Teologia

domingo, 27 de abril de 2014

RESPOSTA ÀS DECLARAÇÕES ESTAPAFÚRDIAS DE LEANDRO QUADROS SOBRE BATERIA NA IGREJA



Ricardo André

No final do ano de 2013, o jornalista Leandro Quadros, apresentador do programa Na Mira da Verdade na TV Novo Tempo (Canal 14 na Sky), participou de uma entrevista realizada na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Sobradinho, em Brasília/DF.  (Veja aqui o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bmzVtfOKqlk) Uma das perguntas feitas a ele foi se era errado tocar bateria ou instrumentos de percussão dentro da igreja. Citamos aqui alguns trechos de sua resposta, colhida do vídeo postado no youtube:

1) “(...) Eu não creio que nós devamos avaliar alguma coisa, se é certo ou errado simplesmente pelos nossos gostos pessoais, mas precisamos avaliar  à luz da Bíblia. (...) Se eu não gosto de percussão, eu não posso usar o meu gosto como padrão para dizer que a percussão é errada. Eu  preciso diferenciar entre gosto pessoal e aquilo que a que a Bíblia realmente diz”.

2) “(...) Dizer que a Bíblia proíbe a percussão, com todo respeito aos irmãos que o dizem, eu acho uma hipocrisia. (...) Agora, se a Comissão decidir que não deve, que não seja hipócrita! E diga assim: ‘olha, nós não queremos porque não gostamos’.  É mais sincero do que dizer que não queremos porque a Bíblia proíbe. 

3) “problema não é o instrumento em si, mas quem toca o instrumento”.

É lamentável que, em pleno contexto em que a igreja enfrenta uma crise de identidade adventista, porque um número cada vez maior de crentes adventistas está adotando o estilo de adoração com música ritmada e o estilo de vida de outros cristãos, o jornalista Leandro Quadros, durante sua entrevista, a partir de sua leitura superficial do Salmo 150 promove seus pontos de vista, no caso em lide, o uso da percussão na igreja, contribuindo, desse modo, para agravar ainda mais a crise, e confundindo a cabeça de centenas de jovens que assistiram o vídeo, jogando-os contra a direção da Igreja, com declarações estapafúrdias.

1) Ao dizer que aqueles que rejeitam  a bateria e outros instrumentos de percussão na adoração, o fazem com base no gosto pessoal, o jornalista fala uma clamorosa inverdade. É pena que o jornalista se tenha louvado em inverdade tal.  De fato, o gosto pessoal não é um critério válido para definirmos o que é apropriado ou não no culto. Cremos profundamente que o critério para se estabelecer quais elementos do culto é certo ou errado é o infalível: "Assim diz o Senhor." Depois o Espírito de Profecia. Esta é a norma. Portanto, rejeitamos a percussão na adoração a Deus com base na Bíblia e no Espírito de Profecia.

Se o jornalista tivesse feito a leitura das Escrituras desprovido de ideias pré-concebidas, teria descoberto que instrumentos de percussão como tambores, tamboris e pandeiros nunca foram usados na adoração a Deus no Templo, na sinagoga e na igreja apostólica. Estudos feitos por diversos teólogos e músicos revelam, que a Bíblia relata que tambores foram usados apenas em ocasiões festivas populares e não em cultos ou adoração. Eles foram sistematicamente excluídos do Templo e não fazem parte da música celestial descrita no Apocalipse. É errado pensar que os instrumentos de percussão citados na adoração bíblica poderiam ser tocados da mesma maneira que a bateria é tocada hoje. Desafiamos aqui ao jornalista que ele nos mostre um único texto bíblico em que os tambores eram usados nos cultos de adoração no Templo. O único instrumento de percussão usado no Templo era o címbalo (I Cr 16:5). “Os címbalos eram constituídos por dois pratos de metal com suas beiras dobradas, medindo, aproximadamente, 27 a 42 centímetros de largura. Quando golpeados verticalmente em conjunto, eles produziam um toque, como um tinido” (Samuele Bacchiocchi, O Cristão e a Música Rock, 206). Mas esse instrumento era utilizado apenas pelo líder do coro, não para acompanhar a música e dar ritmo a ela, mas como instrumento de sinalização, para indicar o fim de uma linha e não o ritmo dentro de um verso. (BACCHIOCCHI, p. 207).

Portanto, de acordo com os estudiosos do assunto, os címbalos não eram utilizados para a marcação rítmica, mas sim para a sinalização de finais de frases ou partes da música (ver http://musicaeadoracao.com.br/28276/o-cristao-e-a-musica-rock-capitulo-7/).

