Teologia

sexta-feira, 26 de julho de 2019

OS ADVENTISTAS FORAM CHAMADOS PARA PREGAR O “EVANGELHO ETERNO”, NÃO O “EVANGELHO COACHING”


Ricardo André

Recentemente participei de um encontro com cristãos adventistas e, depois, num outro momento, de um culto num templo adventista, em Lagarto, Sergipe. As programações desses dois eventos foram excelentes, mas a pregação para mim, foi triste demais, pois ao invés de ver a exposição das Sagradas Escrituras mediante a pregação da Palavra ouvi uma palestra motivacional. Logo percebi nitidamente que as “pregações” proferidas nessas duas reuniões religiosas não passaram de meros “coaching”, prática que atualmente se tornou um modismo nas igrejas evangélicas, e lamentavelmente tem enredado um número incontável de pastores e pregadores leigos adventistas. Mas, o que é o coaching? Quais são os perigos que essa prática representa para a vida cristã e para nossa identidade como a Igreja Remanescente da profecia bíblica?

Antes de analisarmos essa temática da “Teologia do Coaching” à luz das Sagradas Escrituras, é importante dizer que os pregadores adventistas que adotam tal prática no púlpito são pessoas que merecem nosso profundo respeito, pois são cristãos sinceros, e estão usando essa metodologia acreditando estar ajudando outros crentes a se desenvolverem espiritualmente e se aperfeiçoarem pessoalmente, não percebendo o erro que representa alinhar a mensagem bíblica a vãs filosofias e psicologias humanas. Todavia, nosso amor as verdades do evangelho de Jesus nos leva a apontar os diversos equívocos e os perigos dessa teologia para a igreja. Foi João Calvino, o grande reformador que, no momento de crise para a igreja da Reforma, enviou uma carta a Margarida de Navarra, que dizia: “Um cachorro ladra quando o seu dono é atacado”. E eu seria um covarde se visse a Igreja de Deus ameaçada e guardasse silêncio, sem dar sinal.

O que é o Coaching?

“Coaching” é um termo em inglês que, de acordo com o Portal Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), “é um processo definido como um mix de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras. A metodologia visa a conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”. Como se vê, o coaching se utiliza de diversas ciências e técnicas para auxiliar as pessoas e empresas a alcançarem suas metas, no desenvolvimento acelerado. Coaching virou febre no meio evangélico e em algumas igrejas adventistas. Hoje, é cada vez mais comum nos cultos vê-se uma pregação que é um mero coaching. Neste tipo de pregação, Deus vira um mero propiciador para me dar tudo aquilo que preciso ter nas áreas da minha vida. Se meus negócios não prosperam, basta eu colocar Deus como “parceiro”, que tudo irá prosperar. Se sou uma pessoa sem amigos e retraído, basta colocar Deus na coisa, que amanhã serei o homem mais “descolado” que existe.

Nessa pregação, geralmente, pegam-se dois ou três versículos bíblicos, mais dois ou três extratos do Espírito de Profecia (se o pregador for adventista) para se dizer que há uma base bíblica, e praticamente é só. O resto são apenas dicas de como posso melhorar minha vida, como posso realizar meus sonhos, alcançar o sucesso, a partir de proposições, que, no fundo, são meros sensos comuns de uma sociedade de consumo como a nossa, no estilo “fast-food”.

Em resumo, é uma pregação nitidamente individualista e antropocêntica, onde dificilmente o pregador vai confrontar os ouvintes a partir dos valores do Reino de Deus. Fica parecendo uma mera pregação “paz e amor”, “pregação coberta com açúcar”, feita sob medida, parecida com muitos destes livros rasos de autoajuda que se vendem aos montes nos nossos dias.

