Ricardo
André
O apóstolo Paulo
escreveu o seguinte sobre a ressurreição: “Eis
aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista
da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E,
quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é
mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte na vitória. (1 Coríntios 15:51-54; ver também
2 Co 5:1-10). Ao escrever isso, será que ele seguiu as ideias de Platão e de
filósofos gregos, sobre a alma ser imortal, ou harmonizou-se com o ensino de
Jesus e do restante das Sagradas Escrituras?
Platão ensina que “a
natureza humana é tanto um componente material quanto espiritual. O componente
material é o corpo, temporário e essencialmente mau; e o componente espiritual
é a alma (psychê) ou a mente (nous), que é eterna e boa. O corpo humano é
transitório e mortal enquanto a alma humana é permanente e imortal. Por ocasião
da morte, a alma é leberada da prisão corporal onde esteve sepultada por um
tempo. Historicamente o pensamento cristão popular tem sido profundamente
influenciado por esse entendimento dualístico, antibíblico, da natureza humana”
(BACCHIOCCHI, Samuele. Imortalidade ou Ressurreição? Uma abordagem
bíblica sobre a natureza humana e o destino eterno, 1ª ed. UNAPRESS, 2007, p.
10).
Entretanto, em seus escritos
Paulo nem ensina tal conceito, nem afirma fazê-lo. Ele não se preocupa com a
imortalidade da psique ou do espírito como partes separadas e distintas, mas
com a ressurreição de todo o conjunto do corpo de alma e espírito do homem em
consequência da ressurreição de Cristo. O conceito de Paulo sobre o corpo na
ressurreição não tem nada que ver com a ressurreição de corpos mortos da
sepultura.
Sua concepção do corpo
na ressurreição pode ser melhor expressa como transformação, recriação e
reconstituição, pelo poder de Deus, da unidade do homem inteiro, da mesma
pessoa, da personalidade, do organismo psicossomático, do verdadeiro indivíduo
psicofísico.
Portanto, a
imortalidade não é uma posse inerente dos homens. Antes, é uma dádiva de Deus,
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. E os fiéis só receberão essa tão almejada
imortalidade por ocasião da volta de Jesus.
“A ressurreição e
trasladação de todos os crentes são claramente associadas pelas Escrituras ao
tempo do retorno de Cristo, às vezes chamado de ‘último dia’ (Jo 6:39;, 40, 44,
54). Paulo explica que ‘assim como em Adão todos morrem, assim também todos
serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as
primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15:22, 23; cf. Fp
3:20, 21; 1 Ts 4:16).
“Claramente, Paulo
explica que tanto a ressurreição de todos os santos adormecidos quanto a
trasladação de todos os crentes vivos acontecerão ao mesmo tempo, em conjunto
com a vinda de Cristo: ‘Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com
voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor (1 Tessalonicenses
4:16-17)”. (Idem, p. 252).
Graças a Deus que a
sepultura não é o fim para os que creem em Jesus. Paulo coloca isso de forma
precisa quando escreveu que “Se é somente para esta vida que temos
esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. (1
Coríntios 15:19). A grande verdade é que Jesus obteve vitória sobre a
morte e a sepultura – os pontos de apoio de Satanás e seu reino de morte. Sua
ressurreição anunciou a vitória sobre a morte e pavimentou o caminho para a
ressurreição de todos os Seus seguidores.
A sepultura não pôde
dete-Lo, e por isso ela não será capaz de nos prender. A ressurreição dEle
assegura a nossa. Parte do consolo glorioso do evangelho é que algum dia o "último
inimigo”, a morte, será completa e finalmente destruído (1 Co 15:26).
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