Ricardo
André
O século XVIII
testemunhou a ascensão de uma ramificação do cristianismo chamada deísmo.
Deísmo era uma religião fundamentada no raciocínio humano, em vez de na
revelação divina. Foi grandemente estimulada pela ascensão da ciência moderna.
A maioria dos filósofos iluministas era deísta. Possuo alguns colegas e alunos
que se declaram deístas.
Descobertas como a lei
da gravidade, por Isaac Newton, estabeleceram a cenário para os deístas. Os
filósofos do Iluminismo eram apaixonados pelas leis da mecânica de Newton.
Então, começaram a ver o Universo como uma grande máquina que funcionava por si
mesma, de acordo com as leis da natureza. Naturalmente, ainda assim precisavam
de um Deus para criar a máquina e especificar as leis de seu funcionamento. Mas
parece óbvio aos deístas que, uma vez em funcionamento, a máquina cósmica podia
funcionar muito bem sem a interferência de Deus.
Assim sendo, o Deus
deles não interferiu nos assuntos da Terra e de seus habitantes. Depois da
criação, Ele saiu de férias, por assim dizer, e deixou a humanidade por conta
própria. Como resultado, eles desacreditaram de milagres, revelações
sobrenaturais e de todos os outros elos de aproximação entre o divino e o
humano. Essa maneira de ver o Universo é chamada de mecanicismo.
As
Diversas Formas de Revelação de Deus
As Escrituras Sagradas assumem
uma posição firme contra tais teorias. Elas apontam um Deus que se revela a
nós. Aproxima-Se de nós, relaciona-Se conosco, manifesta-nos o Seu caráter,
revelando Sua vontade e oferecendo-nos a salvação provida por Ele.
O Deus da Bíblia é um
Deus relacional, que caminha com seus filhos. Enoque o sétimo depois de Adão
foi um homem que experimentou um relacionamento de comunhão impressionante com
Deus “Enoque
andou com Deus, e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). Deus tem diversas maneiras
de revelar-se a nós, entre elas estão:
a) A Natureza.
Em Romanos 1:20, se diz: “Pois
desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e
sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio
das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis”. O salmista também deixa claro que
pode-se obter ampla revelação de Deus por meio da Natureza: “Os céus declaram a glória de
Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro
dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem palavras, não se ouve a
sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os
confins do mundo. Nos céus ele armou uma tenda para o sol” (Salmos 19:1-4,
NVI).
Na Criação, todas as
coisa, em sua perfeição original, eram uma expressão do pensamento de Deus; e,
como tal, refletiam claramente a natureza divina e a bondade do Criador. A
Natureza estava repleta do conhecimento de Deus, e evidenciava Sua sabedoria e
amor. Quando, porém, Adão e Eva pecaram, as consequências do pecado tornaram-se
visíveis nos danos causados ao nosso Planeta. “Mesmo nesta condição, muito do
que é belo permanece. As lições objetivas de Deus, não são obliteradas; quando
bem compreendida, a Natureza fala de seu Criador” (Ellen G. White, Parábolas de
Jesus, p. 18). A teologia chama essas manifestações de revelação geral.
b) As Sagradas
Escrituras
Evidentemente que não é
possível conhecer devidamente a Deus somente pelo mundo natural. O cientista
poderá trabalhar por uma eternidade, sem chegar a conhecer a Deus e todos os
Seus atributos. O homem é apenas uma criatura de um Criador; por isso, ele não
pode ter conhecimento de Deus só pela investigação das obras criadas por Ele,
mas necessita de uma revelação especial. Indubitavelmente, essa revelação
especial é a Palavra de Deus, que foi dada nas Escrituras Sagradas.
Deus não nos enviou a
Bíblia como volume impresso no Céu e despachado num trem noturno. Ele não
contratou uma equipe de secretários temporários para ditar palavra por palavra
do que deviam escrever. Inspirou, porém, os escritores da Bíblia, dando-lhes
pensamentos e mensagens por meio de visões, sonhos, conversas com anjos e
revelações especiais à mente do profeta. Os profetas escreveram então essas
revelações em suas próprias palavras. Assim, embora fossem necessárias 40
pessoas para escrever a Bíblia, ela teve só um Autor: Deus (2 Pe 1:19-21; 1 Tm
3:16, 17).
A Bíblia não procura
provar que é a Palavra de Deus. Ela simplesmente afirma que possui autoria
divina. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de
Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17,
NVI). “Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte
a palavra de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo
verdadeiramente é, como palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que
creem” (1 Tessalonicenses 2:13, NVI). A prova dessa afirmação está no
que ela pode fazer pelos que a aceitam.
