Por Equipe ASN, Ayanne Karoline
Vitória, ES… [ASN] Era
mais um dia comum na sorveteria onde Carlos da Silva Santos trabalhava, num
bairro em Colatina, norte do Espírito Santo. Os funcionários e clientes
transitavam normalmente, pisoteando com frequência em um pacote deixado no
chão. Após dias, ele decidiu pegar e se deparou com um livro e um DVD da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
A Única Esperança,
dizia na capa. Para ele, o título parecia curioso, mas no mínimo chamativo.
Afinal, tudo o que ele queria no momento era ter um único motivo para conhecer
a verdadeira paz.
O jovem era conhecido
nas “noitadas” da região, pois era tecladista de uma banda de forró local.
Noites mal dormidas, festas em lugares agitados e amizades nem sempre
confiáveis eram constantes em sua vida. De família evangélica, ele sempre
buscou uma igreja, mas nunca se sentia à vontade.
“ Eu já tinha ido em outras
congregações, mas não me sentia completo. Este livro mudou minha história”,
conta. E como mudou. Além de largar o forró, ele se livrou de outra paixão: os
cabelos compridos. “ As pessoas sempre elogiavam e eu usava para esconder o
rosto, já que sempre fui muito tímido”.
Mas, com a nova vida
após o batismo na Igreja Adventista de Colatina – Centro, Carlos decidiu se
livrar das madeixas e, junto com elas, de todas as lembranças de uma vida
vazia.
Novo
homem, antigos talentos
Vivendo em paz, como
ele mesmo define seu estado atual, hoje
trabalha em um novo emprego, num supermercado do bairro. Porém, já
ensaia a volta para a carreira musical, só que no grupo de música da igreja. A
amiga Elisabete Ludtke, afirma que talento e vontade não faltam. “ Ele toca
muito bem e canta também. Já estamos até ensaiando para cantar um dueto nos
cultos”.
Surpresa
A alegria de viver uma
nova vida parecia estar completa na vida de Carlos, mas ainda faltava uma
coisa. Uma dúvida rondava a cabeça: quem seria a pessoa que deixou o livro na
porta do comércio em que ele trabalhava. Nossa reportagem, através de uma dedicatória
deixada na literatura, encontrou Crislei Souza Damaceno e promoveu o encontro.
Eles são membros da mesma igreja, mas não sabiam que suas histórias haviam se
cruzado num passado recente.
Quando se viram pela
primeira vez, a emoção foi recíproca. O ambiente transbordou gratidão e
felicidade. “ Entreguei tantos livros e nunca pensei nisso. A gente às vezes
não imagina que um fará a diferença. Estou maravilhada”, conta Crislei.
Com tantas igrejas
adventistas para Carlos entrar, inclusive em seu bairro, ele visitou e foi
batizado exatamente na de Crislei. Destino? Sorte? Carlos não acredita. “Deus
faz as coisas certas. Ela foi um anjo. Sou muito grato e ela e a Deus por achar
este livro”, se emociona.
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