Teologia

domingo, 5 de julho de 2020

O TEMPO DA GRAÇA: TERMINARÁ ELE ALGUM DIA?


Ricardo André

As expressões “tempo da graça” e “porta da graça” são comumente empregadas por muitos cristãos, entre eles os adventistas, para se referir ao tempo em que estamos vivendo. Época em que Deus ainda concede graça para aqueles que procuram a salvação através de Seu Filho Jesus Cristo. Similarmente, há alguns outros grupos de cristãos que vinculam estas frases a um período de tempo descrito como “a era da igreja”, que começou com a morte de Cristo na Cruz e se encerrará com o "arrebatamento da igreja". Teoria defendida pelos dispensacionalistas. Mas, efetivamente o que é o tempo da graça? Estamos vivendo nesse tempo? E ainda: Haverá um fechamento da porta da graça universal e escatológico? Em caso afirmativo, quais serão as implicações disso para o mundo?

O que é graça?

A fim de compreendermos o significado dessas expressões se faz mister que entendamos primeiro o que as Sagradas Escrituras dizem sobre a graça.

O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios, assim descreveu a graça:

“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Ef 2:4-10, NVI).

A partir desses versículos aprendemos o seguinte sobre a graça:

1) Nós somos salvos pela graça através da fé em Cristo (Veja também Judas 1:3-4; Hebreus 13:9; Tiago 4:6)

2) Deus nos mostrou as riquezas da sua graça através de Jesus Cristo (Ver também João 1:14-17; Atos 15:11; Romanos 3:23-24; Tito 3:7)

3) A graça de Deus é o dom da salvação (ver também Provérbios 3:34; Efésios 4:7; Hebreus 4:16)

Portanto, a graça é o honesto desejo de Deus de salvar a humanidade perdida no pecado. Mas não somente isso, a graça de Deus é o Seu poder salvador demonstrado pelo amoroso esforço de convencer a todos e livrar desde agora os que creem (Tito 3:7). O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia define a graça de Deus como sendo “Seu amor ilimitado, inclusivo, transformador pelos homens e mulheres pecadores” (v. 6, p. 551).

Como se vê, a graça é o poder que transforma uma pessoa que crê, de um arrependido pecador em uma nova criatura, e preenche nossas necessidades espirituais a cada dia. A graça é também um favor concedido a alguém que absolutamente não o merecia. Como pessoas, não merecemos a salvação, mas Deus instituiu “antes da fundação do mundo” (1Pe 1:18-20; Ap 13:8; Ef 1:4, 5) um plano que nos permite receber a salvação. Esse é um belíssimo conceito, mas não vai passar disso até que o assimilemos pessoalmente. Através de Jesus, a maior revelação da graça de Deus, podemos nos apropriar individualmente dessa experiência. Por Ele, Deus passou a Se comunicar conosco de Pessoa para pessoa. Por isso, João escreveu: “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14, NVI).

Jesus demonstrou a graça de Deus e executou o plano que Ele, o Pai e o Espírito Santo haviam traçado para quebrar o poder de Satanás sobre a humanidade.

Sobre isso, Ellen G. White escreveu: “Nós mesmos devemos tudo à livre graça de Deus. A graça do concerto é que prescreveu nossa adoção. A graça do Salvador efetua nossa redenção, regeneração e exaltação a co-herdeiros de Cristo. Que esta graça seja revelada a outros” (Parábolas de Jesus, p. 250).

Uma vez que o plano de Deus para salvar a raça caída já existia desde a eternidade, a graça é eterna, ou seja, ela existe “antes dos tempos eternos” (1Tm 1:9). Logo a definição da graça de Deus como um período de tempo que começou com a morte de Cristo na cruz ou mesmo com o Pentecoste como defende os cristãos dispensacionalistas, é equivocada. Logo que o primeiro homem e a mulher cairam em pecado a graça lhe fora oferecida, quando Deus prometeu enviar Jesus, o Libertador e Salvador do homem (Gn 3:15). Foi no Éden pregado primeiro o evangelho da graça salvadora. Abre-se, então, ali a porta da graça. Esta, que como já dissemos, já existia antes da fundação do mundo. Desde então, a salvação é oferecida a todos os homens. Portanto, todas as pessoas que deverão ser salvas, e que viveram antes e depois da cruz serão salvas pela mesma graça, pelo morte de Cristo na cruz do Calvário. O tempo da graça refere-se, portanto, ao tempo de oportunidade de salvação. De fato, estamos vivendo no tempo da graça, tempo que começou desde a queda do homem, quando a ele fora oferecida o plano de Deus para salvá-lo, e continua até hoje. Diante de nós está uma porta aberta: “Estas são as palavras daquele que é santo e verdadeiro, que tem a chave de Davi. O que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir. Conheço as suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome” (Ap 3:7,8, NVI). Esta é a porta da graça de Cristo. É o caminho que pode conduzir-nos a vida eterna.

