Ricardo
André
Depois que operou a
segunda multiplicação dos pães na região de Decápolis, a leste do Lago da
Galileia, Jesus e Seus discípulos partiram para as aldeias de Cesaréia de
Filipe. Jesus achou que chegara o tempo para os Seus discípulos fazerem uma
declaração de sua fé nEle. E, no caminho perguntou-lhe: “Que dizem os homens
que sou Eu? E responderam: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias, e outros:
Jeremias, ou um dos profetas”. (Mateus 16:13,14).
“Jesus abriu a discussão
sobre Seu sofrimento direcionando os pensamentos dos discípulos para Si mesmo
como o Messias, um assunto que, aparentemente, Ele nunca havia abordado
diretamente. Era essencial que Cristo fosse reconhecido como o Messias antes
que eles pudessem avaliar de alguma forma o significado de Seu sacrifício
vicário no Calvário. Se Ele fosse reconhecido apenas como um “Mestre, vindo da
parte de Deus” (...), ou como um dos antigos profetas ressuscitado (...), sua
morte não poderia ter mais significado do que a de qualquer outro grande e bom
homem. Seria exemplar, mas não vicária. Não teria poder expiatório” (Comentário
Bíblico Adventista, vol. 5, p. 450).
A resposta inicial dos
discípulos foi uma evasiva, um subterfúgio. Alguns dizem isto, outros dizem
aquilo. Para Jesus, o que os outros dizem não é importante; o que é importante
é a resposta pessoal. Então, Jesus reformulou a pergunta: “Mas vós, quem dizeis
que Eu sou?” (Mc 8:29). Foi então que Pedro, inspirado por Deus, fez talvez a
maior confissão da História: “Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivo”. O
Salvador do Mundo (v.16).
“A declaração de Pedro
a respeito de Jesus ser “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16), é um dos
pontos altos da Bíblia. Pedro O chamou de “Cristo”, o Ungido, e, com tal
confissão, estava dizendo (corretamente, como foi mais tarde demonstrado) que
Jesus era o Messias, Aquele que viria em cumprimento das promessas da aliança,
deitas a Abraão e depois a Israel (ver Gl 3:16)” (Lição da Escola Sabatina, 2º
Trim. de 2016, p. 95).
Jesus fez a pergunta de
tal modo que os discípulos foram forçados a dar uma resposta pessoal. “Mas
vós, quem dizeis que Eu sou?” É a pergunta mais importante do mundo. E
vem a todos hoje com a mesma força, desafiando-nos a pesquisar o coração e dar
uma resposta honesta. O destino eterno de todos depende da resposta que derem.
Chega um tempo em nossa
experiência religiosa em que todos temos que responder à pergunta de Jesus: “Mas
vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mc 8:29).Nossa resposta tem significado
eterno, mas também significado no presente, pois se, como Pedro, reconhecemos
que Jesus é o Messias, nossa vida não pode permanecer a mesma.
O
que os homens pensam sobre Jesus?
Mt
16: 14 declara: “Responderam-lhe: Uns dizem: João Batista;
outros: Elias; e outros: Jeremias, ou um dos profetas”. A maioria das pessoas
não considerava Jesus como o Messias, “o Cristo de Deus” (Lc 9:20). O conceito
popular era de que Ele constituía um dos profetas dentre os mortos. O homem
natural ignora quem é Jesus, o Deus Eterno. Hoje, muitos pensam que Jesus foi
só um bom Homem, um bom Rabi, que Ele foi só um Mestre religioso. Jesus é visto
como um Buda dos últimos dias, um líder religioso.
Note como C. S. Lewis
responde a essas posições:
“Estou tentando aqui
evitar que alguém diga a tolice que muitos costumam dizer sobre Ele: ‘Estou
pronto a aceitar Jesus como um grande Mestre moral, mas não aceito Sua
afirmação de ser Deus’. Essa é uma coisa que não devemos dizer. Um homem que
tenha sido apenas homem e tenha dito o tipo de coisas que Jesus dizia não seria
um grande Mestre moral. Ou seria um lunático – do tipo de pessoa que diz que é
um ovo cozido – ou então seria o diabo do inferno. Você precisa fazer a
escolha. Ou esse Homem era, e é, Filho de Deus, ou seria um louco ou ainda
pior. Você pode considerá-Lo tolo, pode cuspir nEle e matá-Lo como um demônio;
ou pode cair aos seus pés e chamá-Lo Senhor e Deus. Mas não venha com essa
tolice de que Ele foi um Grande Mestre humano. Ele não deixou aberta essa
possibilidade para nós” (Mere Christianity, p. 56).
O Comentário Bíblico Adventista segue mais ou menos neste raciocínio
lógico e correto de C. S. Lewis, ao afirmar que “a ideia de que Jesus era
apenas um grande e bom homem, talvez o melhor homem que já tinha existido, mas
nada mais, é tão absurda quanto incrível. Ele afirmava ser o Filho de Deus e
esperava que Seus seguidores compartilhassem essa crença. Ou Ele era, ou não era.
E, se não fosse, Jesus teria cometido a maior farsa e fraude. Aquele que fizera
essa afirmação e incentivara outras pessoas a considerá-Lo como Salvador do
mundo, se não fosse, não podia ser digno de adoração, para não dizer de
admiração. Ou Jesus de Nazaré era o Cristo, o Filho do Deus vivo, ou era um
impostor” (CBA, vol. 5, p. 452).
Quem
é Jesus, afinal?
“Simão Pedro respondeu:
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16). A expressão “Filho de Deus” significa que Jesus compartilha a própria natureza
de Deus – que Ele é verdadeiramente Deus, sempre foi e sempre será. “Deus, o
Filho Eterno, encarnou-se em Jesus Cristo. (...) Sendo para sempre
verdadeiramente Deus, Ele Se tornou também verdadeiramente homem, o Cristo” (Nisto
Cremos, p. 56).
Jo
1:1-18 conta um história surpreendente. Jesus, o Logos
Eterno, o Rei do Universo, o eterno Criador, Se tornou um ser humano. Aquele
que caminhou sobre este Planeta, que ficou suado, cansado e faminto, era o
próprio Deus. O próprio Criador desceu e andou entre nós, falou nosso idioma e
nos mostrou em condições humana como é Deus. Ele era Deus que nasceu na família
humana para tornar-se nosso Salvador. “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós,
(...) E vimos a Sua glória como do Unigênito do Pai (Jo 1:14).
Como pensamos de Jesus
faz grande diferença no desenvolvimento da maturidade cristã e determina nosso
destino eterno. A divindade sem a humanidade não poderia ter efetuado a
salvação. O Deus que criou o ser humano precisou tornar-se humano, viver como
ser humano, sofrer com ser humano e, afinal, tomar sobre Si os pecados de
todos. Aqueles que negam a divindade de Jesus rejeitam o método da salvação. Só
Aquele que é Deus tem o poder de salvar; só quando se torna humano e morre
pelos pecados da humanidade tem Ele a autoridade para salvar. Tanto o poder
como a autoridade para salvar residem no Jesus-Deus encarnado. Então, “não
há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome,
dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).
Através de tudo corre
um fio de ouro que prova, acima de tudo o mais, a natureza divina do Filho de Deu:
refiro-me o absoluto desprendimento. Ele nasceu neste mundo para nós (Is 9:6).
Os 33 anos e meio que passou na Terra, passou-os Ele abnegadamente em favor dos
outros, especificamente em nosso favor (Rm 5:10). E quando no Calvário sofreu,
derramou Seu sangue e morreu, isso também em nosso favor.
Registra a história
sagrada ter Ele ressurgido dentre os mortos. Isso, segundo o apóstolo Paulo,
foi para “nossa justificação”. Ele ascendeu ao Céu para, de acordo com Hebreus
9:24, “comparecer, agora, por nós, diante de Deus”, e virá outra vez. E para
que fim? De Seus próprios lábios vem até nós as palavras: “voltarei e vos
receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também” (João
14:3). Que amor! Que incomparável amor! E de nossos lábios deveria irromper a
exclamação de Pedro, em humilde e grato reconhecimento de Sua divina soberania:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Conhecer
a Jesus como o Filho de Deus significa Vida Eterna (Jo 17:3)
“Mas vós, quem dizeis
que eu sou?” A resposta determina nosso destino. Embora às vezes pensemos de
Pedro como impetuoso, a resposta que ele deu refletia pensamento cuidadoso. Tinha
observado e conhecia a Jesus pelo que Ele na verdade era: O Cristo de Deus
enviado para salvar o homem.
“(...) Quem quiser
encontrar a salvação na cruz do Calvário deve primeiro reconhecer que Aquele
que foi pendurado na cruz não era outro senão o Filho de Deus, o Salvador do
mundo, o Messias, o Cristo. É somente na base da messianidade de Jesus de
Nazaré que a cruz pode ser entendida e apreciada em sua verdadeira perspectiva”
(Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, p. 450, 451).
De acordo com a oração de Jesus a Seu Pai, a
vida eterna dependia de conhecermos a Deus e a Seu Filho, Jesus Cristo. (Jo
17:3). Comentado este texto sacro, a escritora cristã Ellen G. White, afirmou: “O
conhecimento de Deus revelado em Cristo é o conhecimento que todos os que são
salvos devem ter. É o conhecimento que opera a transformação do caráter. Esse
conhecimento, recebido, recriará a imagem de Deus. Comunicará ao ser inteiro um
poder espiritual que é divino” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 8. p. 289).
Conhecer a Jesus é
aceitar que Ele era o Messias Prometido – e divino e Senhor que deixou Seu
trono e Seu lar Celestial para nascer em forma humana com o único propósito de
morrer na cruz. Tomou voluntária e amorosamente sobre Si mesmo o fardo
inimaginável dos pecados da humanidade, os pecados de todos os que, em todos os
tempos, habitariam a Terra.
Conhecer a Jesus é
relacionar-se com Ele de modo profundo e íntimo. O que acontece na vida
presente quando estabelecemos esse relacionamento? Diz-nos mais Ellen G. White:
“O
conhecimento experimental de Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou,
transforma o homem na semelhança de Deus. Leva-o a comunhão com a mente do
Infinito e lhe abre os ricos segredos do Universo” (Parábolas de Jesus, p. 114).
Muitos se contentam em
dizer que Jesus era um homem extraordinariamente bom e um “grande mestre”. Os
cristãos que levam a Bíblia a sério, porém, devem considerar que essas
descrições são verdadeiras, mas inadequadas. Jesus não foi nem um grande mestre
nem um bom homem se não foi o Messias e Filho de Deus, nosso Salvador.
Caro amigo leitor, se,
como Pedro, reconhecemos que Jesus é o Messias, nossa vida não pode permanecer
a mesma. Ele é a resposta a cada um dos nossos anseios, a fonte que supre todas
as nossas necessidades. Gostaria de convidar Jesus para entrar em seu coração e
viver Sua vida por intermédio de você? Gostaria de andar com aquele que você
considera ser a vida eterna, aceitar a Sua graça e fazer a Sua vontade? Faça
isso hoje!
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