Teologia

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O GRANDE DEBATE NOS TEMPOS FINALÍSSIMOS DA HISTÓRIA HUMANA



“Selo de Deus” e “Sinal da Besta”— É Tempo de Saber o Que Representam Esses Símbolos Bíblicos!

Urge “abrir o jogo” e dizer as coisas claramente. Neste artigo expomos de modo conciso o que a Bíblia aponta como acontecimentos finalíssimos da história mundial, envolvendo uma questão que a todos afeta e que estará ao centro do grande debate religioso-político-filosófico-econômico-ecológico dos tempos finais.

AO LONGO DA HISTÓRIA vemos como há uma “agenda” de caráter religioso sendo cumprida. Mas essa “agenda” não é de nenhuma Igreja ou organização religiosa, e sim daquele ser que sempre fez de tudo para afastar o povo de Deus da genuína adoração. Quantas e quantas vezes na história de Israel o povo e até seus reis não foram afastados de Deus mediante a idolatria. Quem estava por detrás disso senão Satanás? Ele criou até uma “rainha do céu” a quem o povo queimava incenso (Jer. 44:18). E hoje, não temos uma “rainha do céu” revisada, com até campanhas para torná-la “co-Redentora”?!

Estaria o diabo menos ativo agora? Não se empenharia ele com igual vigor para afastar as pessoas da genuína adoração, e até, se possível, diminuir a glória do Salvador, como sempre buscou fazer? Não recorreu ao apelo para ser adorado, em lugar de Deus, pelo próprio Cristo a fim de derrotá-Lo no deserto da tentação?

Uma Mensagem Final Para Advertir Todo o Mundo

Outro dia vi por uma estação evangélica da TV americana um pregador dizendo, com base em Apocalipse 14:6-14, que no final da história, três anjos vão passar pelo meio do céu pregando o evangelho para os judeus! Quando ouvi isso, pensei comigo, “Mamma mia, como pode um pregador do evangelho dizer um disparate tão grande desses?!” Amigos e irmãos, a missão de pregar o evangelho foi atribuída a HOMENS, não a anjos. Nós que somos da Igreja de Jesus Cristo é que temos essa tarefa (Mat. 28:19, 20), e não seres sobrenaturais.

Aliás, por essa interpretação fantasiosa temos um Deus que discrimina judeu contra judeu. Pois se Ele vai mandar anjos pregarem o evangelho à última geração de judeus, por que as gerações anteriores não puderam ter o mesmo privilégio? E quem iria jamais resistir à pregação sabendo ser de um anjo? Todos se converteriam “na marra”, pela força do próprio aspecto sobrenatural de tal pregação. Esses anjos apenas representam os mensageiros humanos com tal tarefa a cumprir. O sentido da palavra anjo é exatamente, “mensageiro”.

Idéias falsas surgem quando se perde o rumo do sentido real da mensagem do “evangelho eterno”, a se pregar a todas as nações (não só aos judeus), como lemos em Mateus 24:14 e Apocalipse 14:6-14. Nesta última passagem identificamos uma mensagem final de advertência a ser dada ao mundo. E à luz do capítulo 13 do mesmo Apocalipse vemos mais uma vez que o conflito final se dará em torno de genuína versus falsa adoração.

As Três Mensagens e o Que Significam

A mensagem de Apocalipse 14 centraliza-se na genuína adoração a Deus como Criador “do céu, da Terra, do mar e das fontes das águas” em contraste com a denúncia da falsa adoração. O salmista Davi declarou:

“Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem. Glória e majestade há em Sua obra; e a Sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as Suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor” (Sal. 111:2-4).

A pregação final do “evangelho eterno” se preocupa em despertar o mundo a esse aspecto da genuína adoração a Deus como Criador de obras “memoráveis”, um aspecto da mensagem cristã que foi deturpado pela Igreja dominante na Idade Média e que a Reforma Protestante falhou em corrigir.
Por influência da negligência em corrigir pontos falhos no entendimento da mensagem bíblica, da parte dos Reformadores, hoje se observa crescente número de religiosos tanto católicos quanto protestantes aderindo às noções modernistas de evolução da espécie, o que contraria o ensino básico das Escrituras sobre o chamado “trinômio basilar da fé cristã”—Criação-Queda-Redenção.