Haverá um fim do tempo da graça?

Deus toma a iniciativa de oferecer Sua salvação a todos e todas. Mas Ele não força quem quer que seja a aceitar essa providência. Para que a Sua salvação se torne nossa, temos que estender o braço da fé e aceitar os benefícios da vida, morte, ressurreição e mediação celestial de Cristo. Contudo, chegará um dia em que a salvação através de Cristo já não estará disponível (Isaías 55:6; Atos 17:29-31; Romanos 13:11; Efésios 1:9-10; 2 Tessalonicenses 2:1-12). Isto é o que chamamos fim do tempo da graça ou fechamento da parta da graça. Este será um tempo memorável, de consequências eternas para todas as pessoas.

O livro de Hebreus fala de Jesus como nosso Sumo Sacerdote que ministra no santuário celestial em favor dos pecadores arrependidos. “O mais importante do que estamos tratando é que temos um sumo sacerdote como esse, o qual se assentou à direita do trono da Majestade nos céus e serve no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem” (Hb 8:1, 2, NVI). Vale ressaltar que Seu ministério sacerdotal já estava representado didática e profeticamente nas ministrações que ocorriam no Lugar Santo (serviço diário) e no Lugar Santíssimo (serviço anual) do santuário terrestre (Nm 28:3, 4; Lv 4:2, 27-30; 16:1-34; Hb 9:6, 7).

“Sua consagração como Sumo Sacerdote coincidiu com Sua entronização. E ali, junto ao trono da Majestade nas alturas, imediatamente após a Sua ascensão, Ele iniciou Seu ministério sacerdotal no “maior e mais perfeito tabernáculo” (Hb 9:11), para comparecer, [...] por nós, diante de Deus” (v. 24). Foi-Lhe dado todo o poder e autoridade no Céu e na Terra. [...] No dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro declarou que Jesus, tendo ressuscitado dentre os mortos, foi, então, exaltado “à destra de Deus”, tornando-Se, portanto, “Senhor e Cristo” (At 2:33, 36)” (Questões Sobre Doutrinas, p. 269, 270).

Na parte final de Seu ministério, que começou em outubro de 1844, ao término da profecia dos 2.300 dias/anos de Daniel 8:14, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial para iniciar Sua solene obra de purificação do santuário, que corresponde ao juízo investigativo. Portanto, desde 1844 Cristo além de fazer mediação por Seu povo realiza um julgamento, que segundo as Sagradas Escrituras começa pela “casa de Deus” (1Pe 4:17). A vida de todos os filhos de Deus de todas as eras (começando pelos que já estão mortos) está sendo passada em revista. Eles estão sendo julgados com base nos registros dos livros do Céu. As cenas desse juízo, que está em andamento, foram vistas pelo profeta Daniel (Dn 7:9-14) e já estava prefigurado no ritual do Dia da Expiação do santuário terrestre, que acontecia uma vez ao ano, sempre no 10º dia do 7º mês do calendário religioso judaico (Lv 16:1-34; 23:27-29). Com essa cerimônia o santuário era purificado do registro dos pecados dos penitentes que haviam confessado sua culpa, bem como dos sacerdotes. Neste dia, o povo era convidado a “afligir a alma” (Lv 23:27), ou seja, humilhar-se e fazer um autoexame de consciência a fim de averiguar se não havia pecados não confessados, ou algo que pudesse separá-los de Deus. O dia da expiação era também dia de juízo para povo de Deus, o então Israel antigo. Era a decisão final sobre o pecado. Tanto é assim, que nesse dia a pessoa que não estivesse com sua vida acertada com Deus era “eliminada do seu povo” (Lv 23:29). Da mesma forma, ao término da obra de purificação do santuário celestial, cessa a oportunidade de misericórdia para quem não participou desse processo de redenção em tempo oportuno (Hb 4:16) por não ter reconhecido e aproveitado a oportunidade de aceitar a salvação pela fé em Jesus. Portanto, esse dia da purificação do santuário terrestre era símbolo do juízo pré-advento, que como dissemos começou em 1844.

