Teologia

quinta-feira, 15 de maio de 2014

OS ADVENTISTAS E SUICÍDIO



Ricardo André

O suicídio é, certamente, uma das grandes tragédias da vida. Desde os exemplos bíblicos de Saul e Judas, até os últimos casos no jornal de hoje, o suicídio afeta todas as camadas sociais, toda faixa etária, todos os níveis educacionais, toda profissão, todas as religiões e ambos os sexos. As mortes por suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos, segundo a OMS. Quase um milhão de pessoas tiram as suas próprias vidas todos os anos

Na maioria dos países desenvolvidos, autoinfligida é a primeira causa de morte não natural. No Brasil, ela ocupa a terceira posição, aqui as taxas de mortalidade por acidentes de trânsito e homicídios estão entre as maiores do mundo.

Ele é normalmente definido como o ato de tirar a própria vida. As cicatrizes emocionais deixadas na família e amigos são profundas e produzem não apenas sentimentos de solidão, mas particularmente senso de culpa e desnorteamento.

Qual deveria ser a atitude dos adventistas do sétimo dia em relação ao suicídio? Como devemos reagir diante do suicídio de alguém a quem amamos? As Escrituras registram dois casos de suicídio, ambos envolvendo homens em posição de liderança. Primeiro, a história do rei Saul. Saul estava se afastando de Deus gradualmente. Em I Samuel 31, ele vê com horror Israel perder uma batalha vital e três de seus filhos mortos. Então é ferido e sabe que não há modo de escapar. Ele pede ao escudeiro que o mate, mas o homem se recusa a fazê-lo. Saul escolhe cair sobre sua própria espada de preferência a ser capturado pelo inimigo. Aparentemente o suicídio era mais honroso do que cair prisioneiro. Ellen White comenta: “Assim pereceu o primeiro rei de Israel, com o crime do suicídio em sua alma. Sua vida fora-lhe um fracasso, e sucumbira com desonra e em desespero, porque pusera sua vontade própria e perversa contra a vontade de Deus.” (Patriarcas e Profetas, pág. 682)

A segunda pessoa mencionada na Bíblia a cometer suicídio foi Judas. Jesus preveniu Judas de que ele caminhava para o desastre (Mateus 26:23-25), mas Judas achava que agia certo ao trair a Jesus. Somente quando viu seu plano fracassando (Mateus 27:3-5) reconheceu que não valia a pena viver. Ellen White diz que Judas “sentiu que não podia viver para ver Jesus crucificado, e em desespero, foi enforcar-se.” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 692) Jesus sabia o que Judas estava planejando; contudo, não “proferiu nenhuma palavra de condenação. Olhou piedosamente para Judas, dizendo: Para esta hora vim ao mundo.” (Idem) Se Jesus, conhecendo o coração humano, pode continuar a trabalhar com pessoas sem condená-las, podemos ser diferentes?

Ellen White menciona que Pilatos também cometeu suicídio. “A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado. A despeito de suas precauções, porém, exatamente o que temia lhe sobreveio mais tarde. Tiraram-lhe as honras, apearam-no de seu alto posto e, aguilhoado pelo remorso e orgulho ferido, pôs termo à própria vida.” (Idem, págs. 709, 710).

Nestes casos bíblicos podemos discernir que o problema real é o modo de vida. A todos é dada a oportunidade de conhecer a Deus. Então precisam decidir o que farão com esse conhecimento. Aqueles que rejeitam a Deus e Seus valores, com frequência sentem que não vale a pena viver e desejam pôr fim à própria vida. Contudo, nem todo suicídio envolve a rejeição de Deus. Há outros fatores sobre os quais a pessoa perde o controle: stress, solidão, traição, vergonha, depressão, doença mental, doenças fatais.

A psicologia e a psiquiatria têm revelado que o suicídio geralmente é o resultado de um profundo transtorno emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e medo. Não deveríamos julgar as pessoas que optaram pelo suicídio sob tais circunstâncias.

Embora não possamos compreender plenamente as causas e motivações por trás do suicídio, como adventistas podemos afirmar três princípios importantes:

·      Primeiro, a vida é preciosa e é um dom de Deus, para ser vivida por Sua graça e pela fé. Nenhum problema é demasiado grande que não possa ser trazido a Deus em oração.

·     Segundo, quando encontramos uma pessoa com pensamentos suicidas, temos o dever de ajudá-la. Com a ajuda de Deus, podemos encarar a culpa de uma maneira construtiva, tendo em mente que muitas vezes aqueles que cometeram suicídio necessitavam de ajuda profissional que nós mesmos fomos incapazes de proporcionar.

   Terceiro, a psicologia e a psiquiatria têm revelado que o suicídio geralmente é o resultado de um profundo transtorno emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e medo (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio) Não deveríamos julgar as pessoas que optaram pelo suicídio sob tais circunstâncias. Não nos cabe julgar. Enquanto devemos estender um ministério de amor e ternura à pessoa envolvida, não devemos julgar que tal pessoa cometeu o pecado máximo.

Caro amigo leitor, se você alguma vez for tentado a cometer suicídio, saiba que há profissionais disponíveis, medicamentos que podem ajudá-lo a superar a depressão, amigos que o amam e fariam todo o possível para ampará-lo, e um Deus que está disposto a trabalhar por você e, por meio de outros, dar-lhe forças quando caminhar pelo vale da sombra da morte.

Lembre-se: Jesus te ama com cada fibra de Seu Ser e está interessado em você e em seus problemas. A Bíblia aconselha: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós (1 Pedro 5:7). O apóstolo Paulo escreveu: “Comunicai com os santos nas suas necessidades” (Romanos 12: 13). E o salmista nos disse: "Lança os teus cuidados sobre o Senhor e Ele te susterá" (Salmos 55: 22).
Nunca perca a esperança!
 

5 comentários:

  1. Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.
    1 Coríntios 10:13

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  2. Sabe o que eu acho é que ao querer confortar os familiares de pessoas que sofrem acabamos endossando o pensamento de pessoas que já não estão mais valorizando a vida por causa do desequilíbrio emocional a cometerem um pecado contra a própera vida caso em que dificilmente se arrependerão.

    Suicídio é pecado como a beber é pecado. A única forma de ser perdoado dos seus pecados é o arrependimento. Não se pode banalizar o pecado. As pessoas assim acabam por se sentirem incentivadas a pecar se imaginarem que seus pecados não são tão graves assim.

    Sei que muitos desejam sinceramente ajudar as pessoas que sofrem emocionalmente, mas crimes são crimes, pecados são pecados, não é pelo fato de sermos pecadores suscetíveis ao pecado que devemos agora nos sentir motivados a cometer os pecados
    O pecado não é algo que devemos consentir com a convivência, pelo contrário devemos lutar contra ele, mesmo conhecenão nossa condição.


    "Cuidado para não aprovares em tuas palavras aquilo que condenas".

    Não advertir as pessoas das consequências dos seus atos é apatia diante da possibilidade do erro. É importante informar as pessoas das consequências dos seus atos.

    Oferecer esperança às pessoas é apresentar argumentos que as insentive a lutar contra o mal.

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    1. Verdade! Agora virou moda em nosso meio adventista...acariciar o suicídio como uma solução para a dor.

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