Comparemos os dizeres de Apo. 14:6 e 7 com Êxo. 20:11 para se ter uma importante descoberta:

“E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apo. 14:6, 7).

“Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou” (Êxo. 20:11).

Os dois textos estão em indiscutível paralelo. A revista Christianity Today referiu-se no passado ao preceito do dia de repouso como “o mais negligenciado” dentre todos do Decálogo. Pois é nele onde exatamente ocorre o “Memorial da Criação”. E o Criador e Sua criação são a ênfase nessa mensagem final de advertência.

O Contraste Entre o Selo de Deus e o Sinal da Besta

No texto profético de Apocalipse destaca-se também uma denúncia à falsa adoração: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira” (Apo. 14:9). Como no contexto lemos sobre um “selo de Deus” e um concorrente sinal, ou “marca da besta”, e em Romanos 4:11 vemos como “selo” e “sinal” são sinônimos, basta buscar entender duas coisas: a) o que é o “selo de Deus”; b) qual seria o “sinal da besta”.

Para saber qual é o “selo” de Deus basta ver como Deus mesmo designou isso em Êxodo 31:17, confirmado séculos depois em Ezequiel 20:12, 20—exatamente o negligenciado mandamento do sábado: “santificai os meus sábados; e eles servirão de sinal entre mim e vós para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus”.

Um selo real trazia na antigüidade três coisas: o nome do governante, a posição que ocupava e o território sobre o qual regia. Por exemplo, Júlio César [nome], Imperador [posição] de Roma [território sobre que exerce autoridade]. Só no mandamento do sábado encontramos estas três características: o “Senhor Deus”, [nome], “Criador”, [posição], “dos céus e da Terra”, [território sobre o qual exerce autoridade] (ver Êxo. 20:8-11).

Significativamente, os batistas da Convenção Batista Nacional, na sua “Declaração Doutrinária”, citam Êxodo 31:14-18 entre as notas de rodapé do arrazoado do seu tópico XV, sobre o dia de repouso, confirmando a noção de que o mandamento que trata do dia de repouso, a ser dedicado a Deus integralmente, é o “sinal” entre Deus e o Seu povo. Claro, ateus, materialistas e religiosos comodistas não se caracterizam como pessoas que dedicam um tempo especial para Deus de um dia completo, ou muitos dos que pretendem ser servos de Deus o fazem ajustando-o a suas conveniências, o que não corresponde ao preceito divino. . .

Sobre o sinal concorrente, que caracteriza a falsa adoração, vale notar que ninguém ainda é portador do “sinal da besta”, pois em nenhum lugar do mundo uma pessoa é impedida de comprar ou vender por não contar com tal sinal, ou marca. É previsto, porém, que haverá esse boicote econômico contra os que não participarem de um plano global que envolverá a decisão quanto ser portador de um ou outro dos sinais indicados (ver Apo. 13:16, 17).

Crescentes Campanhas Pela Valorização do Falso Sábado

Confirmando-se que o “selo de Deus” é o sábado, basta ver qual seria o sinal concorrente—e não há dúvida ser aquela instituição que a Igreja Católica se orgulha de apresentar como sinal de sua autoridade. Documentos vários da Igreja Católica dão conta de que foi ela que realizou tal alteração, como se pode exemplificar por algumas declarações oficiais dessa igreja, como:

“Foi a Igreja Católica que, pela autoridade de Jesus Cristo, transferiu este repouso para o domingo em lembrança da ressurreição de nosso Senhor. Assim, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, malgrado seu, à autoridade da Igreja [Católica]”.—Louis Gaston de Ségur, Plain Talk About the Protestantism of To-day (Boston; Patrick Donahoe, 1868), p. 225.

