Ricardo
André
Muitas pessoas, hoje,
não acreditam na existência do Céu. Há
muitas religiões orientais que afirmam de uma maneira ou outra, a existência de
um lugar maravilhoso, como o Nirvana, onde o homem passará sua vida na
eternidade. Mas a maior autoridade sobre o assunto, o único que veio do Céu e
retornou para lá, Jesus Cristo, o nosso compassivo Salvador, inúmeras vezes deu
conta de que esse lugar é real. A Sua promessa
é que os salvos viverão no Céu. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se
assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu
for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que,
onde eu estou, estejais vós também” (Jo ão 14:3,4). Jesus foi
preparar-nos um lugar. O pecado nos separou desta vida no além, foi a ruptura
do reino celestial, foi o lançamento do homem para fora do jardim.
O apóstolo Paulo também
diz: “Olho
nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou
para aqueles que o amam" (1 Coríntios 2:9, NVI).
A maior pintura do Céu
jamais compartilhada antes foi dada através de uma revelação do próprio Senhor
Jesus ao Seu servo João, relatada integralmente no livro Apocalipse. João nos
diz que viu uma porta aberta no Céu! (Ap 4:1).Portanto, o Céu é real. Ele é
essa palavra mágica que desperta esperança no coração humano, que faz vibrar
todas as cordas do peito humano, que faz rufar os tambores de celebração da
vitória em Cristo Jesus. Ela satisfaz os mais sagrados anseios da alma humana e
os mais altos propósitos de Deus para com o homem. Por quê? Porque representa o
nosso lar, a volta do homem ao lar eterno.
Que momento maravilhoso
não será quando Jesus nos levar à pátria celestial. Depois de afastados por
milhares de anos, os filhos pródigos voltam ao lar. Há gozo e júbilo nos Céus.
Assim como o pai da parábola do filho pródigo fez uma festa para seu filho,
também Cristo festejará com Seus filhos nas “bodas do Cordeiro” (Ap 19:6-10) o
grande plano da redenção da humanidade. Que dia glorioso quando nos
encontrarmos como o nosso Pai celestial, quando contemplarmos a nova cidade e
passearmos pelos outros planetas! Há tanta gente para conhecer! Há tantos novos
irmãos... Cada sábado teremos oportunidade de louvar e adorar o nosso Deus e
agradecer mais uma vez por Sua infinita misericórdia, amorável paciência e por
ter enviado Seu Filho para morrer na cruz do Calvário, por nós (Is 66:22, 23).
Nosso primeiro dia no
Céu será cheio de surpresas. As Escrituras nos permitem ver apenas de relance a
glória que iremos compartilhar no Céu com nosso Senhor Jesus. Está escrito que
no Céu, imagine só, não haverá mais tristeza, nem morte, nem lágrimas, nem dor,
porque tudo o que era corrompido ou errado será erradicado (Ap 21.4). Martinho
Lutero, o grande reformador do século XVI, em uma de suas reflexões, supôs que
no céu haveriam três grandes surpresas. A primeira seria ele próprio estar lá,
a segunda seria encontrar pessoas que ele nunca imaginou que estariam lá, e a
terceira seria não encontrar as pessoas que ele imaginou que estariam.
Analisemos essas três
grandes surpresas do Céu propostas por Martinho Lutero. De fato, ao analisarmos
essas surpresas, encontramos respaldo bíblico e no Espírito de Profecia.
A Primeira Grande
Surpresa - a de estar lá.
Inúmeros cristãos
afirmam corretamente, com base na morte de Cristo na Cruz do Calvário, que
pagou a dívida dos nossos pecados (Jo 3:16; I Co 13:3; I Pe 2:24), que possuem
absoluta certeza da salvação em Cristo Jesus. Mas, ao longo da sua jornada
cristã tropeçam e caem algumas vezes, reconhecem que, mesmo tendo uma
experiência com Jesus, ainda são limitados como seres humanos, lutando contra
todo o pecado e as paixões e fraquezas, portanto ainda assim pecadores,
mentirosos, avarentos, gananciosos, egoístas, egocêntricos, miseráveis,
pobres... que fazem com que algumas vezes duvidem da sua salvação e sintam-se
indignos de entrar no Céu.
De fato, será uma
grande surpresa a nossa chegada no Reino dos Céus! Quando lá chegarmos
olharemos para um lado e para o outro e finalmente surpresos e sem acreditar
muito haveremos de constatar que finalmente chegamos aos céus. Será emocionante percebemos que completamos a
carreira e conquistamos o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, e
podermos contemplar face a face o Senhor! “E qual é a felicidade do Céu senão ver a
Deus? Que maior júbilo poderá ter o pecador salvo pela graça de Cristo, do que
contemplar a face de Deus, e tê-Lo por Pai” (Ellen G. White, Testemunhos
Seletos, vol. 3, p. 266).
