Ricardo
André
Quando perdemos um de
nossos entes queridos na morte sentimos um vazio e temos uma sensação de
carência difíceis de serem igualados. Quão triste e desamparados nos sentimos
então. A morte é a última é maior frustração humana que nos leva a buscar
respostas satisfatórias a perguntas tão concretas como estas: O que acontece
quando alguém morre? Há vida depois da morte? O que há além-túmulo? Para onde
vão os que morrem? Poderemos algum dia usufluir novamente a companhia dos que
agora estão mortos? Talvez, porém, a pergunta mais delicada e lógica seja: Onde
encontrar as respostas verídicas?
Quase todas as
religiões ensinam que a morte não é o fim de toda a existência. Os hindus e
outros creem na reencarnação. No hinduísmo, o objetivo supremo é atingir a moksha, isto é, a autorrealização e
libertação definitiva pela alma do ciclo de morte e renascimento. Quando se
alcança a moksha, a alma se torna uma
com Deus. Os espíritas creem que a pessoa pode se comunicar os mortos através
de médiuns. Aos católicos se ensina que por ocasião da morte a maioria das
pessoas tem de purgar seus pecados num purgatório antes de finalmente alcançar
o Céu, mas que os maus incorrigíveis vão para um inferno de fogo, serão
severamente punidos, sem qualquer esperança de alívio durante a eternidade. Conforme
ensina o Catecismo da Igreja Católica: “As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem
imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do inferno, ‘o
fogo eterno’” (pág. 292). A maioria dos protestantes crê que os crentes fiéis,
ao morrer, vão para o Céu e que os maus são atormentados num inferno, e muitos
estão convencidos de que é isto que a Bíblia ensina. Alguns que passaram pela
experiência de “morte temporária”, ou quase morte, estão convencidos de que na
morte algo sobrevive ao corpo.
Embora as religiões
variem em suas crenças específicas sobre a vida após a morte, a maioria delas
tem uma coisa em comum – a crença na imortalidade da alma, ou seja, de que os
mortos estão vivos.
Quem
tem a Resposta segura?
Somente Jesus Cristo
pode nos dá respostas seguras. No Apocalipse Ele se apresenta como “Aquele que
vive; estive morto, mais eis que estou vivo pelos séculos dos séculos. Amém. E
tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1:18). Ele sabe tudo. Sabe
como criou a vida e o que acontece quando uma pessoa morre, e nos revelou nas
Sagradas Escrituras (I Pd 1:10, 11). Segundo Ele, a Bíblia é a única fonte de
verdade (Jo 17:17). Portanto, é a ela que temos que recorrer para buscar
respostar verdadeiras para as questões sobre a morte.
Para compreendermos o
mistério da morte, precisamos entender algo a respeito da vida e como ela
começou.
A
Alma – A Definição da Bíblia
Considere
cuidadosamente o seguinte texto bíblico: “E formou o Senhor Deus o homem do pó
da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7). A Bíblia aqui
nos dá uma equação simples para compreender a natureza do homem: Corpo (pó da
terra, os elementos químicos da terra) + Fôlego da vida (“espírito” de vida
proveniente de Deus) = Uma alma vivente (um ser vivente).
Note, caro leitor, que
a Bíblia não diz que temos uma alma independentemente do corpo, que sobrevive a
morte do mesmo. A Revelação bíblica declara que somos uma alma como resultado da harmoniosa combinação do pó da
terra com o fôlego de vida. Ser algo é
muito diferente de ter algo. Ninguém negará que ser um cachorro é diferente
de ter um cachorro! Igualmente, ser uma alma não é o mesmo que ter uma alma.
Isso é confirmado pelo apóstolo Paulo, que escreveu: “Assim está escrito: o
primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente” (I Co 15:45,
A Bíblia de Jerusalém).
