As mais representativas
Confissões de Fé oficiais das diferentes igrejas evangélicas-protestantes
sempre ensinaram a vigência do Decálogo como norma de conduta cristã, o que é
confirmado por próceres e autores do mais elevado conceito e gabarito no meio cristão
evangélico. A enumeração abaixo dessas autoridades demonstra que:
a) Os Dez Mandamentos
sintetizam a lei universal de Deus expressos para a situação humana e sempre
foram e serão a regra de conduta dos cristãos. Tal fato é reconhecido por
doutíssimas autoridades em Teologia do passado e do presente, pertencentes às
diferentes igrejas.
b) Esses documentos e
declarações de grandes teólogos também entendem que as leis definiam-se como
moral, cerimonial, civil, etc., sendo que a parte cerimonial, prefigurativa do
sacrifício de Cristo, findou na cruz, mas os mandamentos de caráter moral
prosseguem válidos e vigentes para os cristãos.
c) Tal como qualquer
dos demais nove mandamentos do Decálogo, o seu 4o. mandamento prossegue em
vigor representando um dia de 24 horas a ser integralmente dedicado a Deus. O
sábado teve sua origem no Éden, quando da criação do mundo (Gen. 2:2,3) e foi
estabelecido para o benefício físico e espiritual do homem (Marcos 2:27).
1.
Pensamento Oficial das Várias Igrejas Cristãs Evangélicas Sobre o Decálogo Como
Regra Válida e Vigente Para os Cristãos:
Igreja
Batista:
“Cremos que a Lei de
Deus é a eterna e imutável regra de seu governo moral; que é santa, justa e
boa; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem ao homem caído para
cumprir seus preceitos deriva inteiramente de seu amor pelo pecado; sendo um
dos grandes objetivos do Evangelho e dos meios de graça ligados ao
estabelecimento da igreja visível livrá-lo e restaurá-lo mediante um Mediador a
genuína obediência a santa Lei.—Artigo 12 da “Confissão de New Hampshire”.
“Todos nós temos a
obrigação de cumprir a lei moral. . . . que é a que nos prescreve as obrigações
para com Deus e o próximo. . . . A lei se acha expressa com maior minuciosidade
nos dez mandamentos, dados por Deus a Moisés no Sinai”.—Catecismo da Doutrina
Batista, do Pastor W. D. T. MacDonald, págs. 28 e 29.
Igreja
Metodista:
“O Velho Testamento não
é contrário ao Novo: pois tanto no Velho quanto no Novo Testamento a vida
eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e
o homem, sendo tanto Deus quanto homem. . . . Conquanto a lei dada por Deus
mediante Moisés, no que tange a cerimônias e ritos, não seja vigente para os
cristãos, nem os seus preceitos civis . . . Não obstante nenhum cristão de modo
algum está livre da obediência aos mandamentos que são denominados
Morais”.—Artigo 7 dos “Trinta e Nove Artigos de Religião”.
Obs.: Esta mesma
confissão é adotada pela Igreja Episcopal (Anglicana).
Igreja
Luterana:
“Conquanto aqueles que
verdadeiramente crêem em Cristo, e são sinceramente convertidos a Deus, estão
mediante Cristo libertos da maldição e restrições da Lei, não obstante não
estão, nesse sentido, sem Lei, uma vez que o Filho de Deus os redimiu para a
razão mesma de que possam meditar sobre a Lei de Deus dia e noite, e continuamente
exercitar-se em sua observância”.—“Fórmula de Concórdia”, Artigo 6.
Igreja
Presbiteriana:
“A lei moral para
sempre obriga a todos, tanto as pessoas justificadas quanto as demais, a sua
obediência; e isso não só com respeito a seu conteúdo, mas também com respeito
à autoridade de Deus o Criador que a concedeu. Nem Cristo no evangelho de modo
algum desfez, mas fortaleceu essa obrigação. . .”
“O Espírito de Cristo
subjuga e capacita a vontade do homem para . . . cumprir o que a vontade de
Deus, revelada na Lei, requer que seja feito. . . .
“A liberdade que Cristo
adquiriu para os crentes sob o evangelho consiste em sua liberdade da culpa do
pecado, da condenatória ira de Deus, da maldição da lei moral . . . Sob o Novo
Testamento a liberdade do cristão é mais ampliada na liberdade do jugo da lei
cerimonial, à qual a igreja judaica estava sujeita”.—Seções V, VII e XX do
Capitulo XIX da “Confissão de Fé de Westminster”.