Indubitavelmente, a “teologia Coaching” é uma nova roupagem da enfraquecida Teologia da prosperidade, doutrina religiosa que desde seu surgimento, no final do século XIX, nos EUA, mobilizou (e ainda mobiliza) milhares de pessoas em todo o mundo a “exigir”, “reivindicar” ou “determinar” ao Espírito Santo que lhes conceda o sucesso material (riqueza) ou a cura de sua doenças. Não obstante não possuir nenhuma base bíblica, os pregadores da teologia da prosperidade ensinam que o crente jamais deveria ser pobre ou ficar doente, pois doença e pobreza estariam sempre relacionadas à falta de fé. Acontece que nos últimos anos essa teologia vem perdendo espaço. Isso deve-se, em grande parte, a exposição nas mídias sociais dos escândalos dos líderes que defendem essa teologia, que dá ênfase no dinheiro. A disputa ostensiva no mercado da fé pelos líderes das principais igrejas neopentecostais no Brasil, bem como o conhecimento de suas grandes fortunas oriundas da exploração comercial da fé nos cultos em seus templos contribuíram para a teologia da prosperidade perder força no Brasil e no mundo. Contudo, lamentavelmente, ela ainda faz muitas vítimas devido à falta de conhecimento das Sagradas Escrituras de muitos “crentes”. Mas, aos poucos, parte deste comportamento teológico está sendo substituído pela teologia do "coaching".

As contradições da Teologia do coaching

Ao se analisar as “frases de efeitos” e as técnicas empregadas pelos coach cristãos percebe-se claramente as contradições dessa teologia com as Sagradas Escrituras. De maneira que tais pregações nada tem que ver com a graça salvadora de Deus. Apontamos abaixo algumas dessas contradições.

1) A teologia coaching é antropocêntrica onde o foco é o homem e suas realizações pessoais.

Nas “pregações” coaching geralmente se fala coisas do tipo: Quer casar? Quer ser feliz? faça isso…Quer ser um empresário de sucesso? Quer ser um bom profissional? Faça aquilo… quer alcançar seus sonhos? Então faça isso...  Exatamente como fazem as propagandas de xampu: “faça isso e você obterá aquilo”. Note que o foco está naquilo que o homem pode fazer através da sua fé pessoal. Fé essa que passa por Cristo, mas que tem seu objeto na própria pessoa e nos seus esforços dirigidos. Como se vê, a teologia coaching possui o mesmo teor antropocêntrico da Teologia da Prosperidade. Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade transborda soberba ainda maior do que a Teologia da Prosperidade.

A analogia entre as duas teologias nos permite ver que em ambas o homem é o centro. A Teologia da Prosperidade propõe uma barganha com Deus crendo que Ele efetuará milagres para benefício material e espiritual do homem. Ao passo que a Teologia do Coaching eliminou a barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a ter no próprio homem a força “milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Enfim, temos na Teologia da Prosperidade que ainda há uma certa dependência de Deus e seu agir sobrenatural, enquanto na Teologia do Coaching o homem declarou sua independência. O relacionamento de barganha foi substituído para o relacionamento de plateia.

É preciso que se entenda que a autêntica pregação cristã e fiel é cristocêntrica. Em 1 Coríntios 2:2 Paulo escreveu: “Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (NVI). O apóstolo Paulo apresentava Cristo em todas as suas pregações. Ele não forçava nem adulterava o texto para pregar Cristo, mas o fazia porque o Senhor é encontrado, direta ou indiretamente, em toda passagem bíblica. O centro das Escrituras é Cristo e seu sacrifício. Todo o desenvolvimento da revelação se deu mediante este cerne, Jesus.

Pregação cristocêntrica não diz respeito a um método, meramente, mas a uma interpretação correta, centrada em Deus, e não no homem. E para se interpretar corretamente o texto inspirado, cristocentricamente, é necessário que se recorra, naturalmente, ao Deus Espírito Santo.

Ellen G. White fala exatamente dessa centralidade de Cristo em nossos sermões: “Exaltai a Jesus, vós que ensinais o povo, exaltai-O nos sermões, em cânticos, em oração. Que todas as vossas forças convirjam para dirigir ao "Cordeiro de Deus" (João 1:29) almas confusas, transviadas, perdidas. Exaltai-O, ao ressuscitado Salvador, e dizei a todos quantos ouvem: Ide Àquele que "vos amou e Se entregou a Si mesmo por nós". Efés. 5:2. Seja a ciência da salvação o tema central de todo sermão, de todo hino. Seja manifestado em toda súplica. Não introduzais em vossas pregações coisa alguma que seja em suplemento a Cristo, a sabedoria e o poder de Deus. Mantende perante o povo a Palavra da vida, apresentando Jesus como a esperança do arrependido e a fortaleza de todo crente. Revelai o caminho da paz à alma turbada e acabrunhada, e manifestai a graça e suficiência do Salvador” (Evangelismo, p. 185).