Em lugar algum a Bíblia
se refere à alma como uma entidade imortal, capaz de viver independentemente do
nosso corpo. Nem fala do espírito como uma entidade que possa existir à parte
de nossa natureza física. Não fomos criados com partes independentes
temporariamente interligados, mas com
corpo, alma e espírito em um todo indivisível.
Portanto, a Bíblia não
diz que temos uma alma, somos almas,
com todas as nossas qualidades físicas e mentais (Dt 12:20; Lv 17:12; Pv 2:10).
Uma vez que a Bíblia
diz que a alma humana é a própria pessoa, inclusive seu corpo carnal, devemos
esperar que ela mencione a alma como sendo mortal. Por exemplo: “Eis que todas
as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha:
a
alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4). “E acontecerá que toda a
alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo” (At 3:23).
A errônea crença na
imortalidade da alma não se baseia em nenhuma declaração bíblica. Encontramos
na Bíblia, cerca de 400 vezes a palavra “alma”, e aproximadamente 450 vezes a
palavra espírito, mas nunca lhes é ligada a ideia de imortalidade da alma. A
ideia de possuir o homem uma entidade espiritual que não morre é estranha as
Escrituras.
Para
onde vai o Espírito após a Morte do Corpo?
Segundo Eclesiastes 12:7, “e o pó volte à
terra, como o era, e o espírito volte a
Deus, que o deu”. Esse espírito é o “fôlego de vida” (Gn 2:7; 7:22) que o
homem recebe ao nascer, que ao morrer não poderá reter e retorna para Deus.
Isso é confirmado pelo seguinte texto: “(...)
se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó” (Salmos 104:29).
Sim, o fôlego da vida (e não uma entidade consciente) é recolhido por Deus
quando a pessoa morre. Na ressurreição, Deus soprará de novo o fôlego da vida
nos mortos (Ez 37:9, 10).
Muitos cristãos que
acreditam na imortalidade da alma fazem uso de Eclesiastes 12:7 para tentar
provar que existe uma entidade consciente e imortal que deixa o corpo por
ocasião da morte. Não podemos aceitar isto porque:
a) Se este espírito é
uma entidade consciente quando volta a Deus, então também veio de Deus, pois
alguma coisa só volta de onde veio. Aí já se terá que admitir a preexistência da alma consciente, isto
é, todos nós já existimos antes de nascermos aqui na Terra. Ora, isto seria o
maior absurdo.
b) Note bem: “para Deus”. Se o espírito que “volta
para Deus” é uma entidade consciente então, sejam bons ou maus, vão fatalmente
‘para Deus’ quando morrem, isto é, terão todos os mesmos destino, com a
salvação garantida.
c) “Se ele pusesse o
seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,
toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó 34:14-15).
Espírito e sopro (ou fôlego) são uma coisa só. Se isto fosse uma entidade real
e consciente, então se localizaria no nariz do homem o que é absurdo (Gn 2:7;
7:22; Is 2:22).
d) Conta-nos a Bíblia
que por ocasião do dilúvio expirou toda a carne, tanto de ave de gado e fera
(...) tudo que tinha fôlego de espírito, de vida em suas narinas (...) morreu
(Gn 7:21, 22). Se o fôlego de vida assoprado no homem lhe pôs dentro algo
imortal e este fôlego saindo do corpo na morte significa a libertação de uma
entidade imortal, então também os animais são imortais, uma vez que a Bíblia
afirma que os animais recebem esse mesmo fôlego de vida (Ec 3:19). Que é
inadmissível.
O
que há depois da morte?
Ao romper-se a
harmoniosa ligação entre o corpo e o espírito, os pensamentos cessam e o
indivíduo entra num estado de inconsciência absoluta. Bastante esclarecedoras
são as palavras de Salomão a esse respeito: "Para o que está entre os
vivos há esperança; porque mais vale um cão vivo do que um leão morto. Porque os vivos sabem que hão de morrer,
mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco terão eles recompensa,
porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já
pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo
do sol." "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme
as tuas forças, porque no além para onde tu vais, não há obra, nem projetos,
nem conhecimento, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes 9:4-6 e 10).