Na sua mais importante obra, Ellen G. White declarou o seguinte:

“Deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação - um julgamento. Isto deve efetuar-se antes da vinda de Cristo para resgatar Seu povo, pois que, quando vier, Sua recompensa estará com Ele para dar a cada um segundo as suas obras (Apoc. 22:12)” (O Grande Conflito, p. 422).

“Na conclusão dessa obra investigativa, é proferida a sentença de juízo. Então, Cristo descerá como juiz para executar ou levar a efeito a sentença” (Questões Sobre Doutrinas, p. 303). O livro do Apocalipse descreve o momento do término da obra de julgamento e o consequente fim do tempo da graça, nos seguintes termos: “O santuário ficou cheio da fumaça da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia entrar no santuário enquanto não se completassem as sete pragas dos sete anjos” (Ap 15:8, NVI). Note que quando o santuário celestial enche-se “da fumaça da glória de Deus e do seu poder”, as pessoas são impedidas de terem acesso ao santuário, numa clara indicação de que o tempo de graça se acabou e a intercessão em favor dos pecadores não mais existe, de maneira que a ira de Deus não misturada com misericórdia e graça é experimentada pelos pecadores impenitentes como consequência de sua resistência e oposição ao evangelho. Uma realidade completamente oposta a do tempo da graça, quando somos exortados a “aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4:16, NVI).

No final do juízo investigativo ou pré-advento, a sorte de todas as pessoas estará irrevogavelmente decidida para a vida ou para a morte. Não haverá um segundo tempo de graça para ninguém. Ao encerrar-se a obra de julgamento não haverá mais oportunidades de salvação para ninguém. Quando Jesus falar “está feito” (Ap 16:17), do jeito que a pessoa estiver vai permanecer. E os filhos de Deus estarão selados com “o selo do Deus vivo” (Ap 7:1-3). O Espírito Santo não apelará mais à consciência das pessoas para se arrependerem de seus pecados, pois Se terá retirado da Terra. Nesse tempo cumprir-se-á as palavras de Cristo registradas em Ap 22:11, 12: “Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se. Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez” (NVI).

O Tempo da Graça Terminará Repentina e Inesperadamente

Sob inspiração divina, Ellen White explica como dar-se-á o fim do tempo da graça: “Antes do dilúvio, depois que Noé entrou na arca, Deus o encerrou ali, e excluiu os ímpios; mas, durante sete dias, o povo, não sabendo que seu destino se achava determinado, continuou em sua vida de descuido e de amor aos prazeres, zombando das advertências sobre o juízo iminente. "Assim", diz o Salvador, "será também a vinda do Filho do homem." Mat. 24:39. Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado” (O Grande Conflito, p. 491).

Ela também afirmou que o fim da graça terminará repentinamente. “O tempo de graça se encerrará de forma súbita e inesperada, em um tempo em que menos estamos esperando” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, p. 1107).

Quando ocorrerá o fim do tempo da graça?

Não sabemos em que ano ocorrerá o encerramento do tempo da graça. Sobre isso, Ellen G. White escreveu:

“Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo de graça. As coisas reveladas aceitaremos para nós e nossos filhos; não busquemos, porém, saber aquilo que foi mantido em segredo nos concílios do Todo-poderoso. É nosso dever vigiar e trabalhar e esperar, trabalhar a todo momento pelas almas dos homens prestes a perecer. Devemos andar continuamente nas pegadas de Jesus, operando segundo Ele, dispensando Seus dons como bons mordomos da multiforme graça de Deus. Satanás estará pronto a dar a todo aquele que não esteja diariamente aprendendo de Jesus, uma mensagem especial de sua própria criação, a fim de neutralizar o efeito da maravilhosa verdade para este tempo.