2) Não se fala em pecado, de arrependimento nem de tomar nossa cruz a cada dia

Em alguns cultos onde são proferidos sermões coaching não se fala mais de pecado, de vida eterna, de tomar nossa cruz a cada dia diante do fardo da vida, de se compadecer com os mais necessitados. Esquece-se que o Evangelho não é um “oba-oba”. Por isso, o próprio Jesus nos adverte que “estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida!” (Mt 7:14, NVI). Ao fazer esta declaração, Cristo claramente não tentou esconder a verdade. O caminho que conduz a vida eterna é estreito, não porque seja difícil encontrá-lo, mas porque é difícil trilhá-lo. Envolve sacrifício e renúncia diariamente do eu. E muitos não estão dispostos a renunciar o eu, os desejos carnais, os prazeres mundanos e o pecado. Há muita coisa boa nas boas novas. Há muitas bênçãos, mas Jesus também disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8:34, NVI). Tomar nossa cruz significa matar nossos desejos carnais, morrer para nós mesmos e viver buscando cumprir a vontade de Deus em nossa vida em detrimento da nossa. Jesus está deixando claro que segui-Lo requer uma abnegação tão forte, capaz até mesmo de enfrentar as mais duras perseguições, dores, dificuldades e coisas parecidas por amor a Ele. De forma prática, tomar a sua cruz é viver no dia a dia fazendo as escolhas certas (que agradam a Deus) sem se importar com as consequências negativas (muitas vezes muito difíceis e dolorosas) que podem vir sobre nós, devido à resistência dos inimigos. Mas o Evangelho é tão fantástico que nos mostra que quando matamos nosso eu, crucificando nossa carne, na verdade não morremos, mas recebemos vida de Cristo. Ele passa a viver em nós. “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2:20, NVI), disse o apóstolo Paulo. Mas, essa mensagem do evangelho de negar a si mesmo não faz parte da teologia coaching adotada pelos diversos pastores e pregadores leigos adventistas, cujo foco é o sucesso e o poder. Tais coach se utilizam de argumentos de autoajuda, e muitas vezes, do poder do pensamento positivo como se fosse o evangelho.

3) Possui o objetivo de motivar pessoas

Os praticantes dessa técnica esquecem que as Escrituras devem ser a única e exclusiva forma de consolo, conforto, exortação, admoestação e motivação para o cristão. A própria Bíblia afirma:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16, 17, NVI).

“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança” (Romanos 15:4, NVI).

Foi para trazer as bênçãos da instrução, da paciência e consolação que “o Deus de paciência e consolação” (Rm 15:5) fez com que as Sagradas Escrituras fossem escritas e preservadas até hoje. Estudar seus ensinos e aplicá-los em nossa vida nos ajuda a enfrentarmos com confiança as vicissitudes da vida, a tensão e o estresse. A Bíblia Sagrada também exorta-nos: “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1 Pedro 5:7). De acordo com o texto sacro, Deus não quer que levemos o fardo da ansiedade em nosso peregrinar neste mundo. Ele quer que entreguemos a Ele, pois está disposto a levá-lo e dar-nos a paz de espírito que necessitamos. Ellen G. White declara: “A paz de Cristo, a paz de Cristo – dinheiro não a pode comprar; [...] ela é um dom de Deus (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 579). Portanto, Cristo Jesus e Sua Palavra são suficientes para trazerem paz, alegria, ânimo, consolo, motivação, confiança e felicidade. Não precisamos de palestras motivacionais ou de livros de autoajuda. Basta corrermos para os braços de amor de Jesus e estudarmos Sua Palavra internalizando os princípios nelas contidas encontraremos poder para vencer a ansiedade, o medo e o fracasso.

Em resposta à pergunta sobre a recomendação de um livro de autoajuda feita no jornal Chicago Tribune ao Billy Graham, o famoso evangelista norte-americano, dá a sua resposta infalível: “eu gostaria de recomendar a você o maior livro ‘autoajuda’ já escrito: a Bíblia! Ela vai dizer, antes de tudo, que Deus criou você e Ele te criou com uma finalidade. O propósito é você conhecê-lo, viver pra Ele e fazer dele o centro e o fundamento de sua vida”.

O grande evangelista enfatiza, porém, que a Bíblia é diferente dos livros do gênero autoajuda. “Cada livro de autoajuda vai apenas lhe dar as ideias do autor, mas a Bíblia te dará a sabedoria de Deus sobre como viver” distingue Billy Graham.

“Finalmente, a Bíblia vai lhe dizer como viver! E, não apenas seguindo um conjunto de regras, mas pedindo a Deus para guiá-lo. Não depende das palavras falíveis dos homens. Mas pela fé voltar para Cristo e aceitá-Lo como seu Salvador e professor e guia” conclui. Ele está certo.

Portanto, ao empregar essas técnicas motivacionais, pastores e pregadores leigos, infelizmente, tem substituído de forma velada, a suficiência de Cristo e das Escrituras.

4) Promove falsa espiritualidade

Nas pregações coaching o apelo pode ser até espiritual, mas ainda assim ouve-se assaz frases do tipo “como ser o melhor marido”, “como atrair e fidelizar pessoas para o reino”, “alcançando sucesso através da fé.” “Homens e mulheres vencedores”. Tudo isso travestido de espiritualidade. O pano de fundo é o despertar no cliente (crente) o desejo material. Em vez de expor as Escrituras, muitos coach cristãos fazem de suas pregações palestras motivacionais confundindo evangelho com empreendedorismo e Cristo com um guru motivacional. Urge um retorno urgente às Escrituras onde Cristo é o centro das mensagens. E, estas levem os adoradores a uma experiência mais profunda com Cristo. As mensagens pregadas em nossas igrejas devem levar os crentes a conhecerem melhor a Jesus. “Quero conhecer a Cristo”, afirmou o apóstolo Paulo (Filipenses 3:10). A maior ambição do apóstolo dos gentios era conhecer a Jesus. A palavra grega para “conhecer” denota conhecimento íntimo. Conhecer a Cristo mais do que uma percepção intelectual, envolve afeição e compromisso também.

Ellen G. White explica o que significa conhecer a Jesus, ao declarar: “Embora conheçamos a Cristo em certo sentido, que Ele é o Salvador do mundo, conhecê-Lo significa mais do que isso. Precisamos ter conhecimento e experiência pessoais em Cristo Jesus – um conhecimento experimental de Cristo, do que Ele é para nós e do que somos para Cristo. Essa é a experiência de que todos necessitam” (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 211). Infelizmente, as “pregações” coaching proferidas nos púlpitos de várias de nossas igrejas não possuem essa abordagem. Antes, estão “visando à conquista de grandes e efetivos resultados, com foco em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”.

Mas quantos que foram submetidos a teologia coaching já se arrependeram de seus pecados e conhecem realmente Jesus?

Então, como saber que você não está recebendo um “evangelho coaching” do seu pastor ou de um pregador leigo? Você deve estudar a Bíblia com a orientação do Espírito Santo. Você precisa procurar por si mesmo.

Fomos chamados a pregar o Evangelho Eterno

Em razão da cultura coaching ter invadido nossos arraiais, penso que devemos prementemente refletir acerca de nossa identidade como igreja remanescente e seu papel, os perigos que a teologia coaching representa, bem como reafirmar nossas crenças, sob pena dela a cada dia perder sua identidade.

Cremos que o Adventismo do Sétimo Dia é um movimento profético, suscitado por Deus num tempo específico para restaurar e proclamar algumas verdades distintivas. Discursando a Seus discípulos, Jesus declarou que um sinal do fim seria a proclamação do evangelho a todo o mundo (Mt 24:14), cujo cumprimento é descrito em Apocalipse 14. Com isso é indicado que, no tempo do fim, Deus enviará aos habitantes da Terra Sua mensagem de advertência, descrita simbolicamente pelo voo dos três anjos pelo meio do céu proclamando o evangelho eterno “aos que moram sobre a Terra” (v. 6). Esta mensagem profética, de alcance mundial (“cada nação, e tribo, e língua, e povo” – Ap 14:6) deve ser proclamada pelo povo remanescente de Deus no tempo do fim. Os adventistas do sétimo dia creem que têm esta mensagem para o mundo encontrada em Apocalipse 14:6-12.

