Teologia

sábado, 14 de março de 2020

A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS ALERTA QUE O FIM ESTÁ À VISTA

Ricardo André

No século XVIII, quando o ateísmo sacudiu a Europa e a ideologia humanista alcançou o apogeu, criou-se à ideia que o homem, por sua própria capacidade, superaria todos os problemas, tanto do presente quanto do futuro. Que a sociedade humana jamais encontraria uma barreira intransponível na sua trajetória. Que os avanços tecnológicos, fruto das recentes descobertas científicas naquela época, seriam capazes de dar ao homem o senhorio de seu próprio destino.

Entretanto, em pleno século XXI as perspectivas para a humanidade são angustiantes. O prognóstico atual para o futuro da humanidade tem tirado o sono das principais autoridades políticas da Terra. A exaustão dos recursos naturais tais como petróleo e água, o aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, a degradação do ambiente em alta escala anunciam um quadro apocalíptico para o planeta. Segundo alguns ambientalistas, este século tem mais de 50% de chance de se tornar o último da história da humanidade. Compreendemos que a Terra após ter seus recursos naturais usados de forma não econômica, pode ser comparada a uma máquina desgastada que já está pedindo recondicionamento ou aposentaria e parece utópica a ideia de reversão do quadro.

A humanidade vem transpondo, no decorrer dos séculos, graves problemas que ameaçam sua subsistência, tais como: guerras mundiais, pestes, ameaças terroristas, entre outros. Mas tudo isso é incomparável a uma situação de pane na conjuntura econômica mundial.

O modelo capitalista está se tornando unanimidade no mundo, no entanto demanda um progresso não sustentável. Este modelo é baseado na produção, consumo e renda. A produção depende da exploração dos recursos naturais, o trabalho utilizado na produção gera renda, por outro lado o consumo gera lixo, causando mais degradação ambiental. A emissão de gases poluentes na atmosfera ocasiona o efeito estufa que traz consequências negativas de amplitude ainda não completamente conhecida. Alguns fatos, já podemos observar, como as alterações climáticas em todo globo e o aumento da frequência de tornados, furacões e enchentes.

As catástrofes naturais foram consideradas os eventos mais significativos de 2005, de acordo com pesquisa de opinião feita pela BBC em 27 países. Na matéria de capa da revista Veja do dia 21 de junho de 2006, é dito que "já começou a catástrofe causada pelo aquecimento global, que se esperava para daqui a trinta ou quarenta anos. A ciência não sabe como reverter seus efeitos".

A reportagem informa ainda que, em 2005, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas, ocorreram 360 desastres naturais, dos quais 259 são diretamente relacionados ao aquecimento global. "No início do século XIX, de acordo com alguns historiadores, dificilmente havia mais de meia dúzia de eventos de grandes dimensões em um ano. No total, foram 168 inundações, 69 tornados e furacões e 22 secas que transformaram a vida de 154 milhões de pessoas."

Será o fim para a humanidade? Será que vai haver um “fim do mundo”, ou esta é simplesmente uma opinião de cristãos fanáticos que ficam nas esquinas pregando que “O fim está próximo”? Acredite ou não, de acordo com a Bíblia, sim, haverá um fim! Jesus Cristo predisse: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como um testemunho à todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14). O desequilíbrio da natureza e as catástrofes decorrentes são sinais de que o mundo não vai muito longe.

De acordo com as Sagradas Escrituras, o fim do mundo se dará com a volta de Jesus. Com Sua volta à Terra estabelecer-se-á uma nova era para a humanidade. A Bíblia está cheia de previsões a respeito da Segunda Vinda de Cristo. Não há a menor sombra de dúvida no que diz respeito a Sua promessa de voltar. Pode ser que os pregadores modernos não falem muito a respeito, mas Jesus foi o maior pregador que já andou por esta terra, e Ele disse:

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também.” (João 14:1-3).

O exemplo da queda de Jerusalém

Um dos capítulos mais trágicos da história de Israel foi a conquista e destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos no ano 70 d.C., conforme predito por Jesus em seu sermão escatológico (Mt 24; Lc 21). Além das advertências de Cristo, ocorreram vários acontecimentos estranhos, com avisos sobrenaturais das calamidades iminentes que que levariam à ruina da cidade.

A escritora cristã Ellen G. White descortina em sua obra prima O Grande Conflito os acontecimentos relacionados com estas tragédias que aconteceram no passado e que acontecerão no futuro, no fim do mundo. Com base na obra A História dos Judeus, de Henry Hart Milman, conta o que ocorreu em Jerusalém nos dias que antecederam sua destruição.


