Teologia

sábado, 15 de março de 2014

ESTÁ DECRETADO O FIM DA REFORMA PROTESTANTE?



Por Filipe Reis 

Nos últimos dias, tem sido largamente divulgado nos meios Adventistas (digamos, nos leigos, não nos oficiais), o vídeo onde o Papa Francisco e, talvez mais incisivamente, o bispo Tony Palmer (uma figura desconhecida que com isto assume um protagonismo que nem ele imaginaria…) elaboram à volta da urgente necessidade de união entre as diferentes crenças cristãs, sem rodeios ou meias palavras.

Sem entrar em muitos comentários ao conteúdo – o Pr. Doug Batchelor tratou de muito oportunamente o fazer – algo que este sucedido nos deve despertar é a urgência dos tempos em que vivemos. É evidente que o mundo atravessa uma fase decisiva, crítica em termos sociais, políticos e económicos, e a religião tem vindo a assumir-se gradual e consistentemente como uma faceta a não ignorar, antes cada vez mais importante – veja-se o “fenómeno Francisco” que em menos de 12 meses revolucionou mentalidades e posturas, mesmo fora do espetro religioso.

Neste caso concreto, reparamos que a nível interno os habituais bota-abaixistas da interpretação profética Adventista ainda não se manifestaram; pode ser que a isso sejam obrigados em breve, ou estejam ainda a elaborar novos argumentos para desvalorizar a relevância e impacto profético que estas declarações comportam. Talvez cheguem mesmo ao ridículo absurdo e estúpido de um certo formado em Teologia Adventista que entende que os comportamentos tipo “besta” são hoje mais facilmente identificáveis na liderança mundial da nossa Igreja do que no Vaticano (acredite se quiser…). Ou, hipótese menos provável, pode ser que venham daqui a algum tempo, mesmo a contragosto, admitir que isto merece sim todo o destaque.

Porque merece mesmo – as palavras são demasiado nítidas e evidentes para que façamos de conta que nada se passa ou que são apenas divagações de um wishful thinking de ocasião, como que de alguém que procura protagonismo sem substância.
Que Roma se estende cada vez mais por todo o protestantismo americano procurando exercer a sua influência, há muito já nos apercebemos. A (eventual) novidade é a aceitação, o aplauso (literal!) com que essa influência é agora recebida!

Pessoalmente, fiquei com o sangue a ferver quando ouvi o bispo Palmer a dizer que “o protesto acabou” – falsidade enorme que ignora um grupo que ainda se mantém (não todos os seus integrantes, é certo) como último agente da grande reforma, e não perdeu a vontade de finalizar a obra de retorno à Bíblia.

O protesto não vai acabar porque aqueles que se chamam de protestantes (já deveriam ter vergonha de o fazer) se acovardam e cedem no campo de batalha – o protesto vai acabar, sim, mas apenas quando a Igreja Adventista, pelo menos os fiéis que nela se encontram, se levantarem arrojada e corajosamente para proclamar a última mensagem de advertência a um mundo que resvala rapidamente para o seu fim.

A Bíblia e os seus ensinamentos são a maior e única motivação necessária para sermos os protestantes deste tempo. Mas, se precisarmos de mais algum incentivo, aqui o temos: Roma quase que já subjugou totalmente os que durante séculos se lhe opuseram, esses que hoje lhe prestam uma vassalagem nada disfarçada, faltando apenas a ratificação oficial da sua capitulação.

Escreveu Ellen White: “A Reforma não terminou com Lutero, como muitos supõem. Continuará até ao fim da história deste mundo” (O Grande Conflito, p. 148).

A pergunta que fica é: obreiros finais da reforma, onde estais vós…?

FONTE: O Tempo Final

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