A Segunda Grande Surpresa
- encontrar pessoas que ele nunca imaginaria que estaria no Céu
Será difícil esconder o
espanto ao encontrar pessoas que, segundo nossa avaliação, jamais deveriam
estar ali. Uma dessas pessoas espantadas é o profeta Isaías. Ele acaba de
descobrir que o rei Manassés, filho do rei Ezequias, está entre os salvos.
Manassés, como sabemos, foi um rei ímpio, que erigiu altares para praticar a
idolatria, mandou sacrificar um dos seus próprios filhos, perseguiu os que eram
fiéis ao verdadeiro Deus e, segundo a tradição, mandou serrar ao meio o profeta
Isaías.
Eu imagino o espanto do
profeta Isaías com a presença de Manassés entre os alvos. Como teria acontecido
isso? Não teria havido algum engano?
Estêvão, o primeiro
mártir, é outro que não esconderá sua admiração. Não muito longe dali,
assentado à mesa, está alguém que ele já vira antes. Com um pequeno esforço de
memória ele se lembrará de que, pouco antes de morrer, vira um jovem segurando
as capas daqueles que o apedrejavam. Sim, é ele mesmo! É Saulo, o feroz
perseguidor dos cristãos! “Como será que ele chegou aqui?”, se perguntará
Estevão.
Essa segunda surpresa
nos remete ao texto sacro: “(...) O Senhor não vê como o homem: o homem
vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (1 Samuel 16:7, NVI). O
homem tem a tendência em admirar o exterior, o que satisfaz a sua vista, o que
é bom aos seus olhos. Infelizmente temos essa visão limitada das coisas (1 Coríntios
13:12). Evidentemente que a nossa visão fica mais clara no momento em que as
escamas caem e temos um relacionamento mais profundo com Cristo, mas mesmo
assim ainda vemos em parte, não O conhecemos plenamente. Deus, porém, é Onipotente, Onipresente e Onisciente.
Ele vê o interior, o lugar mais profundo e obscuro do coração humano. E é por
isso que eu acredito que realmente seremos surpreendidos quando chegarmos no
Céu.
A escritora cristã
Ellen G. White afirma: “Muitas vezes consideramos casos perdidos
justamente aqueles que Cristo está atraindo a Si. (…) Haverá muitos no Céu, os
quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam. O homem julga segundo a
aparência; mas Deus vê o coração” (Parábolas de Jesus, p. 71 e 72).
Creio que Jesus é único e que Ele é o único caminho para a salvação. Atos 4:12 diz: "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos." Mas também sinto que indagadores sinceros de outras religiões podem ser salvos. Gente que está perdida não precisa necessariamente saber nesta vida a fonte exata de sua salvação. Em suma, precisamos rejeitar a opinião que limita o poder de Jesus ou nega o lugar especial que as Escrituras lhe dão.
Creio que Jesus é único e que Ele é o único caminho para a salvação. Atos 4:12 diz: "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos." Mas também sinto que indagadores sinceros de outras religiões podem ser salvos. Gente que está perdida não precisa necessariamente saber nesta vida a fonte exata de sua salvação. Em suma, precisamos rejeitar a opinião que limita o poder de Jesus ou nega o lugar especial que as Escrituras lhe dão.
Creio que Deus comumente salva pessoas mediante
mensageiros humanos partilhando Suas boas nova (Mt 28:16-20; Mc 16:15, 16). Também creio que Deus é
imparcial e amante e não limitado pelo nosso fracasso de dar a mensagem. Ele lê
o coração das pessoas e julga de acordo. Embora Jesus seja sempre a base da
salvação de qualquer um, alguns que nunca ouviram Seu nome ainda podem ser
salvos por Ele.
Esta ênfase equilibrada aparece nos escritos de
Ellen White. De um lado, ela enfatiza que muitos estão perecendo por deixarmos
de alcançá-los: "Multidões perecem por falta de ensino cristão. Ao pé de nossa
porta e em terras estrangeiras, estão pagãos por instruir e salvar. Quando
Deus... nos tem tão abundantemente dado um salvador conhecimento de Sua
verdade, que desculpa teremos nós de permitir que ascendam aos Céus os clamores
dos... ignorantes e perdidos?" (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver,
pág. 288).
Eu acredito que muitas
pessoas que não professam a fé cristã, mas com
corações puros, sinceros e piedosos alcançarão misericórdia e redenção divina.
