Teologia

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A QUEM SERVE A DEFESA DA TEORIA DA EVOLUÇÃO TEÍSTA PELO PAPA FRANCISCO?



Ricardo André

No dia 27 de outubro, numa segunda-feira, o Papa Francisco comentou em seu discurso na Pontifícia Academia de Ciências, sobre temas, como a Teoria da Evolução e o Big Bang. Ele surpreendeu o mundo cristão com declarações polêmicas que negam a Criação literal descrita no Gênesis. Nos seus comentários Francisco também disse que a teoria do big bang sobre as origens do universo não estão em contradição com Deus. Ele explicou que "quando lemos a respeito da criação em Gênesis, corremos o risco de imaginar que Deus era um mágico, com uma varinha de condão capaz de fazer tudo. Mas não é assim... Deus não é um mágico, mas o Criador que trouxe tudo à vida. A evolução na natureza não é incompatível com a noção de criação, pois a evolução exige a criação de seres que evoluem".

Nós, cristãos criacionistas cremos que, de fato, Deus não é um "mágico", todavia Francisco colocou a palavra do homem acima da Palavra de Deus, apoiando a visão de que não seria correta uma interpretação literal do Gênesis. Desse modo, o Bispo de Roma comprometeu a autoridade bíblica em favor das ideias do homem na área das origens. Infelizmente, essa visão sobre Deus está se espalhando rapidamente, mesmo em toda a igreja protestante. Certa vez, Jesus disse, em referência à segunda vinda: “Quando Filho do homem vier, encontrará fé na Terra?” (Lc 18:8). A menos que haja uma mudança radical, Ele certamente não encontrará muita fé a respeito do relato bíblico da criação, isto é certo. Ocorre que temos pelos menos três básicos e grandes problemas com essa visão evolucionista teísta do pontífice:

1) O texto bíblico fala claramente não de uma "evolução", mas de uma "criação" ex-nihilo (criação do nada), inclusive - Deus fez a terra, as plantas, as aves, os répteis, os mamíferos, o homem - e tudo fez em "idade madura" e em dias de 24 horas, não em eras (é realmente uma questão de fé!) (Gn 1: 1-28); “As palavras do Gênesis – ‘Disse Deus’ – apresentam a dinâmica ordem divina, responsável pelos majestosos eventos dos seis dias da Criação (Gn 1:3, 6, 9, 11, 14, 20 e 24). Cada ordem veio acompanhada de energia criativa que transformou o planeta ‘sem forma e vazia’ num paraíso. ‘Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir’ (Sl 33:9. Verdadeiramente, ‘foi o Universo formado pela palavra de Deus” (Hb 11:3)” (Nisto Cremos, CPB, p. 101).

A Bíblia não oferece espaço para a evolução teísta ou outras teorias que buscam integrar um longo processo evolucionário à obra de Deus ao criar a vida na Terra, especialmente a vida humana.

2) Se atribuirmos uma interpretação não literal ao início de Gênesis, teremos que fazer o mesmo com o restante dele, posto não haver quaisquer precedentes na narrativa para se fazer concessão aos primeiros momentos da história - o problema ficaria ainda maior já que Noé, Abraão, Isaque, Jacó, tudo o mais no primeiro livro da Torá, teria que ser revisto; Nossa maneira de abordar a história da criação dá o tom da nossa abordagem em relação ao restante da Bíblia. Na realidade o método de reinterpretar o relato de Gênesis do Papa Francisco pretende tornar o mesmo mais agradável à mente pós-moderna. No entanto, a interpretação bíblica não deve ser conduzida nem influenciada pelo desejo humano, mas deve permitir que a Bíblia interprete a si mesma.

3) O "Big Bang" é tão somente uma "teoria"! Uma sugestão científica apenas, baseada em elementos que não podem ser provados/comprovados empiricamente (em laboratório) por não termos como saber quais eram e sob que circunstâncias agiram (é que não havia ninguém lá para dar uma checadinha!). Nesse sentido é preciso tanto ou mais "fé" para se crer que o Universo é auto-criado ou, que tudo evoluiu de um processo aleatório e independente do Criador. Não nos esqueçamos que "não vida" não pode gerar "vida" (Lei da Biogênesis) e que os "elos" estão, de fato, "perdidos".

A verdade é que os comentários desastrosos do Papa Francisco serve ao inimigo de Deus, Satanás, que trabalha muito para afastar o mundo do Deus verdadeiro. Um de seus métodos é o de pôr dúvidas em nossa mente quanto à veracidade da Bíblia. O próprio livro de Gênesis está sob um ataque feroz. Se ele puder enfraquecer nossa fé nesse livro, tão fundamental para compreendermos nossas origens, seria fácil enfraquece-la em tudo mais.

Caro amigo leitor, vamos ouvir os críticos, que vêm com todos os tipos de “evidências” para questionar a veracidade histórica do Gênesis, ou vamos seguir a direção daqueles que, como Jesus, Paulo e Pedro, mostraram fé inabalável nesse livro? (Mt 19: 3-8; Lc 17:26-30; Rm 4:3, 9-21). Realmente, o questionamento do Gênesis significa o questionamento da veracidade do Novo Testamento, que vez após outra se refere ao Gênesis. Como poderíamos confiar no Novo Testamento se ele estivesse errado sobre o Gênesis? Se começarmos a duvidar da veracidade histórica do Gênesis, todo o edifício da fé se desintegrará. Evidentemente, é isso que Satanás quer.



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