Por
Ricardo André
Uma denominação
religiosa neo-pentecostal em nossa cidade está convocando as pessoas para
participarem de uma festa denominada de
“Noite Dance Gospel”. Trata-se de uma “balada Gospel” evangélica
(evangélica?), diferente da balada original, mundana, visto que foi
“gospelizada” pelos seus frequentadores, pertencentes à “geração gospel”.
Balada gospel, arraiá gospel, também conhecido como “festa jesuína”, “carnaval
gospel” , o “dia das bruxas gospel” , as “lutas de gladiadores gospel”, “o funk
pancadão gospel” e outros, mostra que a
“gospelização” está em alta. Eventos dessa natureza estão se expandindo pelo
Brasil e, ganhando espaço cada vez mais entre a juventude evangélica, atraindo
pessoas não-evangélica também, e com o apoio das lideranças (pastores, bispos,
padres, presbíteros e missionários), nesses tempos pós-modernos. Atualmente, já
é bastante comum as igrejas evangélicas terem um “Ministério de Dança”. Nesses
bailes usa-se músicas eletrônicas, iluminação e som de casa noturna. Uma balada
sem pregação, danças sensuais ou bebida alcóolica, e que mesmo assim, é sucesso
de público.
Os frequentadores se
dirigem a esses locais, e bailam ao som de rock, pagode, funk, salsa, forró e
os famosos remixes de grandes hits da música cristã nacional. Dizem os jovens,
que o objetivo desses bailes é a Evangelização, que as pessoas conheçam Deus
através de bandas ou mesmo através dos DJs que tocam tais músicas. Nas palavras
do pastor William Cosmo, da igreja Aprisco, do Rio de Janeiro, “para pregar o
evangelho hoje, a igreja precisa ser inteligente”, os cristãos não estão
excluídos das mudanças sociais que ocorrem em novos tempos, consequentemente as
instituições religiosas precisam inovar para não perder adeptos”. Para os
adeptos dessa modalidade de festa, o baile nada mais é que um ato de “lançar a
rede”.
Muitos cristãos
(cristãos?) do nosso tempo têm usado o adjetivo “gospel” para “santificar”
atitudes, posturas, comportamentos, condutas e eventos que outrora estavam
relacionados a pessoas que não conhecem o Evangelho. Parte-se da premissa de
que o crente tem liberdade para fazer o que quiser e se divertir do jeito que
bem entender — mesmo que imite o mundo —, e ninguém tem nada a ver com isso.
Como se depreende da leitura deste artigo, “gospelizar” é, pretensamente,
“tornar evangélico”. Uma vez “gospelizado”, o que outrora era considerado
pecaminoso pode ser praticado livremente, sem peso de consciência. O lema dos
crentes da “geração gospel” é: “Vamos curtir a vida. Afinal, Jesus não é
careta”.
Os líderes e membros
das igrejas “gospelizadas” se conformaram com o mundo. Seus cantores se
inspiram em astros mundanos, como declarou, há algum tempo, o integrante de uma
famosa banda gospel: “A gente ouve Bob Marley, mas só para se informar”. A
tônica das mensagens “evangelísticas” pregadas nessas igrejas é: “Venha como
está e fique como quiser”.
Mas, o que a Bíblia diz
sobre show evangélico e baladas gospel? Será este o método de Deus para
alcançar os jovens? Jesus Cristo desceu à Terra, misturou-se com os piores
pecadores, conviveu com eles, mas nunca rebaixou suas normas e padrões para
conquista-los. Apesar do profundo respeito que merecem todos os cristãos
adeptos dessas festas, devo dizer que Deus reprova o evangelho-show! Por quê?
