Teologia

quarta-feira, 19 de março de 2014

PARA ONDE ESTAMOS INDO?



Ricardo André

Imagine que você está viajando por um lugar em que nunca esteve. A esta altura você já devia ter chegado ao seu destino, mas as placas das ruas, os nomes das cidades e os pontos de referências não são os que você esperava encontrar. “Onde estou?”, você pergunta. “Estou no caminho certo?”

O mundo pós-moderno encontra-se numa situação semelhante. O homem está em território desconhecido, ao passo que observa a sociedade deteriorar numa escala jamais vista. Com todos os avanços na ciência e tecnologia, era de esperar que já estivéssemos num mundo melhor. 

Foi a partir do século XX que muitos acreditaram que “o velho ideal de uma fraternidade global tornou-se uma possibilidade viável”. No entanto, não se chegou ao destino, “uma fraternidade global”. Os prometidos pontos de referências de segurança econômica, alimentação adequada, saúde melhor e uma vida feliz em família não são encontradas em lugar nenhum.

A humanidade hoje está perdida em território desconhecido, bem distante do rumo certo, longe da paz e segurança com que se sonhava na virada do século XX para o século XXI. Por isso, muitos hoje estão pedindo orientações: Como entramos nessa situação? Para onde o mundo está indo? Estamos nos últimos dias da história da humanidade?

ESTAMOS NOS ÚLTIMOS DIAS

Para descobrirmos onde estamos, precisamos determinar em que situações nos encontramos atualmente. Alguns dizem que estamos no limiar de uma nova ordem mundial; outros, que estamos à beira da destruição. As Sagradas Escrituras, como um mapa rodoviário, ajuda-nos a saber exatamente onde estamos e para onde estamos indo.

A Bíblia fala de coisas – situações e atitudes no mundo – que marcariam um período na história chamado de “últimos dias”.

“Nos últimos dias”, escreveu o apóstolo Paulo, “sobrevirão tempos difíceis” (2 Tm 3:1). A frase “tempos difíceis”, é tradução do grego Kai.rói Kha.le. pói. A palavra khalepói  é o plural de uma palavra que significa literalmente “feroz” e transmite a ideia de ameaça e perigo. Um comentarista da Bíblia diz que essa palavra refere-se a uma “tremenda investida de perversidade”. Portanto, embora tenha havido inquietações em períodos anteriores, os últimos dias seriam extraordinariamente cruéis, perigosos, trabalhosos. Como diz 2 Tm 3:13, “os homens maus e enganadores irão de mal a pior”. As palavras do apóstolo Paulo ao seu querido discípulo, Timóteo, parecem encontrar eco em nossos dias. Realmente vivemos em dias perigosos, com indivíduos perigosos, com eventos perigosos! Ouvimos cada dia que passa, de eventos que chocam a humanidade. 

SINAIS QUE INDICAM OS ÚLTIMOS DIAS

Analisemos alguns sinais (evidências específicas), registradas em 2 Timóteo 3:2-5 e Lucas 21:25 que indicam que estamos nos últimos dias da história.

a) Os homens serão... gananciosos (3:2)

As fraudes se tornaram uma orgia de crimes contra a economia. São inúmeros os prejuízos causados pelas fraudes na Previdência, na área de saúde, nos recursos da educação. Lamentavelmente, os políticos fazem farra com recursos públicos. Essa desonestidade é típica. 

O mundo vive uma crise de valores. Temos uma cultura que as vezes se exalta a desonestidade. Consideramos heróis a vilões, pessoas que fazem politicagem, empresários que esfolam o sistema e se safam impunes.

Certa vez o cantor e pianista norte-americano Little Richard afirmou: “O Homem é tão ganancioso nos dias de hoje que venderia qualquer coisa por dinheiro.”  (http://kdfrases.com).

b) Desobediente aos pais (3:2)

Desde o final do século XX as pessoas estão criando uma geração de crianças insolentes, briguentas e sem respeito para com os pais, os professores e outras pessoas mais velhas.

A rebeldia que começa em casa muitas vezes se manifesta na escola. Uma criança de 4 anos já são respondonas. Os professores gastam mais tempo lidando com o comportamento da classe do que ensinando matéria.

c) “Sem afeição natural” (3:3)

O apóstolo Paulo previu que nos últimos dias haveria uma acentuada deterioração na família – instituição em que, mais do que em qualquer outra, a afeição natural devia prevalecer. Ouvimos falar constantemente de:

Violência doméstica: mulheres são espancadas e mortas pelos parceiros; filhos que matam seus pais; crianças são jogadas no lixo, em rios, espancadas até a morte, molestadas sexualmente pelos familiares de confiança.
                                            
O levado índice de divórcio, os maus-tratos aos idosos e os abortos também são evidências de que muitos mostram completa falta de afeições humanas normais. “Sem afeição natural”, que realidade a de nossos dias!

d) Cruéis, sem amor para com os bons (à bondade) (3:3)

Cresce cada dia mais o número de jovens assassinos, que muitas vezes não precisam de muitos motivos para matar. Um enorme número de adolescentes aceita com entusiasmo a ideia de estourar os miolos de outro ser humano, sem mais nem menos.