As Escrituras Sagradas deixam claro que a bateria é um instrumento inadequado para o culto de adoração a Deus. Transcrevo aqui trecho do livro “Cristãos em busca de Êxtase”, do Pr. Vanderlei Dorneles, que esclarece melhor essa questão: “Davi quis fazer uma casa para Deus, mas não lhe foi permitido. O rei era músico e Deus lhe deu orientações para que tomasse todas as providências para o templo, que Salomão edificaria. Entre essas orientações, Deus determinou os instrumentos (címbalos, alaúdes e harpas) que deveriam fazer parte da música do templo. Em 2 Cr 29:25 é dito que os levitas foram estabelecidos “NA CASA DO SENHOR COM CÍMBALOS, ALAÚDES E HARPAS ... PORQUE ESTE MANDADO VEIO DO SENHOR, POR INTERMÉDIO DOS SEUS PROFETAS”. Davi fez os instrumentos para serem usados pelos levitas. É significativo, como esses instrumentos são designados em 2 Cr 7:6: “os instrumentos músicos do Senhor, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças ao Senhor”. O artigo plural definido “os” indica um grupo específico de instrumentos, que são qualificados como “do Senhor”. A lista desses instrumentos aparece em diversas ocasiões, sempre sem inclusão do tambor ou adufe (ver também I Cr 16:5; 25: 1, 6; Cr 5:12-13). Na purificação do templo, empreendida por Ezequias, os levitas músicos são colocados em sua função com os mesmos instrumentos feitos por Davi. Na cerimônia, a música destes instrumentos é outra vez chamada de “CÂNTICOS DO SENHOR” (2 Cr 29:27). Os únicos instrumentos que aparecem nas listas dos usados no templo, além dos que foram confeccionados por Davi, são as trombetas (2 Cr 5:12-13; 29:27).

“A exclusão do tambor no templo pode indicar que Deus não quis que o instrumento na música de adoração por causa de sua relação direta com o misticismo pagão e por sua influência no sentido de excitar as danças e embotar a consciência e o juízo. O ritmo do tambor que inclinava as pessoas à dança deveria estar fora do culto que requer a lucidez da mente para a compreensão da vontade de Deus. Além disso, uma vez que o templo era uma representação do santuário celestial e do trono de Deus, a música a ser usada ali deveria distinguir-se daquela usada nas celebrações profanas” (págs. 192 e 193). (Grifo nosso).

No livro Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 31-39, a irmã Ellen G. White condenou o movimento da “Carne Santa”, uma heresia que surgiu no meio do adventismo. Aquela experiência serve não apenas como um exemplo histórico da maneira pela qual tendências pentecostais se insurgiram na denominação adventista, mas fornece um vislumbre do futuro paradigma na adoração adventista. Ela condena alguns elementos dessa falsa adoração, entre eles estão os tambores. Notemos o que Ellen White comenta:

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. […]

“Não entrarei em toda a triste história; é demasiado. Mas em janeiro último o Senhor mostrou-me que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos, e que a história do passado se repetiria. Senti-me grandemente aflita. Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens, trabalhando com todo o engenho que Satanás pode empregar para tornar a verdade desagradável às pessoas sensatas; que o inimigo estava procurando arranjar as coisas de maneira que as reuniões campais, que têm sido o meio de levar a verdade da terceira mensagem angélica perante as multidões, venha a perder sua força e influência."

No contexto dos últimos dias, Ellen White afirma que manifestações como a ocorrida em Indiana serão a regra, não a exceção. De alguma forma, “gritos”, “tambores”, música” e “dança” acompanharão o repertório de nossa música. Obviamente, a autora relaciona essa mudança de valores musicais como um estratagema de Satanás, para confundir “os sentidos dos seres racionais”. Essa aproximação satânica com a maneira pagã de adorar seria considerada “operação do Espírito Santo”.

E, ela condenou não somente a maneira do uso desses instrumentos (como quer o jornalista), mas o instrumento em si. Senão vejamos: 1) Na época em que ela escreveu essa mensagem, na Igreja Adventista do Sétimo Dia não se usava tambores ou bateria em hipótese alguma. Aliás, diga-se de passagem, não se usava tambores em muitas igrejas cristãs protestantes. Na época de Ellen G. White apenas algumas poucas igrejas usavam tal instrumento a exemplo da Igreja Exército da Salvação. Os senhores sabem por que à época a Igreja Adventista não usava os tambores nos seus cultos? É muito simples: porque comumente eram usados nos cultos místicos, espiritualistas e sobrenaturais, principalmente na região de Nova Orleans(EUA). 2) É por demais importante observar que por ocasião do louvor e adoração em Indiana, havia muitos instrumentos sendo usados como “um órgão, um contrabaixo, três violinos, duas flautas, três tamborins, três trompas e um grande tambor”, conforme testemunhado por alguns e descrito no livro “Música, sua Influência na Vida do Cristão”, pp. 36-38. Agora gostaria de perguntar: Se havia tantos outros instrumentos que integrava o louvor naquele momento, POR QUE ELLEN WHITE CITOU APENAS OS TAMBORES EM SUAS OBSERVAÇÕES DE COISAS ESTRANHAS QUE OCORRERAM NAQUELE LOUVOR? RESPONDAM-ME, POR FAVOR. Vejam, ela não citou mais nem um outro, APENAS OS TAMBORES. ENTENDERAM? É óbvio que havia algo de errado com tal instrumento, pois se o problema fosse com a maneira de se usar todos os demais instrumentos e com a pessoa (como querem alguns que Ellen White diga no texto) com certeza ela não colocaria apenas este em suas considerações. Notem: “O que você escreveu como tendo acontecido em Indiana, o Senhor revelou-me que haveria de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança”. (ME, Vol. 2, p. 36 e Música, Sua Influência na Vida do Cristão, págs. 38 e 39). Portanto a revelação recebida pela Serva do Senhor a respeito do ocorrido em Indiana deixa claro que por alguma razão tal instrumento não deveria fazer parte da adoração a Deus. Esta é uma conclusão lógica, não forçada, mas clara da situação dos tambores e da música rítmica na visão de Ellen G. White. Qualquer argumento construído objetivando a introdução da bateria na Igreja, com endosso da Bíblia ou dos Testemunhos são completamente descontextualizados, e é contrário a expressa verdade das Sagradas Escrituras.

2) Na inglória tentativa de dar uma fundamentação bíblica à sua opinião, o jornalista apela para o uso dos címbalos e adufes (tamborins) no Salmo 150:4, 5, para argumentar que a Bíblia não proíbe instrumentos de percussão na igreja hoje, desconsiderando o contexto do Salmo 150. Mas  tudo inteiramente destituído de fundamento. Tal argumento ignora dois fatos importante para a compreensão do mesmo: a)  A época em que fora escrito. Segundo estudiosos no assunto, Davi teria escrito o Salmo no período anterior ao Templo de Salomão? Como sabemos disso? Uma vez que no templo a partir de Salomão os tambores não entraram (II Cr 29:25 e 26), é óbvio que o Salmo 150 tenha sido escrito antes do templo ser construído. Período em um momento histórico da vida de Israel onde não havia ainda uma nítida orientação acerca da forma apropriada para a adoração litúrgica. Este amadurecimento e transformação do culto de adoração ocorreria primeiramente no transporte da arca para Jerusalém (Vanderlei Dorneles, Cristãos em Busca de Êxtase, p. 192,) e depois, de forma plena, quando foram feitos os preparativos para o serviço levítico do templo a ser construído por Salomão. (Idem, p. 193-194). Estudos revelam que ao longo da história de Israel, o povo progressivamente foi abandonando os velhos costumes egípcios e babilônicos. Entre esses costumes que foram abandonados, destacamos as danças e o uso de tambores. Se lermos as histórias em suas sequências lógicas, tendo como base a liturgia, perceberemos claramente tal fato. Para um estudo pormenorizado sobre a cronologia do Salmo 150 veja o artigo do Pr. Gilberto Theiss, intitulado “Danças e Tambores no Salmo 150” (http://musicaeadoracao.com.br/20153/dancas-e-tambores-no-salmo-150/).

b) Outro fato ignorado pelo jornalista é a linguagem figurativa presente nos salmos. Esse livro da Bíblia foi escrito em linguagem poética, usando muitas expressões figurativas.  

O bom estudante da Bíblia observará que esses salmos usam linguagem poética, ou figurada, para enfatizar a importância de louvar ao SENHOR. 

No verso 5 do salmo 149 encontramos uma expressão difícil de ser colocada em prática: "Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos." Como isso deveria ser posto em prática? Deveríamos nos deitar em nossas camas só para cantar ou deveríamos começar a cantar no intervalo do nosso sono, às 2 ou 3 horas da madrugada? Será que esse verso estaria recomendando aos que forem hospitalizados para que cantem em seus leitos enquanto o vizinho da cama ao lado estiver tendo um enfarte? Nada disso, é claro.

Observemos ainda como seria complicado interpretar tal salmo fora da linguagem poética, especialmente os versos 6-9: "Estejam na sua garganta os altos louvores de DEUS, e na sua mão espada de dois gumes, para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos; para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao SENHOR!" Alguém seria louco o bastante para afirmar que o salmo 149 estaria mandando os filhos de DEUS o louvarem enquanto se transformam em um grupo de extermínio ou em um novo esquadrão da morte?

É bom observar no entanto que, embora cite o adufe, o salmo não diz que o mesmo devesse ser tocado no templo. Será que o jornalista e as demais pessoas que desculpam o uso da bateria com esse texto gostariam de levar armas de guerra para a igreja? E os grilhões de ferro citados no salmo, seriam para ser usados na igreja também?

O mesmo se dá com o salmo 150. Já no primeiro verso encontramos a frase: "louvai-o no firmamento, obra do seu poder!" A Bíblia nunca usa a expressão firmamento para o lugar em que DEUS está, no céu; tampouco o salmo foi escrito para ensinamento dos anjos. Se o firmamento é esse céu que nós vemos, onde estão as nuvens, e o avião não havia sido inventado quando o salmo foi escrito, o que o salmista pretendia dizer? Será que as pessoas daquela época tinham a capacidade de usar os braços como asas e voar até as nuvens para cantar? 

Como explica o Pastor Bacchiocchi: “Por exemplo, não há nenhuma maneira no qual o povo de Deus, na terra, possa louvar o Senhor “no firmamento, obra do seu poder”. O propósito do salmo não é especificar o local e os instrumentos a serem usados para o louvor durante o culto divino, mas sim convidar a tudo o que respira ou emite som a louvar o Senhor em qualquer lugar. O salmista está descrevendo com linguagem altamente figurativa a atitude de louvor que deveria caracterizar o crente a toda hora e em todos os lugares. Interpretar este salmo como uma licença para dançar, ou tocar tambores na igreja, é interpretar de forma errada sua intenção.” (O Cristão e a Música Rock, p. 33)

Quando o jornalista cita o Salmo 150:4 para justificar a presença da bateria na igreja ("Louvai-o com adufes e danças ... com címbalos retumbantes"), não percebeu está automaticamente sancionando a prática da dança, visto que também existe essa orientação no referido texto. Com base nessa afirmação, certamente não seria errado alguns irmãos planejar formas "equilibradas" de dançar na igreja.

3) Numa clara demonstração de arrogância, ausência de respeito e amor cristão, o jornalista chamou de hipócritas os irmãos leigos, pastores, professores de seminários e músicos (denominados por ele de “conservadores” e “ultraconservadores”) que, baseando-se na Bíblia e no Espírito de Profecia, tem posição contrária ao uso da percussão na adoração. 


Atacando de início os "hipócritas conservadores e ultraconservadores" que tem posição contrária ao uso da percussão no louvor a Deus, o jornalista, além de revelar completo desconhecimento das razões daqueles que rejeitam a bateria, foi descaridoso e deselegante  para  com seus próprios irmãos de fé.

Afinal, a Bíblia traz uma série de reflexões muito intrigantes a respeito disso. Por exemplo, este instrumento não foi aceito por Deus no serviço do templo, mas tolerado fora dele até a inauguração do Templo de Salomão, como já foi mostrado anteriormente.  Interessante notar que, na inauguração do templo de Salomão, o próprio Deus escolheu os instrumentos a serem ali tocados. Então, faço a seguinte indagação ao caro jornalista: Por que Deus não escolheu instrumentos de percussão antimelódicos, como é o caso do tambor? E por que as manifestações de "culto" com palmas, danças e tambores não aparecem mais na Bíblia depois desse momento? Então temos que, no mínimo, respeitar a opinião daqueles que usam a Bíblia para prudentemente excluir este instrumento da música de adoração.

Por que o jornalista é um ardoroso defensor da percussão na adoração a Deus? Encontramos, talvez, a resposta na sua própria fala, quando afirmou que “é adventista há 17 anos e que antes de sua ''conversão" ele só escutava heavy metal, rock pesado”. Como se vê, sua opinião é baseada no seu gosto pessoal, não nas Sagradas Escrituras.

É por demais importante que pensemos seriamente nestas questões:

a) Qual o efeito do uso da bateria e outros instrumentos de percussão sobre o caráter do culto? Ela contribui para a solenidade e reverência? Ou é o oposto? As igrejas que adotaram seu uso nos cultos tiveram um incremento em sua experiência espiritual ou apenas no número de membros? Qual é, realmente, a razão de buscarmos adotar instrumentos de percussão, além de desejarmos fazer um estilo de música mais semelhante às práticas musicais do mundo? A experiência tem mostrado que em vários lugares onde se introduziram a bateria o resultado foi divisão e confusão.

b) A bateria não produz melodia tampouco harmonia. Ela só serve para dar ritmo, produzir só agressivo, que causa forte resposta física e emocional, provado cientificamente. É importante ler o que a ciência diz a respeito dos efeitos no corpo quando ficamos expostos à música com ritmo acentuado e ao ruído produzido por instrumentos que não emitem sons. É isso que Deus quer do seu povo, que o adorem com músicas barulhentas e ritmadas pela bateria? De acordo com as Sagradas Escrituras, o culto que Deus quer é um culto “racional” (Rm 12:1, 2).

c) Segundo Karl Tsatalbasidis, um ex-baterista de banda Jazz que estudou com os maiores músicos do Canadá e hoje é cristão adventista, “A bateria foi inventada para o único propósito de fortalecer a música jazz, blues, rhythm and blues e todas as variedades de rock-n-roll. Por isso, não pode ser separada da origem da música rock e jazz. Nenhuma música pode incorporar a bateria sem, automaticamente, transformar-se em rock, jazz ou seus híbridos” (Drums, Rock and Worship – Modern Music in Today’s Church, Amazing Facts, Roseville, CA, USA, 2003).

Transcrevo aqui um trecho de uma interessante entrevista do Dr. Wolfang Hans Martin Stefani, Ph.D, concedida ao prof. Renato Stencel, durante o 8º Encontro de Músicos, realizado no UNASP, Campus 2, e publicado na Revista Adventista, de março de 2003, pp. 5-7. Nunca é demais dizer que o Dr. Stefani é uma das poucas pessoas que pode falar com muita autoridade e equilíbrio sobre o tema, pois é especialista na área da música sacra. Notem:RA: O Que o senhor pensa do uso da percussão (bateria) na igreja.

Dr. Stefani: Esta é uma pergunta contemporânea e universal. Para mim a resposta está relacionada ao argumento da neutralidade. Da mesma forma em que a música em si não é neutra, tanto no significado como na estrutura estilística, os instrumentos também não são neutros. Diferentes instrumentos foram feitos e aperfeiçoados para propósitos específicos. Quando me perguntam sobre o uso da bateria na igreja, primeiramente sugiro: “Por que não usar um tímpano? É um tipo de percussão. Se tambores são neutros, o tímpano deveria ser tão bom quando o tambor de uma bateria”. Eles olham para mim perplexos e dizem: “Bem, não era esse o tipo de tambor que eu tinha em mente. Eu quero a bateria que é usada numa banda de música popular”. É claro que a razão pela qual querem este tipo de tambor é o fato de desejarem tocar determinado tipo de música.

Há razões pelas quais determinados instrumentos são mais apropriados para certos propósitos. A bateria foi desenvolvida para produzir um som agressivo, fortemente rítmico, a fim de ser cultivado na música popular. Mas, pela mesma razão que as pessoas normalmente não querem órgãos de tubos em bandas de rock, uma bateria não é apropriada para a igreja, especialmente quando sentimentos como reverência e contemplação estão em jogo. O som percusivo “pesado”, produzido por esses instrumentos, não se harmonizam com o tipo de música que deveria ser enfatizado na adoração de Jeová (ver Isaías 6:1-8), onde reverência, paz alegria, arrependimento e compromisso formam a essência das emoções apropriadas.

RA: O senhor mencionou mais de uma vez em suas palestras que Deus está interessado em desenvolver um tipo singular de adoração e talvez um testemunho musical singular entre os adventistas do sétimo dia. Explique melhor isso.

Dr. Stefani: Deus sempre escolheu Seu povo levando em conta que 1) Ele os ama a quer ter um relacionamento pessoal com eles, mas também 2) busca uma oportunidade para demonstrar através deles como é que Ele age em meio à batalha do Grande Conflito. Ele, obviamente, deseja prover um testemunho àqueles que quer atrair para Si. Seu desejo quanto à adoração singular é bem claro em Deuteronômio 12:3- 4, 29-31. Seu convite geral para que as pessoas saiam e estejam separadas da cultura secular também está claro em Apocalipse 18:4. Mas também está claro que Ele quis estabelecer algo singular com respeito à música. Os livros de Crônicas documentam como o desenvolvimento da música seria levado a cabo sob orientação profética. (II Crônicas 29:25-26). Deus considerava o ministério da música como algo muito importante (I Crônicas 9:33) e desejava que a música fosse parte integral do verdadeiro culto. Mas, ao ler a Bíblia, posso testificar que em várias ocasiões seus escritores registram que Deus nos convida a cantar-Lhe um “cântico novo” (Salmos 96:1; 33:3; 40:3; etc.).

É claro que há uma ideia de que todo aquele que é convertido canta um “cântico novo” em seu coração; um cântico de gratidão e louvor por tudo aquilo que Deus fez por ele. Porém, eu fico imaginando se não há também um significado mais profundo nesses textos. Será que Deus não está convidando Seu povo a deixar para trás a música típica deste mundo e aprender um “Cântico Novo”, muito mais semelhante ao que é cantado no céu?

O grande desafio para os compositores e músicas de nossa igreja, atualmente, é terem uma visão de algo distinto, que seja um testemunho singular no mundo da música. Como adventistas do sétimo dia, cremos ter uma mensagem completa para todo aspecto da natureza humana; um testemunho doutrinário sobre Deus e o relacionamento que podemos ter com Ele; um testemunho de saúde que motiva nossos programas de saúde, hospitais e clínicas; uma filosofia educacional que motiva nossas escolas; uma mensagem de preocupação social comunicada pela ADRA. Mas qual é a nossa mensagem no campo estético? Infelizmente, se formos honestos, temos que admitir que somos os seguidores, e não os líderes nesta área. Em geral, tendemos apenas a seguir e copiar o que todo mundo está fazendo.

Às vezes, até justificamos seguir o que o mundo está fazendo na área da música, pois pensamos que dessa maneira vamos levar pessoas aos pés de Cristo. E me surpreendo com a clareza das palavras de Ellen White sobre tal raciocínio. Por três vezes, em três dos seus principais livros, ela faz alusão a este ponto. No O Grande Conflito, pág. 509, lemos: “A conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo.” (Comparar com outras declarações em Profetas e Reis, pág. 570, e Patriarcas e Profetas, pág, 601.) Oro para que os músicos adventistas possam desenvolver essa visão e implementá-la em nossa esfera religiosa.

RA: Que conselho o senhor daria aos pastores e líderes que lidam com esse assunto tão delicado?

Dr. Stefani: Antes de mais nada, precisamos entender que este assunto é delicado e complexo. Não podemos abordá-lo de uma maneira simplista. Primeiro, precisamos estar convencidos e convictos de que a música e as artes fazem realmente parte da esfera moral, ou seja, elas não são moralmente neutras. Portanto, não estão acima do domínio moral. Uma vez que esta convicção tenha sido estabelecida, estaremos aptos para lidar com essas difíceis questões a respeito de onde e como a queda (pecado) humana influenciou a arte.

Segundo, há a necessidade de um programa de educação para músicos e pastores, para que haja uma unidade de abordagem e propósito.

Terceiro, leigos também precisam se atualizar nesta área através de seminários sobre música. A abordagem poderia ser semelhante à usada na apresentação de nossa mensagem de saúde. Neste contexto, encorajamos as pessoas a fazerem o que é certo (por exemplo, deixar de fumar, adotar uma dieta livre de carne, abandonar o álcool, etc.), pois o seu corpo é o templo do Espírito Santo. Em outras palavras, tomam-se decisões sobre o que está em harmonia com os princípios bíblicos, não por causa do gosto ou daquilo que produz bem-estar momentâneo. O gosto pode mudar com o tempo, passando a preferir o que é bom, mas inicialmente, não se pode confiar no gosto, pois ele pode ter se acostumado a coisas que não são boas para nós. De muitas formas, a música está ligada a nós pelo gosto, da mesma forma que o alimento. Mudar a dieta musical pode ser tão difícil quanto mudar os hábitos alimentares. Mas isso pode acontecer após uma renovação de nossos hábitos.

Quarto, talvez a igreja precise pensar em designar e apoiar sábios e comprometidos ministros da música, os quais, como sugere I Crônicas 9:33, tenham um trabalho de tempo integral nesta área.

Enquanto isso, o que pode fazer um leigo que não tem nenhum treinamento musical? Não há nada que os impeça de orar por sabedoria e discernimento com relação ao tipo de música que devem ouvir. Creio que o Espírito Santo pode nos orientar sobre o que devemos evitar e fazer, a fim de que descubramos aquilo que é melhor para nós.
Talvez o capítulo três de Daniel enfatize a urgência de uma ação nesta área. esta passagem apresenta um vislumbre do que acontecerá no tempo do fim. Creio que é clara a evidência de que a música terá uma parte a desempenhar nos últimos eventos do Grande Conflito. A música é uma força social aglutinadora e poderosa e um fator determinante para a ação. Por isso, torna-se imperativo que aprendamos hoje um “cântico novo” para que não sejamos atraídos à prática de uma falsa adoração. não há dúvida de que estamos sendo preparados para isso.

É fascinante notar no Antigo Testamento que nos cultos a Baal a música e a dança desempenharam um papel preponderante em conduzir Israel à falsa adoração (ver Patriarcas e Profetas, pág. 454; compare esta declaração com o comentário da página 594: “O amor pela música leva os incautos a unir-se com os amantes do mundo nas reuniões de diversões aonde Deus proibiu a Seus filhos irem.”) Oro para que a igreja esteja fazendo sua parte em preparar pessoas para este tempo. Infelizmente o relato de Daniel capítulo 3 nos mostra que apenas três adoradores resistiram à pressão. Que possamos fazer parte deste grupo, o qual permanecerá firme até o fim, e que terá a oportunidade de cantar o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro, no mar de vidro.

A Bíblia relata sobre os bereanos em Atos capítulo 17:11: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (BÍBLIA SAGRADA. Tradução, Almeida, João Ferreira de. Edição corrigida e revisada fiel ao texto original, 1995), assim, são definidos como um povo cuja convicção era formada nos ensinamentos da Bíblia. Precisamos mais do que nunca desenvolvermos o espíritos desses cristãos nesses dias finais da história, para não sermos enredados nos enganos de Satanás, pois ele que procura num esforço ingente desvirtuar e perverter a nosso louvor e adoração a Deus. Lidar com esse assunto controvertido no contexto do Grande Conflito requer muita oração, muito estudo, muito discernimento e, acima de tudo, muita prudência.

Para aprofundar mais sobre esta temática veja também os artigos “Tambores e dança da Bíblia” – Paul Hamel (http://comportamentodocristao.blogspot.com.br/2009/06/debate-tambores-e-danca-na-igreja.html) e “Música na Bíblia e a dança”, do músico Levi de Paula Tavares: http://musicaeadoracao.com.br/20267/o-uso-da-percussao-na-adoracao-a-luz-da-biblia/






7 comentários:

  1. A MÚSICA NA ESCOLA DOS PROFETAS

    As Escolas dos Profetas foram instituições providenciadas por Deus para enfrentar a forte onda de apostasia em Israel, causada pela influência dos povos pagãos.
    Diante da ameaça, e"para defrontar este mal crescente, Deus providenciou outros meios como auxílio aos pais na obra da educação." Ellen White afirma que "Samuel, pela direção do Senhor, estabeleceu as escolas dos profetas."[1] E que "ali, por ordem de Deus, a toda criança se ensinava algum ofício, mesmo que devesse ser educada para as funções sagradas.”[2]
    Em suma: foi uma idéia de Deus, implementada por Samuel (1Sm 19:18-20; 2Rs 2:3; 4:38; 6:1)[3].
    O que nos interessa aqui é saber que "a arte da música sacra era diligentemente cultivada"[4] nessas escolas. A idéia de Deus incluía educação musical.

    A música da Escola na prática
    Uma descrição bíblica detalhada dos alunos do seminário praticando a música sacra encontra-se em 1 Samuel 10:5-7:
    “...encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.
    E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.”
    Comentando sobre esse episódio, Ellen White escreveu:
    "O Espírito de Deus notadamente manifesto nesses seminários, em profecia e musica sacra.
    Numa ocasião um grupo de profetas encontrou Saul no “monte de Deus”, não longe de Gibeá, com saltérios e tamborins, flauta e harpa.
    Sob a influencia do Espirito Santo, esses homens estavam profetizando e louvando a Deus com a musica dos instrumentos e a voz do cântico.”[5]
    Isso é música sacra institucional, divinamente instituída e divinamente influenciada[6].
    (...)

