Joy
Wendt
Era uma manhã normal,
como muitas mães têm experimentado. Ela pegou as chaves, correu para a porta,
certificou-se que seu filho de cinco anos estava preso ao cinto de segurança no
banco da frente, colocou as chaves na ignição, e se preparou para sair. De repente,
ela percebeu que havia esquecido sua bolsa, então correu de volta para casa. A
intrusão de um telefonema indesejado a fez parar em seu caminho. Eu posso fazer
isso rápido, ela deve ter pensado e encerrou a chamada o mais rapidamente
possível.
Correndo de volta para
fora, ficou horrorizada ao descobrir que seu filho tinha sido atropelado pelo
carro. Aparentemente, ele conseguiu desatar-se do cinto, entrar no lugar do
condutor, e ligar o carro. Quando o carro começou a se movimentar, ele deve ter
entrado em pânico e saltou para fora. Ela pediu ajuda imediatamente, mas já era
tarde demais. Os próximos dias pareceriam um pesadelo interminável para essa
mãe em luto enquanto lidava com seu trauma. A finalidade de tudo isso parecia
zombar de sua dor. Será que ela nunca se curaria de tal ferimento permanente?
Em seu livro “O Caminho
da Cura”, o conselheiro cristão Dan Allender termina a história: “Dois anos
após o acidente a mulher estava muito melhor, mas ela ainda sofria com as ondas
de náusea e culpa que ameaçavam afogá-la. Seu casamento estava em grave risco,
e ela continuava a tomar medicação para a depressão. Sua história e a tristeza
embutida em seus olhos me sacudiu. Mas um comentário em particular me chamou a
atenção. “Obrigado”, disse ela, “por deixar-me saber que não é errado sofrer.”
Todo mundo queria que ela estivesse bem, explicou ela. Queriam que ela seguisse
em frente com sua vida. Ela disse que costumava ter sentimentos semelhantes a
esse para com aqueles que sofreram perdas trágicas, e não entendia a
profundidade do dano com o qual lutou. Agora ela compreendia. Melancolicamente,
ela comentou: “Eu simplesmente nunca pensei que a tragédia pudesse realmente
bater à minha porta.”
Muitas vezes, durante
essas tragédias inesperadas nos perguntamos: Onde está Deus em tudo isso?
Especialmente nas tragédias em massa, tais como terremotos ou outras
calamidades, Deus fica com a culpa e pouco crédito. As catástrofes naturais são
chamadas de “atos de Deus.” Histórias milagrosas de sobrevivência são creditadas
a “boa sorte”.
Não
é Culpa de Deus
Mas isso não é
realmente a verdade. Deus nunca planejou para seus filhos o sofrer, quando Ele
criou a vida no planeta Terra. A morte e o sofrimento foram introduzidos para a
humanidade, quando Adão e Eva aceitaram a oferta de um inimigo para uma vida
melhor (ver Gênesis 3:1-19). Ainda que o salário do pecado trouxe a morte como
o destino final de todo ser humano, Deus fez um caminho para trazer novamente a
vida eterna através do sacrifício de Seu Filho. Seu plano traria estabilidade
para sempre, erradicando completamente o pecado e protegendo seus filhos de
Satanás, o autor do pecado e da morte (veja Romanos 6:23; Naum 1:9).
Deus sabia que para o
universo estar sempre livre da rebelião contra suas leis, Satanás iria precisar
de tempo para demonstrar o quão terrível é a rebelião e que resultados ela
traz. Então, quando os filhos da Terra forem finalmente resgatados, eles nunca
vão querer tentar novamente a terrível experiência chamada pecado.
Portanto, é importante
compreender que, embora exista uma razão para o sofrimento e a morte que
sofremos, isso não é culpa de Deus.
A boa notícia é que
Deus está conosco através destas circunstâncias difíceis. Temos um Salvador que
é capaz de compreender a grande perda da morte. Ele deseja nos confortar e
sustentar mesmo em meio às ondas de dor que ameaçam nos engolir (João 14:18). A
Bíblia nos diz que, “Jesus chorou” quando ele perdeu um amigo (João 11:35).
Mesmo planejando trazer Lázaro de volta à vida, Aquele que foi chamado de “a
Ressurreição e a Vida”, chorou antes de realizar a ressurreição. Jesus teve
tempo para lamentar a injustiça da morte.
Seus
Entes Queridos Estão Dormindo
Olhando um pouco mais
de perto, veremos algo muito marcante na história da morte de Lázaro. Jesus
sabia que seu amigo estava doente vários dias antes dele realmente morrer, mas
Jesus manteve o direito de cura à outros. Os discípulos ficaram preocupados e
duvidaram da sinceridade do amor de Jesus para com o seu amigo. Quando ouviram
a notícia de que Lázaro tinha morrido, eles perderam toda a esperança.
A Bíblia diz que quando
Jesus soube que Lázaro estava doente, ficou onde estava mais dois dias. Então
ele disse aos seus discípulos: Vamos voltar para a Judeia. Então, Jesus
explicou aos seus discípulos ‘Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou lá para
acordá-lo”. Seus discípulos responderam: ‘Senhor, se dorme, isso quer dizer que
vai ficar bom!…. Então ele disse-lhes claramente: “Lázaro está morto” (João
11:6, 7, 11-14).
E esta não foi a única
vez que Jesus comparou a morte ao sono.
Mateus, Marcos e Lucas,
todos contam a história de outra ressurreição que Jesus realizou. Desta vez, um
homem chamado Jairo tinha uma filha de doze anos que estava gravemente doente.
Ele veio a Jesus como num último esforço, e Jesus aceitou acompanhar Jairo à
sua casa. No entanto, a multidão de pessoas que procuravam por cura impediam o
seu progresso, e o caminhar para a casa de Jairo tornou-se uma viagem
extremamente lenta. Finalmente, chegou um mensageiro com a triste notícia, “Não
incomode o Mestre, é tarde demais, sua filha está morta” (cf. Mc 5:35). Apesar
da multidão apertando, Jesus fez contato visual com Jairo, dizendo: “Não tenha
medo; tão-somente creia” (versículo 36). Jesus tinha um plano!
Quando eles chegaram na
casa de Jairo, Jesus ofereceu esperança para os enlutados. Ele disse: “Por que
toda essa comoção e choro? A criança não está morta, mas dorme. Mas eles riram
dele” (versos 39, 40). Esses chamados amigos, que fingiam chorar, na verdade,
riram-se de Jesus. Eles riram, porque eles podiam ver se os sinais vitais
estavam presentes ou não na menina. Eles sabiam distinguir morte de vida. Mas
perderam o maior conforto nas palavras de Jesus.
A Bíblia nos diz que
“os mortos não sabem nada” (Eclesiastes 9:5) e que no próprio dia em que
morrem, “perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4). Jesus nos revela através
destas duas histórias e o simbolismo do sono que a morte é apenas uma espera
tranquila e inconsciente para a ressurreição. A Bíblia também nos diz que
algumas pessoas vão ser levantadas na primeira ressurreição e outras vão
enfrentar o julgamento na segunda (ver Apocalipse 20:6). Mas, felizmente, essa
decisão cabe a um Deus misericordioso, que não está ansioso para ver qualquer
um perecer (veja 2 Pedro 3:9). Só Ele pode ler o coração nos últimos momentos
da vida de uma pessoa. Não podemos julgar, mesmo quando uma pessoa parecia
viver totalmente fora da vontade de Deus. Que conforto saber que nossos entes
queridos não estão queimando no inferno ou desfrutando a felicidade do céu
enquanto nos assistem a sofrer na Terra sem eles. Eles estão simplesmente
descansando até que Deus lhes faça Seu chamado final.
Você
Vai Encontrá-los de Novo
Jesus provou que Ele é
o Doador da Vida. Sabemos que Ele ama reintegrar os mortos à suas famílias e
amigos. Portanto, podemos acalentar a esperança de que um dia estaremos
reunidos com nossos entes queridos, mesmo que sejamos chamados a esperar com
fé, pela vitória final de Deus sobre a morte.
Steven Curtis Chapman
conhece a dor da perda e a esperança do reencontro. Alguns anos atrás, ele
perdeu sua filha Marie Sue de 5 anos, em um trágico acidente. O acidente
aconteceu dentro da casa da família, no caminho que leva à garagem da
residência. O irmão de Marie, não teria visto a menina e acabou atropelando-a
com um Toyota Land Cruiser. Esta tragédia aconteceu apesar do fato de os
Chapman fazerem trabalhos missionários em orfanatos chineses. Como pode ser
justo que aqueles que foram ajudar crianças e outras pessoas pudessem perder um
filho tão tragicamente? Parecia tão errado! Como pode coisas ruins como essa
acontecerem com pessoas boas? Chapman e sua esposa devem ter ficado paralisados
com a dor, como aquela mãe que nunca pensou que uma tragédia pudesse bater à
sua porta até que ela perdeu seu filho em um acidente similar. No entanto, os
Chapman escolheram colocar a sua confiança em Deus, mesmo quando eles não
entendiam.
Logo após esta perda
terrível, Chapman compôs a canção “Beauty Will Rise”, que é verdadeiramente
comovente e mostra o desejo profundo da alma pelo dia do reencontro com os
entes queridos. Ele diz: “A partir dessas cinzas. . . a beleza vai ressuscitar.
Pelo que sabemos, a alegria vem pela manhã. . . pela manhã “
Sim, a Bíblia diz: “Ao
anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5). Esta
noite de agonia vai acabar para você um dia na abençoada manhã da ressurreição.
E quando Deus restaurar a beleza e a alegria para nós, ao recebermos os nossos
entes queridos, nós estaremos indo para um lugar onde nós nunca mais
experimentaremos a dor da morte novamente. Ele prometeu “Deus lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4). Naquele tempo
Deus vai finalmente destruir o pecado, Satanás, e o último inimigo, a morte,
não existirá mais (veja 1 Coríntios 15:25, 26). A bondade de Deus terá a
vitória completa sobre o mal. Uma mensagem vai subir ” Onde está, ó morte, a
tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? ” (1 Cor 15: 55).
Que manhã maravilhosa
será esta!
FONTE: Artigo escrito por Joy Wendt, para a Revista
Signs Of The Times – Maio/2010. Traduzido
pelo blog http://www.setimodia.wordpress.com do original “Three Things You
Should Know About Death”.
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