Outro documento católico confirma isto nos seguintes termos:

“P. Como provamos que a Igreja tem poder de ordenar as Festas e Dias Santos?
“R. Pelo ato mesmo de mudar o sábado para o domingo, que é admitido pelos protestantes, e, portanto, contradizem-se por observarem tão estritamente o domingo, enquanto violam a maioria das outras festas ordenadas pela mesma igreja.
“P. Como se prova isto?
“R. Porque por observar o domingo reconhecem o poder da Igreja para ordenar festas e exigi-las sob pena de transgressão, e por não observar as demais, igualmente por ela ordenadas, negam de fato o mesmo poder”. — Manual of Christian Doctrine, ou Catholic Belief and Practice, pp. 67, 68.

O fato é que mais e mais se promove o domingo, tanto nos meios católicos quanto protestantes. O Papa Bento XVI ultimamente não só tem falado repetidamente sobre o valor do domingo para a comunidade católica, e mesmo mundial, como vem estabelecendo uma ligação entre respeito pelo domingo e respeito pela natureza. Isto representa uma nova e significativa ênfase que haverá de ter tremendas implicações futuras.

A agência noticiosa católica Zenit noticiou que numa missa em Viena, Áustria, dia 9 de setembro de 2007, o Papa destacou a importância do domingo num contexto ecológico. “Dê à alma o seu domingo, dê ao domingo sua alma”, disse ele, citando uma frase usada por um bispo alemão no século XX.

Bento XVI disse mais que o domingo tem que ser um dia de gratidão e alegria pela criação e que, na época atual, quando “as intervenções do homem põem o mundo em perigo”, é necessário mais do que nunca dar dimensão a esse dia especial. O Papa tinha afirmado pouco antes, no santuário de Mariazell, 150 km a sudeste de Viena, que, se o homem não distinguir a verdade, a ciência pode destruir o mundo. Ele destacou em sua homilia na catedral de São Estêvão, superlotada, a necessidade de viver o domingo em toda sua plenitude espiritual, a negligência do que, inclusive, coloca em perigo o futuro de seu meio ambiente. Sem entrar em detalhes, destacou ainda a ameaça que paira sobre o meio ambiente e a Criação em geral, afirmando ser preciso dar mais atenção à dimensão ecológica do domingo, dia em que a Igreja dá graças pela Criação. (ver:
http://zenit.org/article-16067?l=portuguese, notícia com título “Ocidente precisa urgentemente redescobrir o domingo, assegura Papa em Viena”. Ver também: http://zenit.org/article-16064?l=portuguese).

Na verdade, temos aí uma inversão de sentidos, pois sempre o sábado foi considerado o “memorial da criação”, e o domingo o “memorial da Ressurreição”. Tratar do domingo à base de ser o dia de dar “graças pela Criação” é uma falsa representação do ensino bíblico, pois no primeiro dia Deus iniciou a obra criativa, sendo, portanto, um dia de “trabalho” divino, não de “descanso”, como se deu com o sábado do sétimo dia (Gên. 2:2, 3). Daí percebe-se outra sutileza na corrupção da mensagem bíblica.

Nos Estados Unidos, por outro lado, ocorrem como nunca visto campanhas para maior respeito pelo domingo e pelos Dez Mandamentos. Foi criada uma “Comissão dos 10 Mandamentos” que vem promovendo um “Dia dos 10 Mandamentos” (que seria o 1o. domingo de maio) dirigida por grandes e influentes evangélicos, como James Dobson, Benny Hynn, Charles Colson, Pat Robertson, Don Wildmon e muitos outros (ver
http://www.ldausa.org/index.cfm e http://www.tencommandmentsday.com/).

Entendem os promotores dessas significativas campanhas que a decadência moral e espiritual da grande nação norte-americana (e pelo mundo) deve-se à falha em atentar a esses princípios divinos, o que pareceria boa coisa, mas deixa implícitos grandes perigos à liberdade religiosa. Tais iniciativas podem levar sistemas religio-políticos a influenciar o governo a ditar normas segundo as expectativas e interpretações dessas lideranças. Quando se mistura política com religião, sempre as minorias se machucam. . .

