Razões
bíblicas para observarmos o sábado
Enquanto o plano de
salvação avança, nos aproximamos do desfecho da história deste planeta. A
humanidade ficará dividida em dois grupos definidos: os que adoram a Deus e recebem
Seu selo; e os que adoram a besta e recebem sua marca. Deus revelou por meio de
Seus profetas que tudo girará em torno da adoração. Pouco antes de Jesus
voltar, Deus forma Seu povo, após um desapontamento, para anunciar ao mundo
três solenes mensagens: os últimos três chamados de amor e libertação de Jesus
à humanidade (Ap 14:6-12).
A primeira mensagem
contém as boas novas de que chegou a hora do juízo, que podemos confiar em Deus
e que Ele fará justiça e corrigirá todas as coisas. Deus há de vindicar diante
do Universo a acusação acerca de Seu próprio caráter, mostrando que é justiça e
amor. Esse juízo, por sua vez, declara inocentes os filhos e herdeiros do reino
eterno. Essa mensagem é também um chamado à humanidade para retornar à adoração
do seu Criador. A segunda mensagem é um chamado urgente para se sair de
Babilônia – um mesclado de verdade e erro – e para se regressar à verdade
bíblica, como a ensinaram Jesus e os apóstolos. A terceira mensagem é uma clara
advertência para não seja recebida a marca da besta em vez do selo de
libertação de Deus.
É aqui que o sábado
ganha relevância universal e se situa no turbilhão do grande conflito. No Céu,
Lúcifer desafiou a autoridade de Deus e quis ocupar Seu trono para ser adorado
(Is 14:13). Devido ao seu fracasso, desencadeou uma guerra no Céu e ele foi
expulso (Ap 12:17). Mais tarde, ao reclamar o principado que Adão e Eva
inocentemente lhe transmitiram, teve a audácia de tentar o Criador para que Se
inclinasse diante dele em adoração (Mt 4:8-10). Não satisfeito, o anjo caído
continua exigindo adoração e está decidido a apagar da mente dos seres humanos
tudo que indique Deus como Criador e o único Ser que merece adoração.
O sábado, essa parte de
tempo da eternidade, é um filete de ouro de esperança que atravessa como uma
flecha o parêntese de seis mil anos de pecado em que vive nosso mundo. Em sua
sabedoria, Deus separou uma parte do tempo para lembrarmos: (1) nossa origem e
propósito – saímos das mãos do Criador para vivermos para sempre; (2) nossa redenção
– o descanso e a salvação em Cristo, que nos liberta da escravidão do pecado;
(3) a nova Terra – o descanso eterno e o novo Éden que logo Ele dará a Seus
filhos quando Jesus regressar.
A Bíblia é a história
de um Deus de amor que busca Suas criaturas errantes com as quais deseja
compartilhar a eternidade. Um exemplo claro do profundo significado do sábado
como símbolo de salvação e redenção é a forma como Deus Se manifestou ao povo
de Israel desde sua origem. Quando a carga era insuportável e estavam oprimidos
debaixo da humilhante escravidão, Deus não Se esqueceu deles, mas os chamou
para descansar e ser os agentes de uma mensagem de descanso para o mundo. Uma
das primeiras coisas que Deus fez foi lhes entregar pessoalmente Sua eterna Lei
de amor, reflexo de Seu caráter. Dessa forma, Ele delimitou o terreno em que
deseja que Seus filhos vivam – um lugar onde há paz, segurança e salvação (Sl
119:165).
A Lei não salva, quem
salva é Jesus Cristo. Mas a Lei protege o que Cristo salva. Qualquer lugar, além
desses limites, é terreno do inimigo, é pecado, condenação e morte. A Lei de
Deus, e, em especial o sábado, é uma garantia imutável do quanto Deus ama e Se
interessa por Suas criaturas. É fascinante ler as duas versões da Lei de Deus,
especialmente o quarto mandamento, e as razões pelas quais Deus deseja que o
observemos. A primeira versão, no livro de Êxodo, diz: “Porque, em seis dias,
fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia,
descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx
20:11). A razão básica do mandamento é que o sábado é um memorial de Seu poder
criador e foi separado para uso santo. Somente Ele merece adoração.
A segunda versão está
no livro de Deuteronômio: “Porque te lembrarás que foste servo na terra do
Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço
estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de
sábado” (Dt 5:15). A razão adicional é que Deus tem um plano concreto para nos
salvar da escravidão do pecado. E isso é o que Ele fez ao enviar Seu Filho.
Daí, o sábado, além de ser um memorial, sinal ou selo de que Deus nos redime e
salva (Ez 20:12, 20), é também uma garantia de que Deus vai restaurar ao estado
original nossa vida e o Universo.
Para isso, Ele chamou
Seu povo, Israel, para que fosse a luz do mundo e apresentasse o plano de
salvação e resgate (Is 60:1-3). Porém, quando Israel rejeitou Seu Criador, Deus
formou o Israel espiritual, renovando Seu pacto eterno sob as mesmas promessas,
prometendo gravar Sua verdade e princípios eternos no coração e mente de homens
e mulheres (Hb 8:9-11).
Dessa maneira, o sábado
se torna o vínculo que nos permite adorar o Criador e Redentor agora e,
continuamente, pela eternidade. Esse dia é um sinal e memorial de que Ele é
nosso Criador e somos Suas criaturas. Uma garantia de que o parêntese do pecado
terminará e o plano original de Deus nunca mais poderá ser alterado.
Adorar ao Criador em
Seu santo dia é entrar na atmosfera divina de Sua bênção, repouso e
santificação – os três presentes dados no princípio. É aceitar o descanso e a
libertação do pecado obtida por Cristo na cruz e pelo que Ele está fazendo
agora através do ministério intercessor no santuário celestial. Além disso,
guardar o sábado significa participar antecipadamente das delícias da
eternidade com nosso Criador, Redentor, Intercessor e Rei (Is 58:13, 14).
Os primeiros três
capítulos da Bíblia nos mostram que perdemos tudo por escutar a voz da serpente
que enganou e nos sequestrou. Perdemos a felicidade, a saúde, as riquezas do
Éden, a inocência e a vida eterna. Tornamo-nos escravos. Deus, em Seu infinito
amor, enviou Seu Filho em pessoa (Jo 3:16) para recuperar nossa liberdade e
para que pudéssemos escolher viver para sempre. Nos últimos capítulos da
Bíblia, encontramos o triunfo dos filhos de Deus. Teremos aprendido por
experiência que o único caminho seguro é escutar somente a voz do Criador. E,
por haver escutado Sua voz e a obedecido, receberemos com acréscimo tudo o que
perdemos no começo (Ap 21:1-7). O plano de Deus não mudou. Essas são as boas
novas!
Publicado originalmente
em Revista Ministério, 2° Trimestre 2010, pág. 09-10
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