por Lindolfo Dias
De todas as
considerações feitas a respeito do espiritismo, uma pergunta resta inevitável:
É o espiritismo cristão? E mais, ainda: uma pessoa que se diz espírita pode,
coerentemente, chamar-se cristã? A resposta clara, positiva e indiscutível é:
Não! O espiritismo não é cristão e as pessoas adeptas de suas doutrinas, em
harmonia com os seus princípios, não podem, coerentemente, chamar-se cristãs.
As razões serão expostas a seguir, e são dadas exatamente pelos maiores
expoentes do espiritismo mundial que declaram, eles mesmos, esta condição de
não serem os espíritas cristãos.
Reconhecemos, na
verdade, a existência de pessoas admiráveis que professam a doutrina espírita.
São mulheres e homens, moralmente corretos, que dedicam suas vidas à prática da
caridade, pessoas sinceras e dedicadas às causas sociais que, entretanto, erram
na motivação de seus atos. Para pessoas como estas o apóstolo escreveu: Porque
lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus (Romanos 10: 2-3).
E a justiça de Deus é
Cristo, segundo a conclusão da mensagem referida. Ora, sem Jesus Cristo, a
justiça própria ou as boas obras são totalmente desprovidas de méritos para a
salvação. É este exatamente o estudado estratagema e propósito de Satanás. Ele
induz as pessoas a acreditar que podem se habilitar para o céu ou para o
aperfeiçoamento espiritual a salvação pela prática do bem, independentemente de
Jesus Cristo. Este é o maior de todos os seus enganos.
Evidentemente, se ele
Satanás ensinasse a prática do mal, pessoa alguma lhe daria ouvido. A razão
principal de seu sucesso na perversão das verdades do Evangelho Eterno é
exatamente a mistura que faz da verdade com o erro. Exteriormente ele apresenta
a necessidade de o homem praticar a justiça e a caridade, mas afirma a
desnecessidade de Jesus Cristo para a salvação.
Ele apresenta
exatamente um veneno mortal com o rótulo de remédio salvador. Quanto mais o
erro, a mentira e o engano têm a aparência da verdade, tanto mais perigosos
eles são para as almas desprevenidas.
As pessoas que assim
são enganadas podem adequadamente dizemo-lo com todo o respeito ser comparadas
com um animal cuidadosamente criado e preparado para ser o prato principal de
uma ceia familiar. O animal um peru ou uma galinha por exemplo, não sabe que
está sendo bem cuidado e alimentado, para um fim que desconhece, mas que
inevitavelmente é a morte.
Se este animal pudesse
raciocinar, certamente imaginaria que aquele que o alimentava e criava era um
seu benfeitor. Mas, na realidade ele é o seu algoz. Assim é o espiritismo, a
obra-prima de todos os enganos do inimigo de Deus e dos homens. Através dele,
muitas pessoas moralmente corretas, bons cidadãos, poderão perder a salvação, a
vida eterna. As boas obras, repetimos, não são motivo suficiente para romper o
abismo aberto pelo pecado e que separa o homem da comunhão com Deus. Unicamente
através de Jesus pode o homem dar o salto sobre o abismo e restabelecer esta
comunhão com o Pai. Somente então poderá obter, pelos méritos de Cristo, a vida
eterna, ou seja, a condição de imortalidade, na ressurreição, por ocasião da
volta de Jesus a este mundo.
O espiritismo nega a
divindade de Jesus, o Seu sacrifício expiatório e a inspiração das Sagradas
Escrituras. Nega, também, o Espírito Santo, o juízo, a ressurreição e a
salvação pelos méritos de Cristo. São contraditórios os seus testemunhos a
respeito dos ensinamentos de Jesus Cristo e da religião que Ele ensinou.
A respeito da Bíblia
Sagrada, que desmascara Satanás e condena o espiritismo, é compreensível que o
inimigo de Deus tenha nela o alvo maior de seus ataques. Reconhecendo que o
espiritismo não é Cristianismo e depreciando a origem e natureza da Bíblia, eis
o testemunho de um dos expoentes do pensamento espírita: Nem a Bíblia prova
coisa nenhuma e nem temos a Bíblia como probante. O espiritismo não é um ramo
do Cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas
Escrituras, nem rodopia junto à Bíblia. Nossa base é o ensino dos espíritos, e
daí o nosso nome, espiritismo (EMBASSAHY, Carlos, À Margem do Espiritismo, 2.
ed., p. 219).