Em entrevista em 18 de maio de 2005 ao programa “Fresh Air”, da NPR (National Public Radio), rede de emissoras radiofônicas não-comerciais que cobre praticamente todo o território dos EUA, o Dr. James D. Kennedy, influente ministro e evangelista de grande atuação no rádio e TV (falecido em setembro de 2007), disse abertamente que o princípio de separação de Estado e Igreja nos EUA é um erro que contrariaria os ideais dos fundadores cristãos da nação e que devia ser simplesmente descartado. Esta é uma noção certamente bastante preocupante. (A referida entrevista pode ser ouvida [em língua inglesa] pelo seguinte link:
http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=4656600).

Como já acentuado, a questão sábado/domingo se destacará entre os acontecimentos finais da história. Será a definição de quem receberá o “selo de Deus” ou o “sinal da besta”. A questão de obrigatoriedade de parar as atividades dominicais não é idéia infundada. Basta recordar que houve até um “ensaio” disso numa séria crise do passado—a do petróleo na década de 70. Que dia da semana foi especialmente afetado pela mesma? Muitos se lembrarão das leis de fechamento de postos de gasolina no Brasil e outros países aos domingos, na época.
A Inédita Conexão Ecológica

Em artigo de página inteira, uma cronista do semanário Time (edição de 2/8/04) sugeria que não seria má idéia trazer de volta as antigas “leis dominicais” de rigoroso fechamento de estabelecimentos comerciais aos domingos, nos EUA. A matéria, de Nancy Gibbs, tinha como título “E no Sétimo Dia Nós Descansamos?”, e como subtítulo, “Pode ser que aquelas velhas leis azuis [dominicais] não eram tão doidas, afinal de contas”.

Vozes já se têm levantando para que se parem todas as atividades comerciais, industriais, recreativas um dia por semana, para poupar o consumo de energia e diminuir a emissão de gases poluentes, o que parece fazer muito sentido ante a crise ecológica sobre que os cientistas nos advertem. As últimas falas do papa relacionando respeito pelo domingo com respeito pela natureza não se encaixariam perfeitamente nesse tipo de visão?! É o que alguns já estão chamando de ECOmenismo. . .

Mais uma vez o domingo seria, sem dúvida, o dia escolhido numa campanha global para “salvar o planeta”, e se surgirem situações de emergência, já que ninguém tem idéia de que efeitos sobre a natureza haverá com toda essa carga de poluentes que se lançam ao espaço por todo o mundo, quão obrigatório não poderá chegar a ser essa medida? Se num barco há cinco passageiros, cada qual de uma corrente religiosa ou filosófica, todos discutindo animadamente suas idéias, defendendo individualmente o seu ponto de vista, e, de repente alguém descobre um rombo no fundo da embarcação, que começa a fazer água, todos vão imediamente esquecer suas diferenças e tratar de encontrar meios de tapar o buraco. Em face de emergências, a tendência é todos se unirem para a busca de soluções imediatas a fim de superar um problema comum a todos.

Unir-nos É Preciso, Mas. . .

A união da humanidade tem sido buscada através de muitas campanhas, mas nenhuma parece mais eficaz para tal propósito do que o “ecumenismo”—a união religiosa global. E ainda há o “fator sobrenatural” que poderia compor esse cenário final. A mensagem de “Maria”, ao “aparecer” diante de cristãos e muçulmanos uns anos atrás no Egito, foi—“Uni-vos”, “Uni-vos”, “Uni-vos”! Diante da enorme desunião política, étnica, social e religiosa que se vê entre os habitantes deste planeta não faria todo sentido buscar mesmo tal união? Claro, unir-nos é preciso, mas a questão básica é—unir-nos sob que liderança?! Este é o ponto crucial da questão.

Só quem está muito bem preparado discernirá a verdade do erro nestes tempos finais da história humana e ficamos felizes porque as discussões sábado/domingo em vários fóruns de que participamos batem todos os recordes dentre todos os diferentes tópicos. Isso mostra o grande interesse que há em entender a questão sábado/domingo/dianenhumismo-diaqualquerismo-tododiaísmo, validade das leis divinas, de uma vez por todas.

