Teologia

terça-feira, 5 de março de 2019

ADVENTISMO HISTÓRIA E CRENÇAS


por Alberto R. Timm

Eruditos evangélicos reconhecem a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma denominação genuinamente cristã

A despeito da presença adventista no Brasil por mais de um século, e de sua significativa influência no cenário nacional, grande parte da literatura religiosa brasileira ainda carece de objetividade histórica em suas abordagens do adventismo. Desconhecendo as fontes primárias e os documentos mais abalizados sobre o assunto, alguns autores permitem que seu zelo apologético acabe ofuscando a seriedade histórica que se espera encontrar em textos produzidos no mundo das comunicações globais e das fascinantes pesquisas científicas.

O presente artigo fornece informações úteis àqueles leitores que, embora discordem dos postulados doutrinários adventistas, buscam uma compreensão objetiva e confiável acerca da origem, desenvolvimento histórico e crenças fundamentais dos adventistas. Neste artigo, o termo "adventista" refere-se especificamente aos adventistas do sétimo dia.

Raízes mileritas

O final do século 18 e o início do 19 viram um reavivamento mundial de interesse nos ensinamentos bíblicos sobre a segunda vinda de Cristo. Muitos intérprete protestantes ficaram convencidos, mediante estudos das profecias bíblicas, de que Cristo voltaria provavelmente ao redor da década de 1840. Foi, contudo, o batista Guilherme Miller, de Low Hampton, Nova Iorque, que proveu um dos cálculos cronológicos mais precisamente elaborados das profecias bíblicas, sugerindo que Cristo retornaria à Terra por volta do ano religioso judaico de 1843 d.C.

Miller começou a pregar suas ideias em 1831, e em setembro de 1833, as igrejas batistas de Low Hampton (da qual Miller era membro) e de White-Hall, Nova Iorque, deram-lhe uma licença para pregar que lhe concedia qualificação ministerial. Isso foi seguido por uma credencial interdenominacional assinada por 17 clérigos de várias denominações. Foi, porém, a partir do final da década de 1830, que o movimento milerita recebeu novo impulso pela adesão de vários ministros evangélicos que se uniram a Miller na pregação da esperança do advento.

Líderes evangélicos como o conexionista-cristão Josué V. Himes, o metodista Josias Litch e o presbiteriano congregacionalista Carlos Fitch desempenharam um papel crucial em transformar o milerismo em um dos movimentos religiosos mais influentes na América do Norte naquela época. Cerca de 200 ministros ordenados e aproximadamente dois mil pregadores voluntários proclamavam a esperança da iminente volta de Cristo. Historiadores da religião americana estimam que o milerismo chegou a ter entre 50 mil e 100 mil adeptos formais, sem contar, de acordo com W. R. Cross, um milhão ou mais de espectadores cépticos.

Miller jamais marcou uma data específica para a segunda vinda de Cristo, mas quando indagado a respeito do que entendia ser o ano religioso judaico de 1843 d.C., ele afirmou que tal ano se estenderia, em nosso calendário gregoriano, provavelmente de 21 de março de 1843 a 21 de março de 1844. Cálculos mais detidos das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 levaram o ex-congregacionalista Samuel S. Snow à conclusão, já no início de 1844, de que esse período profético terminaria no "décimo dia do sétimo mês" do calendário religioso judaico daquele ano, ou seja, no dia 22 de outubro de 1844. O próprio Miller acatou a ideia de Snow apenas no dia 6 de outubro, sendo o último dos líderes mileritas a aceitar a sugestão de uma data específica para a volta de Cristo.

O fato de Cristo não haver retornado em 1844, como esperavam os mileritas, fez com que o movimento milerita se dividisse em várias direções. Muitos abandonaram a esperança da segunda vinda de Cristo. Os que a mantiveram, no entanto, se subdividiram entre aqueles que continuaram aceitando a data de 1844 para o término das 2.300 tardes e manhãs, e aqueles que passaram a marcar novas datas para o término daquele período profético. Foi dentre aqueles que continuaram aceitando a data de 1844 que surgiram os adventistas do sétimo dia.