O periódico O
Reformador , um dos principais porta-vozes do pensamento e doutrinas espíritas
é veemente no seu desprezo pela Palavra de Deus e na negação de sua divina
inspiração: Do Velho Testamento tiramos o Decálogo; do Novo apenas a moral de
Jesus. Já consideramos de valor secundário, ou revogado, ou sem valor, noventa
por cento do texto da Bíblia (Edição de janeiro de 1953).
O espiritismo nega o
Espírito Santo. Os seus ensinamentos são taxativos na afirmação de ser, ele
mesmo o espiritismo a personificação da promessa de Jesus, a respeito do
Consolador, como está escrito, na Bíblia Sagrada: Mas, quando vier o
Consolador, que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, Aquele Espírito de
verdade, que procede do Pai, Ele testificará de Mim (S. João 15:26).
Eis o que diz a Palavra
de Deus, através do apóstolo S. Paulo, ao escrever aos cristãos, a respeito do
Evangelho de Jesus Cristo e do surgimento de outros evangelhos espúrios:
Maravilho-me que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de
Cristo para outro evangelho. O qual não é outro, mas há alguns que vos
inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos
ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que vos tenho anunciado,
seja anátema (Gálatas 1:6-8).
Existe um outro
evangelho, realmente, anunciado não por um anjo do céu, mas pelo anjo rebelde e
inimigo de Deus. Este evangelho é conhecido oficialmente pelo nome de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. De acordo com a Bíblia Sagrada a Palavra de Deus este
evangelho é anátema. A prova de ser ele inspirado pelo inimigo de Deus está nos
seus ensinamentos, que negam, contrariam, contradizem e se chocam com os
ensinamentos de Jesus Cristo e dos Seus apóstolos.
A respeito do Espírito
Santo e da promessa de Jesus, assim se manifesta o evangelho do Enganador:
Jesus promete um outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo não
conhece ainda, porque não está maduro para compreendê-lo, que o Pai enviará
para ensinar todas as coisas, e para fazer recordar aquilo que o Cristo disse.
Se, pois, o Espírito de Verdade deve vir mais tarde ensinar todas as coisas, é
que o Cristo não disse tudo; se ele vem recordar aquilo que o Cristo disse, é
porque isso foi esquecido ou mal compreendido (KARDEC,
Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo VI, item 4).
Na sequência do texto
citado está expresso o grande engano: O espiritismo vem, no tempo marcado,
cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade preside à sua instituição,
chama os homens à observância da lei e ensina todas as coisas em fazendo
compreender o que o Cristo não disse senão por parábolas. O Cristo disse: Que
ouçam os que têm ouvidos para ouvir’, o Espiritismo vem abrir os ouvidos,
porque fala sem figuras e sem alegorias; ele ergue o véu deixado
propositadamente sobre certos mistérios, vem, enfim, trazer uma suprema
consolação aos deserdados da Terra e a todos aqueles que sofrem, dando uma
causa justa e um fim útil a todas as dores. Assim, o espiritismo realiza o que
Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem
saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra; chamamento aos
verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança
(Idem).
Então, concluindo, o
Espírito Santo não é uma pessoa, mas a própria doutrina, o próprio espiritismo,
de acordo com a sua blasfema pretensão.
O espúrio evangelho já
mencionado, no seu primeiro capítulo, traz as seguintes afirmações, no tópico
Eu não vim destruir a lei As três revelações: Moisés, Cristo, o Espiritismo
Aliança da Ciência e da Religião Instruções dos Espíritos: A era nova: A lei do
Antigo Testamento está personificada em Moisés; a do Novo Testamento está
personificada no Cristo; o Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus,
mas não está personificada em nenhum indivíduo, porque ele é o produto de
ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do
céu, sobre todos os pontos da Terra, e por uma multidão inumerável de
intermediários... (Ibid., Capítulo 1, item 6).
Ora, no texto citado
Jesus Cristo é colocado ao nível de Moisés e ambos abaixo dos espíritos e do
espiritismo, o que está em harmonia com os ensinos desta doutrina. Na obra
Kardecismo e Umbanda , de Cândido Procópio Ferreira, está manifesto este seu
pensamento: Os espíritas consideram Cristo a maior entidade encarnada que já
veio à Terra, mas somente homem e não Deus (destaque acrescentado). E a
respeito da inumerável multidão de intermediários , antes citada, a Palavra de
Deus é enfática: Porque há um
só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (I Timóteo
2:5).
