por
Alberto R. Timm
Eruditos evangélicos
reconhecem a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma denominação genuinamente
cristã
A despeito da presença
adventista no Brasil por mais de um século, e de sua significativa influência
no cenário nacional, grande parte da literatura religiosa brasileira ainda
carece de objetividade histórica em suas abordagens do adventismo.
Desconhecendo as fontes primárias e os documentos mais abalizados sobre o
assunto, alguns autores permitem que seu zelo apologético acabe ofuscando a
seriedade histórica que se espera encontrar em textos produzidos no mundo das
comunicações globais e das fascinantes pesquisas científicas.
O presente artigo
fornece informações úteis àqueles leitores que, embora discordem dos postulados
doutrinários adventistas, buscam uma compreensão objetiva e confiável acerca da
origem, desenvolvimento histórico e crenças fundamentais dos adventistas. Neste
artigo, o termo "adventista" refere-se especificamente aos
adventistas do sétimo dia.
Raízes
mileritas
O final do século 18 e
o início do 19 viram um reavivamento mundial de interesse nos ensinamentos
bíblicos sobre a segunda vinda de Cristo. Muitos intérprete protestantes
ficaram convencidos, mediante estudos das profecias bíblicas, de que Cristo
voltaria provavelmente ao redor da década de 1840. Foi, contudo, o batista
Guilherme Miller, de Low Hampton, Nova Iorque, que proveu um dos cálculos
cronológicos mais precisamente elaborados das profecias bíblicas, sugerindo que
Cristo retornaria à Terra por volta do ano religioso judaico de 1843 d.C.
Miller começou a pregar
suas ideias em 1831, e em setembro de 1833, as igrejas batistas de Low Hampton
(da qual Miller era membro) e de White-Hall, Nova Iorque, deram-lhe uma licença
para pregar que lhe concedia qualificação ministerial. Isso foi seguido por uma
credencial interdenominacional assinada por 17 clérigos de várias denominações.
Foi, porém, a partir do final da década de 1830, que o movimento milerita
recebeu novo impulso pela adesão de vários ministros evangélicos que se uniram
a Miller na pregação da esperança do advento.
Líderes evangélicos
como o conexionista-cristão Josué V. Himes, o metodista Josias Litch e o
presbiteriano congregacionalista Carlos Fitch desempenharam um papel crucial em
transformar o milerismo em um dos movimentos religiosos mais influentes na
América do Norte naquela época. Cerca de 200 ministros ordenados e
aproximadamente dois mil pregadores voluntários proclamavam a esperança da
iminente volta de Cristo. Historiadores da religião americana estimam que o
milerismo chegou a ter entre 50 mil e 100 mil adeptos formais, sem contar, de
acordo com W. R. Cross, um milhão ou mais de espectadores cépticos.
Miller jamais marcou
uma data específica para a segunda vinda de Cristo, mas quando indagado a
respeito do que entendia ser o ano religioso judaico de 1843 d.C., ele afirmou
que tal ano se estenderia, em nosso calendário gregoriano, provavelmente de 21
de março de 1843 a 21 de março de 1844. Cálculos mais detidos das 2.300 tardes
e manhãs de Daniel 8:14 levaram o ex-congregacionalista Samuel S. Snow à
conclusão, já no início de 1844, de que esse período profético terminaria no
"décimo dia do sétimo mês" do calendário religioso judaico daquele
ano, ou seja, no dia 22 de outubro de 1844. O próprio Miller acatou a ideia de
Snow apenas no dia 6 de outubro, sendo o último dos líderes mileritas a aceitar
a sugestão de uma data específica para a volta de Cristo.
O fato de Cristo não
haver retornado em 1844, como esperavam os mileritas, fez com que o movimento milerita
se dividisse em várias direções. Muitos abandonaram a esperança da segunda
vinda de Cristo. Os que a mantiveram, no entanto, se subdividiram entre aqueles
que continuaram aceitando a data de 1844 para o término das 2.300 tardes e
manhãs, e aqueles que passaram a marcar novas datas para o término daquele
período profético. Foi dentre aqueles que continuaram aceitando a data de 1844
que surgiram os adventistas do sétimo dia.
Formação
do sistema doutrinário adventista
A não concretização da
esperança milerita de 1844 fez com que os fundadores do movimento adventista
sabatista estudassem mais detidamente as Escrituras para encontrarem uma resposta
satisfatória para o fato de Cristo não haver retornado como esperado. Desse
estudo, concluíram que o término das 2.300 tardes e manhãs apontava, não para a
segunda vinda de Cristo, mas para o início de uma nova fase no sacerdócio de
Cristo no santuário celestial (Dan. 7:9-14; Apoc. 11:19), bem como para o
começo da proclamação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 sobre a
Terra. Os temas do santuário celestial e das três mensagens angélicas formaram
o núcleo básico ao redor do qual passaram a gravitar as demais doutrinas
distintivas da fé adventista. Entre essas doutrinas figuravam a perpetuidade da
lei de Deus e do sábado, o ministério celestial de Cristo, a segunda vinda de
Cristo, a imortalidade condicional da alma e o dom profético de Ellen G. White.
O mais importante
agente integrador do sistema doutrinário adventista, nos primórdios do
movimento, foi sem dúvida José Bates. Tiago White e Ellen White também
contribuíram no processo de burilação desse sistema, composto quase que
exclusivamente por doutrinas herdadas de outros movimentos religiosos. Por exemplo,
a ênfase adventista na iminente volta de Cristo derivou do batista Guilherme
Miller e de seus associados. A doutrina da perpetuidade da lei de Deus e do
sábado proveio dos batistas do sétimo dia. Já o conceito da inconsciência dos
mortos na sepultura foi introduzido em alguns círculos mileritas, contrário à
vontade de Miller, pelo ex-metodista George Storrs, mas esse mesmo conceito já
havia sido advogado por Lutero, Tyndale e outros cristãos. A noção de um juízo
investigativo pré-advento foi primeiro advogada em 1838 pelo metodista-milerita
Josias Litch. Por sua vez, a doutrina do santuário celestial foi desenvolvida
por Hiram Edson, O. R. L. Crosier e F. B. Hahn. Apenas a manifestação moderna
do dom profético é que se desenvolveu com Ellen G. Harmon (depois White).
Alguns podem ser
tentados a imaginar que as doutrinas distintivas adventistas se originaram com
Ellen White, mas tal teoria não é corroborada por estudos mais detidos da
literatura milerita-adventista contemporânea. É certo que Ellen White exerceu uma
influência marcante sobre o pensamento adventista, mas essa influência foi, de
acordo com George R. Knight, mais de confirmação do que de iniciação das
doutrinas. A singularidade da mensagem adventista não reside tanto na
originalidade de cada uma de suas doutrinas, mas na configuração do sistema
doutrinário como um todo.
Guilherme Miller, Samuel
Snow e a maioria dos outros líderes mileritas jamais se tornaram adventistas do
sétimo dia. Foi somente no início da década de 1860 que a estrutura organizacional
básica da Igreja Adventista do Sétimo Dia se desenvolveu. De especial
relevância nesse processo foram a escolha do nome “adventistas do sétimo dia”,
em 1860, e o estabelecimento da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia,
em 1863.
A familiaridade com a
literatura adventista inicial é indispensável para se conhecer as origens do
adventismo, mas não é suficiente para se entender o desenvolvimento posterior
do pensamento doutrinário adventista. Se durante as primeiras quatro décadas de
existência do movimento adventista do sétimo dia muitos de seus pregadores
enfatizavam mais as doutrinas adventistas distintivas do que as doutrinas
evangélicas, a partir de 1888 essa tendência sectária e legalista passou a ser
reequilibrada por uma maior ênfase na salvação pela graça mediante a fé,
definida como sendo "não de obras" mas "para boas obras" (Efé.
2:8-10). É fundamental, portanto, que o estudante do adventismo leve em
consideração que, após 1888, as doutrinas adventistas distintivas continuaram
sendo enfatizadas como antes, mas permeadas mais nitidamente pelos componentes
evangélicos da verdade como centralizada em Jesus (Efé. 4:21).
Principais
exposições doutrinárias
Pessoas interessadas em
obter um conhecimento imparcial e abalizado do adventismo deveriam sempre
buscar as fontes mais confiáveis e representativas do pensamento adventista. Em
relação ao processo formativo do pensamento adventista, todo estudante do
adventismo deveria ler a obra em português de Alberto R. Timm, intitulada O Santuário e as Três Mensagens Angélicas:
Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas, 4.ª ed.
rev. (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002), bem como
o livro em inglês de P. Gerard Damsteegt, intitulado Foundations of the
Seventh-day Adventist Message and Mission (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1977).
Ambos os estudos são teses doutorais baseadas em fontes primárias. O primeiro
deles foi defendido na Universidade Andrews (EUA), e o segundo, na Universidade
Livre de Amsterdã (Holanda).
As mais abalizadas e
representativas exposições recentes do pensamento doutrinário adventista são o
livro em português Nisto Cremos: 27 Ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia
(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1989), e a obra em inglês Handbook of
Seventh-day Adventist Theology, Commentary Reference Series, vol. 12 (Hagerstown,
MD: Review and Herald, 2000). Essas obras são indispensáveis para uma
compreensão mais acurada das 27 crenças fundamentais dos adventistas do sétimo
dia.
Para se familiarizar
com as interpretações adventistas de diferentes textos bíblicos, o estudante poderá
recorrer aos sete volumes da série intitulada em inglês The Seventh-day Adventist
Bible Commentary, ed. rev. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1976-1980), e em
espanhol Commentario Biblico Adventista del Séptimo Día (Boise, ID: Pacific
Press, 1978-1990). Essa é a exposição de textos bíblicos mais representativa do
pensamento adventista.
Os
adventistas e Ellen White
Não se pode negar a
possibilidade de existirem entre os adventistas alguns indivíduos fanáticos
que, distorcendo o pensamento adventista, acabam considerando os escritos de
Ellen White uma segunda Bíblia, em substituição ao próprio Cânon Sagrado. Mas
essa não é a posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os adventistas
creem que Ellen White foi uma profetisa verdadeira e que seus escritos foram
inspirados pelo Espírito Santo, mas creem também que ela possui o mesmo status
profético dos demais profetas verdadeiros do período bíblico que não
participaram na formação do Cânon Sagrado.
Base bíblica para a
aceitação de um profeta pós-canônico é encontrada pelos adventistas nas
convicções de que (1) o dom profético é apresentado no Novo Testamento como um
dos dons concedidos pelo Espírito Santo, não apenas aos apóstolos, mas também à
igreja cristã em geral (Rom. 12:6; I Cor. 12:10 e 28; Efé. 4:11-14); (2) os
crentes não deveriam rejeitar qualquer manifestação desse dom sem suficientes
evidências de ser uma manifestação falsa (I Tess. 5:19-21; I João 4:1); e (3) o
dom profético voltaria a se manifestar antes da segunda vinda de Cristo (Joel
2:28-31 [cf. Atos 2:16-21; Mat. 24:29-31]; Apoc. 12:17 [cf. 19:10]).
A necessidade de uma
manifestação moderna do dom profético é justificada pelos adventistas através do
fato de que o cristianismo (e mesmo o mundo evangélico) se encontra hoje
subdividido em inúmeras denominações diferentes, todas elas reivindicando
embasamento bíblico para seus credos e posições doutrinárias conflitantes entre
si. Longe de conspirar contra o princípio protestante da Bíblia como
"única regra de fé e prática" e como "intérprete de si
mesma", o dom profético manifesto através da vida e obra de Ellen White é
visto, pelos adventistas, como procurando levá-los de volta a uma leitura
imparcial das Escrituras, destituída das tradições humanas impostas à Bíblia ao
longo da história do cristianismo.
Evidências disso podem
ser encontradas no fato de que os adventistas são tradicionalmente conhecidos como
dedicados estudantes da Bíblia. J. N. Andrews, um dos pioneiros adventistas,
foi indagado certa ocasião a respeito de quanto da Bíblia ele havia memorizado.
Sua resposta foi: "Não ousaria dizer que poderia repetir todo o Antigo
Testamento, mas tenho certeza de que se o Novo Testamento fosse perdido, eu o
poderia reproduzir palavra por palavra." Muitos adventistas seguem também
a prática de ler a Bíblia completa pelo menos uma vez por ano. Haroldo P. de
Castro Lobo, por exemplo, leu a Bíblia inteira 60 vezes, e Sérgio Vieira de
Araújo chegou a ler a Bíblia toda 116 vezes.
A mesma dedicação às
Escrituras contribuiu para que vários adventistas brasileiros vencessem
concursos nacionais e internacionais da Bíblia realizados no Brasil, bem como
para que alguns deles obtivessem boas colocações na fase final do famoso
Concurso Internacional da Bíblia, em Jerusalém. Destacaram-se, no concurso de
Jerusalém, os brasileiros Irene Santos, em 1958; Yolanda Anversa da Silva, em
1961; José Ribamar de Menezes, em 1964; e Francisco Alves de Pontes (conhecido
popularmente como "Chico Bíblia"), em 1981. Se porventura algum
adventista usa os escritos de Ellen White como um substituto à Bíblia, ele está
negando a própria função desses escritos, e não representa devidamente a
posição de sua denominação em relação a eles.
Uma das obras mais
elucidativas, em português, sobre o relacionamento dos adventistas com o dom
profético de Ellen White, é a de Herbert E. Douglass, intitulada Mensageira do Senhor:
O Ministério Profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2001). Essa obra trata não apenas da forma como os adventistas encaram a
manifestação moderna desse dom, mas também como eles respondem às principais
críticas levantadas contra ele.
Os
adventistas e a salvação
O leitor poderá
encontrar entre os adventistas também pessoas que acreditam, de forma
exclusivista, que apenas os adventistas serão salvos, como também existem entre
os evangélicos aqueles que dizem que os não-evangélicos já estão automaticamente
excluídos do reino de Deus (cf. João 10:16). Mas a Igreja Adventista do Sétimo
Dia crê que em todas as denominações cristãs existem pessoas sinceras que
estarão com Cristo no Céu, e que em sua própria denominação existem pessoas
hipócritas que se perderão.
De acordo com os
adventistas, uma pessoa para ser salva precisa ser sincera e manter um
relacionamento genuíno com Cristo e Sua Palavra (ver Mat. 7:21-23). Isso
significa que ela deve viver em harmonia com toda a luz que já possui das
Escrituras, e buscar constantemente um conhecimento bíblico cada vez mais
profundo. O verdadeiro cristão, de acordo com Cristo, é aquele que vive em
conformidade com "toda palavra que procede da boca de Deus" (Mat.
4:4). Assim como a obra do Espírito Santo é guiar os cristãos "a toda a
verdade" (João 16:13), também é dever dos próprios cristãos ensinar outros
"a guardar todas as coisas" ordenadas por Cristo em Sua Palavra (Mat.
28:20). Se a pessoa mantiver um genuíno relacionamento santificador com Cristo
e com Sua Palavra (João 17:17), ela será salva, independente da denominação cristã
à qual pertença.
Mas, por outro lado, se
a pessoa teve a oportunidade de aprofundar seu conhecimento da Palavra de Deus
e a negligenciou para não se comprometer com a verdade, tal pessoa não está sendo
sincera. De acordo com Cristo, "ninguém que, tendo posto a mão no arado,
olha para trás é apto para o reino de Deus" (Luc. 9:62). É nesse sentido
que uma pessoa com pouco conhecimento teórico da religião, mas que vive em
plena conformidade com a luz que possui, pode estar em melhores condições
diante de Deus do que aquela que obteve um conhecimento teórico mais profundo,
mas que não vive em conformidade com as oportunidades de que dispõe. Jesus
declarou aos próprios líderes religiosos de Sua época: "Em verdade vos
digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus" (Mat.
21:31).
Portanto, o verdadeiro
adventista é aquele que crê que tem a missão de sempre buscar um conhecimento santificador
mais profundo das Escrituras para si mesmo e para os demais seres humanos, mas
que não alega que a graça salvífica de Deus se restringe apenas àqueles que
pertencem à sua própria denominação religiosa.
A
natureza do adventismo
Uma das indagações mais
frequentes sobre os adventistas diz respeito à própria natureza do adventismo:
São os adventistas do sétimo dia uma igreja ou uma seita? A resposta a essa
indagação depende de como se define uma seita.
O termo
"seita" é geralmente um rótulo apologético e pejorativo, usado por
líderes religiosos como um mecanismo de autodefesa, destinado a inibir as
pessoas de se relacionarem com pretensos hereges. Alguns apologetas consideram
como seita todo grupo religioso que ensina doutrinas não contempladas pelos
credos evangélicos, ou que aceita qualquer manifestação pós-apostólica do dom
profético. Cremos, no entanto, que o referido termo deveria ser usado
especificamente em relação a grupos religiosos que restringem a salvação
exclusivamente aos adeptos do seu próprio movimento religioso, e cuja ênfase nos
componentes distintivos de sua fé acaba obliterando verdades básicas da fé cristã
como a Trindade e a salvação pela graça mediante a fé.
À semelhança de outros
movimentos religiosos, os adventistas do sétimo dia surgiram com
características sectárias. Na tentativa de justificar a sua existência, grande
ênfase era colocada sobre os elementos distintivos da fé adventista, relegando
os componentes básicos da fé evangélica a um plano secundário. Além disso, os primeiros
adventistas sabatistas criam, até o início da década de 1850, na teoria da
"porta fechada" (cf. Mat. 25:10), que restringia o acesso à salvação
quase que exclusivamente aos ex-mileritas. Como já mencionado, foi apenas a
partir de 1888 que os adventistas conseguiram superar sua ênfase sectária,
reequilibrando os elementos distintivos da fé adventista com os componentes
básicos da fé evangélica.
Destacados eruditos
evangélicos têm reconhecido a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma
denominação genuinamente cristã. Entre eles podem ser mencionados, por exemplo,
o presbiteriano Donald G. Barnhouse, o batista Walter R. Martin e o anglicano
Geoffrey J. Paxton. Também o "Relatório das Conversações Bilaterais entre
a Federação Mundial Luterana e a Igreja Adventista do Sétimo Dia",
ocorridas entre 1994 e 1998, sugere que os luteranos "não tratem a Igreja
Adventista do Sétimo Dia como uma seita, mas como uma igreja livre e uma
comunidade cristã mundial".
Considerações
finais
Futuros estudos sobre o
adventismo (e as demais denominações do cenário religioso brasileiro) seriam
enriquecidos significativamente se rotulações apologéticas fossem substituídas
por mais séria objetividade histórica. O estudante tem pleno direito de
discordar dos postulados doutrinários e da compreensão bíblica dessa
denominação, mas jamais deveria permitir que seu zelo apologético distorcesse a
história e as declarações de fé adventistas. É indispensável também que
consulte os documentos mais confiáveis e representativos do pensamento
adventista, antes de chegar às suas conclusões. Sempre é oportuno seguirmos o exemplo
dos bereanos, que examinavam as Escrituras "para ver se as coisas"
são, "de fato, assim" como as pessoas pretendem que tais coisas sejam
(Atos 17:11).
Hoje, mais do que
nunca, o cristianismo contemporâneo se encontra subdivido por diferentes credos
e interesses particulares. Existe uma tendência natural, mesmo no âmbito religioso,
de promovermos aqueles com quem simpatizamos e de denegrirmos a imagem daqueles
dos quais discordamos. Quão diferente, porém, seria o mundo se, a despeito das
divergências existentes, os cristãos mantivessem uma postura respeitosa para com
aqueles que discordam de sua fé. Isso, porém, só ocorreria se todos
considerassem mais seriamente o conselho sagrado, exemplificado por Cristo, de
amarmos uns aos outros como Ele próprio nos amou (João 13:34).
Alberto
R. Timm, Ph.D., é professor de Teologia Histórica no
UNASP, Engenheiro Coelho, SP, e diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White
(Brasil).
FONTE:
Revista Adventista, Junho 2002, p. 8-11.
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