Relevantes também se mostram as palavras do Salmo 146:4: "Sai-lhes o espírito e eles tornam ao pó; nesse mesmo
dia perecem todos os seus desígnios". Jesus também encarou a morte
dessa maneira, comparando-a com o sono. Certa ocasião, tendo falecido um amigo
Seu, assim Se expressou: "Nosso
amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo." João 11:11.
Por isso é impossível
que os mortos apareçam aos vivos. A Bíblia declara que: a) Eles não podem
voltar a sua casa (Jó 7:9, 10); b) não sofrem, nem desfrutam de nada (Ecles.
9:6); c) não podem aprender (Is 38:18, 19); d) não podem glorificar a Deus (Sl
115:17). E é lógico que assim seja, pois para todas essas coisas é necessária a
CONSCIÊNCIA. Por esta razão as Sagradas Escrituras afirmam que os que dizem
falar com os mortos estão participando de um engano satânico (Ap 16:13, 14;
18:23). Inclusive não se salvarão os que praticam a feitiçaria (Ap 22:15), nem
os que consultam os mortos (Dt 18:10-14).
Enfim, o homem é como a
luz elétrica. Só existe quando se une a lâmpada e a energia elétrica. Separados
não há luz. Assim a consciência só existe quando se une o corpo (pó) e o espírito
(fôlego de vida). Separados não há consciência. Quando um homem morre, Deus
recolhe seu sopro e não há mais espírito consciente, andando por aí.
Para
onde vão os mortos?
De acordo com a Bíblia,
a pessoa que morre vai para a sepultura e torna-se pó. Ao morrer Adão não passou
para o domínio espiritual. Ao pronunciar a sentença sobre Adão após sua
desobediência, Deus disse: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te
tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis
3:19). Note, ao morrer Adão não passou para o domínio espiritual. Essa afirmação
chocante nos diz que a morte não é a
separação do corpo e da alma, mas o término da vida , que traz como resultado o
apodrecimento e a decomposição do corpo. Na morte Adão ficou novamente sem
vida.
Jesus não foi ao
Paraíso no dia que morreu, pois quando falou a Maria na manhã de domingo, Ele
disse que ainda não havia subido ao Seu Pai (Jo 20:17).
Marta não acreditava
que seu irmão Lázaro estava no Céu, pois disse que não esperava vê-lo até a
ressurreição do último dia. Em nenhum lugar nas Escrituras, existe algum
registro de conversa entre Jesus e Lázaro, entre Lázaro e suas irmãs, a
respeito de onde ele esteve e o que havia visto, nem como os discípulos ou
alguém na multidão que viu ser ressuscitado (Jo 11:17). Este é um forte
argumento do silêncio, de que os mortos não vão a parte alguma e nada sabem.
Vida
Eterna na Vinda de Cristo
Embora os mortos não
tenham recebido sua recompensa após a morte, isto não significa que não haja
esperança para eles. A Bíblia revela que o sono da morte não dura eternamente, ele
será rompido pela voz de Jesus quando chamar os mortos para a vida eterna, no
dia da ressurreição, por ocasião da Sua volta. Jesus disse: “Não fiquem
admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos
túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a
vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados” (Jo 5:28, 29).
Paulo ensinou a mesma verdade. Na segunda vinda de Cristo, os santos que
descansam na sepultura serão ressuscitados e os santos vivos trasladados, e
todos “seremos arrebatados [...] entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (I Tes 4:16, 17; cf. I Co
15:20-23). Podemos ver claramente porque os mortos não vão diretamente para o
Céu ou para o inferno. Se esse fosse o caso, não haveria a necessidade do dia
da ressurreição para receber a recompensa, pois ela já teria sido outorgada.
Como podemos ter
certeza da ressurreição? Por que Jesus ressuscitou, podemos ter certeza
absoluta de que seremos ressuscitados. Cristo já obtivera a vitória sobre a
morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário