Mike
Gendron
Desde o alvorecer do
novo milênio estamos testemunhando o maior impulso rumo à unidade ecumênica que
o mundo já viu. A Igreja Católica Romana está freneticamente construindo pontes
para todas as denominações cristãs.
Mediante os dedicados
esforços do Papa João Paulo II, o Vaticano está instando todos os professos
cristãos a “voltarem para casa”, isto é, Roma. [N.R.: O atual papa, Bento XVI,
tem ressaltado a sua intenção de não só prosseguir nos esforços de união dos
cristãos que inspiraram seu antecessor, como garante ser esta uma prioridade de
seu pontificado].
Diálogos e acordos têm
sido iniciados e criados para buscar a unidade mediante crenças comuns. Um
exemplo disso é a “Declaração Sobre a Doutrina da Justificação” assinada em
1999 entre luteranos e católicos romanos. Nessa declaração, Roma emprega
palavras equívocas e ambíguas para afirmar a concordância sobre a doutrina da
“justificação pela fé somente” enquanto, ao mesmo tempo, conserva o anátema
sobre todos quantos creem nessa doutrina.
Não devemos ser
enganados. Roma não alterou sua posição sobre coisas que realmente importam! Em
vez disso, continua a tirar vantagem de professos cristãos a que falta o
discernimento ou que não se dispõem a lutar por sua fé. A chave para o sucesso
desse esforço pela unidade tem sido um compromisso de “amar uns aos outros e
tolerar as crenças uns dos outros”.
A proposta para todos
os cristãos ignorarem suas diferenças doutrinárias em favor da unidade passa
inteiramente por alto o fato de que os católicos-romanos, ortodoxos e muitas
igrejas protestantes pregam um falso evangelho que nega a suficiência de Jesus
Cristo e Sua obra redentora completada [na cruz].
Esse movimento
ecumênico tem propiciado terreno fértil para reedificar a torre de Babel
religiosa. Multidões estão sendo influenciadas por evangelhos pervertidos,
doutrinas de demônios e falsos mestres. Muitos mais estão sendo persuadidos por
evangélicos de grande destaque a unirem-se nessa cruzada.
Não é de admirar que a
Igreja Católica Romana tenha sido a força propulsora por detrás desse movimento
ecumênico. Desde o fim do Concílio Vaticano II, em 1965, Roma tem estado
cortejando os que outrora chamava de “heréticos” passando a chamá-los de
“irmãos separados”. Não sendo mais capaz de forçar as pessoas a se submeterem
aos seus papas sob ameaça de morte e perseguição, o Vaticano mudou sua
estratégia para ganhar o mundo. Apresentando uma nova face de amor e
preocupação para com esses “irmãos separados”, a ICR agora lhes oferece a
“plenitude da salvação” mediante o retorno à “única igreja”.
Com tantos professos
cristãos unindo-se às fileiras ecumênicas, há evidência do espírito do
anticristo em operação preparando o terreno para essa religião universal.
Impulsionando o movimento estão líderes eclesiásticos que negligenciam advertir
suas congregações sobre a grande apostasia e crescente engano durante os
últimos dias.
Em lugar de os líderes
eclesiásticos odiarem tudo quanto é falso, muitos estão tolerando falsas
doutrinas e evangelhos falsificados (Salmo 119: 104, 128). Em lugar de líderes
eclesiásticos denunciarem as doutrinas prevalecentes e agentes de
comprometimento muitos os estão tolerando.
Tragicamente, muitos
púlpitos estão também incrivelmente silenciosos com respeito às numerosas
advertências bíblicas contra o estar em jugo com incrédulos. Como sub-pastores
do rebanho que lhes foi confiado, os pastores devem advertir suas ovelhas dos
perigos da unidade ecumênica. Jesus e Seus discípulos nunca toleraram a unidade
sem o fundamento da verdade bíblica. Vez após vez líderes religiosos dedicados,
com suas próprias agendas, foram vigorosamente repreendidos:
• Jesus não deu as mãos
a líderes religiosos que bloqueavam o acesso do reino dos céus aos homens
(Mateus 23:13).
• Paulo não se uniu aos
judaizantes que somente desejavam acrescentar a circuncisão ao evangelho
(Gálatas 1).
• Judas recusou
cooperar com aqueles que se introduziam sorrateiramente para perverter a graça
de Deus (Judas 4).
• João não buscou
estabelecer unidade com aqueles que “saíram do nosso meio, entretanto não eram
dos nossos” (I João 2:19).
• Pedro nunca deu as
mãos a falsos mestres que haviam abandonado a rota certa e se desviado,
seguindo o caminho de Balaão (II Pedro 2:15).
• O autor de Hebreus
nunca se uniu com aqueles que negligenciavam tão grande salvação (Hebreus 2:3).
À luz dessa “nuvem de
testemunhas” que se nos apresenta fica-se a admirar por que alguns evangélicos
ignoram as lições das Escrituras, abraçando o falso evangelho do catolicismo
romano. Seguramente não ignoram seus numerosos anátemas que condenam os
cristãos nascidos de novo!
Certamente não são
ignorantes dos muitos requisitos adicionais que Roma adicionou ao evangelho de
salvação. Poderiam ser tão facilmente persuadidos pela influência mundial da
Igreja Católica, sua incrível riqueza, um bilhão de seguidores e um líder que é
tão amado por todo o mundo?
Como
Nos Proteger em Meio do Engano Religioso Que Prevalece no Mundo Moderno?
Como devem os cristãos
proteger-se em meio ao engano religioso que é tão prevalecente no mundo
moderno? A Bíblia nos exorta a provar todo ensino. Somos advertidos a não crer
em todo espírito porque muitos falsos profetas estão pelo mundo. É somente pela
Palavra de Deus que podemos conhecer o Espírito da Verdade e o espírito do erro
(I João 4:1, 6).
Devemos ser como os
bereanos, que examinavam as Escrituras diariamente para verificar a veracidade
dos ensinos do apóstolo Paulo (Atos 17:11). Se Paulo, que escreveu quase metade
do Novo Testamento, foi provado, torna-se patente que todo sacerdote, papa,
profeta ou pregador devia ser também examinado à luz da Santa Palavra de Deus.
Então, o que devemos
fazer com os falsos mestres dentro da cristandade? Não devemos compartilhar de
seus esforços, mas, sim, expor seus falsos ensinos (Efésios 5:6, 11). Com
delicadeza devemos corrigir aqueles que estão em erro na esperança de que Deus
possa conceder-lhes o arrependimento e conduzi-los à verdade (II Tim. 2:25).
Os que professam
“conhecer a Deus, mas os seus atos o negam” devem ser denunciados e silenciados
de modo a que outros não sejam enganados (Tito 1:9-16). Os que não ouvirem ao
ensino apostólico não são de Deus. Temos ordens de nos separar daqueles que
persistem com falsos ensinos (Romanos 16:17; Tito 3:10). Para alguns, isso pode
significar encontrar outra Igreja; para outros, pode significar interromper o
apoio a ministérios que continuam a comprometer o evangelho.
Ao aumentarem os
enganos dos tempos finais e mais e mais pessoas serem levadas à apostasia,
devemos combater fervorosamente pela fé uma vez confiada aos santos (Judas 3).
Na medida em que maiores contingentes de líderes cristãos buscarem a aprovação
dos homens em lugar da de Deus, o caminho da verdade se tornará mais estreito e
menos percorrido.
Os que permanecerem
fiéis serão perseguidos por se recusarem a comprometer-se (II Timóteo 2:12).
Serão acusados de intolerância, falta de amor e mente estreita. Mas sempre
devemos ter em mente as advertências dos apóstolos – se não nos separarmos dos
falsos mestres podemos desqualificar-nos para o serviço (II Timóteo 2:20),
identificando-nos com eles em seu erro (2 João 10, 11), ou arriscar-nos a
participar de seu destino (Judas 11-13).
Na medida em que
líderes eclesiásticos continuarem a ensinar verdades parciais e tolerarem o
erro doutrinário o corpo de Cristo deve tomar providências. Precisamos evitar a
repreensão que Paulo fez à igreja dos coríntios. Ele escreveu: “Mas receio que,
assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam
corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a
Cristo. Se, na verdade, vindo alguém prega outro Jesus que não temos pregado,
ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho
diferente que não temos abraçado, a esses de boa mente o tolerais” (II Cor.
11:3-4).
Ao crescer em
popularidade o movimento ecumênico dentro da igreja, precisamos aceitar o fato
de que militar pela pureza doutrinária será uma posição impopular a assumir.
Contudo, é de fato o que somos chamados a fazer! Ao assinalarmos falsas
doutrinas e práticas seremos bons servos de Cristo Jesus, pois somos nutridos
por Sua palavra e sã doutrina (1 Timóteo 4:6). Sustentar a verdade pode, e
será, divisivo na Igreja, mas a divisão lhe é às vezes boa. Ocasionalmente é
necessário mostrar quais são os aprovados por Deus (I Coríntios 11:19).
Os que se batem pela
pureza do evangelho são frequentemente criticados por criarem caso por coisas
que não parecem significativas. Contudo, os militantes pela fé reconhecem que a
mentira mais perigosa é aquela que mais de perto parece ser verdade.
Ao contrário disso, os
ecumenistas [e eles existem em número considerável em nosso meio] consideram
qualquer coisa que tenha aparência de verdade como uma oportunidade para a
unidade. Assim, acatam o falso evangelho do catolicismo porque é a mais sutil
de todas as contrafações.
Nestes dias de
apostasia, o corpo de Cristo precisa ousada e corajosamente proclamar todo o
conselho de Deus e denunciar como erro tudo quanto a ele se oponha. Que Deus
conceda a todos os Seus servos a graça, poder, discernimento e coragem para
serem combatentes pela fé.
Fonte:
Prof. Azenilto G. Brito
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