Teologia

domingo, 28 de dezembro de 2014

QUAL A SUA ESPERANÇA: REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO?



Ricardo André

Algumas pesquisas apontam o crescimento cada vez maior do número de cristãos que acreditam na doutrina da reencarnação. Ressurreição e reencarnação são crenças compatíveis? Qual a diferença entre ressurreição e reencarnação? Que diz a Bíblia sobre o assunto?

De acordo com a doutrina espírita, reencarnar significa voltar com a alma para dentro de um novo corpo. Veja o que o pai do espiritismo moderno – Allan Kardec – disse sobre o assunto no capítulo quatro do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo:

“A reencarnação é o retorno da alma, ou Espírito, à vida corporal, mas em um outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo” (p. 45)”

“Não há dúvida que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era uma das crenças fundamentais dos judeus e que foi confirmada por Jesus e pelos profetas de uma maneira clara. De onde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo”. (p. 48).

Com que finalidade os seres humanos encarnariam? Segundo se lê no O Livro dos Espíritos, a obra que os espíritas consideram a “bíblia do espiritismo”, segundo o que os “espíritos superiores”, através de diversos médiuns “ensinaram” a Kardec, a reencarnação, como está escrito na questão 167 dessa obra, tem duas finalidades: o progresso ou evolução do espírito, e a expiação de faltas cometidas em existência anterior...

I – Origem da crença na Reencarnação

Como doutrina, a reencarnação foi formulada pela primeira vez na Índia, em torno do ano 800 a.C. É um fato que essa ideia se encontra, em linhas gerais, em muitas culturas e de várias épocas: no Antigo Egito, nas religiões da Austrália e África, nas culturas pré-incaicas e incaicas, nos esquimós do Alasca e indígenas da Malásia, na Grécia antiga, no Budismo, no Hinduísmo e em muitos outros povos. No ocidente moderno, a doutrina da reencarnação se torna popular com o espiritismo de Allan Kardec a partir do final do século XIX. Devemos, porém, afirmar que a crença de várias culturas na reencarnação não prova de modo algum a sua veracidade; pode, talvez, no máximo, dar indícios sociológicos tênues da existência de uma crença universal na imortalidade da alma e na vida após a morte.

Todavia há uma diferença básica entre a doutrina da reencarnação antiga e a formulada por Kaderc: na primeira, tinha-se a ideia de que a Lei do carma era imutável, fazia parte do processo cósmico e havia a possibilidade da alma humana reencarnar em um animal. Já no espiritismo, tal possibilidade não existe e ainda se pode reprogramar o carma. Mas, a concepção reencarnacionista de Allan Kardec  tem sua origem nas crenças e dos povos orientais antigos.

II - Os Judeus não criam na Reencarnação, Tampouco Jesus a Ensinou

Allan Kardec não tem base bíblica para afirmar que “a reencarnação era uma das crenças fundamentais dos judeus e que foi confirmada por Jesus”. Senão, vejamos:

Para os judeus que escreveram a Bíblia, não existe o termo “reencarnação” e muito menos tal ideia aparece nas Escrituras. Os judeus entendiam a morte como sendo um estado de total inconsciência até o dia da ressurreição corporal. Em nenhuma parte da Bíblia se fala da alma ou do espírito como sendo algo imortal ou eterno, mas pelo contrário, em várias passagens é mencionada a morte da alma. (Ezeq. 18:4, Mat 19:28, Jó 36:14). Em outras palavras, o homem é por natureza mortal, e a imortalidade somente pode ser recebida oportunamente e como resultado da aceitação do Evangelho de Cristo, cujo poder transforma o coração e dá ao ser humano a vida eterna. “Porque o salário do pecado é a morte” – disse o apóstolo Paulo – “Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rom 6:23).

Por outro lado, a palavra de Deus, longe de ensinar que a alma é uma entidade imaterial, eterna e indestrutível, pela qual a pessoa prossegue vivendo, pensando e sentindo depois da morte, estabelece da maneira mais categórica que, depois da morte, o ser humano permanece submerso numa absoluta inconsciência, semelhante à do sono tranquilo e profundo. (João 11:11, Ecles 9:5-6, Salmo 146:4). Note a clareza com que a Bíblia fala do estado dos mortos:

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6.
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:10.

“Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos.” Isaías 26:19.

Deus mesmo afirma na Sua Palavra que quando uma pessoa morre “nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios” (Salmo 146:4). O próprio Jesus – ao contrário do que disse Allan Kardec – demonstrou a mesma crença de que a morte é um sono e que, portanto, não é possível uma pessoa que está dormindo – e inconsciente – reencarnar:

“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” João 11:11-14.

Só esses textos já são suficientes para provar que os judeus jamais acreditaram na reencarnação, tanto que o livro Eclesiastes afirma que na morte não há consciência, amor, ódio, e que a pessoa morta não tem parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol, ou seja, nesse mundo. Se não tem parte alguma nos acontecimentos do nosso cotidiano, então isso significa que não reencarna.

A seguir, veja a lista de alguns escritores judeus que acreditavam ser a morte um sono e não uma “oportunidade para reencarnar”:
• Davi – Salmo 13:3;
• Jeremias – Jeremias 51:57;
• Daniel – Daniel 12:2; 13;
• Paulo – 1 Coríntios 15:6, 20; Tessalonicenses 4:13-15. Mais de 50 vezes a Bíblia compara a morte a um sono!

III – Ressurreição e Reencarnação são conceitos excludentes

É igualmente errado a afirmação de Allan Kardec de que para os judeus “reencarnação é outro nome para ressurreição”. No livro Evangelho Segundo o Espiritismo, da Editora Ide, 19º edição, edição econômica, na páginas 44 e 45, ele afirma:

“A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição; só os Saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As ideias dos judeus sobre esse assunto, e sobre muitos outros, não estavam claramente definidas, pois apenas tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo”.

Ledo engano! Na verdade, tal afirmativa não tem sustentação bíblica e carece de comprovação. Por algumas razões:

• De acordo com a maioria dos dicionários, “reencarnação” é o ato ou efeito de reencarnar, ter pluralidade de existências com um só espírito (em corpos diferentes). Já a palavra “ressurreição” vem dos termos gregos “anástasis” e “égersis” que significam: levantar, erguer, surgir, sair de um local ou de uma situação para outra. Perceba que o significado do termo “ressurreição” no original bíblico nada tem a ver com reencarnação!

Biblicamente, “ressurreição” é usada com frequência com o significado de ressurgir – do pó da terra, segundo Isaías 26:19 – e não reencarnar.

• Na Bíblia, são mencionados oito casos de ressurreição, sendo sete de restauração da vida, isto é, ressurreição para tornar a morrer e não ressurreição para tornar a reencarnar.

IV – A Doutrina da Reencarnação é Incompatível com as Sagradas Escrituras

A Bíblia é bem clara quando diz que ‘cada pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus’ (Hebreus 9:27). É verdade que muitos dos que creem na reencarnação se dizem cristãos (e há muitos sinceros entre eles). Mas o verdadeiro cristão é aquele que aceita a Cristo como Salvador.

A doutrina da reencarnação propõe como caminho de evolução, uma outra vida humana aqui na terra. A pessoa humana, diz ela, deve reencarnar e viver mais uma vida, e mais uma, e mais uma... no decorrer delas, deve “limpar o seu carma”, até que, depois de ter vivido indefinidas vidas sucessivas, esta pessoa tenha alcançado o nível de evolução plena. A partir deste momento, ela pode sair dos ciclos reencarnacionistas. Dizem os espíritas que, através de reencarnações sucessivas, cada pessoa pode ‘pagar’ pelas culpas da vida anterior. É uma espécie de auto-redenção.

As Sagradas Escrituras Bíblia afirmam categoricamente que a Salvação é pela graça, é um presente. Se fosse através da reencarnação, seria pelas obras. Está Escrito: “Se, porém, andarmos na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo o pecado” 1 João 1:7. Vemos que não é a reencarnação que nos purifica dos pecados, mas UNICAMENTE o sacrifício de Jesus na cruz. Ninguém pode estabelecer outro plano de salvação – nem mesmo Allan Kardec. No Evangelho de João 1:29 está relatado a declaração de João Batista sobre Jesus. Sabe o que ele disse? “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Não precisamos reencarnar para atingirmos um estágio maior de perfeição: precisamos de Jesus Cristo. Para essas pessoas, o que fez Cristo na cruz? Para que teria Ele morrido pelos pecados de quem é capaz de salvar a si mesmo? A crença na reencarnação nega o plano de salvação de salvação elaborado por Deus (Jo 3:16; Rm 5:8). Nega que a Salvação vem de Deus, nega a Justiça divina, nega a dependência que o ser humano tem de Deus, e pode chegar ao extremo de negar a existência de um Deus pessoal. Portanto, Cristianismo e reencarnação, por mais que se deseje, são inconciliáveis.

Em Romanos 3:24-31, o apóstolo Paulo ensina  que o perdão é através da salvação que há em Jesus e não que iremos melhorar através de sucessivas reencarnações. Ele afirma:  “sendo justificados (perdoados) gratuitamente , por sua graça, através da redenção que há em Cristo Jesus”.

Já em I Tessalonicenses 4:13,18, o Senhor nos diz que irá voltar para nos buscar. Se existisse a reencarnação, como um meio de “aperfeiçoar” o ser humano, por que Jesus teria de vir e nos levar ao céu? Poderíamos ir sozinhos por nossos méritos – algo totalmente antibíblico. No texto de I Coríntios 15:51-54 é-nos dito que, para sermos aperfeiçoados, Jesus tem de voltar E nos transformar de uma só vez, INSTANTANEAMENTE. Não temos de passar pela reencarnação. Em  II Coríntios 6:2  lemos: “(…) eis , agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação (…)” Podemos notar que a salvação ou o aperfeiçoamento da pessoa não vem depois da morte com a reencarnação, pois, isso levaria muito tempo e o sacrifício de Jesus não teria eficácia alguma. Temos a oportunidade se ser salvos apenas agora, nesta vida. Basta aceitarmos a Jesus como nosso Salvador! (1 João 5:12).

No Evangelho de Lucas (Lc 23:43), onde lemos que Jesus afirmou ao bom ladrão que fora crucificado com Ele: “em verdade te digo:  hoje estará comigo no Paraíso”. Pela doutrina da reencarnação, apesar de ser um bom ladrão, este não estaria totalmente purificado – pois havia roubado – e precisaria encarnar-se novamente. No entanto, Jesus lhe dá a sentença final de que está salvo.

 O texto de Hebreus 9:27  é um dos textos bíblicos que melhor refutam a doutrina da reencarnação. Ele simplesmente pulveriza os argumentos em favor da reencarnação. Diz o seguinte: “e, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo (…)” A Palavra de Deus é clara ao dizer que morremos uma só vez. Não duas, três, quatro ou cinco para depois reencarnarmos. Note que, após a morte, vem o juízo (a vida da pessoa é selada para a salvação ou perdição), e não a reencarnação!

V – Allan Kardec Distorceu Textos Bíblicos para Apoiar suas Convicções

A Bíblia é o livro por excelência. Tornou-se um referencial tão sólido no Ocidente que quando um livro é o mais importante de determinado ramo de conhecimento diz-se comparativamente que ele é a Bíblia de tal assunto: “a bíblia do pescador”; “a bíblia do advogado”, etc. Há quase uma aceitação automática da Bíblia como Palavra de Deus. É parte integrante de nossa cultura, independente da religião professada ou praticada.

Por esse motivo, o espiritismo de Kardec fez amplo uso das Escrituras Sagradas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, para provar seus ensinos. O livro O Evangelho Segundo o Espiritismo talvez seja o exemplo mais evidente de amplas citações das Escrituras. Diversas passagens são analisadas à luz da doutrina espírita. Embora não ocorram, em nenhum lugar da Bíblia, as palavras reencarnação e carma, Kardec faz a Bíblia dizer o que ela não diz, e, com isso, distorce muitas passagens da Palavra de Deus para que se encaixem em sua opinião. Como vimos, a reencarnação não tem base bíblica, surge a partir de interpretações distorcidas de alguns textos da Bíblia, quais sejam:

• Um dos textos que se usa para tentar provar a reencarnação a partir da Bíblia é Mateus 11:13-15:
“Se quiserdes compreendê-lo, João é Elias que estava pra vir”.  

Com base neste texto, os espíritas afirmam que João Batista era “Elias encarnado”. Em outro trecho é o próprio João Batista quem diz que não é Elias. “Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não”. João 1:21. João Batista sabia quem ele era melhor do que qualquer um! (só Deus conhece o ser humano mais que todos).

A interpretação espírita desconsidera o contexto histórico no qual surgiu tal passagem: havia a crença popular que antes da vinda do Messias, Deus enviaria um mensageiro que prepararia o povo para a vinda do Senhor (Ml 3,1.23-24). Ele seria como Elias em seu poder e importância: Elias foi um grande defensor das crenças de Israel e crítico da idolatria. O mensageiro que haveria de vir, seria alguém com mesma autoridade, com o mesmo zelo. Quando os evangelistas começaram a escrevem os evangelhos retomaram essa tradição de Elias como precursor e a aplicaram a João Batista, que era, de fato, o preparador do terreno para o Messias (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:27). Além disso, Elias, nunca morreu! De que modo ele poderia reencarnar se foi levado em vida ao céu? (ler 2 Reis 2:11-14). Eis uma prova clara de que, para ir para o mundo espiritual, a pessoa terá de ir com o corpo.

Ademais,  afirmação de Jesus em Lucas 7:28 e Mateus 11:11 diz: “Entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior que João Batista…”. Ele não afirmou “entre os reencarnados” não surgiu ninguém maior que João Batista;

• Outro texto clássico que se usa para tentar provar a reencarnação é de Jo 3:3 Jesus fala a Nicodemos: “quem não nascer do alto não poderá ver o Reino de Deus”. A partir dessa fala de Jesus,  Allan Kardec diz que “nascer de novo” significa “reencarnar”. Quando o Salvador afirmou que devemos nascer de novo, não tinha em mente a ideia da reencarnação pelas seguintes razões:

1) “Nascer da água” é ser batizado por imersão, como Jesus foi batizado;

2) “Nascer do Espírito” é ser transformado pelo Espírito Santo.

O novo nascimento, longe de significar reencarnação, é uma transformação do caráter que se revela em atitudes, incluindo a obediência a Deus (João 14:15). As coisas erradas que gostávamos de fazer não gostamos mais; as coisas certas que não gostávamos de realizar, passamos a gostar.

Isso é “nascer de novo”: mudar de vida, ou seja, morrer para uma vida de pecado e ressuscitar para uma vida santa com Jesus Cristo (Romanos 6:4).

Ser nascido “da água e do Espírito” equivale a “nascer de novo”. No grego, “nascer de novo” significa “nascer do alto”, de Deus. Os que são nascidos do alto têm o Criador como Pai e se parecem com Ele no caráter. Pela graça de Cristo, desde o momento em que nascem de novo, obtêm forças para lutar contra o pecado (Romanos 6: 12-16) ao invés de permitir que o pecado os domine (1 João 3: 9; 5: 18).

Com isto, concluímos que o novo nascimento não é reencarnar; é ser transformado pelo Espírito Santo. A Bíblia não ensina a existência da reencarnação, de acordo com Hebreus 9:27. O próprio Nicodemos desmente que as palavras de Jesus se referiam a um nascimento carnal (reencarnação):  “como é que pode o homem nascer quando já é velho? Porventura, poderá entrar de novo no seio de sua mãe e nascer? (Jo 3:4). Jesus diz: “o que nascer da carne é carne; o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3:6). Assim suas palavras e seu ensinamento referem-se, pois, ao nascimento espiritual, à regeneração da nova vida pelo Espírito e não a novo nascimento carnal. A vida nova a que se refere Jesus não é, pois, a vida física. Isso ele o diz claramente: é uma vida espiritual.