“Têm-me chegado cartas perguntando se tenho qualquer esclarecimento especial quanto ao tempo da terminação do tempo de graça; e respondo que tenho apenas esta mensagem a dar; que agora é tempo de trabalhar, enquanto é dia, pois a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Agora, justamente agora, é tempo de estarmos vigiando, trabalhando e esperando. A Palavra do Senhor revela que o fim de todas as coisas está às portas, e seu testemunho é muito decidido quanto a ser necessário a toda alma ter a verdade de tal modo implantada no coração, que ela reja a vida e santifique o caráter. O Espírito do Senhor está operando para tirar a verdade da Palavra inspirada e imprimi-la na alma de maneira que os professos seguidores de Cristo possuam uma alegria santa, sagrada, que sejam aptos a comunicar a outros. O tempo oportuno para trabalharmos é agora, justamente agora, enquanto é dia. Não há, porém, nenhum mandamento para ninguém pesquisar as Escrituras a fim de verificar, se possível, quando terminará o tempo da graça. Deus não tem tal mensagem para quaisquer lábios mortais. Ele não quer que nenhuma língua mortal declare aquilo que Ele ocultou em Seus secretos concílios” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 191, 192).

Depois da terminação do tempo da graça, os dramáticos eventos finais da história da Terra ocorrerão preparando o caminho para a segunda vinda de Jesus. Daniel 12:1 prever que “haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo”. Esse tempo de angústia corresponde a mesma “grande tribulação” mencionada em Apocalipse 7:14, que passará o povo de Deus no fim do tempo.

Ao iniciar a “grande tribulação”, o mundo todo estará mergulhado em profundas crises econômica, moral e social, sem precedentes, pois os anjos de Deus não mais estarão segurando os quatro ventos da Terra (Ap 7:1-3). As nações estarão enfurecidas (Ap 11:18), preparando o contexto para o derramamento da sete pragas descritas em Apocalipse 16, que serão derramadas sobre os pecadores impenitentes. “Na ocasião, a ira do Senhor coincidirá com o tempo de angústia de Jacó para o povo de Deus (Jr 30:5-7)” (Enciclopédia Ellen G. White, p. 1174). Haverá guerras, fome, epidemias e desastres (Mt 24:6, 7). A Senhora Ellen G. White comparou o tempo de angústia de Jerusalém com o tempo de angústia que o mundo espera: “Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade.” (O Grande Conflito, p. 614).

O fiel povo de Deus sofrerá perseguição e boicote por parte dos governos do mundo e dos ímpios por sua fidelidade a Deus e a Sua santa lei. “Assim como Satanás influenciou Esaú a marchar contra Jacó, instigará os ímpios a destruírem o povo de Deus no tempo de angústia. E assim como acusou a Jacó, acusará o povo de Deus. Conta com as multidões do mundo como seus súditos; mas o pequeno grupo que guarda os mandamentos de Deus, está resistindo a sua supremacia. Se ele os pudesse eliminar da Terra, seu triunfo seria completo. Ele vê que santos anjos os estão guardando, e deduz que seus pecados foram perdoados; mas não sabe que seus casos foram decididos no santuário celestial” (Ibdem, p. 618).

“Quando os flagelos começarem a cair, os ministros declararão dos púlpitos que o planeta está sendo punido porque o domingo não é honrado como deveria ser. Por fim, um decreto será emitido contra os que honram o sábado, dando permissão ao mundo, depois de certo tempo, de condená-los à morte. Nesse momento não será permitido que o verdadeiro povo de Deus sofra o martírio. Os anjos protegerão os justos, suprindo suas necessidades. O decreto mundial para destruição dos justos justifica que Deus derrame as pragas de Sua ira dobre os opressores (Ap 16:4-7)” (Enciclopédia Ellen G. White, p. 1174).

É justamente quando o mundo estiver mergulhado em grande confusão, sofrendo os juízos de Deus na forma das sete pragas, e o fiel povo de Deus sofrendo horrendas perseguições e ameaças de morte por parte dos ímpios instigados por Satanás, que o Senhor virá para salvar Seu povo. Ele trocará Suas vestes sacerdotais pelo manto real e sairá do santuário celestial para vir à Terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele virá buscar aqueles que aceitaram a purificação do pecado oferecida por Ele e viveram de acordo com as orientações deixadas em Sua Palavra. Na sexta e sétima pragas, ocorrerá o Armagedom, a última batalha espiritual entre o bem e mal (Ap 16:12-16). Ellen White afirma que “as potências do mundo hão de mobilizar suas forças para a última grande batalha”. (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 369). Ela representa a última tentativa de Satanás para destruir o povo de Deus. Satanás reunirá seus seguidores, e Cristo confirmará Seus fiéis, livrando-os das mãos dos perseguidores. Horas antes da gloriosa vinda de Cristo, João viu que “o céu se recolheu como um livro que se enrola; e todo monte e toda ilha foram removido de seu lugar” (Ap 6:14). Quando o sétimo anjo derrama a sua taça, ouve-se uma voz do Céu, dizendo: “Está feito”. Segue-se então relâmpagos, vozes, trovões e um terremoto gigantesco, o maior da História (Ap 16:17, 18).

Caro amigo, pense sobre o dia que Jesus Cristo atravessará o céu com poder e grande glória. Medite nisso muitas vezes e deixe que isto lhe dê algo pelo que viver. Pode haver algo mais emocionante para se contemplar?

“Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, à distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. Agora, não como “Homem de dores”, para sorver o amargo cálice da ignomínia e miséria, vem Ele vitorioso no Céu e na Terra para julgar os vivos e os mortos. “Fiel e verdadeiro”, Ele “julga e peleja em justiça.” E “seguiram-No os exércitos no Céu”. Apoc. 19:11 e 14. Com antífonas de melodia celestial, os santos anjos, em vasta e inumerável multidão, acompanham-No em Seu avanço. O firmamento parece repleto de formas radiantes – milhares de milhares, milhões de milhões. Nenhuma pena humana pode descrever esta cena, mente alguma mortal é apta para conceber seu esplendor. “A Sua glória cobriu os céus” e a Terra encheu-se do Seu louvor. E o Seu resplendor era como a luz.” Hab. 3:3 e 4. Aproximando-se ainda mais a nuvem viva, todos os olhos contemplam o Príncipe da vida. Nenhuma coroa de espinhos agora desfigura a sagrada cabeça, mas um diadema de glória repousa sobre a santa fronte. O semblante divino irradia o fulgor deslumbrante do Sol meridiano. “E no vestido e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.” Apoc. 19:16” (O Grande Conflito, 636 a 642).

A grande Babilônia mística (Ap 14:8; 17), símbolo de um mundo apóstata, recebe agora o seu julgamento. Ilhas desaparecem, montanhas não se acham, os grandes arranha-céus e outras gigantescas construções humanas vem abaixo, pedras pesando de 25 a 50 kg caem do céu. E quando estas tremendas calamidades da natureza estavam ocorrendo como uma indicação da terrível presença de Deus para livrar os santos, os ímpios ficaram aterrorizados (Ap 6:15-17).

Em meio de toda conflagração, terá lugar a ressurreição dos que morreram em Cristo. “Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem.  Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: "Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" (Ibdem, p. 644). Quando os santos que dormem forem despertados para a imortalidade, e os santos vivos tomados para encontrar o Senhor nos ares, os ímpios que recusaram a salvação fugirão aterrorizados, tão-somente para serem destruídos “com o resplendor de Sua vinda” (Ts 2:8). Que cena de vitória e tragédia – vitória para os santos, tragédia para o pecadores!

Caro amigo leitor, eu quero estar lá, e sei que você também quer. Jesus faz-nos um convite ao nosso coração: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3:20, NVI). Ele deseja que abramos a porta do nosso coração para Ele. Não adie o seu encontro com Jesus. Não espere mais. Tome uma decisão hoje, enquanto a graça ainda existe. Não a deixe para depois, porque amanhã pode ser muito tarde. Podemos morrer antes de tomarmos essa decisão importante. E quando alguém morre o tempo de graça termina para ela (Ec 9:4-10; Hb 9:28). Seu destino eterno já está decidido ou para a vida ou para morte eterna. Por isso, abra seu coração a Jesus. Peça a Ele que dirija a sua vida. Agora é o tempo, agora é o momento de entregar-se totalmente nas mãos de Jesus e preparar-se para a sua volta.

Deus nos ajude a estarmos preparados para aquele grande dia. Deus te abençoe ricamente!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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