Esse interesse em definir claramente a questão do “polêmico” 4o. preceito do Decálogo é muito salutar, pois realmente mais e mais no futuro teremos o debate desses temas. E tais debates se revelarão fundamentais para definir quem vai ficar do lado de Deus na crise final, e quem vai aceitar a imposição dos que querem fazer prevalecer sobre o mundo a sua vontade. Estão servindo de instrumentalidade àquele ser que há milênios promove sua agenda de desviar o povo de Deus da genuína adoração, no passado, mediante a mais abjeta idolatria, no presente, em formas mais sutis, mas não menos enganosas. Isso envolve o desprezo por um mandamento da lei divina, o do sábado, e a valorização de seu arremedo—o falso sábado imposto sobre a sociedade, mesmo cristã, por forças religiosas que há muito se desviaram da lei divina.

Como os três hebreus fiéis do passado, que tiveram que decidir entre permanecer firmes ao lado de Deus ou adorar o ídolo babilônico (Dan. 3), os que se mantiverem fiéis a Deus nos tempos finalíssimos da história são descritos como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 14:12). Esta é uma evidência adicional de que o conflito final terá for enfoque algum aspecto da lei divina.

Num evidente reavivamento à genuína adoração a Deus, mais e mais congregações e pastores por todo o mundo têm aderido à verdade do sábado, tornando-se “reparadores da brecha, e restauradores de veredas” (ver Isa. 58:12), o que é dito no contexto de um apelo divino por uma fiel observância do sábado (vs. 13, 14).

Contribuição:
Prof. Azenilto G. Brito
Ministério Sola Scriptura
Bessemer, AL., EUA
Mais informações
altoclamor.teologia@hotmail.com
Postado por Gilberto Theiss em http://gilbertotheiss.blogspot.com.br/

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

“FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”?



Prof. Ricardo André

Alegando não se tratar meramente de religião, mas ser três coisas—religião, filosofia e ciência— o espiritismo prega a caridade como básica para o aprimoramento do indivíduo em preparação para uma vida superior no além.  Allan Kardec, chamado de (“codificador do Espiritismo”), afirmou: “Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos do homem sobre a Terra e no céu. Sobre a Terra, porque, à sombra desse estandarte, eles viverão em paz; e no céu, porque aqueles que a tiverem praticado encontrarão graça diante do Senhor. Esta divisa é a flama celeste, coluna luminosa que guia os homens pelo deserto da vida, para conduzi-los à Terra da Promissão”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Araras,SP: IDE, ed. 349ª, 2008, p. 153.) Será esse o método de Deus para salvar a raça caída? O que diz as Sagradas Escrituras a esse respeito?

O método de salvação apontado por Deus

A ideia de praticar obras (caridade) para ganhar a aceitação de Deus e merecer uma vida superior choca-se claramente com o fundamento da mensagem bíblica e cristã. Contrariamente a essa doutrina própria de religiões não-cristãs, as Escrituras ensinam que a salvação do pecador deriva, não de seus próprios atos meritórios, mas da morte de Jesus, que foi perfeito e obedeceu plenamente a toda a lei divina, tomando o lugar dos seres humanos falíveis. Diz-nos a Bíblia Sagrada: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.  (Efésios 2:8-10). Nossas obras, por melhores, maiores e mais duradouras que sejam, não nos podem salvar. Na salvação, a gabolice não tem lugar.  Todas as nossas obras estão maculadas pelo pecado, e somente graças à intercessão dAquele que foi feito pecado por nós (Romanos 5:6-12)  é que lograremos o perdão e aceitação do Pai, não para continuar tendo existências experimentais e refinadoras sobre esta Terra de sofrimento e dor, mas para viver eternamente na companhia de Deus e de Seus anjos. (João 14:1-3, Apoc. 22:3-5).

“Algumas pessoas chegam logo à conclusão de que se as obras não nos salvam, então elas não devem ser importantes. (...) Mas há uma palavra-chave, que impede esse tipo de mal entendido. Falando sobre a relação de nossas boas obras ou más obras quanto a salvação ou perdição, não se esqueça da palavra causar. Não estamos falando sobre a importância das obras. Não estamos falando sobre o propósito  das boas obras. Estamos falando sobre o método de salvação. E quando se fala em salvação, as boas obras não são a sua causa. Elas são o resultado.

