Ricardo
André
No mês de outubro anualmente
ocorre uma campanha mundial, com a intenção de alertar a sociedade sobre o
diagnóstico precoce do câncer de mama, chamada de “Outubro Rosa”. O câncer de
mama, bem como diversos outros tipos de câncer é uma doença temível por todas
as pessoas, por serem tumores malignos que podem levar a morte das pessoas
acometidas por ele. O câncer é uma doença que não faz acepção de pessoas. Não
escolhe raça, sexo ou religião para atacar. E, agride com ferocidade
assustadora, impondo um sofrimento raramente visto em outras doenças. No dia 23
de novembro de 2016, ele ceifou a vida da minha querida sogra, Janilda Matos;
em 18 de novembro de 2018 da grande amiga Hilda Bojart, meses antes, no dia 26
de fevereiro arrebatou a vida de uma ex-aluna querida, Laiane Azevedo. Quando soube do falecimento dela, meu coração
gritou: Não! É tão injusto! Ela era tão jovem! Laiane tinha apenas 21 anos de
idade quando sua luta contra o câncer terminou. A perda dessas e de outras pessoas
queridas para o câncer doeu muito! Era como se tivessem me cortado ao meio. Elas
e tantas outras milhares de pessoas foram vencidas na guerra contra o câncer.
Conheço tantos outros amigos e amigas que estão atualmente na batalha contra
essa doença horrível.
As notícias concernentes
a essa doença são desanimadoras quando são projetados os próximos anos.
Projeta-se que, os casos de câncer aumentarão 50% até 2030, quando serão
diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de casos de câncer. Ao mesmo
tempo, as mortes por câncer passarão de 8,2 milhões a 13 milhões por ano. Isso
quer dizer que o número de pessoas que enfrentarão a perda de seus queridos por
causa dessa doença aumentará. Milhões ao redor do mundo enfrentam, hoje, o
doloroso luto. A tendência é que esse número aumente consideravelmente até 2030.
Diante desse quadro devastador, muitos nos perguntam: Quando somos atingidos
por doenças, isto é sempre alguma provação de Deus ou pecados? Se Deus existe e
é tão bom, amoroso e poderoso, por que há tanto sofrimento? O sofrimento vai
algum dia terminar?
Deus
não é o autor das doenças
Primeiramente devemos
entender que Deus não é responsável pelas doenças. O Senhor nunca coloca uma
doença em nós. Ele pode sim permitir que fiquemos doentes, mas não nos torna
doentes. A Bíblia Sagrada afirma que “Deus é amor” (1Jo 4:8), isto é, o amor é
a caraterística essencial da natureza de Deus. Tudo que Deus faz está ligado ao
Seu amor. O amor de Deus é incondicional.
“Ao João considerar a
altura, profundidade e largura do amor do Pai para com a humanidade a perecer,
enche-se de admiração e reverência. Ele não pode achar linguagem mais adequada
para expressar esse amor, mas convoca o mundo para contemplá-lo: “Vede que
grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de
Deus.” 1 João 3:1. Que valor isso coloca sobre o homem!” Deus é o autor só de
coisas boas. Jamais traria sofrimento para seus filhos.
Existem várias causas
para a origem das doenças, mas a original é a entrada do pecado em nosso planeta. Foi o pecado que trouxe as
doenças. Antes da existência do mal, havia paz e alegria por todo o Universo.
Tudo estava em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor a Deus era
supremo; imparcial, o amor de uns para com outros. A escritora cristã Ellen G. White
afirmou que a “lei do amor” era o fundamento do governo de Deus. Ela observou que,
visto que Deus não deseja uma “obediência forçada”, Ele “concedeu
livre-arbítrio” a todas as Suas criaturas morais. “Houve, porém, um ser que
preferiu perverter esta liberdade que Deus concedeu às Suas criaturas. O pecado
teve origem com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o
mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu” (Patriarcas e
Profetas, p. 35).
As Sagradas Escrituras
nos dizem que esse ser procurava ser como Deus; ele era um anjo em cujo coração
nasceu a iniquidade (Ez 28:12-15) e que pretendia ser como Deus (Is 14:14). A
origem do pecado no coração de Satanás é um mistério que não pode ser
plenamente explicado. Deve fazer parte daquilo que 2 Tessalonicenses 2:7 chama
de “mistério da iniquidade”. Orgulho, inveja e ambição foram as causas da queda
de Lúcifer.
Ellen G. White escreveu
um comentário poderoso quanto a esse assunto: “É impossível explicar a origem
do pecado de maneira a dar a razão de sua existência [...] O pecado é um
intruso, por cuja presença nenhuma razão pode ser dada. É misterioso,
inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo (Ellen G. White, O Grande
Conflito, 492, 493). Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se
causa para a sua existência, deixaria de ser pecado.
Mas o que é pecado? Nossa única definição
de pecado é a que é dada na Palavra de Deus; é: “quebrantamento da lei”; é o
efeito de um princípio em conflito com a grande lei do amor, que é o fundamento
do governo divino. O pecado entrou no mundo porque Satanás ao ser expulso do
Céu veio à Terra e levou o primeiro casal humano a pecar, a lei de Deus foi
transgredida e isto ocasionou as doenças e morte (Gn 3; Rm 5:12). Eles viraram
as costas para Deus e sofreram as consequências. Hoje estamos sentindo os
efeitos dessa péssima escolha. Toda a humanidade vive as consequências da
queda. Mas de forma alguma foi Deus quem deu origem ao sofrimento humano. A
Bíblia diz: “Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo
tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém
tenta” (Tiago 1:13, NVI).
Tudo aquilo que nos faz
sofrer vem da mente do inimigo de Deus que quer fazer sofrer o povo do Senhor. Ademais,
estamos envolvido no grande conflito (Ap 12:7-10), e temos um inimigo que está
à solta para nos causar danos. Muitas doenças são causadas por ele. Outras
decorrem de nossas próprias escolhas erradas.
Estas, em sua grande maioria, vêm a nós como uma "consequência da
transgressão das leis de Deus de saúde". Quando ficamos doentes, isto se
dá porque não seguimos corretamente as orientações de Deus sobre nosso corpo. Deus
permite muitas vezes que fiquemos doentes por que nós escolhemos isto e, se ao
transgredirmos as leis da saúde Deus não impedisse que colhêssemos aquilo que
plantamos, estaria nos estimulando à negligência, fazendo com que
continuássemos a destruir nosso corpo.
Indubitavelmente, há
causas para o câncer que não conseguimos prevenir, como alterações genéticas ou
mutações celulares. Mas há uma série de fatores que são modificáveis, que
entram como prevenção. São eles: evitar a obesidade, praticar exercícios
físicos, ter uma alimentação saudável, com frutas e verduras, fugir das bebidas
alcoólicas e combater o tabagismo, que está relacionado a uma infinidade de
tumores, não só de pulmão. Se escolhêssemos adotar um estilo de vida mais
saudável evitaríamos contrair diversos tipos de câncer. O uso de carne
vermelha, ou de aves ou até de peixe, mais de 3 vezes por semana, parece mais
do que dobrar o risco de câncer de bexiga (Adventist Health Study). Por isso,
mais uma vez Ellen White estava certa quando disse em 1909: “Se a
alimentação de carne foi saudável algum dia, é perigosa agora. Constitui em
grande parte a causa dos cânceres, tumores e moléstias dos pulmões.” (Conselhos
Sobre Saúde, p. 133). Não obstante, muitas pessoas que não fumavam e
nem bebiam contraíram o câncer e morreram. No fim das contas nem sempre sabemos
por que o sofrimento acontece de determinada forma, não conhecemos todas as
razões para as coisas terríveis que acontecem.
A boa notícia é que, em
meio a tudo isso, podemos ter certeza de que Deus está conosco. Ele interage conosco
intimamente. Não importam as nossas dores, problemas e dificuldades, podemos
ter a certeza de que Deus está perto de nós e podemos confiar nEle. Sejam quais
forem as razões para as provações que enfrentamos, ou as atuais consequências
dessas provações, temos a garantia do amor de Deus – um amor tão grande que
Jesus veio e morreu na cruz por nós, um único ato que promete dar um fim a todo
sofrimento.
O
sofrimento não é eterno
Jesus sabe de nossas
angústias, dificuldades, sofrimentos, tristezas e decepções. A fim de
confortar-nos, Ele deu-nos uma das mais belas promessas da Bíblia, registrada
em João
14:1-3. “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em
mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria
dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os
levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”.
É uma promessa
maravilhosa! Que esperança! Que conforto! Jesus diz aos Seus que não se
preocupem, que não deixem seu coração se turbar. Quer que vivamos felizes,
espera que tenhamos confiança em Sua promessa.
Embora existam lutas,
sofrimentos e dificuldades, nós temos uma esperança – Ele voltará para trazer
Seu reino eterno (Dn 2:44). E, quando isso acontecer o sofrimento de toda
espécie cessará, e toda doença, inclusive o temível câncer, a obra da morte
terá um termo; sua história terá um ponto final. Será finalmente destruída (I
Co 15:26, 27). Antes que isso aconteça, não fomos abandonados em nossas
tristezas. A Bíblia relata que “Jesus
chorou” por Lázaro, Seu amigo, que havia morrido, por suas irmãs e amigos (Jo
11:11-43). Jesus também sabe e Se entristece por nossas angústias e dores. O
extremo da nossa dor é a morte. Ele bem sabe disso, pois passou por essa
experiência. Agora, Ele está à direita do Pai intercedendo por nós. “Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia
e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:16).
As Escrituras ensinam
que a morte é um sono (Jo 11:11-14), e que os mortos nadam sabem, estão em
absoluta inconsciência (Ec 9:5, 6). Porém, há esperança para eles. A Palavra de
Deus afirma que, um dia, todos os que estão nos sepulcros ouvirão a voz de
Cristo, “e os que tiverem feito o bem, [sairão] para a ressurreição da vida”
(Jo 5:28, 29). O apóstolo Paulo em I Coríntios 15:52 descreve esta cena: “Num
momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta
soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”
(1 Coríntios 15:52). Na sua carta aos Tessalonicenses 4:13-18 ele nos consola
com a agradável esperança de uma reunião feliz e eterna com aqueles que morreram
quando o Senhor Jesus aparecer em glória. Na ocasião, ocorrerão dois dos
acontecimentos mais esperados pelos cristãos de todas as eras: a ressurreição
dos santos mortos e a transformação dos santos vivos. O quadro pintado por
Paulo será a concretização de todos os que creram e que creem em Jesus e que,
vivos ou mortos, aguardam ansiosos por Sua segunda vinda à Terra. Para eles, a
morte não é o fim de todas as coisas; é simplesmente um sono de espera pela
ressurreição e a vida eterna.
Na manhã da
ressurreição, todos os defeitos e deformidades serão deixados no túmulo. O
nosso corpo, antes mortal, poluído pelo pecado, carcomido pelo câncer, maltratado
pelo sofrimento e pela dor, recebe novas formas, cheias de beleza e juventude.
Quando as pessoas morrem, seu corpo se desmancha até virá pó. Como é possível
um corpo que se deteriorou virando pó poderá se reconstruído? É aí que entra a
promessa da Bíblia: “Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos
seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da
última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis
e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se
revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de
imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de
incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a
palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória"(I
Coríntios 15:51-54, NVI). Jesus remodelará nosso corpo e
ressuscitaremos “incorruptíveis”. Nosso corpo ressuscitado será eterno e muito
mais bonito do que nesta vida. Inegavelmente, será um momento muito glorioso.
Será a vitória final de Jesus sobre as tristezas, dores, doenças, e a morte!
Esta certeza nos conforta e nos anima na jornada, enquanto aguardamos o grande
dia da volta de Jesus. O mal não ocorrerá outra vez (Na 1:9)
Esta ESPERANÇA está
baseada sobre um sólido e indestrutível fundamento... Sim, ela se baseia na
realidade de um Cristo vivo (v.14). A ressurreição do Senhor é o fundamento de
nossa esperança (I Ped. 1:3. 2). Assim como Deus, o Pai, trouxe Jesus, nosso
Salvador, dentre os mortos na manhã de Sua ressurreição no jardim, fora dos
muros de Jerusalém, assim com Ele também trará nossos queridos mortos à vida novamente,
quando voltar a segunda vez. Ela também está fundamentada no prometido e
esperado retorno do Senhor à Terra (I Tes. 1:10; Atos. 1:10, 11).
Então uma reunião final, feliz e eterna acontecerá. Os salvos estarão
reunidos para nunca mais se separarem. Imagine a alegria que inundará o coração
dos salvos ao poderem abraçar os queridos ressuscitados, que morreram crendo em
Jesus. Não mais terão o rosto macilento e triste, marcado pela doença e a
morte. Terão na face a alegria e a felicidade de uma nova vida ressurgida para a
eternidade. Será maravilhoso aquela reunião quando, na presença de Cristo,
junto ao belo portal da Cidade, uma mãe receber a recompensa de seus
labores, tendo todos os seus filhos lá dentro. Inegavelmente, será
um momento muito glorioso. Será a vitória final de Jesus sobre as tristezas,
dores, doenças, e a morte! Eu quero reencontrar com minha querida mãe, meu avós
amigos queridos que já se foram. Há tanta gente para conhecer! Há tantos novos
irmãos... Cada sábado teremos oportunidade de louvar e adorar o nosso Deus e
agradecer mais uma vez por Sua infinda misericórdia, amorável paciência e por
ter enviado Seu Filho para morrer na cruz do Calvário, por nós (Is 66:22). Essa
certeza nos conforta e nos anima na jornada, enquanto aguardamos o grande dia
da volta de Jesus.
A escritora cristã Ellen G. White,
escreveu: “Estamos em caminho para casa. Aquele que nos amou de tal
maneira que morreu por nós, construiu para nós uma cidade. A Nova Jerusalém é o
nosso lugar de repouso” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 434).
Caro amigo leitor, não precisamos
mergulhar em trevas, ao contemplar as doenças, a dor e a morte. Além das negras
nuvens brilha o Sol. E além da escura morte está Jesus, o Sol da Justiça, que
dentro em pouco chamará os que O amaram para Sua maravilhosa luz.
Eu e minha família estamos fazendo
planos para estar lá e sentar-se face a face com Jesus! Nós
desejamos muito as moradas eternas. Tenho dedicado minha vida para o serviço de
Deus, procurando, assim, conduzir o máximo de pessoas para este santo e bom
lugar. Ver nosso Salvador e andar com Jesus será uma experiência de comovedor
encanto. Eu quero estar lá. E você, gostaria de entrar lá?
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