Teologia

domingo, 23 de julho de 2017

UM MISTÉRIO: QUEM É A BABILÔNIA, A GRANDE?





Ricardo André

Em Apocalipse 14:6-12 nos são mostrados, em figura, três grandes anjos que voam pelo meio do céu com mensagens de advertência divina de misericórdia a um mundo agonizante. Essas três mensagens angélicas são instrumentos de Deus para chamar o mundo para adorá-Lo como Criador, afastar-se da apostasia espiritual e ser leal a Deus. O apóstolo João disse que viu um “anjo voando pelo meio do Céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). O termo “anjo” significa “mensageiro” e, em Apocalipse 14, representa aquelas pessoas que serão “mensageiras” de Deus para anunciar as três últimas mensagens divinas ao mundo.

As Escrituras Sagradas contém muitas advertências e apelos decisivos. Pouco antes do Dilúvio, Deus advertiu uma geração corrupta e perversa (Gn 6:3). Ao antigo povo de Israel  foram concedidos 490 anos de advertência e apelos (Dn 9:24-27). Esse período terminou em 34 da Era Cristã. Eles também rejeitaram a direção do Espírito Santo.

A mensagem do segundo anjo salienta uma advertência final, a última oferta de salvação para o mundo. “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: ‘Caiu! Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição!’” (Apocalipse 14:8).

Como essa mensagem se relaciona com os eventos finais da história terrestre? Quem é a Babilônia, a Grande? O que significa essa “queda” dela? O que representa o “vinho” que ela dar de beber as nações do mundo?

Vamos ao estudo dessa impressionante profecia. Certamente, Deus tem importantes mensagens para nós aqui. Que o Espírito Santo lhe guie na compreensão deste capítulo!

Babilônia Antiga é usada como Símbolo

Na Bíblia, a primeira referência a Babilônia remonta a Ninrode e à torre de Babel (10:8-10 e 11:1-9). O texto bíblico descreve as tentativas de Ninrode para fundar uma cidade na planície de Sinear há mais de 4.000 anos na Mesopotâmia. Ele e seus seguidores opuseram-se à ordem de Deus para se espalharem pela Terra (Gn 9:1, 7, 18 e 19). Assim, “desde o começo, a cidade era um símbolo de descrença no Deus verdadeiro e de desafio a Sua vontade, (...) e sua torre foi um monumento à apostasia, uma cidadela de rebelião contra Ele” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 917). Após o juízo divino que confundiu as línguas das pessoas, o povo de Deus chamou a cidade de Babel, que significa, “confusão” – a confusão produzida pelo mal e pelo engano.

A maioria das referências a Babilônia, na Bíblia, dizem respeito ao Império Neobabilônico desenvolvido por Nabucodonosor, perto do fim do 7° século a. C., transformando-a em uma das maravilhas do mundo antigo, e tornou-se a terceira potência mundial da história bíblica. O plano do rei Nabucodonosor era tornar seu reino universal e eterno (Dn 3:1; 4:30). A sua glória como tal durou pouco – menos de cem anos – mas, por quase 70 destes ela manteve cativo o povo de Deus, o antigo Israel. “No entanto, Babilônia também se tornou orgulhosa e cruel (...). Conquistou o povo de Deus e ameaçou derrotar seu propósito como nação escolhida. Em uma dramática série de acontecimentos, Deus humilhou Nabucodonosor e assegurou sua submissão (...). Porém, seus sucessores se recusaram a se humilhar diante de Deus (ver Dn 5:18-22). Por isso, o reino acabou sendo pesado na balança do Céu e achado em falta, e seu domínio foi revogado por decreto do Observador divino (...). Ao longo dos séculos, a cidade perdeu cada vez mais sua importância até que, no fim do primeiro século d. C., praticamente deixou de existir (...)” (Comentário Bíblico, v. 7, p. 917, 918).