Primeiro, porque colocar uma letra sacra numa música secular, a exemplo do
rock, pop, funk, forró, sertanejo, etc), e depois fazer os jovens dançar é um
sacrilégio, blasfêmia, profanação. Infelizmente a imensa maioria daqueles que
fazem esta simbiose, não são consciente que o resultado é uma mensagem
contraditória. Não compreendem que a letra religiosa não santifica um estilo
musical profano, e que tal combinação é uma desonra e uma ofensa a Deus (2
Coríntios 6:14-16). Onde fica a mensagem
da Bíblia quando rebaixamos nossos padrões? Poderemos converter o mundo
trazendo música mundana para a igreja? A mistura de palavras religiosas com
estilos musicais seculares, criados com um propósito contrário aos valores
cristãos, é comparável ao pecado de Nadabe e Abiú, que introduzem “fogo
estranho” no santuário (Levítico 10:1, 2). O Senhor não tolerou tal proceder, e
explicou que os líderes devem ter a mente lúcida “para discernir entre o santo
e o profano” (Levítico 10:10). Aparentemente esse texto sugere de forma
enfática que, se desejamos as bênçãos de Deus, devemos não apenas fazer
diferença entre o santo e o profano, especialmente na música, mas devemos nos
apartar daquilo que Deus não aceita. Me surpreendo com a clareza das palavras
da escritora cristã, Ellen G. White sobre o raciocínio de introduzir elementos
mundanos na adoração para alcançar os jovens: “A conformidade aos costumes
mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” (O
Grande Conflito, p. 509).
O método aprovado por
Deus para o evangelismo é a ‘estupidez da pregação’ (I Coríntios 1:21). Ele nos
deu o ministério da reconciliação. (II Coríntios 5:18). Nossa responsabilidade
é não contaminar esta mensagem com linguagens mundanas, como a música rock. Não
há nenhuma necessidade da manipulação e excitação da música rock, nas baladas
gospel, para salvar as pessoas. O evangelismo tem sido grandemente auxiliado
por uma música semelhante a Cristo apresentada por executantes semelhantes a
Cristo, mas no final das contas é a proclamação da Palavra de Deus, acompanhado
pelo poder convincente do Espírito Santo que traz as pessoas para uma relação
de salvação com Jesus Cristo. Os nossos esforços evangelísticos devem ser
centrados na Rocha Eterna, em lugar da música rock de nossa época.
Os pais cristãos e os líderes das igreja que
promovem essas baladas, prestam um grande desserviço aos jovens quando
obscurecem a distinção entre a música aceitável e a não aceitável, e toleram
uma baixa qualidade de música e apresentação com danças dentro do contexto da
igreja, a fim de manter os jovens na igreja. A igreja nunca presta um serviço
ao pecador comprometendo-se com o mundo. Muitos adolescentes estão tão imersos
na música rock que uma balada gospel onde esta música é tocada lhes proporciona
uma saída para apreciar a sua música sem a condenação de seus pais ou da
igreja.
Segundo, porque o
Evangelho deve ser comunicado, não da maneira que as pessoas desejam ouvi-lo, e
sim da maneira que precisam ouvi-lo. O evangelho do entretenimento não produz
discípulos de Jesus, como ordena a Palavra do Senhor, literalmente, em Mateus
28.19: “fazei discípulos de todos os povos”. Concertos gospel populares não
apelam muito por um comprometimento moral ou espiritual. Principalmente
oferecem aos jovens o que eles querem – entretenimento. O músico pop-evangélico
John Allen reconhece o perigo de tais shows: “Parece inegável que a maioria da
plateia está lá simplesmente para desfrutar a música, e não para pensar com
profundidade sobre qualquer outra coisa: e há um real perigo do surgimento de
‘cristãos de parque’, consistindo de adolescentes semi-convertidos,
superficialmente comprometidos, cujo cristianismo significa pouco mais que o
prazer de ir aos festivais.” (John
Blanchard, Pop Goes the Gospel: Rock in the Church (Durham, Inglaterra, 1991),
98.
Abram as suas Bíblias
em 2 Crônicas 20.18. Viram como Josafá se prostrou com o rosto em terra,
adorando a Deus? Agora, abram em 2 Crônicas 29.29 e Neemias 8.6. Depois, em Jó
1.20 e Salmos 95.6. Leiam comigo também Mateus 2.11, a respeito dos magos do
Oriente: “e, prostrando-se, o adoravam”.