“Apareceram sinais e prodígios, prenunciando desastre e condenação: Ao meio da noite, uma luz sobrenatural resplandeceu sobre o templo e o altar. Sobre as nuvens, ao pôr-do-sol, desenhavam-se carros e homens de guerra reunindo-se para a batalha. Os sacerdotes que ministravam à noite no santuário, aterrorizavam-se com sons misteriosos; a terra tremia e ouvia-se multidão de vozes a clamar: “Partamos daqui!” A grande porta oriental, tão pesada que dificilmente podia ser fechada por uns vinte homens, e que se achava segura por imensas barras de ferro fixas profundamente no pavimento de pedra sólida, abriu-se à meia-noite, independente de qualquer agente visível. Durante sete anos um homem esteve a subir e descer as ruas de Jerusalém, declarando as desgraças que deveriam sobrevir à cidade” (O Grande Conflito, p. 29, 30).


Mesmo em meio à desolação, o Senhor procura livrar todos os que querem ser salvos. Jesus disse aos Seus discípulos que fugissem antes que a abominação (a destruição de Jerusalém) fosse posta: “Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que a sua devastação está próxima. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem na cidade saiam, e os que estiverem no campo não entrem na cidade. Pois esses são os dias da vingança, em cumprimento de tudo o que foi escrito” (Lucas 21:20-22, NVI). A primeira tentativa romana de tomar Jerusalém foi feita pelo general Céstio Galo. Ele sitiou a cidade no ano 66 d. C. Por razões desconhecidas, “quando a cidade estava a ponto de cair”, diz Flavio Josefo, “retirou seu exército e os soldados judeus o perseguiram”.


Ellen G. White afirma: “Os sitiados, perdendo a esperança de poder resistir, estavam a ponto de se entregar, quando o general romano retirou suas forças sem a mínima razão aparente” (Idem, p. 30). Nesse momento, a saída da cidade ficou totalmente viável e os cristãos aproveitaram a oportunidade para fugir. Diz Ellen G. White:


“Os acontecimentos foram encaminhados de tal maneira que nem judeus nem romanos impediriam a fuga dos cristãos. Com a retirada de Céstio, os judeus, fazendo uma surtida de Jerusalém, foram ao encalço de seu exército que se afastava; e, enquanto ambas as forças estavam assim completamente empenhadas em luta, os cristãos tiveram ensejo de deixar a cidade” (Idem).


O Comentário Bíblico Adventista informa que todos os cristãos judeus que fugiram de Jerusalém foram para “Pela, uma cidade no sopé a leste do rio Jordão, cerca de 30 km ao sul do mar da Galileia” (CBA, v. 5, p. 533).


Destruição de Jerusalém pelo general romano Tito. Na primavera do ano 70 d. C., ocorre novamente o cerco a Jerusalém sob o comando do general romano Tito. Quando isso aconteceu, voltaram as atrocidades da guerra. Fome, ódio, rancores, traições, sofrimentos, paixões; toda sorte de desgraças humanas e demoníacas entraram em ação. Flavio Josefo informa o caso de Maria, filha de Eleazar, uma mulher rica que vivia na Peréia. O cerco a apanhou em Jerusalém. Sofreu a fome de maneira tão desastrosa, que assou a metade de seu bebê de peito e o comeu. Por causa da fome, muitas pessoas saíram da cidade procurando algo para comer. Foram tomados prisioneiros e crucificados em frente da cidade, para aterrorizar seus habitantes e forçá-los a se rederem. Tomaram 95 mil prisioneiros naquele dia.

Ellen G. White afirma: “Nenhum cristão pereceu na destruição de Jerusalém. (...) O sangue corria como água pelas escadas do Templo. (...) O morticínio, do lado de dentro, era até mais terrível do que o espetáculo visto fora. Homens e mulheres, velhos e moços, rebeldes e sacerdotes, os que combatiam e os que imploravam misericórdia, eram retalhados em indiscriminada carnificina. O número de mortos excedeu ao dos matadores. Os legionários tiveram de trepar sobre os montes de cadáveres para prosseguir na obra de extermínio.” (...) No cerco e morticínio que se seguiram, pereceram mais de um milhão de pessoas; os sobreviventes foram levados como escravos, como tais vendidos, arrastados a Roma para abrilhantar a vitória do vencedor, lançados às feras nos anfiteatros, ou dispersos por toda a Terra como vagabundos sem lar. (...) (Idem, p. 30, 33 e 35).

Duplo sentido de Mateus 24. Cristo misturou Sua descrição da destruição de Jerusalém com a dos eventos prevalecentes no mundo antes de Sua segunda vinda. “A profecia que Ele proferiu era dupla em seu sentido: ao mesmo tempo em que prefigurava a destruição de Jerusalém, representava igualmente os terrores do último grande dia” (Idem, p. 25).

A pandemia do coronavírus indica que o fim está à vista

Como vimos, a pesar da tomada de Jerusalém pelos romanos, todos aqueles que levaram a sério a advertência de Cristo e saíram da cidade foram salvos! Ele também enfatizou que diversos eventos indicariam a aproximação de sua segunda vida e o fim do mundo. Similarmente, aqueles que estiverem atentos aos avisos dados por Deus e se prepararem escaparão da destruição final. Nas palavras dEle: “E haverá em muitos lugares enormes terremotos, epidemias horríveis e devastadora falta de alimentos. Então sucederão eventos terríveis e surgirão poderosos fenômenos celestes” (Lc 21:11, KJ).

