Por
Filipe Reis
Nos últimos dias, tem
sido largamente divulgado nos meios Adventistas (digamos, nos leigos, não nos
oficiais), o vídeo onde o Papa Francisco e, talvez mais incisivamente, o bispo
Tony Palmer (uma figura desconhecida que com isto assume um protagonismo que
nem ele imaginaria…) elaboram à volta da urgente necessidade de união entre as
diferentes crenças cristãs, sem rodeios ou meias palavras.
Sem entrar em muitos
comentários ao conteúdo – o Pr. Doug Batchelor tratou de muito oportunamente o
fazer – algo que este sucedido nos deve despertar é a urgência dos tempos em
que vivemos. É evidente que o mundo atravessa uma fase decisiva, crítica em
termos sociais, políticos e económicos, e a religião tem vindo a assumir-se
gradual e consistentemente como uma faceta a não ignorar, antes cada vez mais
importante – veja-se o “fenómeno Francisco” que em menos de 12 meses
revolucionou mentalidades e posturas, mesmo fora do espetro religioso.
Neste caso concreto, reparamos
que a nível interno os habituais bota-abaixistas da interpretação profética
Adventista ainda não se manifestaram; pode ser que a isso sejam obrigados em
breve, ou estejam ainda a elaborar novos argumentos para desvalorizar a
relevância e impacto profético que estas declarações comportam. Talvez cheguem
mesmo ao ridículo absurdo e estúpido de um certo formado em Teologia Adventista
que entende que os comportamentos tipo “besta” são hoje mais facilmente
identificáveis na liderança mundial da nossa Igreja do que no Vaticano
(acredite se quiser…). Ou, hipótese menos provável, pode ser que venham daqui a
algum tempo, mesmo a contragosto, admitir que isto merece sim todo o destaque.
Porque merece mesmo –
as palavras são demasiado nítidas e evidentes para que façamos de conta que
nada se passa ou que são apenas divagações de um wishful thinking de ocasião,
como que de alguém que procura protagonismo sem substância.
Que Roma se estende
cada vez mais por todo o protestantismo americano procurando exercer a sua
influência, há muito já nos apercebemos. A (eventual) novidade é a aceitação, o
aplauso (literal!) com que essa influência é agora recebida!
Pessoalmente, fiquei
com o sangue a ferver quando ouvi o bispo Palmer a dizer que “o protesto
acabou” – falsidade enorme que ignora um grupo que ainda se mantém (não todos
os seus integrantes, é certo) como último agente da grande reforma, e não
perdeu a vontade de finalizar a obra de retorno à Bíblia.
O protesto não vai
acabar porque aqueles que se chamam de protestantes (já deveriam ter vergonha
de o fazer) se acovardam e cedem no campo de batalha – o protesto vai acabar,
sim, mas apenas quando a Igreja Adventista, pelo menos os fiéis que nela se
encontram, se levantarem arrojada e corajosamente para proclamar a última
mensagem de advertência a um mundo que resvala rapidamente para o seu fim.
A Bíblia e os seus
ensinamentos são a maior e única motivação necessária para sermos os
protestantes deste tempo. Mas, se precisarmos de mais algum incentivo, aqui o
temos: Roma quase que já subjugou totalmente os que durante séculos se lhe
opuseram, esses que hoje lhe prestam uma vassalagem nada disfarçada, faltando
apenas a ratificação oficial da sua capitulação.
Escreveu Ellen White: “A Reforma não terminou com Lutero, como
muitos supõem. Continuará até ao fim da história deste mundo” (O Grande
Conflito, p. 148).
A pergunta que fica é:
obreiros finais da reforma, onde estais vós…?
FONTE: O Tempo Final
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