No capítulo XIX, da
Confissão de Fé (da Igreja Presbiteriana), encontra-se a seguinte afirmação:
“I. Deus deu a Adão uma
lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem como toda sua
posteridade, a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe
vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a morte no caso dele
violá-la; e dotou-o com o poder e capacidade de guardá-la.
“II. Essa lei, depois
da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça. Como tal foi
por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas
tábuas”—pág. 35.
Igreja Congregacional:
“Declaração de Savóia”, contendo a mesma “Confissão de Fé de Westminster”
relativa à Igreja Presbiteriana (ver citação acima).
Art. 21—Da Obediência
dos Crentes - Ainda que os salvos não obtenham a salvação pela obediência à lei
senão pelos merecimentos de Jesus Cristo, recebem a lei e todos os preceitos de
Deus como um meio pelo qual Ele manifesta sua vontade sobre o procedimento dos
remidos e guardam-nos tanto mais cuidadosa e gratamente por se acharem salvos
de graça. Ef 2:8,9; I Jo 5:2,3; Tt 3:4-8. (Do documento oficial da denominação,
“Os Vinte e Oito artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do
Cristianismo”).
Adicionalmente, ensina
a Lição da Escola Dominical da UIECB de 15-8-71: “A transmissão da Lei no Monte
Sinai constitui-se em um dos acontecimentos mais destacados, e mais universal.
. . Como as rochas . . . da montanha em que foram transmitidos, estes preceitos
formam a base imóvel da vida moral de homens e de nações, o fundamento
duradouro de toda civilização digna e firme”.
2.
O Que Disseram Grandes Próceres Cristãos do Passado Sobre o Tema da Lei Divina:
Declarou João Wesley,
fundador do metodismo e o grande evangelista e reavivalista do século XVIII em
um dos seus famosos sermões:
“Na mais alta categoria
dos inimigos do evangelho de Cristo, estão aqueles que, aberta e
explicitamente, ‘julgam a lei’, e ‘falam mal da lei’; aqueles que ensinam os
homens a quebrar . . . não somente um . . . mas todos os mandamentos de um só
golpe. . . Isto é, na verdade, demolir enunciados com muita violência. . . ;
isto é resistir na cara a nosso Senhor”.—Works of Wesley (Obras de Wesley),
Nova York: Waugh & Mason, 1833.
“A lei moral firma-se
sobre um fundamento inteiramente diverso da lei cerimonial ou ritual, que tinha
o desígnio de servir para uma restrição temporária sobre um povo desobediente e
de dura cerviz; enquanto esta [a lei moral] procede do princípio do mundo,
sendo ‘escrita, não em tábuas de pedra’, mas nos corações de todos os filhos
dos homens, quando saíram das mãos do Criador”.—João Wesley, “Upon Our Lord’s
Sermon on the Mount”, Discurso 5, em Works of Wesley, Vol. 5, (edição de 1829),
p. 311.
Por seu turno, o
fervoroso evangelista Moody acrescenta estes valiosos pensamentos:
“Jamais encontrei um
homem honesto que achasse falta nos Dez Mandamentos. A lei dada no Sinai nada
perdeu de sua solenidade. . . . O povo precisa ser levado a compreender que os
Dez Mandamentos estão ainda em vigor, e que há uma penalidade ligada à cada
violação”.—Weighed and Wanting (Pesado e achado em falta), págs. 11 e 16.
E eis o que Lutero
falou sobre os Dez Mandamentos num escrito “contra os antinomistas”:
“Eu muito me admiro
como chegou a ser-me imputado que eu rejeitaria a lei dos dez mandamentos. . .
. pode alguém pensar que o pecado existe onde não há lei? Quem quer que
ab-rogue a lei, deve necessariamente ab-rogar também o pecado.—Martinho Lutero,
“Wider die Antinomer” (contra os antinomistas), secs. 6, 8, in seus Sämsmtliche Schriften (Escritos
coletados), ed. Por Johann Georg Walck, Vol. 20 (St. Louis, Concordia, 1890),
cols. 1613,
1614.
3.