As obras não são a causa da nossa salvação

“O que, então, causa  nossa salvação? Romanos 3:29 afirma-o com clareza. ‘Ninguém será justificado diante dele por obras da lei”. Jesus é aquele que nos salva, e somos salvos por aceita-Lo. ‘Abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos”. Atos 4:12. Nossa atenção não deve concentrar-se sobre nossas ações, sejam elas boas ou más. Ao buscar salvação, devemos focalizar a Jesus e, ao contemplá-Lo, somos transformados à Sua imagem. Toda vez que olharmos a nós próprios, fracassaremos. Ou veremos nossa pecaminosidade e nos tornaremos desanimados, ou veremos nosso bom comportamento e ficaremos orgulhos. É um beco sem saída, seja qual for a direção que tomarmos. Somente olhando a Jesus estaremos seguros”. (Morris L. Venden, 95 Teses sobre Justificação pela Fé, CPB: 2000, 4ª ed.. pp. 29 e 30.

O apóstolo Paulo destaca muito claramente em Efésios 2:8 e 9 que não somos salvos pelas obras, mas somente pela fé em Cristo. Então imediatamente, no verso 10, ele diz que fomos não apenas “criados em Cristo Jesus para boas obras” mas que Deus “de antemão preparou” essas boas obras. Existe contradição entre esse dois pensamentos paulinos? Não! Absolutamente! Vejamos o que o apóstolo está dizendo nestes três versos. 

Os cristãos devem se guardar de duas falácias. Primeira, a ideia de que precisamos acrescentar algo de nós mesmos à graça de Deus. Segunda, a de que a liberdade em Cristo nos livra da obediência às Suas reivindicações. Sim, somos feitura Sua. Somos novas criaturas por Sua graça mediante a fé. Mas somos novas criaturas em Cristo “para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (v. 10). Isto significa que nossas obras são uma condição prévia para a salvação? Longe disso! Mas é o resultado de uma vida salva. Na realidade, o apóstolo está dizendo: “Sim, você é salvo pela fé. Você é salvo pela livre graça de Deus. Mas você é salvo par viver uma vida de obediência, de amor ao próximo, imitando nosso grande modelo – Cristo Jesus, que fez o BEM, viveu a caridade, obedeceu até o ponto da humilhação e da morte (Filip. 2:5-12).

Conclusão

Não somos salvos pelas nossas boas obras, mas são resultados da nossa salvação em Cristo Jesus. Nossa salvação baseia-se em nossa contínua aceitação de Jesus e Seu sacrifício por nós na cruz do calvário (Romanos 5:6-12), mediante um relacionamento diário com Ele, que nos levará a praticar as boas obras, como a caridade para com os pobres.  Ate por que nossa salvação não pode ser genuína sem boas obras. Tentar merecer a salvação é uma rejeição do “dom inefável” de Deus, e um repúdio ao que Cristo realizou por nós.
Amigo leitor esta é a verdade bíblica. Estudemo-la, pois, e sigamos os seus ensinos.
 
 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

MENSAGEM PARA O TEMPO DO FIM



Para cada período da História, Deus tem uma mensagem específica. Essa mensagem é denominada “verdade presente” Exemplo disso é a pregação de Noé, que conclamou o mundo antediluviano ao arrependimento e anunciou a destruição por meio do dilúvio (Gn 6 e 7).
No Novo Testamento, encontramos outro exemplo em que a mensagem presente consistia em aceitar Jesus de Nazaré como o Filho de Deus e Salvador do mundo. Embora essa pregação cristocêntrica permeie a Bíblia em todos os tempos, naquela época, os apóstolos tinham o desafio de levar as pessoas a aceitar o Carpinteiro judeu como o prometido Messias do Antigo Testamento (At 2:22-36; 4:11,12; 5:30,31).
Avançando na História, encontramos no século dezesseis o movimento da Reforma Protestante com a mensagem de que a Bíblia é a única regra de fé (Sola Scriptura) e de que a fé nos méritos de Cristo é o único meio pelo qual alguém pode ser aceito e salvo por Deus (Sola Fide). Tais aspectos da mensagem eram apropriados ao contexto em que os reformadores viviam, pois o papado havia exaltado a tradição em lugar do ‘Assim diz o Senhor” e a salvação pelas obras em lugar da justiça de Cristo.
Tempo do fim
Qual é a mensagem de Deus para nosso tempo? Para entendermos isso, precisamos identificar o período da História em que vivemos. No capítulo 12 do livro de Daniel, Deus revela ao profeta que o entendimento do seu livro só ocorreria no “tempo do fim” (v. 9). Esse tempo chegaria após o período profetizado “de um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (v. 7), o que equivale a 1260 anos (538 d.C – 1798 d.C), nos quais o Romanismo mudaria o Decálogo, perseguiria os fiéis de Deus e lançaria a verdade por terra (Dn 7:25; 8:12; Ap 12:6,13,14; 13:5,6).
Portanto, em 1798, começou o ”tempo do fim” um período singular em que as principais profecias de Daniel se cumpririam (Dn 8:14; 12:11, 12), haveria um crescente avanço do conhecimento profético e também científico (Dn 12:4) e a História registraria importantes sinais preditos nos evangelhos e no livro do Apocalipse (Mt 24:29; Mc 13:24,25; Lc 21:11,25; Ap 6:12-14).2
Para esse tempo, Deus tem uma advertência de especial importância para os habitantes da Terra. É o último aviso de misericórdia a este mundo mergulhado nas trevas do pecado. Encontramos essa mensagem em Apocalipse 14:6-12 – a tríplice mensagem angélica. Essa tríplice mensagem antecede a cena da segunda vinda de Cristo – o Cavaleiro que vem para ceifar a seara da Terra (versos 14-16). Portanto, é uma advertência que deve ser comunicada no tempo do fim, uma solene mensagem que visa a preparar um povo para o encontro com o Rei que Se aproxima. O verso 13, que está entre a tríplice mensagem e os textos da Segunda Vinda, pronuncia uma bênção sobre aqueles que morrem no período em que essas mensagens são pregadas e creem nelas: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor.”3
A pessoa de Cristo e Sua obra salvadora constituem o tema catalisador dessa tríplice mensagem. Nela, o ”evangelho eterno” as boas novas da justiça e da salvação em Cristo são o tema central e predominante, como demonstrado na introdução da passagem (v. 6).4
O primeiro anjo proclama o juízo de Deus (v. 7), o qual começou sua primeira fase em 22 de outubro de 1844. Nessa data, terminou o grande período profético dos 2300 anos de Daniel 8:14, e começou a purificação do santuário celestial, a qual corresponde ao mesmo julgamento visto pelo profeta no (capítulo 7:9-10) 5.
Nessa nova fase de Seu ministério, Cristo não só intercede pela humanidade, como já vinha fazendo, mas atua no juízo em defesa de Seu povo, que está sendo julgado conforme os registros celestiais (Dn 7:10). Para essa fase do julgamento, usam-se os termos juízo pré-advento ou juízo investigativo, pois ocorre no período que antecede a segunda vinda de Cristo e no qual os filhos de Deus são julgados/examinados pelo padrão da lei divina que deve ser obedecida como fruto da fé em Cristo.6 Diante da iminência do julgamento, o anjo conclama a humanidade a temer a Deus, glorificá-Lo e adorá-Lo.
O segundo anjo anuncia a queda de Babilônia (v. 8), o falso sistema religioso dos últimos dias. A queda é conseqüência de o sistema estar fundamentado no erro, por ter rejeitado a verdade bíblica e defender doutrinas espúrias, como: imortalidade da alma, santidade do domingo, salvação pelas obras, etc. Quem não aceitar as palavras de Cristo e não as praticar, experimentará a ruína (Mt 7:26, 27), e quem “ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus” (2Jo 9). Assim, a mensagem do segundo anjo é um convite para que saiam de Babilônia todos os que foram enganados por suas falsas doutrinas (Ap 18:1-5) e aceitem a verdade conforme revelada em Cristo.