Se for estudado com
oração e humildade, e com a orientação do Espírito Santo, todo ensino Bíblico
tornar-se-á um quadro que nos ajuda a ver mais claramente a Deus. A pessoa terá
de reprimir intencionalmente a revelação que Deus faz de Si mesmo em Sua
Palavra e na Natureza, para chegar à conclusão de que Ele não existe. A Bíblia
declara o seguinte: “Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe" (Salmos 14:1,
NVI).
Para aqueles, porém,
que aprendem a usar corretamente a revelação de Deus na Natureza, “a
Terra jamais será um lugar solitário e desolado. Será a casa de seu Pai,
repleta da presença dAquele que uma vez habitou entre os homens” (Ellen G.
White, Educação, p. 120).
c) Jesus Cristo
De modo especial, a
Bíblia nos revela a Deus em Cristo. O Salvador compassivo, por Sua vez, é a
mais clara revelação do caráter amoroso de Deus que o mundo já viu. Ele é o
pensamento de Deus audível. É o caráter de Deus tornado tangível. É o
pensamento de Deus tornado compreensível. Cristo declarou que se estudarmos
diligentemente as Escrituras, notaremos que elas falam a Seu respeito. “Vocês
estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida
eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito” (João 5:39, NVI).
Não só era Jesus um
divino elo entre o Céu e a Terra por meio da encarnação, mas esse próprio Deus,
de acordo com Hebreus 1:1-3, é o Deus Criador e Mantenedor do dia a dia da
existência na Terra. “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de
várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes
últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas
as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória
de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua
palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se
assentou à direita da Majestade nas alturas” (Hebreus 1:1-3, NVI).
“Para que vocês venham
a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre
maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5:45, NVI).
Ellen G. White enfatiza
os ensinos de Hebreus 1 e Mateus 5:45 ao escrever: “Não é em virtude de um poder
inerente que a Terra produz ano após ano sua abundância (...) É por meio de Seu
poder [de Deus] que verão e inverno, semente e sega, dia e noite se seguem em
sucessão regular. É por meio de Sua palavra que a vegetação floresce. (...)
Todas as boas coisas que possuímos, todo raio de Sol e toda chuva, todo bocado
de pão, todo momento de vida, é um dom [uma dádiva] de amor” (O Maior Discurso
de Cristo, p. 74 e 75).
Somos agradecidos a
Deus porque Ele “faz nascer o Seu sol” e “vir chuvas”.
Jesus
Cristo, o Deus Encarnado nos convida a um relacionamento Feliz com Ele
"Venham a mim,
todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem
sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração,
e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o
meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30, NVI).
O Senhor Jesus está sempre convidado Seus filhos para que participem com Ele,
para que estejam com Ele, para que venham às Bodas do Cordeiro com Ele! Mateus
11:28-30 traduzem a mais linda mensagem da Palavra de Deus e um convite
especial do Mestre a cada um de nós. É o convite para um relacionamento feliz e
saudável com Ele, é o convite para o alívio do fardo do pecado, o descanso, a
paz de espírito. Desde que Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, homens
e mulheres não tem mais tranquilidade. Por quê? Porque quando estamos longe de
Deus, nos afastamos dEle, não há sossego em nosso coração.
A maior prova dessa
ansiedade e intranquilidade do homem são as muitas pílulas, pastilhas, drogas,
tranquilizantes que ingere para poder minar um pouco o sofrimento e agir
calmamente no trabalho e no lar. Os grandes dramas sociais resultam dessa falta
de paz de espírito, dessa ansiedade mórbida que avassala a humanidade. O
resultado: Divórcios, crimes, infelicidades, abusos, vícios, entre outros.
Os jornais e revistas
faturam, publicando problemas dos outros, falando das dificuldades dos
artistas, da corrupção dos líderes políticos, da falha dos executivos, e
especialmente o “fuxico” que permeia a sociedade como uma verdadeira praga,
onde o ser humano só tem prazer quando está falando mal de alguém, destruindo seu
próximo.