Formação do sistema doutrinário adventista

A não concretização da esperança milerita de 1844 fez com que os fundadores do movimento adventista sabatista estudassem mais detidamente as Escrituras para encontrarem uma resposta satisfatória para o fato de Cristo não haver retornado como esperado. Desse estudo, concluíram que o término das 2.300 tardes e manhãs apontava, não para a segunda vinda de Cristo, mas para o início de uma nova fase no sacerdócio de Cristo no santuário celestial (Dan. 7:9-14; Apoc. 11:19), bem como para o começo da proclamação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 sobre a Terra. Os temas do santuário celestial e das três mensagens angélicas formaram o núcleo básico ao redor do qual passaram a gravitar as demais doutrinas distintivas da fé adventista. Entre essas doutrinas figuravam a perpetuidade da lei de Deus e do sábado, o ministério celestial de Cristo, a segunda vinda de Cristo, a imortalidade condicional da alma e o dom profético de Ellen G. White.

O mais importante agente integrador do sistema doutrinário adventista, nos primórdios do movimento, foi sem dúvida José Bates. Tiago White e Ellen White também contribuíram no processo de burilação desse sistema, composto quase que exclusivamente por doutrinas herdadas de outros movimentos religiosos. Por exemplo, a ênfase adventista na iminente volta de Cristo derivou do batista Guilherme Miller e de seus associados. A doutrina da perpetuidade da lei de Deus e do sábado proveio dos batistas do sétimo dia. Já o conceito da inconsciência dos mortos na sepultura foi introduzido em alguns círculos mileritas, contrário à vontade de Miller, pelo ex-metodista George Storrs, mas esse mesmo conceito já havia sido advogado por Lutero, Tyndale e outros cristãos. A noção de um juízo investigativo pré-advento foi primeiro advogada em 1838 pelo metodista-milerita Josias Litch. Por sua vez, a doutrina do santuário celestial foi desenvolvida por Hiram Edson, O. R. L. Crosier e F. B. Hahn. Apenas a manifestação moderna do dom profético é que se desenvolveu com Ellen G. Harmon (depois White).

Alguns podem ser tentados a imaginar que as doutrinas distintivas adventistas se originaram com Ellen White, mas tal teoria não é corroborada por estudos mais detidos da literatura milerita-adventista contemporânea. É certo que Ellen White exerceu uma influência marcante sobre o pensamento adventista, mas essa influência foi, de acordo com George R. Knight, mais de confirmação do que de iniciação das doutrinas. A singularidade da mensagem adventista não reside tanto na originalidade de cada uma de suas doutrinas, mas na configuração do sistema doutrinário como um todo.

Guilherme Miller, Samuel Snow e a maioria dos outros líderes mileritas jamais se tornaram adventistas do sétimo dia. Foi somente no início da década de 1860 que a estrutura organizacional básica da Igreja Adventista do Sétimo Dia se desenvolveu. De especial relevância nesse processo foram a escolha do nome “adventistas do sétimo dia”, em 1860, e o estabelecimento da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em 1863.

A familiaridade com a literatura adventista inicial é indispensável para se conhecer as origens do adventismo, mas não é suficiente para se entender o desenvolvimento posterior do pensamento doutrinário adventista. Se durante as primeiras quatro décadas de existência do movimento adventista do sétimo dia muitos de seus pregadores enfatizavam mais as doutrinas adventistas distintivas do que as doutrinas evangélicas, a partir de 1888 essa tendência sectária e legalista passou a ser reequilibrada por uma maior ênfase na salvação pela graça mediante a fé, definida como sendo "não de obras" mas "para boas obras" (Efé. 2:8-10). É fundamental, portanto, que o estudante do adventismo leve em consideração que, após 1888, as doutrinas adventistas distintivas continuaram sendo enfatizadas como antes, mas permeadas mais nitidamente pelos componentes evangélicos da verdade como centralizada em Jesus (Efé. 4:21).

Principais exposições doutrinárias

Pessoas interessadas em obter um conhecimento imparcial e abalizado do adventismo deveriam sempre buscar as fontes mais confiáveis e representativas do pensamento adventista. Em relação ao processo formativo do pensamento adventista, todo estudante do adventismo deveria ler a obra em português de Alberto R. Timm, intitulada O Santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas, 4.ª ed. rev. (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002), bem como o livro em inglês de P. Gerard Damsteegt, intitulado Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1977). Ambos os estudos são teses doutorais baseadas em fontes primárias. O primeiro deles foi defendido na Universidade Andrews (EUA), e o segundo, na Universidade Livre de Amsterdã (Holanda).

As mais abalizadas e representativas exposições recentes do pensamento doutrinário adventista são o livro em português Nisto Cremos: 27 Ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1989), e a obra em inglês Handbook of Seventh-day Adventist Theology, Commentary Reference Series, vol. 12 (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000). Essas obras são indispensáveis para uma compreensão mais acurada das 27 crenças fundamentais dos adventistas do sétimo dia.

Para se familiarizar com as interpretações adventistas de diferentes textos bíblicos, o estudante poderá recorrer aos sete volumes da série intitulada em inglês The Seventh-day Adventist Bible Commentary, ed. rev. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1976-1980), e em espanhol Commentario Biblico Adventista del Séptimo Día (Boise, ID: Pacific Press, 1978-1990). Essa é a exposição de textos bíblicos mais representativa do pensamento adventista.

Os adventistas e Ellen White

Não se pode negar a possibilidade de existirem entre os adventistas alguns indivíduos fanáticos que, distorcendo o pensamento adventista, acabam considerando os escritos de Ellen White uma segunda Bíblia, em substituição ao próprio Cânon Sagrado. Mas essa não é a posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os adventistas creem que Ellen White foi uma profetisa verdadeira e que seus escritos foram inspirados pelo Espírito Santo, mas creem também que ela possui o mesmo status profético dos demais profetas verdadeiros do período bíblico que não participaram na formação do Cânon Sagrado.

Base bíblica para a aceitação de um profeta pós-canônico é encontrada pelos adventistas nas convicções de que (1) o dom profético é apresentado no Novo Testamento como um dos dons concedidos pelo Espírito Santo, não apenas aos apóstolos, mas também à igreja cristã em geral (Rom. 12:6; I Cor. 12:10 e 28; Efé. 4:11-14); (2) os crentes não deveriam rejeitar qualquer manifestação desse dom sem suficientes evidências de ser uma manifestação falsa (I Tess. 5:19-21; I João 4:1); e (3) o dom profético voltaria a se manifestar antes da segunda vinda de Cristo (Joel 2:28-31 [cf. Atos 2:16-21; Mat. 24:29-31]; Apoc. 12:17 [cf. 19:10]).

A necessidade de uma manifestação moderna do dom profético é justificada pelos adventistas através do fato de que o cristianismo (e mesmo o mundo evangélico) se encontra hoje subdividido em inúmeras denominações diferentes, todas elas reivindicando embasamento bíblico para seus credos e posições doutrinárias conflitantes entre si. Longe de conspirar contra o princípio protestante da Bíblia como "única regra de fé e prática" e como "intérprete de si mesma", o dom profético manifesto através da vida e obra de Ellen White é visto, pelos adventistas, como procurando levá-los de volta a uma leitura imparcial das Escrituras, destituída das tradições humanas impostas à Bíblia ao longo da história do cristianismo.

Evidências disso podem ser encontradas no fato de que os adventistas são tradicionalmente conhecidos como dedicados estudantes da Bíblia. J. N. Andrews, um dos pioneiros adventistas, foi indagado certa ocasião a respeito de quanto da Bíblia ele havia memorizado. Sua resposta foi: "Não ousaria dizer que poderia repetir todo o Antigo Testamento, mas tenho certeza de que se o Novo Testamento fosse perdido, eu o poderia reproduzir palavra por palavra." Muitos adventistas seguem também a prática de ler a Bíblia completa pelo menos uma vez por ano. Haroldo P. de Castro Lobo, por exemplo, leu a Bíblia inteira 60 vezes, e Sérgio Vieira de Araújo chegou a ler a Bíblia toda 116 vezes.

A mesma dedicação às Escrituras contribuiu para que vários adventistas brasileiros vencessem concursos nacionais e internacionais da Bíblia realizados no Brasil, bem como para que alguns deles obtivessem boas colocações na fase final do famoso Concurso Internacional da Bíblia, em Jerusalém. Destacaram-se, no concurso de Jerusalém, os brasileiros Irene Santos, em 1958; Yolanda Anversa da Silva, em 1961; José Ribamar de Menezes, em 1964; e Francisco Alves de Pontes (conhecido popularmente como "Chico Bíblia"), em 1981. Se porventura algum adventista usa os escritos de Ellen White como um substituto à Bíblia, ele está negando a própria função desses escritos, e não representa devidamente a posição de sua denominação em relação a eles.

Uma das obras mais elucidativas, em português, sobre o relacionamento dos adventistas com o dom profético de Ellen White, é a de Herbert E. Douglass, intitulada Mensageira do Senhor: O Ministério Profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001). Essa obra trata não apenas da forma como os adventistas encaram a manifestação moderna desse dom, mas também como eles respondem às principais críticas levantadas contra ele.

Os adventistas e a salvação

O leitor poderá encontrar entre os adventistas também pessoas que acreditam, de forma exclusivista, que apenas os adventistas serão salvos, como também existem entre os evangélicos aqueles que dizem que os não-evangélicos já estão automaticamente excluídos do reino de Deus (cf. João 10:16). Mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia crê que em todas as denominações cristãs existem pessoas sinceras que estarão com Cristo no Céu, e que em sua própria denominação existem pessoas hipócritas que se perderão.

De acordo com os adventistas, uma pessoa para ser salva precisa ser sincera e manter um relacionamento genuíno com Cristo e Sua Palavra (ver Mat. 7:21-23). Isso significa que ela deve viver em harmonia com toda a luz que já possui das Escrituras, e buscar constantemente um conhecimento bíblico cada vez mais profundo. O verdadeiro cristão, de acordo com Cristo, é aquele que vive em conformidade com "toda palavra que procede da boca de Deus" (Mat. 4:4). Assim como a obra do Espírito Santo é guiar os cristãos "a toda a verdade" (João 16:13), também é dever dos próprios cristãos ensinar outros "a guardar todas as coisas" ordenadas por Cristo em Sua Palavra (Mat. 28:20). Se a pessoa mantiver um genuíno relacionamento santificador com Cristo e com Sua Palavra (João 17:17), ela será salva, independente da denominação cristã à qual pertença.

Mas, por outro lado, se a pessoa teve a oportunidade de aprofundar seu conhecimento da Palavra de Deus e a negligenciou para não se comprometer com a verdade, tal pessoa não está sendo sincera. De acordo com Cristo, "ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus" (Luc. 9:62). É nesse sentido que uma pessoa com pouco conhecimento teórico da religião, mas que vive em plena conformidade com a luz que possui, pode estar em melhores condições diante de Deus do que aquela que obteve um conhecimento teórico mais profundo, mas que não vive em conformidade com as oportunidades de que dispõe. Jesus declarou aos próprios líderes religiosos de Sua época: "Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus" (Mat. 21:31).

Portanto, o verdadeiro adventista é aquele que crê que tem a missão de sempre buscar um conhecimento santificador mais profundo das Escrituras para si mesmo e para os demais seres humanos, mas que não alega que a graça salvífica de Deus se restringe apenas àqueles que pertencem à sua própria denominação religiosa.

A natureza do adventismo

Uma das indagações mais frequentes sobre os adventistas diz respeito à própria natureza do adventismo: São os adventistas do sétimo dia uma igreja ou uma seita? A resposta a essa indagação depende de como se define uma seita.

O termo "seita" é geralmente um rótulo apologético e pejorativo, usado por líderes religiosos como um mecanismo de autodefesa, destinado a inibir as pessoas de se relacionarem com pretensos hereges. Alguns apologetas consideram como seita todo grupo religioso que ensina doutrinas não contempladas pelos credos evangélicos, ou que aceita qualquer manifestação pós-apostólica do dom profético. Cremos, no entanto, que o referido termo deveria ser usado especificamente em relação a grupos religiosos que restringem a salvação exclusivamente aos adeptos do seu próprio movimento religioso, e cuja ênfase nos componentes distintivos de sua fé acaba obliterando verdades básicas da fé cristã como a Trindade e a salvação pela graça mediante a fé.

À semelhança de outros movimentos religiosos, os adventistas do sétimo dia surgiram com características sectárias. Na tentativa de justificar a sua existência, grande ênfase era colocada sobre os elementos distintivos da fé adventista, relegando os componentes básicos da fé evangélica a um plano secundário. Além disso, os primeiros adventistas sabatistas criam, até o início da década de 1850, na teoria da "porta fechada" (cf. Mat. 25:10), que restringia o acesso à salvação quase que exclusivamente aos ex-mileritas. Como já mencionado, foi apenas a partir de 1888 que os adventistas conseguiram superar sua ênfase sectária, reequilibrando os elementos distintivos da fé adventista com os componentes básicos da fé evangélica.

Destacados eruditos evangélicos têm reconhecido a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma denominação genuinamente cristã. Entre eles podem ser mencionados, por exemplo, o presbiteriano Donald G. Barnhouse, o batista Walter R. Martin e o anglicano Geoffrey J. Paxton. Também o "Relatório das Conversações Bilaterais entre a Federação Mundial Luterana e a Igreja Adventista do Sétimo Dia", ocorridas entre 1994 e 1998, sugere que os luteranos "não tratem a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma seita, mas como uma igreja livre e uma comunidade cristã mundial".

Considerações finais

Futuros estudos sobre o adventismo (e as demais denominações do cenário religioso brasileiro) seriam enriquecidos significativamente se rotulações apologéticas fossem substituídas por mais séria objetividade histórica. O estudante tem pleno direito de discordar dos postulados doutrinários e da compreensão bíblica dessa denominação, mas jamais deveria permitir que seu zelo apologético distorcesse a história e as declarações de fé adventistas. É indispensável também que consulte os documentos mais confiáveis e representativos do pensamento adventista, antes de chegar às suas conclusões. Sempre é oportuno seguirmos o exemplo dos bereanos, que examinavam as Escrituras "para ver se as coisas" são, "de fato, assim" como as pessoas pretendem que tais coisas sejam (Atos 17:11).

Hoje, mais do que nunca, o cristianismo contemporâneo se encontra subdivido por diferentes credos e interesses particulares. Existe uma tendência natural, mesmo no âmbito religioso, de promovermos aqueles com quem simpatizamos e de denegrirmos a imagem daqueles dos quais discordamos. Quão diferente, porém, seria o mundo se, a despeito das divergências existentes, os cristãos mantivessem uma postura respeitosa para com aqueles que discordam de sua fé. Isso, porém, só ocorreria se todos considerassem mais seriamente o conselho sagrado, exemplificado por Cristo, de amarmos uns aos outros como Ele próprio nos amou (João 13:34).

Alberto R. Timm, Ph.D., é professor de Teologia Histórica no UNASP, Engenheiro Coelho, SP, e diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White (Brasil).

FONTE: Revista Adventista, Junho 2002, p. 8-11.

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