O principal dogma do
Cristianismo, a justificação pela fé no sacrifício expiatório de Jesus é jogada
por terra nos argumentos dessa doutrina anticristã. Questionado se Jesus
poderia salvar a humanidade, através de Seu sacrifício na cruz, um dos maiores
vultos do espiritismo mundial respondeu, categoricamente: Não. A missão de
Cristo não era resgatar com o sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo
de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a
si mesmo da ignorância e do mal. Nada exterior a nós poderia fazê-lo. É o que
os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo (DENIS, Leon,
Cristo e o Espiritismo, 5. ed., p. 55).
Corroborando este pensamento,
o periódico O Reformador, já mencionado, declarou em sua edição de 1955, p.
236: A salvação não se obtém por graça, nem pelo sangue derramado por Jesus no
madeiro, mas a salvação é ponto de esforço individual que cada um emprega na
medida das suas forças .
Esta é a essência do
pensamento pagão e babilônico da salvação pelas próprias obras, cuja origem e
inspiração provêm do próprio Satanás, o Adversário de Deus , expulso do Céu, a
respeito de quem está escrito: E houve batalha no céu: Miguel e os Seus anjos
batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; mas não
prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o
grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele
(Apocalipse 12:7-9).
Certamente que as
referências já mencionadas seriam suficientes na afirmação de que o espiritismo
não faz parte do Cristianismo, pela negação de todas as suas doutrinas mais
elementares e fundamentais. Entretanto, é necessário que se façam conhecidas
algumas das posições de uma das mais recomendadas obras do espiritismo, que tem
por título Roma e o Evangelho e que, segundo seus próprios dizeres, engloba os
estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos feitos pelo Círculo Cristiano
Espiritista de Lérida, resumidos e publicados por D. José Amigó Y Pellicér, em
sua 7ª edição, publicado pela Federação Espírita Brasileira, que se
auto-intitula a Casa-Máter do Espiritismo .
A obra citada coleciona
os ensinamentos dos pretensos espíritos de expressivas personalidades da
História que viveram em diversas épocas. Destacamos, dentre estes, a seguir, os
ensinamentos que eles afirmam ter sido enviados pela própria mãe de Jesus,
enquanto homem, a Virgem Maria. Eis a afirmação do próprio espírito , que
afirma ser Maria: Não duvideis que é Maria que vos fala, a mulher ditosa que
trouxe em seu ventre o celestial Enviado, o Fundador da religião divina, que
julgais professar, masque não professais como devíeis (Ob. cit., p. 155).
Maravilhados pela
revelação, os receptores da mensagem relutavam em acreditar que fossem dignos
de tão elevada honra, afirmando: Como poderíamos nós, míseras criaturas,
vencidas cada dia centenares de vezes nas tentações e nas provas, como
poderíamos crer-nos dignos de receber diretamente as inspirações da Mãe de
Jesus! Estávamos como que atordoados, sem poder explicar o que se dava conosco
e sem nos atrevermos a julgar fatos, de cuja realidade, por outro lado, não nos
era permitido duvidar. Em tal estado, veio novamente Maria na comunicação
número 20, desvanecer as causas do nosso espanto e receios (Ibid., p. 135).
Atordoados, como bem
reconhecem, e sem poder explicar tão grande privilégio, os depositários destas
mensagens afirmam: O que poderíamos acrescentar que não fosse pálido e
descorado ao lado da fluidez do estilo e da profundeza dos conceitos que se
ostentam nas preciosas linhas inspiradas pela mãe do Redentor? Bendizemos mil
vezes a Providência, por haver-nos concedido, sem merecê-lo, uma joia de preço
inestimável, e um escudo em que se embotarão as setas envenenadas dos inimigos
e detratores do Cristianismo Espírita, ou, falando com mais propriedade, do
Cristianismo de Jesus! (Ibid., p. 156 destaques acrescidos).
Ora, do texto citado
podemos destacar duas enormes contradições: primeiramente, se o espiritismo não
reconhece os méritos de Jesus para redimir o pecador, como pode explicar o fato
de chamá-lo de Redentor, como no texto acima? E mais, se ele não se considera
um ramo do Cristianismo, como justificar a sua afirmação e pretensão declarada
de ser o verdadeiro Cristianismo, ou Cristianismo Espírita ou, ainda,
Cristianismo de Jesus?
Não se podem negar, na
realidade, as grandes contradições que esta filosofia, religião, ou como quer
que se nomeie, abriga em seu seio. Mas os ataques aos límpidos princípios do
verdadeiro Cristianismo bíblico atingem dimensões chocantes, ao se manifestarem
as afirmações provenientes do espírito que se auto-rotula como sendo Maria.
Nega ele o conceito bíblico dos demônios, anjos rebelados, e do diabo.
Eis o que este espírito
enfaticamente afirma: O diabo existe, é certo; mas não o diabo, negação da
onipotência, da misericórdia e da justiça de Deus. Existe, porém, não
personificado em um ser imundo e abominável, destinado a fomentar perpetuamente
o mal, a lutar vitoriosamente com a origem do bem, e a destruir quase todos os
efeitos permanentes, e sempre vivos, da redenção. O diabo da seita romana, que não
passa de uma alegoria, literalmente interpretada, é uma afirmação ateia, porque
supõe em Deus, que é e não pode deixar de ser o Pai e causa espontânea das
criaturas, fraquezas e sentimentos de que vos envergonharíeis, embora não
exerçais a paternidade senão pela carne e em virtude de superior delegação. Os
diabos são: o egoísmo, a impureza, o orgulho, a avareza, os ódios, as
hipocrisias, as paixões e os sentimentos que revoluteiam dentro do círculo da
liberdade humana (Ibid., p. 142).
Este espírito enganador
que se faz passar pela mãe de Jesus não se limita a afirmar que o diabo é
somente uma alegoria, uma representação simbólica, mas afirma que também Adão
não foi uma pessoa, mas é também uma representação que simboliza toda a raça
humana. Mas, o mais pernicioso de todos os enganos é o que nega o sacrifício de
Jesus em favor da humanidade. Eis a sequência dos seus ensinamentos : Um erro
arrasta, em geral, a uma série de erros; pois, só por este modo se pode
sustentar e perpetuar o primeiro. O dogma errôneo do diabo suscitou o dogma,
não menos errôneo, do inferno a falsa doutrina da redenção da humanidade em
Jesus Cristo um dogma absurdo sobre o perdão dos pecados e, destes, outros
erros, não menos transcendentais (Ibid., pp. 145-146 destacamos).
Continuando a desfiar a
sua oposição aos princípios bíblicos, o Inimigo da Verdade, como fizera na
primeira mentira quando se incorporou na serpente no Éden e enganou a raça
humana, semelhantemente faz-se passar por outra pessoa, com o propósito de
arruinar e desviar a todos do único e verdadeiro caminho para sua redenção.
Sugere ele que a
doutrina da redenção foi inventada para consolar aqueles que acreditassem em
outra doutrina absurda, a do inferno eterno. Eis suas palavras: Resolvido pela
morte o problema do destino das almas, de maneira definitiva, sem esperanças,
necessário se fazia, já que ficava para sempre cerrada aos Espíritos a porta do
arrependimento e da reparação, levar um consolo aos homens, que, doutro modo,
teriam fatalmente caído no desespero; e este consolo foi-se buscar na falsa
explicação da redenção por Jesus Cristo, falsa, como falso era o motivo que a
fizera necessária, impossibilitando o homem de purificar-se e reabilitar-se aos
olhos de Deus, por meio da reparação das faltas e males cometidos e ocasionados
na vida (Ibid., p. 148. destacamos).
Na sequência destas
afirmações está a mais eloquente negação dos princípios da Palavra de Deus, que
fere exatamente o âmago do plano da redenção elaborado por Deus e expresso na
Bíblia Sagrada, que é a justificação pela fé. Nesta doutrina está manifesto que
através de um único homem, Adão, entrou o pecado e a morte no mundo. Por outro
lado, também por um único homem, Jesus, entrou a justiça e a vida.
Está escrito: Pelo que,
como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também
a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram . Porque, como pela
desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela
obediência de um, muitos foram feitos justos (Romanos 5:12 e 19).
A Bíblia Sagrada não
deixa nenhuma dúvida a respeito deste tão importante assunto: Cristo
ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim
como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um
homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão
vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias, depois
os que são de Cristo, na Sua vinda (I Coríntios 15:20-23).
Portanto, fica
absolutamente claro que algo ou alguém combate encarniçadamente as doutrinas
fundamentais do Cristianismo. E aquele que toma partido a seu lado não pode,
realmente, dizer-se cristão. Eis como o espírito que declara ser a mãe de Jesus
manifesta o seu ensinamento a respeito do texto bíblico acima registrado:
Dentro deste ensino, dentro desta redenção, cabe a ideia absurda de que pode um
homem ser causa ocasional da condenação de milhares, e que, reparando tão
graves ofensas e incalculáveis males, pode apresentar-se justificado à suprema
Justiça. Nem isto é bom e justo, nem a redenção, tal como Roma (o Cristianismo)
a explica, é concebível. Adão não é uma personalidade; é o tipo de uma raça
humana que, havendo conseguido pelos sempre sábios desígnios da Providência,
habitar mundos superiores ao vosso, pecou por orgulho e por egoísmo, abusando,
em proveito próprio, da natural benevolência dos que a haviam recebido como
raça irmã (Roma e o Evangelho, p. 148 destaques acrescentados).
Para quem não conhece
os princípios do Evangelho Eterno, estas palavras podem não causar o impacto
que certamente motivará o assombro do estudioso das Escrituras, por tantas e
tão graves blasfêmias proferidas contra Deus, Suas verdades eternas e Jesus
Cristo. Este tão grande atrevimento se acentua na continuação do desvario
apóstata: Jesus Cristo não podia, nem quis assumir, nem assumiu todas as
responsabilidades individuais, contraídas e por contrair, emanadas dos pecados
dos homens e muito menos podia, pelo sacrifício da sua vida, remir a humanidade
da pena do desterro a que fora condenada . A redenção da humanidade não se
firma, pois, nos méritos e sacrifícios de Jesus, e, sim, nas boas obras dos
homens (Ibid., p. 150. destacamos).
Finalizando as citações
da malfadada obra, transcrevemos para o conhecimento e a repulsa dos que
verdadeiramente abraçaram a fé de Jesus, a prova da inimizade do autor do
espiritismo para com o Autor da vida e da verdade: E, como aquela esperança se
desvanecia para o pecador no destino definitivo da sua alma, houve necessidade
de fazê-lo compreender que ali, aonde não pudesse chegar sua expiação e os seus
méritos pessoais, chegariam, por obra do arrependimento, a expiação e os
méritos de Jesus. Que cegueira! Quanta aberração! Supor e afirmar que os
sofrimentos e a morte do Justo foram ordenadas do Alto, em expiação dos pecados
de todos, é a mais orgulhosa das blasfêmias contra a justiça do Eterno. Deus
não só fez tudo bem, como fez tudo melhor, e é uma verdade evidente que, fazer
recair sobre quem não delinquiu a expiação de faltas por outros cometidas,
assim como levar em conta os méritos espirituais de um para a salvação de
outro, não é o melhor, nem mesmo o bom, tanto na divina como na humana justiça.
Esta exige, quanto for possível, a reparação do malfeito e a consequente
expiação e é o melhor que tem a justiça dos homens. E havia de falhar, de
maneira completa e absoluta, a justiça de Deus? (Ibid., p. 151).
Tais são os
ensinamentos do espiritismo a respeito da justiça divina, a completa negação
dos princípios bíblicos. Pode um espírita realmente dizer-se cristão, em
harmonia com estes princípios, se ele os renegar? Realmente, não. E deve ser
motivo de reflexão para todo aquele que, sinceramente, por alguma razão, talvez
por desconhecimento das sagradas verdades ensinadas pela Bíblia, têm defendido
e professado aquelas falsas doutrinas.
Inúmeras pessoas, por
ignorância da verdade, têm trilhado este perigoso caminho que pode levá-las à
eterna perda, da qual não existe retomo.
As boas obras, apenas,
são insuficientes para a salvação eterna é necessário que se repita. Pessoas há
a exemplo do falecido médium brasileiro Francisco Cândido Xavier, considerado
um dos maiores e mais completos médiuns em todo o mundo, que são levadas pelos
enganos do inimigo da verdade. A alegação de sua sinceridade na prática do erro
não as justificará diante do tribunal de Deus, porquanto a verdade existe e
está oferecida a todos, livremente.
A graça é estendida a
quem dela quiser se apropriar. Entretanto, pessoas como Chico Xavier, como é
mais conhecido o médium citado, têm levado milhares e mesmo milhões de pessoas
ao abismo da perdição, à ruína eterna, por recusarem-se a conhecer e aceitar as
verdades que os poderiam conduzir ao lar eterno. Ensinando o erro eles
tornam-se, também, responsáveis diante de Deus pelos males causados por suas
falsas doutrinas.
FONTE: O Eterno
Evangelho
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