Em 539 a. C., os medos e os persas tomaram a cidade literal de Babilônia nos dias de Belsazar (Dn 5) . Depois da tomada da cidade e do estabelecimento de seu império, Ciro promulgou um decreto permitindo o retorno dos judeus a sua pátria (Esdras 1), após os setenta anos de cativeiro. É por isso que na Bíblia, Ciro e seus exércitos (reis do Oriente) são usados como símbolo de Cristo e Seus anjos, os reis antitípicos do “oriente”. Como Ciro libertou o povo de Deus da Babilônia antiga, assim, no Segundo Advento, Cristo e os anjos libertarão finalmente os fiéis das perseguições da Babilônia antitípica. (Is 41:2; 44:28; Ap 16:12;17:14; 19:11-16).

Uma vez que a cidade da Babilônia não mais existe, precisamos encarar o uso dessa palavra, pelo apóstolo João, como simbólico. Ademais o Apocalipse foi escrito perto do fim do primeiro século da era Cristã. As aplicações de suas numerosas profecias se estendem ao futuro, a partir do tempo do apóstolo João. No contexto em que ele emprega, ela se aplica ao fim do tempo (Ap 17 e 18).

A Babilônia Mística

Que poder é representado pela Babilônia mística de Apocalipse? “Babilônia é um termo abrangente que João usa para caracterizar todos os grupos e movimentos religiosos que se afastaram da verdade. Isso exige que se interprete sua “queda” como um evento progressivo e cumulativo” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 917). É a união religiosa (do papado, do protestantismo apostatado e ao espiritismo: Ap 16:13, 14) que estabelece a imagem da besta, impõe a marca ou o sinal da besta e persegue o fiel povo de Deus (Ap 13:15-17: 17:6). Essa união religiosa que se opõe a Cristo e Sua verdade, é amparada pelo governo secular. Portanto, A “Grande Babilônia” do fim do tempo abrange todo o conjunto de religiões falsas que se levantam contra Deus. Portanto, a mensagem do segundo anjo não se refere à história literal de qualquer reino da Antiguidade. É um apelo para abandonar o sistema de adoração falsa utilizado e defendido pelas falsas religiões da atualidade, ou seja, a “Babilônia” da apostasia.

Quanto a “queda” da Babilônia espiritual refere-se ao processo de apostasia ou de paganização porque passou o cristianismo a partir do terceiro século. Porém, a queda final de Babilônia ainda está no futuro. Quando poderemos dizer que Babilônia caiu completamente? A última parte de Apocalipse 14:8 nos ajuda a responder a esta pergunta: “(...) que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição!” Quando alguém faz que realizemos alguma coisa, ele está usando a força, coerção ou compulsão. A “queda” completa de Babilônia mística ocorrerá quando a besta papal (Ap 13:1-10), o protestantismo apóstata (Ap 13:11-18) e o espiritismo formarem uma aliança mundial para impor as nações do mundo a marca da besta, e “pressionarão o estado secular a fazer cumprir os decretos de Babilônia” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 919). “Contudo, não se pode ainda dizer que “caiu Babilônia, (...) que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.” Ainda não deu de beber a todas as nações. (...)A Escritura Sagrada declara que Satanás, antes da vinda do Senhor, operará “com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça”; e “os que não receberam o amor da verdade para se salvarem” serão deixados à mercê da “operação do erro, para que creiam a mentira.” 2 Tessalonicenses 2:9-11. A queda de Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse 14:8 está ainda no futuro” (O Grande Conflito, p. 389, 390). O mistério em conexão com o ato de Babilônia compelir todas as nações parecem deleitar-se em beber o seu vinho! O ato de as nações beberem do vinho de Babilônia é o resultado  de alguma forma de engano. Parece que elas não sabem que o vinho é o da ira final. Esse vinho não é bom, mas as nações bebem-no assim mesmo.

Que simboliza o cálice de vinho da Babilônia? De que se compõe seu vinho? Pode-se dizer que o cálice da comunhão (1 Co 10:21), de puro suco de uva, que Cristo ofereceu aos apóstolo como “a nova aliança no Meu sangue” (1 Co 11:25). Simboliza todas as verdades de que se compõe o plano da salvação. A Igreja de Cristo deve continuar oferecendo esse cálice ao mundo. Mas Babilônia, apostasia cristã, só pode oferecer ao mundo vinho fermentado. “Esta taça de veneno que ela oferece ao mundo representa as falsas doutrinas que aceitou, resultantes da união ilícita com os poderosos da Terra. A amizade mundana corrompe-lhe a fé, e por seu turno a igreja exerce uma influência corruptora sobre o mundo, ensinando doutrinas que se opõem às mais claras instruções das Sagradas Escrituras” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 388). Eis algumas das doutrinas que se encontram no cálice de babilônia papal:

1. A tradição e a autoridade da Igreja estão acima da Bíblia.
2. O batismo infantil.
3. Adoração de Maria e dos santos.
4. A imortalidade da alma; o tormento eterno no inferno.
5. A missa e a transubstanciação.
6. A confissão dos pecados ao sacerdote.
7. A penitência.
8. O purgatório.
9. A infalibilidade do papa.
10. O caráter sagrado do domingo.
11. A crença de que as obras humanas contribuem para a nossa justificação.
12. A ideia de que Cristo não é o único Cabeça da Igreja.
13. A ideia de que Cristo irá trasladar Seu povo para o Céu através de um “arrebatamento secreto”.

Dois desses erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo – contribuirão para unir a confederação total da apostasia que comporá a grande cidade da Babilônia mística no conflito final com o erro. “Mediante os dois grandes erros — a imortalidade da alma e a santidade do domingo — Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 588).

Babilônia, a Grande Meretriz

Em Apocalipse 17, outro símbolo é usado para descrever a Babilônia. Um dos sete anjos que tinham as sete taças aproximou-se e me disse: "Venha, eu lhe mostrarei o julgamento da grande prostituta que está sentada sobre muitas águas, com quem os reis da terra se prostituíram; os habitantes da terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição". Então o anjo me levou no Espírito para um deserto. Ali vi uma mulher montada numa besta vermelha, que estava coberta de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres. A mulher estava vestida de azul e vermelho, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Segurava um cálice de ouro, cheio de coisas repugnantes e da impureza da sua prostituição. Em sua testa havia esta inscrição: MISTÉRIO: BABILÔNIA, A GRANDE; A MÃE DAS PROSTITUTAS E DAS PRÁTICAS REPUGNANTES DA TERRA” (Apocalipse 17:1-5). A Babilônia aqui é descrita sob o símbolo de uma mulher impura sentada numa besta. Na Bíblia uma mulher é usada simbolicamente para representar a Igreja, e a Igreja é descrita como a noiva de Cristo. “O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura” (2 Co 11:2). No Apocalipse, uma mulher pura é símbolo do povo de Deus (Ap 12:1), e uma prostituta representa os que são infiéis a Deus (Êx 34:15; Is 1:21; Jr 2:20; Ez 16:41). A mulher de Apocalipse 17 representa crenças deturpadas, oposição organizada e aberta às verdades e ao povo de Deus, a depravação e deslealdade de “Babilônia”, no fim do tempo, pela figura da prostituta.  Pode ser definhada também como sendo “a igreja cristã que apostatou, perseguiu e praticou ‘prostituição’. Apocalipse 17:2-6” (C. Mervyn Maxwell, Uma Nova Era Segundo as profecias do Apocalipse, p. 475).

A profecia não deixa dúvidas de que esta mulher é a Igreja de Roma. “Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição”(Ap 17:2). Esta tem sido a história da igreja de Roma, desde o quarto século até nossos dias. Deixou de ser uma igreja para ser um Estado em meio aos Estados do mundo. Sua influência entre os governos da Terra, com raras exceções, é a mais poderosa de todas as influências humanas. E, como igreja, não está ligada ao Estado por afinidades espirituais, mas por finalidades políticas, isto é, para fazer do Estado um instrumento de sua política sob o véu da religião.


O anjo diz que ela tem um nome, um nome misterioso, “Babilônia, a Grande”. Como já observamos acima, “Babilônia, a Grande”, designa, de maneira especial, as religiões apostatadas unidas no fim dos tempos (...). Sem dúvida, aqui, a Babilônia é denominada “grande” porque o capítulo aborda mais especificamente o grande esforço final de Satanás para garantir a lealdade da raça humana por meio da religião” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 944).

O relato diz, no verso 1, que a mulher “se acha sentada sobre muitas águas”. O que significa isso? O anjo de Deus explicou a João: “As águas que você viu, onde está sentada a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas” (v.15). Ou seja, as águas representam as massas humanas nas nações da Terra que estão sob a influência desse poder. O verso 2 indica que reis colocam sua autoridade e recursos à disposição dessa mulher que o verso 3 afirma estar sentada numa “besta escarlate” – Satanás e seus representantes terrestres. O quadro de seu poder mundial e da fonte do qual ele provém nos deixa perplexos, como aconteceu com o profeta João (v. 6).

João vê em visão que a meretriz estava sentada numa “besta vermelha” (Ap 17:3, 7). O que é essa besta? Identificamos a besta de sete cabeças em Apocalipse 13 com o papado porque os seus característicos são diretamente paralelos aos da ponta pequena em Daniel 7. No entanto em Apocalipse 17, a mulher sentada sobre a besta simboliza o papado. Portanto, em Apocalipse 17, a besta se sete cabeças parece representar outra entidade que não seja o papado. Uma besta nas Sagradas Escrituras é o símbolo de um império ou estado, um exemplo disso; esta em Daniel 7, onde um leão representa a babilônia, um urso representa os medo pérsia e um leopardo representa a Grécia, Portanto a mulher de  Apocalipse  17  cavalgando  a  besta  é  o  símbolo  de uma combinação de poderes, o poder eclesiástico cavalgando o poder estatal, ou seja um poder eclesiástico dirigindo um poder estatal. Portanto, besta representa simbolicamente a estrutura do poder político, com quem ela mantém estreita relação. Neste símbolo, encontramos completa união entre igreja e o Estado, e todos cujos nomes “não estão escritos no livro da vida” ficam admirados ao testemunhar o surgimento e influência deste tremendo poder político-religioso descrito como “a besta que era, e que já não é, mas que virá”. “A principal diferença entre as bestas de Apocalipse 13 e 17 é que a primeira, identificada com o papado, não faz distinção entre os aspectos religioso e político do poder papal, ao passo que, na segunda, os dois são distintos, a besta representa o poder político, e a mulher, o poder religioso” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 944).

A taça de ouro na mão da mulher de apocalipse 17 esta cheia de abominações e da imundície de sua fornicação, as quais representam doutrinas apóstatas, dogmas corrompidos, os quais ela produziu para que as nações bebam.

O vidente de Patmos vê também que essa meretriz “(...) estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, admirei-me com grande espanto”(Ap 17:6).

O texto bíblico faz uma clara referência aos milhões de cristãos que padeceram perseguição e foram mortos por que ousadamente liam a Bíblia, traduziam a Bíblia,  ou  pregavam  usando  a  Bíblia  e abandonaram as doutrinas e dogmas católicos tal qual a transubstanciação, pelo Tribunal da Inquisição, durante o período da Idade Média, quando a Igreja Romana fora suprema em muitos países da Europa. Cada detalhe da profecia é comprometedor contra a igreja de Roma. A revelação de Deus denuncia esta instituição como anticristã.

No ano 2000, o extinto Papa João Paulo em sua Encíclica Memory and Reconciliation, pela primeira vez ele pediu perdão pelos "erros cometidos a serviço da verdade por meio do uso de métodos que não têm relação com a palavra do Senhor".( http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_con_cfaith_doc_20000307_memory-reconc-itc_en.html). A declaração refere-se à tortura, aos julgamentos sumários, às conversões forçadas e às fogueiras nas quais eram queimados os acusados de heresia. O fato de que a Igreja Católica  Romana foi compelida a pedir perdão por seus pecados pela perseguição feita  no passado, confirma uma mãe perseguidora e apóstata responsável pelo sangue dos santos descritos no apocalipse.

As sete cabeças da besta são sete montes (reinos), sobre os quais a mulher está assentada (Apocalipse 17:9). O termo “monte” simbolicamente significa “reino” (ver Daniel 2:35). As sete cabeças podem também significar “reis”, que seriam os governantes desses reinos (Apocalipse 17:10). As sete cabeças ou os sete reinos que influenciaram de uma forma ou outra o Império Romano, através suas ideologias, normas legais, sistemas estruturais, etc. foram: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma Imperial e Roma Eclesiástica. Quando o apóstolo João recebeu esta visão, os cinco primeiros reinos haviam caído (Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia); o sexto reino existia (Império Romano); o sétimo reino ainda não tinha vindo, mas que duraria pouco tempo (Roma Eclesiástica).

A revelação indica que a besta tinha dez chifres (Ap 17:12-14). As evidências indicam que eles representam nações modernas que dão apoio político às exigências religiosas de “Babilônia” (v. 13). O verso 16 denota que por fim as nações representadas pelos dez chifres voltar-se-ão contra a meretriz por reconhecerem que ela os enganou.

A palavra “Babilônia” significa confusão e sendo ela “mãe”, significa que tem filhas, um símbolo das igrejas que se apegam às suas doutrinas, tradições e por estabelecerem com ela uma aliança ilícita com o mundo. Deste modo a grande meretriz encabeça a confusão reinante no seio do cristianismo com suas doutrinas, muitas das quais de origem pagã.

De fato, somente a Igreja Católica Romana proclama ser a "MÃE" das igrejas Cristãs. Na Encíclica papal do ano 2000 Memory and Reconciliation, onde a Igreja Católica Romana pede perdão por seus pecados, e pelo passado de perseguição, na secção 3.4 há a chamada” A "Maternidade da Igreja":

“A convicção de que a Igreja pode fazer-se responsável por seus pecados e pelos pecados de suas filhas pela virtude da  solidariedade  que  existe  entre  elas  através  do  tempo  e  do  espaço  por  sua  incorporação  em  Cristo  e  no  trabalho  do  Espírito  Santo,  e  expressa  na  particular  ideia de “Igreja Mãe" (Mater Ecclesia), que “na concepção dos primeiros Padres das somas Igreja até toda a aspiração cristã” (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_con_cfaith_doc_20000307_memory-reconc-itc_en.html)

A condenação da Grande Babilônia

A partir do versículo 12 entram em cena os dez chifres que são dez reinos:

“E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. (...) E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.” Apocalipse 17:12, 13 e 16.

Depois da derrocada do Império Romano em 476 d.C., historicamente considerado o último dos impérios mundiais, o mundo dividiu-se em nações, com suas culturas, raças e línguas, uma divisão que estender-se-á até a segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta divisão é representada pelos dez chifres. O mesmo entendimento aplica-se aos dez dedos da estátua, conforme Daniel 2:41.

A profecia prevê que as nações receberão poder como reis juntamente com a besta por “uma hora” (do vocábulo grego “oran”: pode significar não necessariamente uma hora, mas, um espaço definido de tempo ou tempo particular para alguma coisa). Em seguida, por decisão conjunta, entregarão o seu poder e autoridade à besta. Em outras palavras as nações colocarão em prática o sistema de governo do extinto Império Romano. Uma das ações mais cobiçadas é aquela adotada pelo Imperador Constantino. Com o objetivo de se manter no poder e ter o apoio popular, ele oficializou a união do Estado com a Igreja. Quando Estado e Igreja andam juntos, os governantes passam a ser dependentes daquele antigo sistema político-religioso romano. Ao receber dinheiro público para as chamadas “ações sociais”, a grande meretriz se robustece, domina as multidões e torna-se inusitadamente abrangente, a ponto de encabeçar uma poderosa confederação mundial, incluindo igrejas, autoridades civis e militares, governantes, todos apoiados e aglutinados pelo seu poderio econômico, político e religioso, conluiados para tentarem criar um governo global com princípios anticristãos, razão porque Deus conclama Seu povo a não se submeter a tais ensinamentos anti-escriturísticos (Apocalipse 18:4).

Diz a profecia que “os dez chifres que viste na besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.” Apocalipse 17:16.

Durante as cenas finais, antes da gloriosa vinda de Jesus a esta Terra, as nações, sentindo-se enganadas pelas magias praticadas pela grande meretriz (Apocalipse 18:23), levantar-se-ão contra ela (Apocalipse 18:6), queimando-a no fogo. Cumpre-se, assim, a profecia a respeito da queda e destruição da grande Babilônia (Apocalipse 18:2; Apocalipse 14:8).


Conclusão

A grande meretriz encabeça na realidade um gigantesco sistema de engano (Apocalipse 18:23). A sua arrogância, vaidade e orgulho, provindos de suas características únicas, as quais são objetos de tanta admiração e culto, são muito bem destacadas pela Palavra de Deus (ver Apocalipse 17:4 e 18:7).

Sem dúvida alguma, quem está por trás de tudo isso é Satanás. O arqui-enganador aspira eternizar aqui o seu império do mal, na sua longa disputa pela posse da Terra.

A destruição da grande meretriz será inevitável e será idêntica àquela ocorrida à Babilônia antiga (Apocalipse 18:21; Jeremias 51:63 e 64). A ideia da iminência está expressa nas páginas sagradas (Apocalipse 18:8). Embora o capítulo dezessete do livro do Apocalipse descreva poderes malignos que se encontram muito ativos, por outro lado, traz conforto para o povo de Deus. Dentro em breve o nosso Senhor Jesus virá e intervirá a favor dos Seus:

“Pelejarão eles contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, os chamados, e eleitos, e fieis.” Apocalipse 17:14.

O apelo final de Deus ao Seu povo que se encontra em Babilônia

“Antes de destruir a babilônia antiga, Deus enviou aviso (ou profecias) referentes à inexorável destruição que sobreviria a ela. A cidade se tornaria em ruínas e sua população seria constituída por animais em vez de seres humanos (Isa. 13:19-22)” (Comentário Sobre os Livros de Daniel e Apocalipse, p. 289). Similarmente, antes da completa destruição da babilônia espiritual, Deus fará um último apelo, por meio do Alto Clamor, aos fieis para deixarem a Babilônia e evitarem a destruição juntamente com ela. “Então ouvi outra voz do céu que dizia: "Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!” (Apocalipse 18:4, NVI).

“Assim como o povo de Deus se retirou da Babilônia literal a fim de voltar para Jerusalém. Se povo dos dias de hoje é chamado a sair da babilônia mística, para ser considerado digno de entrar na Nova Jerusalém. Presume-se que todos aqueles que verdadeiramente fazem parte de Seu povo ouvirão a voz divina e atenderão Seu chamado (...)” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 955).

Querido amigo leitor, encontra-se você em Babilônia? Deus sabe que há milhões de pessoas sinceras que ainda encontram-se em Babilônia, que ainda não se deram conta que de que suas igrejas constituem a Babilônia por rejeitarem os claros ensinos bíblicos por doutrinas pagãs. Deus ama a todos esses Seus filhos fiéis. É por isso que Ele está proclamando hoje a Sua advertência, a última no tempo do fim. Ele deseja que seu fiel povo que se encontra nas diversas comunidades apóstatas, despertem para o grave perigo em que se encontram – o perigo de se envolver como os pecados de babilônia. O Senhor Jesus espera que eles saiam de babilônia imediatamente! Ele ama Seu povo!








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