• Há um trecho de João que também é usado para tentar justificar a reencarnação: “quando ele (Jesus) ia passando, viu um homem que era cego de nascença. Os discípulos perguntaram: ‘Mestre, quem pecou, para este homem nascer cego, foi ele ou seus pais?’” (Jo 9,1s). Os adeptos da reencarnação interpretam esse trecho como prova indiscutível da existência de vidas passadas. Porém, como já provamos, os judeus não acreditavam na reencarnação. A pergunta dos apóstolos a Jesus representa uma mentalidade judaica: eles acreditavam que uma pessoa pagava pela outra um mal praticado (é a chamada teologia da retribuição). As consequências do mal praticado eram assumidas por alguém do grupo ou família. Essa mentalidade excluía, pois, a responsabilidade pessoal. Foi combatida já no Antigo Testamento pelos profetas Ezequiel (Ez 8; 18:4 e 20) e Jeremias (Jr 31:29). Mas, Jesus corrige categoricamente essa mentalidade: “nem ele nem seus pais (pecaram), mas isto aconteceu para que as obras de Deus se manifestem nele” (Jo 9,3).

Diante de tudo isso, podemos perceber que a reencarnação é incompatível com a doutrina cristã.

VI – A Bíblia Sagrada Ensina a Ressurreição, não Reencarnação

As Sagradas Escrituras ensinam que logo Jesus vai voltar em glória e majestade (Jo 14:1-3). E quando Ele voltar os que dormiram em Cristo se erguerão da sepultura para abraçar os entes queridos.  "Quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade" (I Co 15: 54, 55), então a palavra vitória será pequena demais para descrever o acontecimento. E quando todos os justos de todos os tempos se reunirem numa grande e inumerável multidão, e atravessarem os portais da Cidade Eterna, a Cidade que não tem cemitérios, então a palavra vitória não será suficientemente grande para descrever a ocorrência.

O apóstolo Paulo deixou claro que a ressurreição de Jesus é o penhor de nossa esperança, ao afirmar: “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele” (1 Tessalonicenses 4:14).

Sim, “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz e (...) sairão” (Jo 5:28, 29).

O pensamento de que esta hora se aproxima, enche o meu coração de um reverente temor. Jamais o mundo testemunhou semelhante acontecimento. Com milhões de anjos, o Senhor Jesus se manifestará. Ele chamará os mortos, e a terra abrirá o seu ventre e o mar as suas entranhas, devolvendo à vida os seus mortos, prisioneiros do silêncio. Diz a Bíblia: “Contudo, os teus mortos viverão; seus corpos ressuscitarão! Despertai e cantai, pois, vós os que retornaram ao pó; despertai e cantai com grande júbilo. O teu orvalho é orvalho de luz; a terra dará à luz os seus mortos!” (Isaías 26:19, VKJ).

Nosso Senhor diz: ‘Pois a vontade do Meu Pai é que todos os que vêem o Filho e crêem nEle tenham a vida eterna; e no último dia Eu os ressuscitarei’ (João 6:39). No último dia deste mundo, Cristo ressuscitará aqueles que aceitaram Seu convite para uma relação de amizade e companheirismo, e desenvolveram uma fé genuína. Por isso, para aqueles que ‘morrem no Senhor’ (Apocalipse 14:13), o fim é apenas o começo; o começo de uma nova vida que terá início na segunda vinda de Cristo.”

Como é bom ser adventista e crer na volta de Jesus. O quadro pintado pelo apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 4:13-17 será a concretização da esperança de todos os que creram e que creem em Jesus e que, vivos ou mortos, aguardam ansiosos por Sua segunda vinda à Terra. Para eles, a morte não é o ponto final, não é o fim de todas as coisas; é simplesmente um sono de espera pela ressurreição e a vida eterna.




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