Teologia

sábado, 1 de novembro de 2014

“NÃO CHORE”. A MORTE NÃO É O PONTO FINAL



Ricardo André

Neste sábado (01/11) participei do funeral da mãe de meu amigo Rangel. Vi muitas lágrimas de aflição e tristezas nos familiares e amigos. Dezenas de pessoas e um sentimento em comum: tristeza. Família e amigos expressavam em lágrimas e perplexidade a dor pela morte da senhora Jarinete. Os funerais são sempre tristes, deprimentes. As Sagradas Escrituras, entretanto, registram o caso de um funeral maravilhoso, que começou mal, mas terminou muito bem:

Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com Ele iam os Seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. Ao vê-la, o Senhor Se compadeceu dela e disse: ‘Não chore’”(Lc 7:11-15).

O funeral começara mal, como sempre, isto é, com pranto e lamentação, especialmente por parte da mãe, viúva, que perdera o único filho. E não há nada mais doloroso do que perder um filho, especialmente se é o único.

A viúva e mãe estava desesperada. Já era a segunda vez que passava por essa experiência dolorosa. Anos sepultara o marido, e fora com grande sacrifício que criara o filho. Mas valera a pena, pois ele se tornara um excelente rapaz. Era sua única esperança de dias melhores. Mas agora ele se fora. Quem proveria o sustento se sua velha mãe?

Como preparativo para o sepultamento, enrolaram o jovem em um lençol de linho e o depositaram numa espécie de padiola de vime. À tardinha, saiu o cortejo. Haviam acabado de atravessar o portão da cidade, quando se encontraram com outra multidão, alegre, animada, por ter consigo a Jesus, o Doador da vida. E assim a morte se encontrou com a vida naquele entardecer.

Ao ver aquela mãe alquebrada pelo sofrimento, Jesus Se compadeceu dela e lhe disse: “Não chore”. Palavras estranhas para serem ditas em tal ocasião. Mas Jesus disse isso porque sabia o que ia fazer. Ao tocar Ele o esquife, o cortejo parou. O ambiente ficou tenso. Então, em meio ao silêncio, ouviu-se a poderosa voz de Cristo: “Jovem, Eu lhe digo, levante-se!”

A multidão ficou arrepiada de espanto. O morto piscou os olhos e se levantou. Mãe e filho se abraçaram. As lágrimas de aflição se converteram em lágrimas de alegria e gratidão.

O funeral que começou com choro e tristeza, mas terminou com alegria e riso. E assim será quando Jesus voltar em glória e majestade: os que dormiram em Cristo se erguerão da sepultura para abraçar os entes queridos.  "Quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade" (I Co 15: 54, 55), então a palavra vitória será pequena demais para descrever o acontecimento. E quando todos os justos de todos os tempos se reunirem numa grande e inumerável multidão, e atravessarem os portais da Cidade Eterna, a Cidade que não tem cemitérios, então a palavra vitória não será suficientemente grande para descrever a ocorrência.

O apóstolo Paulo deixou claro que a ressurreição de Jesus é o penhor de nossa esperança, ao afirmar: “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” (1 Tessalonicenses 4:14).

Sim, “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz e (...) sairão” (Jo 5:28, 29).

O pensamento de que esta hora se aproxima, enche o meu coração de um reverente temor. Jamais o mundo testemunhou semelhante acontecimento. Com milhões de anjos, o Senhor Jesus se manifestará. Ele chamará os mortos, e a terra abrirá o seu ventre e o mar as suas entranhas, devolvendo à vida os seus mortos, prisioneiros do silêncio. Diz a Bíblia: “Contudo, os teus mortos viverão; seus corpos ressuscitarão! Despertai e cantai, pois, vós os que retornaram ao pó; despertai e cantai com grande júbilo. O teu orvalho é orvalho de luz; a terra dará à luz os seus mortos!” (VKJ).

Como é bom ser adventista e crer na volta de Jesus. O quadro pintado pelo apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 4:13-17 será a concretização da esperança de todos os que creram e que creem em Jesus e que, vivos ou mortos, aguardam ansiosos por Sua segunda vinda à Terra. Para eles, a morte não é o ponto final, não é o fim de todas as coisas; é simplesmente um sono de espera pela ressurreição e a vida eterna.

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