por: Alberto Timm
Em
meio a tantas vozes dissonantes, Deus concedeu uma nova manifestação do dom
profético nestes últimos dias
O rio Paraná é o
segundo mais extenso da América do Sul, passando pelo Brasil, Paraguai e
Argentina. Antes de desembocar no rio da Prata e no Oceano Atlântico, ele se
divide em vários braços, formando o famoso delta do Paraná, com 320 km de
extensão e até de 60 km de largura. Tradicionalmente, quando um navio
estrangeiro chegava a Buenos Aires e tinha que atravessar o delta, um piloto
nacional era contratado para conduzir o navio pelo canal navegável, evitando
que encalhasse em um dos braços mais rasos.
A história do mundo
pode ser comparada a um caudaloso rio que forma um enorme delta ideológico e
religioso antes de desembocar no oceano da eternidade. Hoje o cristianismo está
dividido em muitas escolas conflitantes de interpretação bíblica e em 45 mil denominações
cristãs diferentes, segundo dados de 2014 do Status of Global Mission.
Praticamente todas alegam estar fundamentadas nas Escrituras Sagradas. Em meio
a tantas vozes dissonantes, Deus concedeu uma nova manifestação do dom
profético nestes últimos dias, para nos manter leais a Ele e às Sagradas
Escrituras.
Existem pelo menos três
evidências básicas da inspiração dos escritos de Ellen White. Uma delas são
suas experiências sobrenaturais e alegações proféticas. Ela iniciou o relato de
sua primeira visão (dezembro de 1844) com as palavras “Como Deus me mostrou em
visão…”. Muitas outras de suas experiências proféticas foram introduzidas com
termos semelhantes. Alegando haver recebido visões proféticas, ela se colocou
sob o julgamento da origem delas. Em 1875 ela escreveu: “Ou Deus está ensinando
Sua igreja, reprovando seus erros e fortalecendo a sua fé, ou não está. Esta
obra é de Deus ou não é. Deus nada faz em parceria com Satanás. Meu trabalho,
ao longo dos últimos trinta anos, traz o selo de Deus ou o do inimigo. Não há
meio termo nesta questão. Os Testemunhos são do Espírito de Deus ou do diabo.”
Indiscutivelmente, ela estava plenamente convencida da genuinidade do seu dom
profético.
Outra evidência da
inspiração dos escritos de Ellen White é o testemunho dos seus contemporâneos.
Já em agosto de 1845, Tiago White referiu-se a ela com as seguintes palavras:
“Existe uma irmã no estado do Maine que recebeu uma clara visão da caminhada do
povo do advento para a cidade de Deus.” Em abril de 1846, Otis Nichols escreveu
para Guilherme Miller que “Deus a chamou e lhe disse para ir e dizer ao rebanho
o que Ele lhe havia revelado…”. Muitos outros pioneiros adventistas expressaram
sua confiança na origem divina de suas visões. Mais recentemente, o famoso
arqueólogo William F. Albright qualificou Ellen White como uma profetisa
moderna genuína.
Significativas como
possam ser a convicção pessoal de Ellen White e os testemunhos dos seus
contemporâneos, eles por si só não conseguem provar a inspiração dos escritos
dela. Crucial em toda a discussão é o testemunho interno das Escrituras.
Enquanto muitos pretensos profetas tendem a substituir a autoridade da Bíblia
pelos seus próprios escritos, Ellen White enalteceu consistentemente, por meio
dos seus escritos, a autoridade da Bíblia. A senhora S. M. I. Henry comparou os
escritos de Ellen White a um telescópio que não acrescenta estrelas no céu, mas
nos ajuda a discernir melhor as que já existem. É somente desta perspectiva que
se pode harmonizar os escritos de Ellen White com a sua própria afirmação de
que nos últimos dias “Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e
a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas.”
Fontes
Ellen G. Harmon, “Letter
from Sister Harmon”, Day-Star, 24 de janeiro de 1846, 31.
E. G. White,
Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, p. 229.
James White, “Letter from Bro. White”,
Day-Star, 06 de setembro de 1845, p. 17.
Otis Nichols, carta para [William] Miller, 20 de abril
de 1846, Center for Adventist Research, Andrews University.
Witness of the Pioneers Concerning the Spirit of
Prophecy: A Facsimile Reprint of Periodical and Pamphlet Articles Written by
Contemporaries of Ellen G. White (Washington, DC: Ellen G. White Estate, 1961).
William F. Albright, From the Stone Age to
Christianity: Monotheism and the Historical Process, 2ª ed. (Garden City, NY:
Doubleday Anchor, 1957), p. 18-19. Cf. Roger W. Coon, A Gift of Light
(Washington, DC: Review and Herald, 1983), p. 52.
M. I. Henry, “My Telescope”, The Gospel of Health,
janeiro de 1898, p. 25-28.
G. White, O Grande
Conflito, p. 595.
Alberto
Timm
é doutor em Teologia e diretor associado do White Estate
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