O crime e a violência são um fenômeno mundial. Além disso, os crimes hoje são mais violentos. A vida não tem valor. A generalizada onda de crimes e a crescente população carcerária do mundo mostram que milhões de pessoas têm intenções criminosas e pouca vontade de mudar. Muitos constatam que o crime compensa. Assim, o mundo mudou – para pior. Ficou mais perigoso.

A sociedade parece estar totalmente impregnada de cobiça, lascívia, luxúria, e para satisfazer seus desejos animalescos cometem os crimes mais hediondos.

e) Haverá ... pestilências em vários lugares (Lucas 21:11).

Quem ouvia fala da AIDS há 35 anos? Surgida em meados dos anos 70, cuja vacina tem sido um desafio aos cientistas até os dias de hoje. Hoje é a maior epidemia do século. Esta calamidade matou milhões de pessoas e milhões vivem com medo dela.
Apesar dos milhões de dólares e de outras moedas investidos na pesquisa da AIDS, não há solução à vista.

Cada dia que passa mais epidemias têm surgido no cenário mundial. É o caso do Ebola, oriundo do Zaire, na África, que surgiu nos anos 90, matando boa parte da população daquela região.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia aumentou no século XXI, os vírus também têm evoluído tornando-se cada vez mais fortes e perigosos. Em 2002 e 2003 aparece a SARS, ou a pneumonia atípica asiática, assustando a todo o globo terrestre e matando vários chineses em Hong Kong. Todas as autoridades ao redor do mundo todo entraram em alerta total nos aeroportos e portos marítimos, na tentativa de combater a epidemia.
Em 2004, a gripe do frango assusta a Ásia, levando produções avícolas inteiras a serem sacrificadas, o que corresponde a milhões de frangos no mundo todo. Essa gripe é altamente transmissível ao ser humano e se propaga muito rapidamente. Pode levar o ser humano à morte. 

O vírus da gripe do frango se chama H5N1, que é uma mutação do vírus influenza, o mesmo que matou milhões no início do século XX no episódio conhecido como gripe espanhola. Hoje, estão se desenvolvendo vacinas por todo o planeta (inclusive no Brasil) para o combate a essa mutação do vírus influenza.

f) “Na Terra as nações ficarão angustiadas e perplexas pelo bramido do mar e das ondas” (Lucas 21:25).

No domingo do dia 26 de dezembro de 2004, ocorreu um grande terremoto bem abaixo da superfície do Oceano Índico, que produziu uma gigantesca onda, de 10 metros de altura, que atingiu 14 países do sul da Ásia, matando mais de 230 mil pessoas da região e turistas de vários países do mundo. Cidades inteiras foram arrasadas pelas águas do Oceano. Foi uma tragédia sem precedente que chocou o mundo.

Na sexta-feira do dia 11de março de 2011, ocorre outro tsunami. Desta vez no Japão. Cerca de 19.000 pessoas morreram no terramoto. Nalgumas zonas, a onda do tsunami atingiu os dez metros de altura. O Japão viveu uma das maiores tragédias de sua história. O sismo é considerado o quinto mais forte já registrado na história e o pior já ocorrido na nação asiática.

Esses fatos tristes dão sentido a uma antiga profecia que prediz um tempo de aflição, desespero mundial devido ao “bramido do mar”. O mar também virou um cenário de novos horrores.

“OUVIMOS OS PASSOS DE UM DEUS QUE SE APROXIMA”

“A vinda do Senhor está mais próxima do que quando aceitamos a fé. O grande conflito aproxima-se de seu fim. Toda notícia de calamidade em mar ou terra é um testemunho de que o fim de todas as coisas está próximo. Guerras e rumores de guerras declaram-no. Haverá um só cristão cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que se iniciam perante nós?

“O Senhor vem. Ouvimos os passos de um Deus que se aproxima, ao vir Ele punir o mundo por sua iniquidade. Temos que preparar-Lhe o caminho mediante o desempenho de nossa parte em preparar um povo para esse grande dia” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 219)

"É chegado o tempo em que haverá no mundo tristeza que nenhum bálsamo humano pode curar. O Espírito de Deus está sendo retirado. Catástrofes por mar e por terra seguem-se umas às outras em rápida sucessão. Quão frequentemente ouvimos de terremotos e furacões, de destruição pelo fogo e inundações, com grandes perdas de vidas e propriedades!" (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 277).

CONCLUSÃO

Sabemos que os sinais estão diante de nós. “Quando estas coisas começarem a acontecer”, disse Jesus. “Olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21:28). Jesus deve estar voltando dentro em breve para levar-nos para o Lar eterno.
Preparemo-nos!

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