (os salvos), e outros serão colhidos e queimados (os filhos da perdição). De que lado você vai estar por ocasião do fim do mundo? Que tipo de emoção você vai ter alegria ou terror? Decida estar entre o grupo que vai dizer: “Este é o nosso Deus a quem aguardávamos”. Portanto, a escolha é sua e minha. Qual será nossa escolha e nossa ação? Façamos nossas escolhas eternas com Cristo hoje mesmo! Existe alguma coisa em sua vida que o impeça de se comprometer totalmente com Jesus nessas últimas e decisivas horas da história da Terra? Peça a Deus para que, por Sua graça, lhes dê vitória sobre qualquer coisa que os impeça de estar prontos para o Seu retorno.