    [1] Educação, 46.
    [2] Patriarcas e Profetas, 593.
    [3] Para tentar diminuir a importância dessa instituição, alguns sugerem que as Escolas dos Profetas foram fruto da iniciativa de Samuel, e não de Deus. Mas convém lembrar que "o Senhor mesmo dirigiu a educação de Israel" (Special Testimonies on Church Schools [1898], p. 35). “Era Cristo quem dirigia a educação de Israel” (Christ’s Object Lessons, 23). Assim, em vez de ser uma invenção de Samuel apenas 'tolerada' por Deus, as Escolas dos profetas foram fruto direto da revelação e instrução divina.
    [4] Fundamentos da Educação Cristã, 97.
    [5] The Signs of the Times , 22 de Junho de 1882.

    Fonte: http://www.adoracaoadventista.com/2011/06/musica-na-escola-dos-profetas.html

    PS.: Vou considerar a aprovação e publicação desse comentário como uma abertura à boa discussão desse assunto à luz da Bíblia e do Espírito de Profecia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro irmão Alessandro Andrade,
      Graça e paz! Quero agradecer por ter lido e comentado o nosso texto. Te asseguro que não será cerceado o seu direito de expressar aqui sua opinião, e que poderemos sim, travar um bom debate sobre esse controvertido assunto, resguardando, obviamente o respeito mútuo. Vamos ao tema proposto por você aqui.
      É importante ressaltar que esse evento ocorrido na Escola dos profetas ocorreu no período à edificação do templo de Salomão, ocasião em que um sacerdócio completo foi organizado, inclusive um sacerdócio para a música de louvor. Esse sacerdócio aponta princípios decisivos para a música sacra. Aceitando ou não, a música e a instrumentação que o povo usava no templo de Salomão não eram as mesmas utilizadas após terem saído do Egito. E, indubitavelmente, o Templo serve como modelo ideal para a igreja hoje, pois a Mensageira para a Igreja Remanescente diz que “da santidade atribuída ao santuário terrestre os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor propõe encontrar-se com seu povo”. Ela acrescenta que “as coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns”. E por fim, compara, “para a alma crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor, são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembleia lá do alto, para a reunião sublime à qual coisa alguma que contamine poderá ser admitida” (Ellen G. White,Testemunhos Seletos, vo. 2, p. 193).
      Na verdade, o povo de Israel saíram do Egito com o caráter completamente corrompido. Poligamia, alcoolismo, danças, eram muito comuns entre o povo. Após liderar a saída de Israel do Egito, Moisés se empenhou em reeducar o povo em muitos aspectos os quais sugerem que Israel, após séculos no Egito, tinha se tornado um povo paganizado (ver Ex 16, 20, 21, 22, 23, Lv e Dt). Durante a peregrinação pelo deserto, e mesmo depois já estabelecidos em Canaã, eles passaram por várias reformas. Porém, não apenas aspectos internos da vida deles sofreram transformações, mas aspectos externos também. Entre muitos aspectos estão os relacionados à liturgia. Os israelitas foram progressivamente ao longo do tempo abandonado as práticas pagãs egípcias. Entre esses costumes que foram abandonados, destacamos as danças e o uso de tambores. A veracidade deste fato é comprovada pela exclusão dos tambores na lista de instrumentos a serem usados no Templo, estabelecida por Davi, sob o mandado de Deus (2 Cr 29:25-27). Uma vez que na lista de instrumentos que Deus pediu, os tambores ficaram de fora, em uma circunstância cultural onde provavelmente os tambores eram os mais usados, essa referência nos dá todas as inferências necessárias para torná-lo dispensável dentro do templo hoje (Igreja). Não digo que Deus tenha proibido esse ou aquele instrumento, mas que houve uma clara orientação de um grupo de instrumentos e um ministério musical especial para o templo, disso não há dúvidas.
      Diante do exposto, pode-se muito bem concluir que, assim como Deus usou os patriarcas Abraão e Jacó para cumprir seu propósito, mesmo sabendo que tinham práticas pagãs, a exemplo da poligamia, Deus aceitou e/ou tolerou o uso dos tamborins à época de Samuel. Mas deu claras orientações a respeito da instrumentação séculos mais tarde por meio de Davi.
      Vale ressaltar que no Novo Testamento aqueles instrumentos usados no período pré-Salomão, inclusive na Escola dos Profetas, adufes, tamboris, pandeiros, etc. nem ao menos são citados uma única vez.