Note que um dos sinais do fim da história deste mundo é a aparição de epidemias horríveis, isto é, novas doenças capazes de dizimar milhares de pessoas. O Senhor Jesus, quando falava sobre os sinais que antecederão o fim, aos discípulos, afirmou que doenças estariam presentes. Atualmente, o mundo está em pavoroso com o surgimento de mais uma doença que está se propagando rapidamente pelo mundo inteiro: Covid-19. Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira passada (11/03) pandemia de Covid-19, doença causada justamente pelo novo coronovírus. Milhares de pessoas já morreram no mundo e outros milhares estão infectadas pelo vírus. Em vários países do mundo, inclusive no Brasil, eventos que envolvem juntar muitas pessoas estão sendo suspensas, escolas e universidades com aulas suspensas, igrejas fechadas, da mesma forma, cinemas e teatros têm cancelado sessões, como medidas preventivas para evitar a disseminação dessa doença que é letal.

A rápida disseminação da doença está derrubando a economia global. Ela tem levado pânico aos mercados financeiros, refletido em quedas consideráveis consecutivas nas bolsas de valores. No Brasil, apenas na semana útil de 9 a 13 de março, o mecanismo de paralisação do pregão – o chamado circuit breaker – foi acionado múltiplas vezes, após passar quase três anos sem ativação. Ao redor do globo, economistas e organizações internacionais alertam para riscos de forte desaceleração da economia – ou até de recessão global.

Mas, além da bolsa de valores, há outros setores da economia que sentem os primeiros impactos do surto da doença. E isso vale para atividades produtivas. As primeiras áreas que sentem o impacto da disseminação do coronavírus são as que envolvem diretamente viagens. Companhias aéreas têm reduzido o número de voos e registrado quedas nas receitas. O turismo e a hotelaria também têm sofrido com a queda no movimento.

Ao mesmo tempo, setores que dependem de exportação e importação de produtos podem ter suas atividades limitadas em decorrência das orientações de viagens e quarentenas de cidades e países. Assim, pode haver dificuldade de obter materiais que alimentam cadeias produtivas inteiras, travando determinados setores. Boa parte dos países onde a covid-19 se disseminou com mais força optaram por ações de isolamento, e até quarentena. As pessoas têm sido orientadas a ficar em casa e evitar aglomerações.

Caro amigo leitor, esse sinal e outros mencionados no início desse artigo são sinais de que Jesus está às portas. Eles evidenciam a iminência da volta de Jesus. Veja o que diz a Bíblia a respeito: “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.” Lucas 21:28. Jesus ainda afirmou: “Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente" (Lc 21:9, NVI).

Nesses textos Jesus indicou duas coisas que devemos fazer quando o mundo cai ao nosso redor: 1) Não tenha medo. As guerras, as agitações sociais e as epidemias podem suscitar o medo. Tudo o que puder ser abalado será. Mas você que está firmado na rocha dos milênios não precisa ficar aterrorizado. 2) Fique de cabeça erguida. Quando o mundo desaba, a maioria, condicionada pela ansiedade e medo, só consegue olhar para baixo. Porém, Jesus disse que devemos olhar para cima. Quanto pior for o cenário na Terra, mais brilhante será a visão do céu. Por isso, neste momento em que os sinais encontram a realidade, levantem a cabeça, Sua redenção se aproxima.

Sob inspiração divina, a irmã Ellen G. White predisse que ao nos aproximarmos do fim “as fomes aumentarão. Epidemias arrebatarão milhares de vidas. Perigos de todos os lados e também atuações satânicas estão por toda parte ao nosso redor, mas o poder moderador de Deus está sendo exercido atualmente” (Eventos Finais, p. 18).

Ela nos deu alguns vislumbres dos eventos e situações que podem ser esperados antes que Jesus volte: “Nas últimas cenas da história terrestre, espalhará a guerra. Haverá epidemias, pragas e fome.  As águas do oceano transporão seus limites. Propriedades e vidas serão destruídas pelo fogo e por inundações. Deveríamos estar nos preparando para as mansões que Cristo foi preparar para os que O amam. Há um descanso do conflito terrestre” (Maranata, o Senhor Vem! [MM 1977], p. 175).

Os sinais indicam que está muito, mas muito próximo de Jesus voltar. Nos preparemos e ajudemos a outros também a se prepararem para o glorioso encontro com Senhor, pois logo Ele virá: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará.” Hebreus 10:37. Se fizermos dEle o Senhor do nosso coração, nós O receberemos alegremente por ocasião de Seu retorno à Terra.






















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