Onde está a adoração
extravagante, tão festejada pelos seguidores do evangelho-show? Em todas as
passagens citadas a respeito da adoração, ela é acompanhada de prostração,
quebrantamento, choro, humilhação. Isso é o verdadeiro produto do adorador, e
não os shows com luzes coloridas, danças, canções de autoajuda, estrelismo,
“unção do leão”, “cair no Espírito”, bota de píton, gritinhos frenéticos,
ritmos eletrizantes, linguagem chula, falsas profecias, derramamento de azeite
sobre a cabeça de alguém e outras futilidades!
Finalmente, o
"novo prazer" pode levar a uma adoração hedonista, que é outra forma
de idolatria - adorando a experiência, e não a Deus. Portanto, o hedonismo
gospel é o evangelho da profanação!!!
Deus reprova o evangelho-show
porque este oferece ao povo o que ele deseja, assim como fez Arão (Êx 32.1-6).
Por influência desse falso evangelho, os cultos não têm mais espaço para a
exposição da Palavra de Deus. No mínimo, dois terços das nossas reuniões de
“adoração” são preenchidas com cântico, música e irreverência. Mas o Senhor tem
levantado homens e mulheres que, à semelhança de Moisés, têm dado ao seu povo o
que ele precisa (Êxodo 32.7-35).
Sim, o Senhor reprova o
evangelho-show! O show precisa acabar. O show da falsidade, da mentira, da
apelação, do engodo, do amor ao dinheiro. Voltemos a cultuar ao Senhor Jesus em
nossas igrejas! Com menos cantoria e mais louvor. Com menos triunfalismo e mais
pregação cristocêntrica. Com menos sofisticação e mais simplicidade. Com menos
performance gestual e mais quebrantamento do coração. Com menos descontração e
mais arrependimento.
Deus sempre será
contrário ao evangelho-show, porque show não é culto, e culto não é show. Não
precisamos chegar ao Céu (ao contrário do já me sugeriram alguns internautas)
para descobrirmos que o Senhor não recebe os shows “evangélicos”. Temos a
Bíblia Sagrada. Para que servem os mandamentos, princípios, exemplos, verdades
e doutrinas contidos na Palavra de Deus?
O problema é que muitos
hoje têm vontade de pular, dançar, gritar, correr... Só não têm vontade de
andar segundo as Escrituras. Gostam de ouvir gritinhos frenéticos. E “adoram”
quando o seu cantor-ídolo diz: “Tire o pé do chãããão!!!”. Mas, quando alguém os
convida a abrir as Escrituras, torcem o nariz e pensam: “Lá vem ele com esse
papo de certo ou errado”.
Você também está
cansado desse “papo” de certo ou errado, prezado amigo? Saiba que Deus também
está cansado desse evangelho-show! Ele quer que nos humilhemos diante dEle: “se
o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar [...], então, eu ouvirei
dos céus” (2 Cr 7.14).
SHOW significa dar às
pessoas o que elas querem: a satisfação da carne. Culto significa dar a Deus o
que lhe pertence: todo o louvor. Eu digo NÃO ao SHOW GOSPEL! E você?
amém DEUS abençoe a sua e continue usando sua vida pra falar do verdadeiro e evangelho.
ResponderExcluirMigo, só uma pergunta: então a música é é profana? Por exemplo, não pode haver ritmo nas músicas? Eu não entendi...
ResponderExcluirOla Ricardo, obrigado por seu texto, mas muita contradição no que diz, sim temos que louvar e adorar sabendo o quanto somos pecadores, temos que chorar, mas não só isso, Deus também pede para louvar e adorar com alegria, também pede para que dancemos como forma de louvor, Salmo 150, diz bem isso, pede para se usar todos os instrumentos que existiam na época e também pede para dançar como forma de louvor, precisamos aprender a ler a Biblia e entender que foi dito com o que existia na época, hoje existem outros instrumentos e penso que devemos sim, louvar e adorar, com tudo o que temos!
ResponderExcluirVc foi gospelizado kkkkkkkkk.
ExcluirQue matéria espetacular,exatamente isso, movimento gospel veio pra confundir e afastar e tem milhares de pessoas caindo nessa. Voltemos ao evangelho dos nossos pais. E lembre-se da palavra "enganarao ate os escolhidos".
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