O terceiro anjo acompanha as outras mensagens com uma advertência contra a adoração à besta e ao recebimento da sua marca (Ap 14:9-11). Essa mensagem demonstra que o conflito final girará em torno da lealdade a Deus por meio da guarda dos Seus mandamentos ou à obediência a preceitos humanos.7 Uma corporação de Igreja/Estado, nos últimos dias (Ap 13:11, 12), obrigará a humanidade a observar como dia de guarda um falso dia de adoração (Ap 13:16,17) em lugar do dia estipulado por Deus em Sua lei (Êx 20:8-11). Os que aceitarem esse falso dia serão atingidos pelas sete últimas pragas que serão derramadas “sem mistura” de misericórdia (Ap 14:9, 10; 15:1; 16). Em contraste, haverá o grupo daqueles que permanecerão fiéis a Deus mesmo diante das mais terríveis ameaças e que foram classificados como santos por guardarem “os mandamentos de Deus” como fruto de sua “fé em Jesus” (Ap 14:12).
Mensagem específica
Justamente nesse tempo, o tempo do fim, no qual a tríplice mensagem deve ser proclamada, Deus suscita um povo para cumprir essa solene missão. Esse povo é identificado como aqueles “que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17). Essa última característica – “o testemunho de Jesus” – é definida como a manifesta-ção do dom de profecia (Ap 19:10). A Igreja Adventista do Sétimo Dia se enquadra nessa classificação, pois surge no período do tempo do fim (1844) como resultado dos estudos e do cumprimento das profecias de Daniel e Apocalipse, exaltando a obediência à Lei de Deus, especificamente a validade do sábado, e testemunhando, em seu meio, a manifestação do verdadeiro dom de profecia na pessoa de Eilen G. White.
Desse modo, há um povo que prega uma mensagem específica no tempo determinado pela profecia. Esse povo foi levantado para restaurar as verdades que foram lançadas por terra durante o período de supremacia papal, reparar as “brechas” feitas na lei de Deus, edificando, assim, “as antigas ruínas” (Is 58:12). Nossa responsabilidade é levar ao mundo uma mensagem singular, preparando “a seara da Terra” para a vinda do Filho do homem. “Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. [..,] Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção. As mais solenes verdades já confiadas a mortais nos foram dadas, para as proclamarmos ao mundo. A proclamação dessas verdades deve ser nossa obra. O mundo precisa ser advertido, e o povo de Deus deve ser fiel ao legado que se lhe confiou”9 Tal responsabilidade deve incutir em nós um senso de missão jamais visto em outro povo. Precisamos nos unir e concentrar as nossas forças nessa direção
Mas não podemos nos esquecer de que só cumpriremos essa missão com a ajuda do Espírito Santo. Em Apocalipse 18:1, a Terra é vista sendo iluminada pela glória celestial, e essa glória é a manifestação poderosa do Espírito Santo no tempo do fim, derramando Seu poder sobre a igreja como “chuva serôdia!10 Esse poder capacitará a igreja para dar, “com potente voz” (verso 2), o último convite ao mundo, antes do fechamento da porta da graça (versos 2-5). Os adventistas do sétimo dia precisam ter como prioridade a busca desse poder a fim de continuar pregando “aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (verso 6) o evangelho eterno, no contexto da tríplice mensagem angélica. Cada pessoa que conheceu a verdade para o tempo presente e se une às fileiras do adventismo, é chamada a proclamar “as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (I Pe 2:9). Portanto, cumpramos nossa missão!
Referências
1. MervinC Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 129,130.
2. Ibid.,p.318,319.
3. Alberto R. Timm, 0 Santuário e as três mensagens angélicas: fatores íntegrativos no desenvolvimento das doutrinas adventistas (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002) p. 232.
4. Lição da Escola Sabatina, “O Último Convite: a mensagem dos três anjos”, outubro-dezembro,1994, p 17.
5. Clifford Goldstein, 1844: Uma explicacâo simples das principais profecias de Daniel – Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000), p. 45-48.
6. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), p. 482.
7. Ellen G. White, Eventos Finais, p. 193.
8. Maxwell, 0p.Cit.,p. 422,423.
9. Ellen G. White, Evangelismo, p. 119,120.
10. Ellen G. White, O Grande Conflito pág 611, 612.
Texto de autoria de Ezinaldo Ubirajara Pereira, capelão do Hospital Adventista de Belém, Pará, publicado na Revista Adventista de Agosto/2008.