Teologia

terça-feira, 23 de julho de 2019

“EU ESTOU VINDO OUTRA VEZ”


Ricardo André

Os psicólogos dizem que em todos os momentos de nossa vida, devemos ter pelo menos uma pessoa que se preocupe conosco, que nos ame. Temos necessidade de partilhar nossos sentimentos com alguém. Isso evitaria muita depressão, tristeza, abatimentos e até suicídio.

Se ninguém se preocupa conosco e ninguém nos ama, caímos no vazio da solidão e na fossa do desânimo. Afinal, que valor tem a vida, quando o passado não tem significado, o presente não tem alegria e o futuro não tem esperança?

Alguém maior que nós, se preocupa conosco e nos ama profundamente. E por amor a nós, Ele deixou o Céu, toda a glória, para se tornar um como nós, e pagar o débito dos nossos pecados. Por amor a mim e a você Ele morreu numa cruz, foi enterrado, mas ressuscitou. Seu triunfo sobre a morte, é a garantia de Sua vitória.

Antes de subir aos Céus, deixou a certeza de estar conosco todos os dias. Ele prometeu: “[...] E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mateus 28:20, NVI). Portanto, não estamos sós. Por meio do Espírito Santo, Ele está conosco.

Ele sabe de nossas angústias, dificuldades, sofrimentos, tristezas e decepções. A fim de confortar-nos, Ele deu-nos uma das mais belas promessas da Bíblia, registrada em João 14:1-3. “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”.

É uma promessa maravilhosa! Que esperança! Que conforto! Jesus diz aos Seus que não se preocupem, que não deixem seu coração se turbar. Quer que vivamos felizes, espera que tenhamos confiança em Sua promessa.

Embora existam lutas, sofrimentos e dificuldades, nós temos uma esperança – Ele voltará.

A promessa do nosso Senhor não poderia ter sido mais enfática. Em grego, a promessa “virei outra vez” está no tempo presente, expressando certeza. Poderia ser traduzida literalmente como: “Eu estou vindo outra vez.” Jesus nos deu a segurança da Sua segunda vinda. Ele não disse: “Eu posso voltar”, mas “Eu voltarei”. Toda vez que mencionou Sua volta, Ele Se referiu a ela com convicção.

Às vezes, fazemos promessas que depois não podemos cumprir, apesar dos nossos melhores esforços e determinação. Esse não é o caso com Cristo. Muitas vezes, Ele provou inequivocamente que Sua palavra é confiável.
Referindo-se à Sua encarnação, o Senhor anunciou profeticamente por intermédio de Davi: “Eis aqui venho” (Sl 40:7). E Ele veio (Hb 10:5-7). A realidade de Sua primeira vinda sustenta a certeza da segunda vinda.

Durante Seu ministério terrestre, Jesus prometeu a um pai desesperado: “Não temas, crê somente, e ela será salva” (Lc 8:50). E a filha de Jairo foi libertada, embora estivesse morta. Cristo anunciou que três dias depois de Sua morte Ele ressuscitaria, e ressuscitou. Ele prometeu o Espírito Santo aos discípulos, e O enviou na hora certa. Se nosso Senhor honrou todas as Suas promessas no passado, mesmo aquelas que, de uma perspectiva humana, pareciam impossíveis, podemos estar certos de que Ele cumprirá Sua promessa de voltar.

O Objetivo da volta de Jesus

O grande plano da redenção terá seu ponto culminante na segunda vinda de Jesus. Sem o retorno de Cristo à Terra, Sua encarnação, morte e ressurreição não teriam nenhum efeito para nossa salvação. Mateus 16:27 apresenta-nos uma das razões básicas da segunda vinda de Jesus: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito”.

A vida nem sempre é justa. Na verdade, muitas vezes ela é injusta. Nem sempre vemos justiça em nossa sociedade. Pessoas inocentes sofrem enquanto as más parecem prosperar. Muitas pessoas não recebem o que merecem. Mas o mal e pecado não reinarão para sempre. Jesus virá “para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12).

Essa afirmação implica que um julgamento deve ocorrer antes da volta de Cristo. Quando Ele vier, o destino de cada ser humano já terá sido decidido. Jesus sugeriu claramente esse juízo investigativo na parábola das bodas (Mt 22:11-13).

O fato de que somos julgados pelas obras não significa que somos salvos por elas ou por nossos próprios méritos. A salvação é pela graça de Deus e recebida pela fé em Jesus (Mc 16:16; Jo 1:12), que demonstramos por nossas ações.

O que é importante sobre a promessa de Mateus 16:27 é que a justiça será feita. Temos apenas que esperar por isso. Além disso, na segunda vinda de Cristo, os que dormem nEle serão ressuscitados para a vida eterna. Visto que sabemos que os mortos estão dormindo na sepultura, as promessas da segunda vinda e da ressurreição para a vida eterna que se segue são especialmente importantes para nós (Jo 5:28, 29; 1Ts 4:16, 17). Esse evento magnífico não devolverá os corpos enfermos, envelhecidos ou mutilados que desceram à sepultura. Ao contrário, os filhos do Senhor receberão corpos novos, imortais, perfeitos, não mais revelando as marcas do pecado (I Cor. 15:42-43).

Logo depois da ressurreição, ocorre a transformação dos justos que estiverem vivos sobre a face da Terra por ocasião da volta de Cristo. “Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade” (I Cor. 15:53). No momento em que todos os filhos do Senhor estiverem reunidos (mortos ressuscitados e vivos transformados) seremos então arrebatados "entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (I Tess. 4:17; cf. Heb. 11:39 e 40).

Em Seu segundo advento, Cristo será visto com toda a Sua glória divina como “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19:16). Na encarnação, o Filho veio sozinho e sem nenhum esplendor externo. “Nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is 53:2). Mas desta vez Ele descerá com toda a Sua majestade e magnificência, rodeado por “todos os santos anjos” (Mt 25:31, ARC) e “com grande som de trombeta” (Mt 24:31, NVI). Se tudo isso não bastasse, os mortos em Cristo ressuscitarão para a imortalidade.

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: ‘Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!’ Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo. Do cárcere da morte eles vêm, revestidos de glória imortal, clamando: ‘Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?’ (1Co 15:55). E os vivos justos e os santos ressuscitados unem as vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 644).

Conclusão

Cristo irá voltar, não sabemos o dia, apenas Ele recomendou: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. [...] Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mateus 24:42, 44, NVI). A nota tônica do sermão profético de Jesus é o imperativo para vigiar e estar alerta. Isso não significa esperar ociosamente, mas estar ativamente vigilante, como está o proprietário de uma casa, que permanece atento contra qualquer possível ladrão (Mt 24:43). Enquanto esperamos de modo vigilante, temos algo a fazer, como o servo fiel que executa as tarefas que seu mestre lhe confiou durante a ausência dele (Mt 24:45; Mc 13:34-37).

Caro amigo leitor, estamos nós, prontos para a vinda de Cristo? Como podemos estar prontos hoje? Arrependendo-nos e confessando os pecados a Jesus, renovando nossa fé em Sua morte expiatória na cruz em nosso favor, e entregando-Lhe totalmente nossa vontade. Andando em comunhão com Ele, podemos desfrutar a paz profunda de estar cobertos por Seu manto de justiça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário