Ricardo
André
“Os que têm o
entendimento e são sábios resplandecerão com o fulgor do firmamento; e todos
quantos se dedicam a conduzir muitas pessoas à verdade e à prática da justiça,
serão como as estrelas: brilharão para sempre, por toda a eternidade!” (Daniel
12:3, VKJ).
Nesse texto bíblico
temos uma belíssima promessa do Antigo Testamento. É uma descrição poética da
felicidade que aguarda os santos de Deus, e que subsistirá para sempre.
Segundo os estudiosos,
o regozijo eterno que Deus tem reservado para o seu povo, é um dos temas mais
destacados do livro de Daniel. O reino e o domínio, e a majestade dos reinos
debaixo de todo o Céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o Seu reino
será reino eterno (Dn 7:27).
O anjo Gabriel prometeu
que os sábios resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente. Nenhuma
comparação poderia ser mais impressionante. O significado parece ser que cada
um dos justos será como uma estrela brilhante e bonita e que, em número, ordem
e harmonia, eles se parecerão com as constelações celestes à noite. Nada pode
ser mais sublime do que olhar para o céu em uma noite clara e pensar no número
e na ordem das estrelas acima de nós como um emblema dos justos no mundo
celestial.
As pessoas do nosso
século de todas as diferentes culturas buscam avidamente brilhar como estrelas,
nalguma esfera da vida. E, para alcançar a glória, muitos entregam-se a
pesquisas intelectuais e científicas, outros procuram ouro, status, posição,
beleza ou fama. É impressionante como as pessoas buscam obter sucesso, como
fazem de tudo para atingir a fama. Em muitas situações até usam artifícios
duvidosos para alcançar notoriedade nacional e internacional. Gostam de
aparecer diante dos holofotes da mídia, dos microfones e nas primeiras páginas
dos jornais e revistas.
Lemos, por vezes, nos
jornais estes títulos distintos: “O homem mais rico do mundo”. Um dos mais
famosos cientistas da atualidade”. “A rainha da beleza”, entre outros. Essa é a
era do estrelismo, em que as pessoas buscam aparecer, atrair para si
popularidade.
Porém, virá o dia em
que a glória de Deus eclipsará qualquer governante terrestre, qualquer ator e
atriz de cinema, o mais brilhante cientista ou bilionário, quando Ele
reivindicar este mundo como Sua propriedade. Mas, “Os que forem sábios, pois,
resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a
justiça, como as estrelas sempre e eternamente. Mas, quem são esses
sábios que deverão brilhar eternamente? Como esses sábios vieram a se tornar
puros?
Quem
são os sábios?
Como já dissemos no
início desse artigo, o texto de Dn 12:3 constitui poesia hebraica. Portanto, os
“sábios” da primeira linha são os mesmo que conduzem “à justiça” na terceira linha. Dn
12:10 também fala dos sábios. O texto define-os como aquele que “entenderão”,
ou seja, as pessoas que compreenderão o sentido prático das profecias do livro
de Daniel. O mesmo verso identifica os “os sábios” como aqueles que são “purificados,
embranquecidos e provados”.
Portanto, os sábios de
Daniel 12 – os que brilharão como as estrelas para sempre e eternamente – são
que 1º) compreenderam as boas novas de salvação ao estudarem as profecias de
Deus, servem a Deus e guardam Seus mandamentos; 2º) compartilharam essas boas
novas com outros e 3º) se tornaram puros.
Os
sábios são puros
De que modo os sábios
podem tornar-se puros? Apocalipse 7:14 diz
que os santos “lavaram as suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Note esta última porção do texto, e que destaca a única forma pela qual as
providências de purificação se tornam efetivas: “No sangue do Cordeiro”. Nesta
expressão “é explicado o motivo para a pureza das vestiduras. Os santos não são
triunfantes por si mesmos, mas por causa da vitória conquistada por Cristo na
cruz. A relação entre justiça e vitória, ambas simbolizadas por vestes brancas,
é demonstrada nesta passagem. [...] A justiça de Cristo conquistou a vitória.
Ao aceitar Sua justiça, os pecadores se tornam, ao mesmo tempo, justos e vencedores”
(Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 869).
Só há purificação por
meio do sangue de Cristo. Em relação a isso Ellen
G. White escreveu: “Devido ao pecado, nossa condição não é natural, e deve ser
sobrenatural o poder que nos restaure, do contrário, não tem valor. Existe
unicamente um poder capaz de quebrar o domínio do mal no coração dos homens, e
esse é o poder de Deus em Jesus Cristo. Unicamente por meio do sangue do
Crucificado existe purificação do pecado. Sua graça, tão-somente, nos habilita
a resistir e subjugar as tendências de nossa natureza caída” (A Ciência do Bom
Viver, p. 428).
Diz mais Ellen G.
White: “É Cristo formado no interior que torna alguém digno de receber a
imarcescível coroa da vida. [...] Este é o nosso tempo de lavar e passar a ferro; tempo em que devemos
limpar as vestes do nosso caráter no sangue do cordeiro. Diz João: ‘Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1:29). [...] Não devemos
deixar que ele os tire? Não devemos despedir nossos pecados?” (Comentário
Bíblico Adventista, v. 5, p. 1264).
Como se vê, somente quando
aceitamos a Jesus como nosso Salvador e Senhor das nossas vidas, e permitimos
que Ele aplique Seu simples remédio contra o pecado – sangue purificador, temos
a certeza dos pecados perdoados e a esperança da vida eterna.
Li certa vez que, numa
certa noite Martinho Lutero, o grande reformador do século XVI, sonhou que viu
o diabo em pé à sua frente, tendo não mão um rolo de pergaminho, que chegava
até o chão, embora só fosse desenrolado parcialmente. No pergaminho Lutero viu
a longa e aparentemente interminável lista de seus pecados. Ele notou, porém,
que o diabo encobria uma parte do rolo com a mão. Lutero mandou que o diabo
retirasse a mão, mas sem sucesso. O diabo se recusava a retirar a mão. Então
ele repetiu a ordem no nome de Cristo. O diabo tirou a mão, e Lutero leu as
palavras: “O sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo
1:7).
Por isso que Lutero foi
capaz de escrever: “Portanto, o Cristo que é aceito pela fé e que vive no
coração, é a verdadeira justiça do cristão, em razão da qual Deus nos considera
justos e nos concede a vida eterna” (Luther’s Works; St. Louis, Missouri:
Concordia, 1963, v. 26, p. 130).
O apóstolo Paulo chama
Jesus de Justiça de Deus para com os pecadores. “Deus tornou pecado por nós
aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2
Coríntios 5:21, NVI). Portanto, os santos tornam-se puros porque
aceitam a Cristo pela fé. O Sumo Sacerdote do santuário celestial sempre vive
para fazer intercessão por eles (Hb 7:25). Este é o seu serviço cotidiano. E
durante o antitípico Dia da Expiação, tempo de julgamento, em sentido muito
especial, Ele evoca a Si uma obra especial de purificação, de tal forma que, encerrando-a,
possa dizer: “Perante o Senhor, vocês estarão puros de todos os seus pecados” (Levítico
16:30, NVI).
Quando Miguel se
“levantar” (Dn 12:1), e do pó se erguerem todos os santos filhos de Deus, por
ocasião da Sua segunda vinda, posso ver com o olhar da imaginação como será
glorioso e feliz encontro com os nossos queridos que dormem e naquele dia
erguer-se-ão para brilhar como as estrelas, para sempre e eternamente. Com
transbordante emoção o filho abraça o pai... quanta saudade! Irmão abraça irmão,
tios, sobrinhos, netos e avós... que abraço gostoso! Marido e mulher abraçam-se
para nunca mais se separarem. É o início da eternidade, No lar dos remidos, não
haverá morte, lágrimas, nenhum cortejo fúnebre, nenhuma expressão de pesar.
O Dia da Expiação/Dia
de julgamento acha-se em andamento desde 1844, ao término da profecia dos 2.300
dias/anos de Dn 8:14. Jesus ainda ergue Suas mãos perfuradas pelos cravos em
favor de toda e qualquer pessoa. Achamo-nos agora no tempo oportuno para
“afligir nossas almas” (Lv 16:29-31) – a fim de nos certificarmos de que tudo
está em perfeita paz entre nós e Ele e, tanto quanto possível, entre nó e os
nossos semelhantes. Este é o dia da expiação. A você foi perdoada uma dívida de
dez mil talentos. Tem você perdoado aos outros, que lhe devem estes
insignificantes “cem denários”? (Mt 18:23-35). Foi toda a amargura varrida de sua alma pelo
seu precioso sangue? Certamente você não desejará aninhar sentimentos maus em
seu coração durante toda a eternidade! Agora é o tempo de nos tornarmos “um”
com Deus, de sermos purificados de todo o pecado contra Ele ou contra outras
pessoas.
Para
nós e nossos filhos
“As coisas encobertas
pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos
nossos filhos para sempre [...]” (Deuteronômio 29:29, NVI).
Sempre que você pensar nos sábios que brilharão como estrelas para todo o
sempre, não exclua as crianças! Deus deseja ter idosos e crianças em Seu reino.
“Deixem
vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que
são semelhantes a elas" (Mateus 19:14, NVI), disse Jesus. “Estas
preciosas palavras devem ser estimadas, não somente por toda mãe, mas também
por todo pai. Estas palavras são um encorajamento aos pais para que insistam
com os filhos para irem a Sua presença, e pedir no nome de Cristo que o Pai
permita que Sua bênção repouse sobre toda a família” (Ellen G. White, O Lar
Adventista, p. 275, 276).
As criancinhas pequenas
que amam seu Salvador, são pequenas joias, verdadeira joias. Cristo as ama e
elas Lhe pertencem. Os pais devem falar isso a seus filhos e
conduzi-los a Ele.
Você deseja
compartilhar as verdades do “evangelho eterno” (Ap 14:6-12)? Talvez você não
tenha suas próprias crianças. Mas você conhece outras crianças, que fazem parte
de sua família mais ampla, a que inclui a vizinhança. É igualmente provável que
existam em sua família pessoas de meia idade – pais, sogros, ou o seu cônjuge.
E por certo você tem algum amigo e outras pessoas que são suas conhecidas. Você
pode perfeitamente compartilhar com elas o amor de Deus, pela graça de Deus,
você poderá “conduzir muitos à justiça”. A respeito disso, Ellen G. White
escreveu: “Todo seguidor de Jesus tem uma obra a fazer como missionário de
Cristo, na família, na vizinhança, na vila ou cidade em que reside. Todos os
que se consagraram a Deus são veículos de luz. Deus os torna instrumentos de
justiça para comunicar a outras a luz da verdade” (Serviço Cristão, p. 18).
Caro amigo leitor,
estamos a caminho do lar eterno. Mais um pouquinho e participaremos da
felicidade absoluta no paraíso de Deus. Não queres deixar tudo o que pertence a
este mundo de lado e seguir a Jesus de todo coração? Jesus já pagou o preço por
nós. Glória infinita e alegria perpétua estão à nossa espera.
Que dia glorioso quando
nos encontrarmos com o nosso Pai celestial, quando contemplarmos a nova Cidade,
a Nova Jerusalém, o lugar do nosso descanso, e passearmos pelos outros
planetas! Há tanta gente para conhecer! Há tantos novos irmãos. Cada sábado
teremos a oportunidade de louvar e adorar o nosso Deus e agradecer mais uma vez
por Sua infinita misericórdia, amorável paciência e por ter enviado Seu Filho
para morrer na cruz do Calvário, por nós!
Ellen G. White afirma:
“Foi-me revelada a glória do mundo eterno. Quero dizer-vos que vale apena
alcançar o Céu. Deve ser o objetivo de nossa vida habilitar-vos para o convívio
dos remidos, dos santos anjos, de Jesus, o Redentor do mundo” (Maranata, o
Senhor Vem [MM 1977], p. 353.
Que possamos todos nós,
muito em breve, ver o nosso “Príncipe” por ocasião de Sua vinda, e possamos no
lar eterno “brilhar” com os santos “como estrelas, sempre e eternamente”.
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