      Excluir
    2. A Pena Inspirada nos diz: "Se a luz brilha em nossos dias, devemos recebê-la, apreciá-la e andar na luz (...)" Não podemos comparar a situação em que estamos com a de pessoas sinceras que, no passado, "viveram segundo a luz que possuíam. Não podiam ser responsáveis pela luz que nunca tiveram. Devemos prestar contas da luz que brilha em nossos dias. Seria insensatez desculpar nossa transgressão da lei de DEUS porque pessoas boas em gerações passadas não a guardaram. (...) Nunca é seguro permanecermos indiferentes à luz." Carta 35, 1877 (Cristo Triunfante, pág. 317).
      Irmão Alessandro, uma “luz que brilha em nossos dias” no que tange a música e instrumentação é esta: "...Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, músicas e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto as suas decisões retas. E isto será chamado operação do Espirito Santo"... Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pg.36. (Grifo nosso). Um pouco antes, na mesma profecia, Ellen G. White aponta para o tempo em que estas manifestações voltariam a aparecer, afirmando: "o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça". (Grifo nosso).
      Note bem que nesta profecia, que foi escrita quando Ellen estava na Austrália, no ano de 1901 (mais precisamente no dia 17 de abril), Deus lhe revelou que estas coisas aconteceriam "imediatamente antes da terminação graça". À semelhança do que já ocorrera em Indiana, surgiria algo estranho, envolvendo "gritos com tambores, música e dança". Portanto, temos aí mais um sinal da proximidade da volta de Jesus, e precisamos estar atentos.
      Querendo proteger a Igreja, Deus deixou uma profecia alertando sobre os problemas que enfrentaria bem perto da volta de Jesus. A profecia diz que nos cultos apareceriam "gritos com tambores, música e dança".
      Satanás conhece o valor da música, e é por isso que faz tanto esforço para introduzir no culto estes elementos que, ao contrário de adorar ao Deus do céu, adoram a ele, o deus das trevas. Existem hoje músicas que nada mais são do que gritos estridentes, que ferem a muitos que as ouvem. Boa parte das músicas de agora não tem "tambores", mas tem a bateria, que leva alguns ao delírio e outros às lágrimas de tristeza; não tem "tambores", mas tem uma infinidade de instrumentos que são devidamente arranjados pelo inimigo dentro de alguns play-backs (nem todos).
      Quando se termina a apresentação de algumas músicas com estas características, muitos não conseguem lembrar de uma frase sequer do texto, pois a ‘gritaria’, o barulho dos instrumentos, e a excitação dos sentimentos acabaram por ocultar a mensagem. O que presenciamos hoje em alguns corais e conjuntos, em minha opinião, é o cumprimento exato desta profecia.
      O que me choca é que muitos hoje, não estão querendo enxergar o que de fato estão vendo, e outros, simplesmente não estão percebendo nada, ou melhor, não veem mal nenhum neste tipo de música. Alguns chegam a dizer que os tempos mudaram, e que os jovens precisam de algo mais alegre. É verdade os tempos mudaram, mas estas mudanças não são, infelizmente, produzidas por Deus (Rom. 12:2). Sinto uma profunda tristeza ao ver que em muitas de nossas reuniões esta profecia já está se cumprindo.

      Excluir
    3. Eu suplico ao meu Deus que abra os nossos olhos para que vejamos o perigo que está nos rondando e o engano que Satanás está tentando introduzir em nosso meio, de forma sutil, lenta e gradual, muitas vezes. A profecia diz que haveriam muitos gritos, música, TAMBORES e dança, mas a pergunta que cada filho de Deus precisa fazer é: serei eu o cumpridor desta profecia? Note o alerta feito por Deus: "ESSAS COISAS QUE ACONTECERAM NO PASSADO HÃO DE OCORRER NO FUTURO. SATANÁS FARÁ DA MÚSICA UM LAÇO PELA MANEIRA POR QUE É DIRIGIDA". Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág.38. (Grifo nosso). A profecia, feita a mais de cem anos, é mais um indício de que estamos vivendo no fim da história deste mundo. A profecia esta aí, mas quem a cumprirá?
      Abraço afetuoso!!!

      Excluir
  2. Oi meu irmão tubem bem com você? Espero que sim!
    Bem, minha duvida é referente a citação de 2 crônicas 29: 25-27
    Você fala ai nos comentários que esse texto serve como referência para a musica no templo.
    Não entendi bem, queria saber se você quis dizer que só pode ser usado esses instrumentos ( címbalos, liras e harpas) ou pode ser usados instrumentos na mesma classificação desses citados no texto de crônicas.
    Obrigado

    ResponderExcluir
  3. Poderia me mandar 3 texto que proíbem o uso da percussão.
    Textos bíblicos por favor

    ResponderExcluir
  4. Gostaria que você lesse esses artigos antes de tirar conclusões:
    http://questaodeconfianca.blogspot.com.br/2010/01/o-demonio-da-bateria.html
    http://notanapauta.blogspot.com.br/2011/05/um-demonio-no-piano-um-anjo-na-bateria.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2012/05/ellen-white-x-percussao-verdade-ou-mito.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2015/01/ellen-white-e-musica.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2013/08/o-ritual-do-templo-judaico-e-modelo.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2012/05/ellen-white-x-percussao-verdade-ou-mito.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2011/11/ellen-white-era-contra-o-piano.html
    http://www.adoracaoadventista.com/2011/11/polemicajon.html

    ResponderExcluir