O Que Disseram Grandes Próceres Cristãos do Presente Sobre o Tema da Lei Divina:
Vejamos o que pensam
autores cristãos-evangélicos mais modernos. O Pr. Carlo Johansson, da Igreja
Assembleia de Deus, faz a seguinte afirmativa:
“A lei é a vontade de
Deus, no Decálogo”. — Síntese Bíblica do Velho Testamento, pág. 48.
Já o Pr. Harold J.
Brokke, também pentecostal, declara:
“A lei é uma parte
vital do governo divino no mundo em nossos dias. . . a santa lei de Deus é um
pré-requisito divino para uma experiência mais profunda da graça”.—Prosperidade
Pela Obediência, pág. 10.
E o Pr. Myer Pearlman,
pentecostal, professor de muitos pastores, inclusive do Pr. N. Lawrence Olson,
por muitos anos o orador do Programa de Rádio “A Voz das Assembleias de Deus”,
declarou:
“Os mandamentos
representam a expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa
os Seus súditos”. — Através da Bíblia, pág. 27.
Já citado, o Pr. Harold
J. Brokke, dá várias respostas a essa pergunta. Ele diz:
“Nós não podemos
compreender a salvação sem entender a lei de Deus. . . . Deus revela Sua
vontade, no tocante ao procedimento do homem, por meio dos mandamentos que lhe
apresenta. . . . O propósito da lei é fazer com que os homens sintam sua
necessidade de Jesus Cristo e do Seu evangelho de perdão. . . . Pela lei vem o
conhecimento do pecado. Os homens precisam de buscar a Deus, reconhecendo-se
pecadores, ou seja, criaturas que sabem ter desobedecido a lei e o governo de
Deus, reconhecendo-se verdadeiros inimigos do próprios Deus pelo desrespeito às
Suas leis”.—Op. Cit., págs. 14, 15, 16 e 17.
Concordando de que a
lei de Deus é para o benefício do homem, o Pr. Carlo Johansson declarou o
seguinte:
“O decálogo—o
fundamento do pacto e o mais essencial da lei, como também a condição para vida
e felicidade”.—Op. Cit., pág. 116.
O famoso teólogo, Pr.
Antonio Neves de Mesquita, Doutor em Teologia, e professor de seminários
batistas de grande projeção. No seu livro Estudo no Livro de Êxodo, pág. 133,
ele registrou estas palavras:
“Tomemos em
consideração que antes de serem dadas as dez proposições, comumente chamadas
Lei, já todos os ensinos nelas codificados estavam em vigor. Podemos mesmo
dizer que desde que apareceu o homem sobre a terra os princípios do Decálogo
tinham força de lei. E, se quisermos recuar mais ao passado, podemos afirmar
que nunca houve tempo nem eternidade em que tais princípios não existissem. . .
. Quando o homem foi criado, não lhe foi dada esta lei em forma catalogada, mas
lhe foi posta no coração, dentro da consciência, dentro de sua íntima natureza,
para que por ela se governasse”. (Grifos nossos)
O Pr. Antônio Gilberto,
também da Assembleia de Deus, confirma:
“A parte moral da lei é
eterna e universal”. — Manual da Escola Dominical, pág. 86.
Por seu turno, o Pr.
Nilson A. Fanini, pregador do programa de televisão “Reencontro”, escreveu o
seguinte no seu livro Dez Passos Para Uma Vida Melhor, págs.18 e 19:
“Se quisermos viver em
paz com Deus e com o nosso próximo devemos, então, observar o Decálogo. . . .
Devemos obedecer não por medo mas por amor. Precisamos observar as leis divinas
tais quais elas são e não acomodá-las de acordo com as tendências da época,
esquecendo ou comprometendo as leis divinas que regem a conduta moral”.
Para o Dr. George Eldon
Ladd, teólogo de renome, batista, a resposta é a seguinte:
“Está claro que a Lei
continua a ser a expressão da vontade de Deus para a conduta, mesmo para
aqueles que não estão mais sujeitos à lei”.—Teologia do Novo Testamento, pág.
473.
E temos Billy Graham
citando Wesley sobre os Dez Mandamentos:
“A exemplo de Wesley,
sinto que deva pregar a lei e o juízo antes de pregar a graça e o amor. (. . .) Os dez mandamentos (. . .) são as leis
morais de Deus para a conduta das pessoas. Alguns pensam que eles foram
revogados. Isso não é verdade. Cristo ensinou a lei. Eles ainda estão em vigor
hoje. Deus não mudou. As pessoas é que têm mudado. . . . A Bíblia diz que todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Os Dez Mandamentos são um espelho
para nos mostrar como ficamos aquém em preencher os requisitos de Deus”.—Sermão
em Times Square, citado em George Burnham e Lee Fisher, Billy Graham and the
New York Crusade (Zondervan Publ. House, Grand Rapids, Mich.), pp. 108 e 109.
Noutro sermão o grande
evangelista prossegue:
“Eu vos advirto esta
noite, não pode haver paz até que a Lei seja observada e não há poder em nós
para observar a Lei. A natureza humana é corrupta. É por isso que Cristo veio
para dar-nos uma nova natureza e pôr em operação forças que nos possam trazer à
existência uma nova ordem mundial”.—Sermão em Times Square, citado em George
Burnham e Lee Fisher, Billy Graham and the New York Crusade (Zondervan Publ.
House, Grand Rapids, Mich.), p. 191.
*Existe
uma Divisão de Lei Moral e a Lei Cerimonial?
Da obra A Interpretação
da Bíblia, de Weldon E. Viertel, autor batista, na pág. 194, nós transcrevemos
este texto:
“A Lei pode ser
dividida em três tipos: cerimonial, civil e moral. . . . De acordo com o livro
de Hebreus, as leis cerimoniais eram sombras de Cristo. A sombra foi
substituída pela realidade de Cristo e Seu ato redentor. As leis cerimoniais
foram cumpridas; portanto, a Igreja não observa as leis sacrificiais e os
festivais. As leis cerimoniais foram aplicadas a Cristo, em grande parte pelo
uso da tipologia.
“. . . A lei moral
continua efetiva; todavia, Cristo deu-lhe outro nível de sentido e aplicação.
Lidou com a raiz das atividades éticas, incluindo atividades e motivos (o
coração do homem)”. (grifos nossos)
Ainda, Antônio Neves de
Mesquita ajuda na resposta, quando diz:
“O concerto divide-se
em três partes: lei moral ou os Dez Mandamentos (20:1-17); lei do altar ou
cerimonial, meio de aproximação a Deus (20:22-26 e o livro de Levítico); e lei
civil (21:1-23:19)”.—Op. Cit., pág. 131. (negritos nossos)
Mais uma vez o Pr. O.
S. Boyer nos apresenta aquilo que tem aprendido de Deus, em anos de estudo da
Palavra:
“Algumas pessoas dão
ênfase à distinção entre mandamentos ‘morais’ e mandamentos ‘cerimoniais’. As
exigências ‘morais’ são aquelas que em si mesmas são justas e nunca podem ser
revogadas. Ao contrário, as leis ‘cerimoniais’ são aquelas sobre observâncias,
sobre o cumprimento de certos ritos, por exemplo: os mandamentos acerca dos
holocaustos e o incenso. . . . As leis ‘cerimoniais’ podem ser ab-rogadas na
mudança de dispensação, mas não as leis ‘morais’. É certo que existe tal
distinção”.—Marcos: O Evangelho do Senhor, págs. 38 e 39.
John Davis, autor de um
dos mais famosos dicionários bíblicos, que já alcançou várias edições. Ele
assegura que:
“Os DEZ MANDAMENTOS,
sendo a lei fundamental e sumária de toda MORAL, permanecem firmes; baseiam-se
na imutável natureza de Deus e nas relações permanentes do homem sobre a terra.
. . . A LEI CERIMONIAL a que se refere a carta aos Hebreus 8:7, como o primeiro
pacto, ela a declara como antiquada e prestes a perecer. . . . O Apóstolo não
julgou necessário obrigar a ela os gentios, Atos 15:23-28.
“Tinha função
transitória, apontando para Cristo, nosso sumo pontífice por meio de seu
sacerdócio, de seus sacrifícios, de suas cerimônias e de seus símbolos”. — John
D. Davis, Dicionário da Bíblia, págs. 356 e 357 (versais acrescentados).
Também da Confissão de
Fé (da Igreja Presbiteriana), extraímos essas informações valiosas:
“III. Além dessa lei
[dos dez mandamentos], geralmente chamada LEI MORAL, foi Deus servido dar ao
Seu povo de Israel, considerado uma igreja sob a Sua tutela, LEIS CERIMONIAIS
que contem diversas ordenanças típicas. Essas leis, que em parte se referem ao
culto e prefiguram Cristo, as Suas graças, os Seus atos, os Seus sofrimentos e
os Seus benefícios. . . estão todas abrogadas sob o Novo Testamento”.—págs. 35
e 36 (versais acrescentados).
