Ricardo
André
Diversas agremiações
religiosas creem e ensinam a doutrina da “Segunda Oportunidade”. Tal doutrina
consiste na crença de que as pessoas terão uma segunda chance de salvação após
a morte ou após a volta de Cristo. O que divergem entre elas é o período em que
ocorrerá tal oportunidade.
Recentemente recebi em
meu lar a Revista “A Sentinela”, periódico da Sociedade Torre de Vigia, editora
das Testemunhas de Jeová. Nela, está explicita a crença das Testemunhas de Jeová
na referida doutrina, ao afirmar:
“De fato, a Bíblia
promete ‘uma ressurreição tanto de justos como de injustos’ (Atos 24:15). “Os
injustos” são os que não obedeceram as normas de Deus porque não conheciam a
vontade dele. Jesus ressuscitará aquele criminoso, bem como milhões, talvez bilhões,
de outros injustos que morreram em ignorância. Daí, no Paraíso terrestre, eles
aprenderão os requisitos de deus e terão a oportunidade de provar que o amam
por obedecer seus mandamentos. (...) Eles serão julgados com base em suas ações
depois da ressureição, não no que fizeram em ignorância antes de morrer. Como
isso os beneficiará? Depois de sua ressurreição, os injustos terão a
oportunidade de aprender as leis de Deus, que serão reveladas quando rolos
simbólicos forem abertos. Daí, serão julgados ‘segundo as suas ações, ou seja,
se obedeceram às leis de Deus ou não. (Revelação [Apocalipse] 20:12, 13)” (A Sentinela, 01/06/14, pp. 10 e 11).
Está claro que as
Testemunhas de Jeová creem que a “Segunda oportunidade” para “os injustos”
ocorrerá num período de mil anos, a começar com uma ressurreição geral de
“todos os que foram dignos de ressuscitar para o juízo”. Esse juízo não seria
para condenação, mas uma nova oportunidade de se aceitar a salvação.
Os evangélicos
dispensacionalistas defensores do Arrebatamento Secreto ensinam que após esse
evento, haverá um período de sete anos no qual os que não foram arrebatados terão
nova oportunidade de aceitar a Cristo. Outros ainda pregam que após Cristo
estabelecer Seu trono na velha Jerusalém, “todas as nações da Terra se
converterão, pois estarão fora do alcance de Satanás”. (APOLINÁRIO, Pedro. As
Testemunhas de Jeová e sua Interpretação da Bíblia, 4’ ed., São Paulo. IAE,
1986, pág. 248).
A doutrina da “Segunda
Oportunidade” é também um aspecto da crença católica, revelado no dogma do
purgatório. Um lugar, segundo o Catecismo, aqueles que “não estão completamente
purificado (...), passam, após a morte, por uma purificação, a fim de obter a
santidade para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta
purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica, Edições
Loyola, São Paulo, 2000, p. 290). Portanto
para os católicos, nesse lugar, os bons, que por algum motivo não foram logo ao
Paraíso após a morte, terão sua segunda oportunidade de salvação.
Há também a doutrina
espírita da reencarnação, doutrina que advoga sucessivas mortes e
reencarnações, sendo cada uma delas oportunidade para se corrigir o que não foi
corrigido nas outras vidas ou oportunidades anteriores.
Mas, o que diz as
Sagradas Escrituras sobre isto?
Elas são muito claras ao
revelar que há apenas uma oportunidade para a salvação, isto é, nesta vida. As seguintes passagens bíblicas são
suficientes para provarem a inconsistência dessa doutrina: II Cor. 6:1, 2; Heb.
2:3; 3:7, 8; 6:4-6. Estes textos nos
ensinam quando é o tempo da oportunidade. “(...)
hoje se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações...” (Heb. 3:7
e 8). “(...) Eu te ouvi no tempo da
oportunidade e te socorri no dia da salvação: eis agora o tempo sobremodo oportuno,
eis agora o dia da salvação” (II Cor. 6:2). (Grifos acrescentados.) Portanto,
o “tempo da oportunidade” é
identificado com “hoje’’ e ‘‘agora, e não numa segunda chance após
a morte, volta de Jesus, arrebatamento secreto, purgatório ou reencarnação. De
acordo com a Bíblia, com a morte encerra-se o tempo de oportunidade para o
incrédulo, pois “aos homens está
ordenado morrerem uma só vez, e depois disto o juízo [krísis]” (Heb. 9:27).
O termo grego krísis traz em si as idéias de condenação, juízo, sentença,
acusação, justiça (TAYLOR, WiIliam Carcy, Dicionário do Novo Testamento Grego.
5’ cd., Rio de Janeiro, JUERP, 1978, pág. 123); e não de um tempo de prova
(doquimê) para se conceder uma outra oportunidade para a salvação. Paulo, com
esse texto (Heb. 9:27), põe por terra a doutrina da reencarnação, pois antes do
juízo os homens deverão morrer apenas uma vez, e faz o mesmo com a doutrina do
purgatório, pois após a morte, a próxima coisa a ocorrer é o juízo, “vindo
depois disto [da morte] o juízo” (Heb. 9:27), e não um estágio para purgar
algum pecado entre a morte e a entrada na “alegria do Céu”.
A
quem Interessa a Doutrina da “Segunda Oportunidade”?
A doutrina da “Segunda
Oportunidade” é diabólica, porque leva o ser humano a procrastinar, a protelar
sua decisão de aceitar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida. O raciocínio humano seria este: posso
continuar em minha vida de pecado nesta terra, porque depois Deus vai
conferir-me outra oportunidade para a salvação.
Tal crença interessa tão-somente a Satanás, pois o mesmo deseja levar as
pessoas a acreditar que não é necessário levar muito a sério as coisas eternas
agora, pois haveria uma nova chance no futuro.
Querido amigo leitor, Deus
nos ajude a aproveitar o “tempo da oportunidade” que é hoje, e “o dia da
salvação” que é agora. E se hoje ouvirmos a Sua voz, não endureçamos os
nossos corações (Heb. 3:15).
Precisamos preparar-nos
agora, para encontrarmos com alegria Jesus quando Ele voltar em glória e
Majestade (Amós 4:12; Mt 24:28-30; Ap 1:7) Quando Jesus vier com Seus anjos,
nosso destino já estará decidido.
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