Há uma insegurança
total na humanidade! Ficam ainda mais apavorados quando desastres assolam a
humanidade, e compreendem mais e mais a fragilidade de nossa vida. O convite de
Jesus é simplesmente maravilhoso e adequado para os dias modernos. “Cristo
fala a todos os seres humanos. Saibam eles ou não, todos estão cansados e
oprimidos. Todos se acham curvados sob fardos que só Cristo pode remover. O
fardo mais pesado que levamos é o pecado. Se fôssemos deixados a suportar esse
peso, ele nos esmagaria. Mas o inocente tomou nosso lugar. [...] Ele nos
convida a lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, pois nos traz em Seu coração”
(Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 328, 329).O que os
homens e mulheres precisam compreender que longe de Cristo não há solução para
o pecado. Com o pecado, somos impotentes, sem esperança e ficamos
sobrecarregados.
Quanto mais tentamos
salvar a nós mesmos do pecado, mais forte é a tragédia da ansiedade. O pecado
não é um problema de saúde, um risco no trabalho, uma fantasia, ou mesmo um
fracasso moral. Pecado é rebelião contra Deus, e somente o Senhor pode
solucionar esse problema. A solução é Jesus, Aquele que disse: “Vinde a Mim”.
Jesus nos chama para uma identificação pessoal com Ele, com Sua cruz, Sua
graça, Seu caminho e Seu jugo. Ele nos chama a um relacionamento de amor com
Ele. Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito,
através da Palavra. Não tente correr da Bíblia tentando achar uma relação com
Deus nos bosques ou em algum tipo de encontro esotérico, ou na filosofia. De
fato, Deus usa arte, a poesia para nos despertar. Mas se nós não centrarmos na
Bíblia, onde ele fala infalivelmente, então nosso relacionamento tornar-se-á
distorcido pelo erro e pelo pecado. Portanto, deixemos a Bíblia ser o lugar
onde Deus encontra e fala conosco. O relacionamento reside nesta comunhão: Ele
para nós e nós para Ele. E isso ocorre o tempo todo ao longo do dia.
Caro migo leitor, ao
contrário do que pensam os deístas, Deus é um Ser que se revela a nós e está
interessado em manter um relacionamento amoroso conosco. Ele diz: “Eis
que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
e cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:20, NVI). Em nossa vida
Deus precisa ocupar o principal lugar e ter o controle de tudo! A vida sem a
presença de Deus é vazia. O ser humano procura preencher esse vácuo se atirando
nas aventuras mais extravagantes. Tenta fazer carreira, planeja sua vida até
nos mínimos detalhes e busca segurança de todas as formas. Mas em seu coração
continua infeliz. Encontramos centenas de pessoas importantes na sociedade, mas
envolvidas com drogas, alcoolismo e com uma vida toda desregrada. A
justificativa disto é que muitas destas pessoas sem Deus, tem necessidade de
preencher o vazio da alma e estes são os caminhos que encontram,(Sl 42:7). Os
que por tais caminhos enveredam, nem sempre é mau-caratismo, mas necessidade
Deus.
Elas precisam de um
relacionamento com Deus através de Jesus Cristo. Por essa razão o salmista diz:
"Tu
és o meu Senhor; outro bem não possuo."(Sl 16:2) Chamar a Jesus
Cristo de meu Senhor, nisso reside a felicidade permanente. Por isso o salmista
continua confessando: "Tu me farás ver os caminhos da vida;
na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias
perpetuamente" (v. 11).
O caminho para uma vida
plena de felicidade e alegria se chama Jesus Cristo e consiste naquilo que Ele
realizou na cruz por nós, que é o perdão dos pecados. Outra passagem da Bíblia
diz: "Bem-aventurado
aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o
homem a quem o Senhor não atribui iniquidade" (Sl 32:1, 2).
Exatamente para isto Jesus veio a este mundo, morreu na cruz, foi sepultado e
ressuscitou dos mortos, para nos colocar outra vez em comunhão com Deus pelo
perdão dos pecados. Existe um hino no Hinário Adventista que exprime isso de
maneira muito acertada:
"(...) Sou feliz
com Jesus!
Sou feliz com Jesus
Meu Senhor!
Jesus meu Senhor, ao
morrer sobre a cruz
Livrou-me da culpa e do
mal
Salvou-me Jesus, oh,
mercê sem igual!
Sou feliz, hoje vivo na
luz "
(...)
HASD, nº 230
“Quando por meio de
Jesus, entramos no repouso, o Céu começa aqui. Atendemos-Lhe ao convite: Vinde,
aprendei de Mim; e assim fazendo começamos a vida eterna” (Ellen G. White, A Fé
Pela Qual Eu Vivo, p. 367 [MM, 1959]).
Acredite no Deus da
Bíblia, aceite-O como seu Salvador pessoal e experimentarás a paz, a alegria do
viver, a felicidade , o começo da vida
eterna, enfim.
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