O Salvador disse: “Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e
assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus (Mt
8.11). O que dizer do ladrão na cruz que horas antes estava perdido
blasfemando contra o Senhor Jesus. Mas em um momento de lucidez, convencido
pelo Espírito, nos últimos minutos de sua vida, entrega-se ao Salvador. “A Cristo, em Sua agonia na cruz, sobreveio
um raio de conforto. Foi a súplica do ladrão arrependido. (…) Em Jesus ferido,
zombado e pendente da cruz, vê o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Num misto de esperança e de agonia em sua voz, a desamparada, moribunda alma
atira-se sobre o agonizante Salvador. “Senhor, lembra-Te de mim, quando vieres
no Teu reino.” Luc. 23:42. A resposta veio pronta. Suave e melodioso o acento,
cheias de amor, de compaixão e de poder as palavras: “Na verdade te digo hoje,
que serás comigo no Paraíso.” Luc. 23:43” (Ellen G. White, O Desejado de Todas
as Nações, págs. 749 e 750). Este é o Senhor Jesus! O ladrão na cruz
foi justificado não pelas obras de justiça que tivesse feito, mas segundo a
misericórdia de Deus (Tt 3.5). Ele nunca pertenceu a uma igreja (ou sinagoga).
Em uma questão de segundos foi inserido na Igreja Verdadeira!!!
Não se espantem se
encontrarmos no Céu pessoas que confessavam uma fé diferente da nossa. Quão
grande a surpresa encontrarmos pessoas que se diziam espíritas, budistas,
muçulmanos, judeus, hindus... Muitos
desses não conheceram a Cristo e nunca tiveram contato com o evangelho, mas
que, sob a influência do Espírito Santo, sentiram necessidade de libertação e
agiram de acordo com isso, serão salvas. É o que sugere a citação da escritora cristã,
Ellen G. White: “Há, entre os pagãos, aqueles que servem a Deus sem o verdadeiro
conhecimento, a quem a luz nunca foi levada por agentes humanos; entretanto não
se perderão. Embora desconheçam a lei de Deus escrita, ouviram Sua voz a lhes
falar por meio da natureza, e praticaram o que a lei requer. Suas obras
mostraram que o Espírito Santo tocou o coração deles, e são reconhecidos como
filhos de Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 638).
A salvação é pela Graça
e é um dom divino (Ef 2:8-10). Só o Senhor Deus conhece todas as coisas e sonda
os nossos corações. Só o Senhor Deus pode saber a intenção de um coração em seu
último suspiro de vida!!!
“Alguns dentre os
remidos terão aceitado a Cristo Cristo nas derradeiras horas da vida, e no Céu
será ministrada instrução aos que, ao morrer, não compreendiam perfeitamente o
plano da salvação. Cristo guiará os remidos para junto do rio da vida e
revelará a eles tudo que, quando na Terra, não puderam compreender (ME I, 262)”
(Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1.156).
“Semelhante fé pode ser
representada pelos trabalhadores da hora undécima, os quais receberam como
recompensa tanto quanto os que haviam trabalhado durante muitas horas. O ladrão
suplicou com fé, arrependimento, contrição. Ele suplicou com sinceridade, como
se compreendesse plenamente que Jesus podia salvá-lo, se quisesse” (Idem).
A Terceira Grande
Surpresa - não encontrar as pessoas que ele imagina que estariam no Céu
Após serem apresentados
uns aos outros, durante as bodas do Cordeiro, os salvos notarão que não se
acham presentes muitas pessoas que tinham certeza de encontrar lá. Há uma
porção de pessoas ausentes e eles gostariam de saber por que elas não estão lá,
já frequentavam regularmente as reuniões da igreja, davam o dízimo fielmente,
eram vegetarianas, faziam muitas obras de caridade e tinham aparência de
piedade. O que aconteceu com tais pessoas?
Jesus afirmou que “Nem
todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas
aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele
dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos
demônios e não realizamos muitos milagres? ’ Então eu lhes direi claramente:
‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! ’ “(Mateus
7:21-23, NVI).
Essas e outras dúvidas
serão respondidas durante o milênio (juízo milenial), quando todas as nossas
dúvidas serão sanadas, ao abrirmos os livros de registro e verificarmos que
Deus foi absolutamente justo em cada caso. Tal juízo desfará toda a dúvida da
mente dos redimidos acerca da malignidade do pecado e a justiça e o amor de Deus,
de modo que o caráter de Deus ficará vindicado perante o Universo, e a
compreensão de Sua justiça garantirá a estabilidade eterna da criação.
Caro amigo leitor, que
a Primeira Grande Surpresa do Céu seja realidade em nossas vidas e das pessoas
as quais amamos. Jesus Cristo veio para salvar todos os homens. Mas, para
conhecer as surpresas do Céu é preciso fazer a escolha de servir a Deus e fazer
a Sua vontade. Qual é a sua escolha? As Sagradas Escrituras dizem que “O
Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é
longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos
venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Estaremos preparados quando
Jesus voltar? Passaremos o Milênio com Ele, na “casa do Pai”? Estaremos no Céu?
A escolha é nossa. Agora é o tempo que dispomos para decidir onde passaremos a
eternidade. Agora é o tempo oportuno. Jesus convida: “Vinde a Mim” (Mt 11:28-30).
Atenderemos o Seu convite, dizendo: “Eu venho como estou”?
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