O Adventismo é visto como um movimento singular por causa de três características distintas. Nenhuma outra igreja alega ter tais características, mesmo antes de a Igreja Adventista ter sido fundada oficialmente, em 1863.

Essas características específicas definem os adventistas como o único povo em quem podem ser encontradas:

1. Raízes proféticas, ou históricas, preditas em Apocalipse 10.

2. Identidade profética definida em Apocalipse 12.

3. Mensagem profética e missão indicadas em Apocalipse 14.

Os adventistas não alegam ter tais características devido a uma atitude de exclusividade religiosa ou jactância. O fato não é que os Adventistas do Sétimo Dia são “melhores do que”; ao contrário, são “diferentes de” outras igrejas.

Sobre esse ponto, muitos anos atrás, Ellen White escreveu: “De certo modo muito especial, os adventistas do sétimo dia foram postos no mundo como vigilantes e portadores de luz. A eles foi confiada a última advertência para um mundo que perece. Sobre eles está brilhando a maravilhosa luz vinda da Palavra de Deus. Foi-lhes dada uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Não há outra obra de tão grande importância. Não devem permitir que nada mais lhes absorva a atenção” (Testemunhos Para a Igreja, v.9, p. 19).

“Essas três mensagens angélicas correspondem à resposta divina aos extraordinários enganos satânicos que varrem o mundo antes do retorno de Cristo (Ap 13:3, 8, 14-16). Imediatamente em seguida ao último apelo divino dirigido ao mundo, Cristo retorna para efetuar a colheita (Ap 14:14-20)” (Nisto Cremos, p. 227).

Ora, se somos a Igreja Remanesce de Apocalipse 12:17, cuja missão profética é proclamar o evangelho eterno descrito em Apocalipse 14:6-12, então, cabe-nos o privilégio e a responsabilidade de, em nossas pregações, chamar a atenção do mundo para o Juízo final, o santuário celestial e o ministério intercessor de Cristo e restaurando a observância do verdadeiro dia de repouso, o sábado do sétimo dia. Estes e outros ensinos a eles ligados constituem a verdade presente, uma verdade para os últimos dias; mensagem oportuna, confiada ao povo do advento. São essas mensagens que temos que pregar “em tempo e fora de tempo” (1Tm 4:2). Logo, não fomos suscitados por Deus para pregar um “evangelho coaching”, que trata a igreja como um negócio, o evangelho como um tipo business e o crente um cliente que deve ser motivado a encontrar o caminho da felicidade seguindo regras e uma disciplina ditadas pelos coach cristãos, que em nada glorifica nosso Deus eterno e soberano.

Conclusão

A teologia do Coaching é maléfica e distante do cristianismo bíblico que leva o homem a negar a si mesmo, humilhar-se diante de Deus e depender dele em tudo.

Ter sucesso profissional e conquistar riquezas não é pecado em si, mas isso não pode ser um dos pontos centrais de nossa fé cristã tampouco de nossas pregações. Infelizmente na teologia do coaching, o Deus que é adorado é o próprio homem.

Precisamos de um retorno premente às Escrituras onde Cristo é o centro das mensagens. Eu suplico ao meu Deus que abra nossos olhos para que vejamos os perigos que representa introduzir a disciplina coaching em nosso meio. Que ao término de cada sermão, os crentes adventistas possam estar mais perto de Jesus, que a pregação bíblica e cristocêntrica prevaleça em todas as nossas reuniões de culto. Onde Deus for adorado, que ali tenhamos sempre o melhor, para o melhor: nosso compassivo Deus.

Caro leitor, é seu desejo ser cheio do Espírito Santo e ter uma mensagem não coaching em sua vida e em sua igreja? Vamos encorajar um ao outro a sermos verdadeiros cristãos estudando a Bíblia por nós mesmos, para sabermos o que constitui ter um relacionamento com o Senhor e sermos salvos. Você sabe se está recebendo o puro, não adulterado e potente combustível da verdade de Deus? Muitos serão enganados por luzes brilhantes e promessas de riqueza, mas poucos vão estudar por si próprios na Palavra e serem mudados. Qual deles é você?
















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