Dr. Albert Barnes,
notável comentarista presbiteriano, em comentário sobre Mateus 5:18, disse:
“As leis dos judeus
estavam geralmente divididas em morais, cerimoniais e judiciais. As leis morais
são aquelas que emanam da natureza das coisas—tais como o dever de amar a Deus
e Suas criaturas. Estas não podem ser abolidas, pois jamais poderá ser correto
odiar a Deus ou aos nossos semelhantes. Dessa natureza são os Dez Mandamentos;
e estes nosso Salvador não aboliu nem suprimiu”.—Notes, Explanatory and
Practical, on the Gospel, Volume 1, pág. 65.
De tudo que está
registrado, fica mais do que claro que os mestres presbiterianos admitem que
existam pelo menos duas leis das quais fala a Escritura Sagrada: (a) Lei
Moral—sumarizada nos Dez Mandamentos; e (b) Lei Cerimonial—representada pelos
sacrifícios e ordenanças rituais para Israel.
4.
O Que Disseram Grandes Próceres Cristãos do Passado e do Presente Sobre o Tema
do Mandamento do Sábado:
Qual
a Origem do Sábado do Quarto Mandamento?
O Dr. Archibald A.
Hodge, membro da Junta Presbiteriana de Publicações, e antigo Professor no
Seminário Princeton (Presbiteriano), nos Estados Unidos, escreveu um folheto,
no qual apresenta uma defesa da perpetuidade do sábado como dia santificado por
Deus. Dele extraímos o seguinte:
“Deus instituiu o
sábado na criação do homem, separou o sétimo dia para esse fim e ordenou sua
observância como uma obrigação universal e perpétua à raça”.—Folheto N° 175.
Conforme o Dr. Hodge, o
sábado teve sua ORIGEM NA CRIAÇÃO, antes, portanto, da queda do homem. Antes de
ter havido necessidade de um sistema de sacrifícios e rituais típicos.
Recorremos, novamente ao Professor John D. Davis, a fim de reforçar aquilo que
já foi assegurado.
“SÁBADO, Descanso. Dia
de descanso instituído por Deus, para ser observado por todos os homens. Tendo
completado a obra da criação em seis dias, cessou de trabalhar no dia sétimo.
‘E abençoou o dia sétimo e o santificou; porque nele mesmo cessara de toda a
sua obra que Deus criou para fazer’, Gen. 2:1-3”.—Dicionário da Bíblia, pág.
519.
Pelo que lemos acima,
não há nenhuma dúvida, entre os mentores presbiterianos, de que os Dez
Mandamentos foram dados a Adão, ANTES DA QUEDA.
Há
Razões Para Observarmos o Sábado do Sétimo Dia?
Ainda o Professor
Davis, com sua reconhecida autoridade:
“A doutrina ensina
claramente que este dia foi ordenado por Deus, para repouso do corpo, e
bem-estar do homem; que o deviam observar, imitando o exemplo que Deus dá, e
por causa das bênçãos por Ele conferidas”.—Dicionário da Bíblia, pág. 520.
Agora, do Breve
Catecismo, editada pela Casa Editora Presbiteriana:
“O quarto mandamento
exige que consagremos a Deus os tempos determinados em Sua Palavra,
particularmente um dia inteiro em cada sete, para ser um dia de santo descanso
a Ele dedicado. . . . proíbe a omissão ou a negligência no cumprimento dos
deveres exigidos, e a profanação deste dia por meio de ociosidade, ou por fazer
aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos,
palavras ou obras acerca de nossos negócios e recreações temporais. . . . Deus
nos concede de fazermos uso dos seis dias da semana para os nossos interesses
temporais: o reclamar Ele para Si a propriedade especial do dia sétimo, o Seu
próprio exemplo, e a benção que Ele conferiu ao dia de descanso”.—Breve Catecismo
de Doutrina Cristã, págs. 17 e 18.
Por
Quanto Tempo Deve Durar o Mandamento do Sábado?
Recorremos, ainda desta
vez, ao que disse o erudito John Davis:
“O sábado foi
instituído para benefício do gênero humano; as suas obrigações duram enquanto o
homem viver e enquanto subsistirem as suas necessidades”. —Dicionário da
Bíblia, pág. 520.
“A respeito do quarto
mandamento, disse Jesus: ‘O sábado foi feito para o homem’; segue-se, pois, que
a lei permanece em toda a sua força enquanto o homem existir sobre a
terra”.—Dicionário da Bíblia, pág. 356.
Que Tipo de Lei, Dentre
as Referidas Acima, o Apóstolo Paulo Apresenta em Colossenses 2:16?
Diz um destacado
teólogo evangélico:
“Apela-se a passagens
tais como Colossenses 2:16: ‘Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e
bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. E Romanos 14:5: ‘Um faz
diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha
opinião bem definida em sua própria mente”. Cada um de nós, contudo, sabe que
as igrejas apostólicas viviam grandemente atribuladas pelos judaizantes, os
quais insistiam em que a lei mosaica continuava em vigor, e que os cristãos
eram obrigados a conformar-se às suas prescrições acerca da distinção entre
alimentos limpos e impuros, bem como a seus numerosos dias de festa, nos quais
todo trabalho tinha de ser interrompido. Esses eram os falso mestres e essa era
a falsa doutrina contra a qual muitas das epístolas de Paulo se dirigiam. É uma
óbvia referência a tais homens e suas doutrinas que passagens como as
supracitadas foram escritas. Elas não fazem nenhuma referência ao Sábado
semanal, o qual fora observado desde a criação, e o qual os próprios Apóstolos
introduziram e perpetuaram na Igreja Cristã.”—Teologia Sistemática, Charles
Hodge, pág. 1269.
O Dr. Albert Barnes,
acima referido, e conhecido autoridades presbiteriana, assim se expressou sobre
o texto de Colossenses 2:16:
“Ou dos sábados’. A
palavra ‘sábado’, no Velho Testamento, é aplicada não somente ao sétimo dia,
mas a todos os outros dias de repouso sagrado que eram observados pelos
hebreus, e particularmente ao começo e encerramento de suas grandes
festividades. Há, certamente, referência a esses dias nesse lugar, visto que a
palavra é usada no plural e o apóstolo não se refere particularmente ao assim
chamado sábado, propriamente.
“Não há nada que
indique tivesse ele ensinado não haver nenhuma obrigação de observar qualquer
dia santificado, pois não há a menor razão para crer que ele tencionasse
ensinar que um dos Dez Mandamentos tivesse deixado de ser obrigatório para a
humanidade.
“Se houvesse usado a
palavra no singular, ‘o sábado’, teria ficado claro, naturalmente, que ele
pretendia ensinar que esse mandamento havia deixado de ser obrigatório, e que o
sábado não mais devia ser observado. Mas o uso do termo no plural e o contexto,
mostram que tinha sua atenção voltada para o grande número de dias que eram
observados pelos hebreus como festas, como parte de sua lei típica e
cerimonial, e não para a lei moral ou os Dez Mandamentos.
“De nenhuma parte da
lei moral—pode dizer-se ser ‘uma sombra das coisas futuras.’ Estes mandamentos
são, em virtude da natureza da lei moral, de perpétua e universal
obrigatoriedade”.—Notes on Colossians, edição de 1850, págs. 306 e 307.
Assim essas autoridades
presbiterianas, além das que já foram destacadas dentre batistas,
congregacionais, metodistas, luteranos, assembleianos, concordam com os
cristãos observadores do sábado quanto à validade deste e de TODOS os
mandamentos do decálogo.
* O sábado é
interpretado por esses autores e documentos como referindo-se ao domingo. Mas,
isso é secundário nesta discussão específica porque o que importa é que admitem
a validade e vigência do mandamento. O debate sobre ter o sábado tomado o lugar
do domingo já é outro.
Indiscutivelmente,
todas essas autoridades e documentos religiosos não concordam com a visão
semi-antinomista/dispensacionalista que nega a validade e vigência do Decálogo
como norma cristã, ou prega o fim total do 4o. Mandamento, como sendo
“cerimonial”.
Autor: Prof. Azenilto
G. Brito
Ministério Sola
Scriptura
Bessemer, Ala., EUA
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